HABITAÇÃO, CIDADE E CIDADANIA.
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- João Guilherme Aurélio Arantes Paranhos
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1 HABITAÇÃO, CIDADE E CIDADANIA. Nome dos autores: Renato Silva Reis¹; Mariela Cristina Ayres de Oliveira² 1 Aluno do Curso de Arquitetura e Urbanismo; Campus de Palmas; renatosr2006@hotmail.com Edital integrado PROEX/PROPESQ, vínculo PROEX 2 Orientador (a) do Curso de Arquitetura e Urbanismo; Campus de Palmas; mariela@mail.uft.edu.br RESUMO Este trabalho relata a o funcionamento e tramitação bem como características construtivas voltadas à qualidade dos projetos de habitação social em Palmas-TO do programa MCMV Entidades, tendo como enfoque o projeto FHNIS CAIXA nº /2009 de habitação social situado na quadra 1306 Sul (ARSE 132). Tem como objetivo coletar em experiências nacionais de projetos de habitação social e técnicas construtivas que tenham enfoque na qualidade do ambiente, bem como a otimização dos recursos, qualidade e funcionamento e conforto ambiental a fim de se conceber um projeto de habitação condizentes com os parâmetros ótimos de qualidade e conforto e compara-lo ao projeto FHNIS da quadra 1306 Sul. Os procedimentos basearam-se na confrontação dos projetos nacionais com características pertinentes e de primazia em arquitetura, com os dados da Secretaria de Habitação de Palmas sobre projetos de habitação social implantados no município, baseando-se nas normas brasileiras NBR e NBR de desempenho em habitações, visitas in loco e reuniões com representantes de movimentos de luta pela moradia. O resultado obtido indica que as habitações sociais implantadas não condizem com as melhores opções de implantação, proteção solar e materiais construtivos que melhor se adequam à característica climática de Palmas, demonstrada no projeto modelo concebido respeitando essas características. As habitações sociais implantadas em Palmas, não atendem totalmente as normas de desempenho em habitação, elevando a temperatura interna criando ambientes desconfortáveis e de arquitetura monótona e reproduzível, prejudicando as características peculiares a cada implantação. Página 1
2 Palavras-chave: NBR 15575; Habitação social; MCMV Entidades. INTRODUÇÃO Uma das principais políticas públicas desenvolvidas no país na última década é a habitacional podendo se constituir como um dos principais instrumentos para se alcançar o direito à cidade e à cidadania. A execução da política habitacional articulada às demais políticas setoriais localizadas em áreas urbanizadas e condizentes com a realidade local possibilita condições para um desenvolvimento socialmente justo do território. Enquanto a falta desta política, bem como sua implantação desarticulada do planejamento territorial pode acarretar no crescimento desordenado das periferias, no aumento da irregularidade urbana, além de enfatizar a segregação socioterritorial. Desse modo, entende-se que a política habitacional deve induzir a ocupação das áreas centrais e dos vazios urbanos, otimizando a utilização da infraestrutura e democratizando o acesso à terra urbanizada (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2004). Desde 2005, em resposta às reivindicações dos movimentos sociais, o Governo Federal vem desenvolvendo programas de autogestão de empreendimentos habitacionais. As experiências autogestionárias nascem a partir da organização dos próprios moradores, onde estes identificam suas necessidades e criam soluções para os problemas, tendo como princípios básicos a busca por moradia de qualidade para todos, a gestão democrática e o fortalecimento da cidadania (BONDUKI, 1992). Em Palmas, o Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM) surge em 1995, reivindicando acesso à área urbana bem localizada da capital onde, historicamente, a classe trabalhadora ocupava apenas áreas distantes fora do plano diretor de Palmas, no qual atualmente existe bairros como Jardim Aureny I,II, e III e Taquaralto, segregados pela especulação imobiliária e privados do acesso às politicas públicas e infraestruturas básicas. Em setembro de 2000, o MNLM ocupa a quadra 1306S e dois meses depois, em novembro de 200, a Prefeitura Municipal de Palmas, amparados por liminar de despejo, inicia o processo de desocupação da área à força. Após campanhas, manifestações e passeatas o MNLM, em 2003 no inicio do mandato do então governador Marcelo Miranda, consegue a doação do terreno: A primeira quadra do Brasil no centro da cidade conquistada através da pressão popular. Em 2003, inicia-se, Página 2
3 em processo de mutirão, a construção das primeiras habitações unifamiliares. Em 2006 inicia-se o programa Construindo Juntos, uma parceria entre governo do estado, por meio da secretaria de habitação através do cheque moradia, complementando os recursos repassados pelo governo federal, governo federal, por meio do Ministério das Cidades e Caixa Economica Federal, prefeitura de Palmas, através da infraestrutura e gerenciamento técnico das obras, Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), projeto e blocos estruturais de concreto, e MNLM coordenando o mutirão na construção de 1180 moradias. A sede local do MNLM localiza-se na primeira casa construída no processo de construção. Nesse sentido, o projeto 'Habitação, Cidade e Cidadania' pretende analisar os processos de autogestão da produção habitacional por associações e cooperativas e desenvolver de atividades de capacitação e assistência técnica aos movimentos sociais para a autogestão de projetos habitacionais em Palmas-TO, com foco no acesso à terra urbanizada e bem localizada, objetivando a ocupação socialmente justa do território. MATERIAL E MÉTODOS A metodologia do projeto se divide em três etapas de execução: 1- A primeira etapa do projeto diz respeito à pesquisa documental*, considerando os seguintes itens: a. levantamento de projetos habitacionais executados em Palmas, com enfoque em projetos realizados pelos movimentos sociais; b. levantamento de experiências nacionais que tenham enfoque na qualidade do ambiente construído voltados para habitação de interesse social; c. levantamento de materiais e técnicas construtivas que visem a construção de moradias adequadas, considerando a otimização dos recursos, a qualidade e funcionalidade do projeto, bem como o conforto ambiental. * A pesquisa bibliográfica estudada encontra-se relacionada no final do artigo junto com as referências citadas. Página 3
4 2- A segunda etapa consiste na capacitação da comunidade e levantamento das necessidades da comunidade organizada para a elaboração dos projetos técnicos. Esta etapa prevê: a. a realização de atividades de capacitação da comunidade com enfoque no exercício do direito à cidade e à cidadania¹*; b. levantamento socioeconômico da comunidade envolvida no projeto; c. levantamento das demandas da comunidade, por meio de reuniões para definição do projeto a ser elaborado; d. levantamento e definição de materiais e técnicas construtivas para a elaboração dos projetos de arquitetura e engenharia. e. Visita a área escolhida 3- A terceira etapa do Projeto prevê a elaboração dos projetos arquitetônico e complementares (engenharia) em consonância com as diretrizes apresentadas nas etapas anteriores. RESULTADOS E DISCUSSÃO Devido ao déficit habitacional no Brasil, politicas sociais habitacionais de custo reduzido são implantadas visando à demanda expressa em números de habitações entregues. Os baixos valores de lucro, por parte das grandes construtoras, fazem com que elas utilizem materiais construtivos mais baratos obtendo maior renda sobre o empreendimento sem visar o conforto das habitações, ou mesmo abandonam as obras, como no empreendimento abordado. As habitações sociais analisadas não condizem com as melhores opções de implantação, proteção solar, inexistentes, e materiais construtivos que melhor se adequam à característica bioclimática de Palmas, demonstrada no projeto modelo concebido respeitando essas características. As habitações sociais implantadas em Palmas, não atendem às normas de desempenho em habitação, elevando a * Etapa realizada pela Me. em serviço social Mª José Antunes da Silva. Página 4
5 temperatura interna criando ambientes desconfortáveis de baixa permanência e de arquitetura monótona e reproduzível, prejudicando as características peculiares a cada implantação em diferentes topografias de terreno. LITERATURA CITADA BONDUKI, Nabil Georges. Habitação & Autogestão: Construindo territórios de Utopia. Fase. Rio de Janeiro, Do Projeto Moradia ao Programa Minha Casa Minha Vida. TD. Teoria e Debate, v. 82, BRASIL, Ministério das Cidades. Brasília, DF, Déficit habitacional no Brasil Brasília: Ministério das Cidades e Secretaria Nacional de Habitação, NBR : Desempenho Térmico de Edificações - parte 2: Métodos de cálculo da transmitância térmica, da capacidade térmica, do atraso térmico e do fator solar de elementos e componentes de edificações. Rio de Janeiro, NBR : Edificações habitacionais Desempenho Parte 4: Sistemas de vedações verticais internas e externas SVVIE. Rio de Janeiro, NBR : Edificações habitacionais Desempenho Parte 5: Requisitos para sistemas de coberturas. Rio de Janeiro, FROTA, Anésia Barros; SCHIFFER, Sueli Ramos. Manual de Conforto Térmico. 7ª. ed. São Paulo: STUDIO NOBEL, INMETRO Nº 50/ 2013 Catálogo de Propriedades Térmicas de Paredes, Coberturas E Vidros. Brasil, 2013 Página 5
6 MIRANDA, B. R. de S.. A Luta Pela Moradia nas Cidades Brasileiras: História da Ocupação da Quadra Sul, em Palmas TO. Palmas, 2005 (monografia de graduação). PALMAS, Secretaria de Desenvolvimento Urbano, Meio Ambiente e Habitação SEDUMAH, TO, Prefeitura Municipal. Plano Estratégico Municipal Assentamentos Precários. Palmas, TO, Prefeitura Municipal. Disponível em: < sul-devem-ser-concluidas-em-ate-60-dias/> Acessado 12/08/2014 às 00:44. Caderno de Revisão do Plano Diretor de Palmas (mimeo).. Lei complementar Nº 155, de 28 de dezembro de Dispõe sobre a política urbana no município de Palmas, SILVA, M. J.A. da S. Sujeitos em Cena: Processo de organização dos movimentos sociais em - Palmas/TO 1989/2008. Palmas, 2009 (Dissertação de mestrado). AGRADECIMENTOS O presente trabalho foi realizado com o apoio da UFT Página 6
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