Síntese de atualidade econômica e empresarial Brasil-Ásia-Pacífico Junho/Julho de 2010

Transcrição

1 Síntese de atualidade econômica e empresarial Brasil-Ásia-Pacífico Junho/Julho de 2010 Henrique Altemani de Oliveira Grupo de Estudos Ásia-Pacífico - PUC/SP Temas: Destaque: Investimentos Chineses - China investe pesado na America Latina - Sinochem investe US$ 3,07 bilhões em petróleo - Investimentos chineses podem superar os americanos e europeus - LLX negocia empréstimo com o Banco de Desenvolvimento da China - Petrobrás negocia US$ 10 bi com a China - Fundo Chinês CIC busca expandir presença no Brasil Outras Relações com a China - Embraer monta centro de manutenção na China - Importações de máquinas chinesas crescem significativamente - China assume a liderança na importação da celulose brasileira - Cooperação sino-brasileira em Tecnologia de Informação - Revisão do direito antidumping sobre o glifosato chinês - Banco do Brasil com interesse em se instalar na China - Votorantin e Honbridge Holdings associam-se para lavra de minério de baixo teor Relações com o Japão - Sumitomo compra participação na Mineração Usiminas - Padrão de TV digital nipo-brasileiro já adotado por oito países Relações com a Coréia - Coreana Posco associa-se a projeto de usina no Ceará - Cresce presença coreana no Brasil com produtos de alta tecnologia Relações com a Índia - Infosys vai ampliar presença no Brasil - HCL indiana instala unidade no Rio Grande do Sul - Shree Renuka finaliza compra de participação na Equipav Açúcar e Álcool Diversos - Indícios de triangulação na venda de calçados asiáticos - Bovespa e Bolsa de Hong Kong negociam venda direta de ações brasileiras Destaque: Investimentos Chineses No primeiro semestre de 2010 e, mais diretamente no último bimestre, observa-se um fato que pode ser considerado como uma tendência ou uma alteração no padrão dos investimentos chineses. De um lado, detecta-se um aprofundamento do processo de internacionalização das empresas chinesas em conjunto com acentuada ampliação dos investimentos externos diretos. De outro, as empresas chinesas começaram a investir pesado na América Latina em três dimensões: comércio, empréstimos e investimentos, com o objetivo de garantir matérias-primas, vender seus produtos e diversificar suas reservas internacionais. 1

2 China investe pesado na America Latina Depois da invasão chinesa na África, agora é a vez da América Latina. A China despejou mais de US$ 50 bilhões na região em empréstimos nos últimos 18 meses, aponta levantamento do JP Morgan. A maior parte são créditos garantidos com entrega de petróleo. Companhias estatais e bancos chineses estão investindo pesado na região. A presença da China se expande por três vias: comércio, investimento e empréstimos. Os objetivos do gigante são garantir matérias-primas, vender produtos e diversificar suas reservas internacionais. O governo chinês está estimulando as empresas a adquirir ativos na África e na América Latina. Em 2009, a China respondeu por 18% do investimento estrangeiro no continente latino-americano, mas ainda é pouco. No Brasil, dois grandes negócios foram anunciados recentemente: a State Grid comprou sete concessionárias de energia por US$ 1,7 bilhão, e a Sinochem comprou 40% de um campo de petróleo por US$ 3 bilhões. O foco do investimento chinês não é só a busca de matérias-primas, mas também novos mercados. Com a crise, EUA e Europa vão crescer menos, e a China precisa diversificar os clientes. (China empresta US$ 50 bi para a América Latina, O Estado de S. Paulo, Raquel Landim, 20/06/2010) Sinochem investe US$ 3,07 bilhões em petróleo O apetite dos chineses pelo mercado brasileiro não para de crescer. A companhia chinesa Sinochem acaba de adquirir 40% do campo de petróleo Peregrino, na bacia de Campos, até então sob a tutela da norueguesa Statoil. Foi a segunda cartada do país asiático nesta semana no setor de energia no Brasil. A Sinochem pagará US$ 3,07 bilhões pela participação na área petrolífera de Peregrino, cuja jazida teria entre 300 e 600 milhões de barris, segundo a Statoil. Estamos felizes com essa transação e esperamos novos empreendimentos com nosso sócio, o Sinochem Group, no campo de Peregrino. As duas empresas veem muitas oportunidades na exploração e recuperação de recursos adicionais nas próximas décadas, afirmou o presidente da companhia norueguesa, Helge Lund. A negociação ainda precisa da aprovação dos governos do Brasil e da China. Segundo a Statoil, a empresa chinesa Sinochem foi escolhida após vencer uma licitação internacional. A venda de 40% aconteceu, diz a companhia, porque o objetivo era adquirir um parceiro estratégico. As duas empresas também fizeram um acordo para buscar novas oportunidade no Brasil.Fontes do setor disseram à agência de notícias Reuters que o grupo apresentou oferta superior às das rivais CNOOC e Sinopec, também chinesas. (Chineses compram campo petrolífero, Correio Braziliense, Karla Mendes, 22/05/2010; China briga pelo petróleo brasileiro, O Globo, Bruno Rosa e Aguinaldo Novo, 22/05/2010) Investimentos chineses podem superar os americanos e europeus Depois de uma invasão de mercadorias, as economias do Brasil e dos países vizinhos já começaram a ser invadidas por um tsunami de investimentos chineses, justamente no momento em que os Estados Unidos e a Europa, principais parceiros da América Latina, enfrentam dificuldades econômicas. Desde 2004, o ingresso de dólares provenientes da China na região não para de subir e totaliza US$ 24,6 bilhões somente na compra de indústrias, parcerias com governos e empréstimos para empresas nos setores de mineração, petróleo, siderurgia, financeiro e automobilístico. No Brasil, em apenas três operações de compras de empresas, os chineses investiram quase US$ 10 bilhões desde o início do ano. Com uma bem-sucedida estratégia comercial, os chineses passaram a ocupar o posto de maiores exportadores mundiais. Agora, eles usam os investimentos diretos, 2

3 especialmente a aquisição de empresas, para obter fontes de matérias-primas, energia, e alimentos nos países em desenvolvimento e de tecnologia e inovação dos países desenvolvidos. Nos cinco primeiros meses do ano, já foram anunciados uma série de investimentos chineses no Brasil, cujos valores superam US$ 9,2 bilhões. O mais recente, divulgado na última quinta-feira, informa que a empresa chinesa Pallas International pretende comprar até 250 mil hectares de terras no oeste da Bahia e no cerrado do Maranhão, do Piauí e do Tocantins. A companhia ainda não informou quanto pretende investir na produção de grãos para exportação. (China ocupa espaço dos EUA e da Europa, Correio Braziliense, Marcone Gonçalves, 29/05/2010) LLX negocia empréstimo com o Banco de Desenvolvimento da China A LLX, empresa de logística do grupo EBX, está em negociações com o China Development Bank para que os chineses financiem parte dos equipamentos do Superporto Sudeste, em Itaguaí (RJ), projeto de R$ 1,8 bilhão. Os entendimentos com o banco de desenvolvimento da China devem permitir financiar a compra de dois carregadores de navios para minério de ferro fabricados pela ZPMC, empresa chinesa líder no segmento de equipamentos portuários. (LLX negocia com banco chinês recursos para porto, Valor Econômico, Francisco Góes, 01/07/2010) Petrobrás negocia US$ 10 bi com a China A Petrobras negocia um novo empréstimo de US$ 10 bilhões do Banco de Desenvolvimento da China (BDC). A estatal nega a informação, dada por jornais chineses, mas a empresa negocia financiamento também com outras instituições, como o Bank of China e o Industrial and Commercial Bank of China. Há um ano, o BDC concedeu crédito de US$ 10 bilhões à Petrobrás. Em troca, a estatal assinou um contrato de dez anos com a estatal chinesa Sinopec, que previa entregar 150 mil barris/dia no primeiro ano e 200 mil barris/dia no período restante. A Petrobrás ainda tem US$ 3 bilhões a receber desse primeiro empréstimo. O valor do financiamento em negociação gira em torno de US$ 10 bilhões e teria como garantia a entrega de petróleo. Mas antes de fechá-lo, a estatal precisa ter segurança de que terá produção suficiente para entregar volume próximo de 400 mil barris/dia de petróleo para a China sem prejudicar o suprimento de outros mercados. (Petrobras busca novo empréstimo na China, O Estado de S. Paulo, Cláudia Trevisan, 27/05/2010) Fundo Chinês CIC busca expandir presença no Brasil China Investment Corporation (CIC), o poderoso fundo soberano chinês de US$ 300 bilhões, está avaliando alguns projetos no Brasil para expandir sua presença no país, conforme disse seu presidente, Gao Xiqing. Pouco se sabe sobre o portfólio do fundo no país, ou menos no mundo. No fim do ano passado, o CIC tinha US$ 650 milhões em ações da mineradora Vale, o quarto maior ativo do seu portfólio. A informação tornou-se pública em fevereiro quando, pela primeira vez, o CIC abriu certas informações à Securities and Exchange Commission (SEC), a comissão de valores mobiliários americana. Xiqing declarou que o Brasil "é um dos países onde não temos problemas com o governo e nem com o ambiente dos negócios". (Fundo chinês põe Brasil em destaque, Valor Econômico, Assis Moreira, 27/05/2010) 3

4 Outras Relações com a China Embraer monta centro de manutenção na China A Embraer está investindo US$ 18 milhões na instalação de um centro de manutenção de aeronaves na China, para atender a demanda por serviços de uma frota de 70 jatos fabricados pela empresa e em operação naquele país. A fabricante brasileira informou que a nova subsidiária, a Embraer China Aircraft Technical Services Company Ltd (ECA), sediada em Beijing, estará totalmente operacional dentro de um mês. A nova subsidiária foi criada para atender ao crescimento da base de clientes na China e para reforçar a capacidade instalada de suporte aos operadores de suas aeronaves naquele país. O escopo de negócios da ECA abrange as áreas de logística e venda de peças de reposição, bem como serviços de consultoria para assuntos técnicos e operações de voo. (Embraer monta centro de manutenção na China, Valor Econômico, Virgínia Silveira, 07/07/2010) Importações de máquinas chinesas crescem significativamente A China já representa 12,2% do total das importações de máquinas e equipamentos no Brasil, segundo balanço divulgado pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). O país asiático - que representava apenas 2,1% das importações em é atualmente o terceiro maior fornecedor externo desses produtos ao Brasil, encostando na Alemanha, que respondeu por 12,7% do total importado nos quatro primeiros meses deste ano. Os Estados Unidos lideram o ranking, com participação de 25,4%. No entanto, enquanto as compras de máquinas e equipamentos procedentes dos EUA e da Alemanha estão em queda, as importações com origem na China mostram crescimento de 51,2% neste ano. A expectativa é que a China supere a Alemanha nos próximos dois meses. (Máquinas chinesas já representam 12,2% das importações brasileiras, Valor Econômico, Eduardo Laguna, 26/05/2010) China assume a liderança na importação da celulose brasileira Depois de se transformar no maior destino das exportações brasileiras de minério de ferro e soja, a China assumiu também o primeiro lugar nas vendas de outra commodity, a celulose, superando a Europa. No primeiro quadrimestre do ano, o país foi o destino de 34% das exportações do produto pelas fabricantes brasileiras. Esse porcentual é o dobro da participação que o país asiático tinha nas exportações brasileiras do produto até o ano passado, quando sua demanda deu um salto de 135%, chegando a 1,5 milhão de toneladas. Para atender ao aumento da demanda chinesa e de outros países emergentes, as indústrias brasileiras de celulose planejam investir US$ 22 bilhões no período , o que poderá levar o Brasil da quarta para a terceira posição no ranking global, à frente da própria China. (China se torna maior mercado para fabricantes de celulose do Brasil, O Estado de S. Paulo, Cláudia Trevisan, 04/06/2010) Cooperação sino-brasileira em Tecnologia de Informação Em reunião bilateral sobre Tecnologia da Informação (TI), brasileiros e chineses se comprometeram a estreitar os laços para colocarem em prática as estratégias traçadas nas áreas de Eficiência Energética, Tecnologia da Informação e Equipamentos e Tecnologias. O Encontro em 30/06 foi entre representantes da Secretária de Inovação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e delegação de autoridades chinesas que integram a Subcomissão 4

5 Brasil-China de Indústria e Tecnologia da Informação, da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Cooperação e Concertação (Cosban). (Brasileiros e chineses discutem estratégias para a promoção da Tecnologia da Informação em ambos países, Assessoria de Comunicação Social do MDIC, 02/07/2010) Revisão do direito antidumping sobre o glifosato chinês Foi publicada em 09/06, na seção 1 do Diário Oficial da União, a resolução nº 41 da Câmara de Comércio Exterior (Camex) que altera a aplicação do direito antidumping definitivo para as importações de glifosato (n-fosfonometil glicina), quando originárias da República Popular da China. A decisão é destinada, exclusivamente, ao glifosato utilizado na fabricação de herbicidas - NCMs , , O direito antidumping a ser recolhido em cada operação de importação será limitado a US$ 2,52 por quilo. Antes, era aplicada uma alíquota de 2,1% sobre o volume importado. A partir de agora, as importações do produto, cujo preço médio por quilo seja superior a US$ 3,60, não pagarão o direito antidumping. Este valor representa a diferença entre o preço normal do produto chinês e o preço da exportação para o Brasil. (Camex publica resolução que altera o antidumping sobre o glifosato, 10) Banco do Brasil com interesse em se instalar na China O ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega, pediu ao ministro das Finanças da China, Xie Xuren, autorização para que o Banco do Brasil abra agência no país asiático, o que permitirá que a instituição conceda financiamento e faça operações de câmbio no mercado local. A medida também permitirá o pagamento de transações comerciais em reais e yuans, sem necessidade de conversão das moedas ao dólar. Desde o ano passado, a China tem promovido de maneira agressiva o uso do yuan em substituição ao dólar no pagamento das transações comerciais do país, com o objetivo de ampliar a presença internacional da moeda. O Banco do Brasil só tem um escritório de representação em Xangai, que não permite a realização de nenhuma operação no país Para abrir uma agência na cidade, a instituição precisa de um capital de US$ 30 milhões. A principal demanda é de empresas brasileiras que atuam na China e de chinesas que importam ou têm negócios no Brasil. (Banco do Brasil quer abrir agência na China, Macauhub, 21/6/2010) Votorantin e Honbridge Holdings associam-se para lavra de minério de baixo teor O governo de Minas Gerais assinou, em 16/06/2010, com a Sul America Metais, empresa do Grupo Votorantim em associação com os chineses da Honbridge Holdings, os protocolos para a instalação de um projeto que investirá R$ 3,2 bilhões em minério de baixo teor. A participação chinesa é fundamental por demandar capital e tecnologia pelo fato de nenhuma empresa no Brasil lavrar minério deste teor. (Votorantim e chineses criam projeto de R$ 3,2 bi em MG, Folha de São Paulo, Mauro Zafalon, 17/06/2010) 5

6 Relações com o Japão Sumitomo compra participação na Mineração Usiminas A Usiminas anunciou a criação da Mineração Usiminas, que englobará os ativos minerais e de logística da siderúrgica e contará com 30% de participação da trading japonesa Sumitomo. A Sumitomo pagou US$ 1,979 bilhão para entrar na nova companhia. A Mineração Usiminas será dona de ativos que incluem as quatro minas compradas pela Usiminas à J.Mendes, mais 83,3% da participação na MRS e será proprietária da região portuária em Itaguaí. A companhia nasce com produção estimada de 7 milhões de toneladas de minério de ferro para 2010 e previsão de atingir 29 milhões de toneladas em 2015, o que demandará investimentos de R$ 4,1 bilhões no período. de processar ao menos 7 milhões de toneladas/ano, o que significaria, a preços de hoje, um custo entre US$ 800 milhões e US$ 900 milhões. (Sumitomo compra 30% da divisão de minério e logística da Usiminas, Valor Econômico, Rafael Rosas, 01/07/2010) Padrão de TV digital nipo-brasileiro já adotado por oito países As Filipinas acabam de aderir ao sistema nipo-brasileiro de TV digital. Com isso, além do Brasil e do Japão, chega a oito o número de países que aderiram ao sistema: Argentina, Chile, Peru, Equador, Venezuela, Paraguai e Costa Rica já haviam formalizado sua adesão. Agora, o governo brasileiro aposta todos os trunfos para expandir o padrão nipobrasileiro para os países da África. Um grupo de empresários africanos virá ao Brasil para ter acesso a todos os detalhes da tecnologia. Serão apresentados aos africanos TVs de alta definição, conversores de sinal analógico para digital (os chamados set top boxes) e celulares. Caso os países da África assinem o acordo, o padrão nipo-brasileiro de TV digital será o mais importante do mundo. Um ponto favorável ao Brasil, é a possibilidade de países da África e Ásia usarem a tecnologia brasileira para promover o acesso da população à banda larga, já que o sistema nipo-brasileiro permite interatividade via TV. "É isso que faz a diferença do nosso padrão em relação aos outros. A Europa, os Estados Unidos e o Japão têm banda larga. Por isso, nunca viram a TV digital como um instrumento para encurtar o caminho da inclusão digital", frisou. (Desacreditado, padrão de TV digital adotado no Brasil já chega a oito países, O Estado de S. Paulo, Karla Mendes, 16/06/2010) Relações com a Coreia Coreana Posco associa-se a projeto de usina no Ceará A Vale anunciou parceria com a Posco, maior siderúrgica da Coreia e uma das maiores do mundo, para a construção do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), no Ceará. Com a entrada do segundo sócio, a Vale ficará com 50% do empreendimento, a Dongkuk com 30%, e a Posco, com 20%. A Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) é considerada um dos projetos privados mais importantes do Nordeste, com investimentos previstos de US$ 4 bilhões e geração de 15 mil empregos. (Vale e coreana Posco farão usina no Ceará, Correio Braziliense, Vera Batista, 17/07/2010) Cresce presença coreana no Brasil com produtos de alta tecnologia Dados recentes do MDIC mostram que, de janeiro a maio deste ano, as importações da Coreia do Sul cresceram 103,72% ante o mesmo período de Os grandes 6

7 destaques são: as aquisições de automóveis, que subiram quase 200%; e as compras de componentes eletroeletrônicos e de comunicações, como TV digital, com alta de 189%, e dispositivos de cristal líquido, com 165%.Hoje, a Coreia só perde para EUA, China, Argentina e Alemanha como fornecedor de bens para o Brasil. O expressivo aumento das importações de carros da Coreia do Sul causa estranheza. O país não tem acordo comercial com o Brasil e, por isso, cada automóvel sul-coreano que entra no mercado brasileiro é tributado em 35%. Mesmo com o imposto alto, as importações crescem. Nas importações, prevalecem as marcas Hyundai, Kia e SsangYong. (Importados da Coreia do Sul crescem no Brasil, O Globo, Eliane Oliveira, 04/07/2010) Relações com a Índia Infosys vai ampliar presença no Brasil A indiana Infosys, especializada em prestação de serviços de tecnologia da informação (TI), vai expandir suas operações no Brasil. Puneet Gill, responsável pela operação no país, disse que a companhia está avaliando algumas localidades para a instalação de uma base em São Paulo. A Infosys, atualmente a segunda maior companhia de TI da Índia - atrás apenas da Tata Consultancy Services (TCS) - chegou ao país há menos de um ano, com a abertura de um centro de prestação de serviços em Belo Horizonte. De lá para cá, foram injetados R$ 11 milhões na subsidiária. O Brasil, segundo o executivo, tem se destacado pela qualidade de mão de obra local e deverá ser o principal polo de prestação de serviços da companhia para a América Latina. (Infosys, da Índia, planeja instalar unidade de serviços em São Paulo, Valor Econômico, André Borges, 09/07/2010) HCL indiana instala unidade no Rio Grande do Sul A HCL, companhia indiana de serviços de tecnologia da informação (TI), planeja 'repatriar' para o Brasil contratos de suporte de TI em língua portuguesa que hoje são feitos a partir de centros da companhia distribuídos pelo mundo. A HCL Technologies, com negócios no Brasil há um ano, está presente em 150 países e faturou globalmente US$ 2,18 bilhões no ano fiscal encerrado em O serviço de infraestrutura de TI estreará no Brasil com o Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul). A HCL tem hoje 15 clientes locais, sendo apenas três originados de negociações globais da companhia. A equipe de 150 profissionais está dividida em três escritórios. Em 2010, mais dois serão abertos. Para Sri, o centro vai ajudar a empresa a ganhar espaço entre os clientes locais, mas também pode se tornar uma referência global. O executivo acredita que existe potencial nas áreas de mainframes e no setor de telecomunicações. "O Brasil tem uma vantagem ainda pouco explorada que é o fuso horário próximo ao da Europa e dos Estados Unidos", diz Sri. A HCL investiu US$ 5 milhões no Brasil desde o ano passado (HCL, da Índia, concentrará atendimento no Brasil, Valor Econômico, Gustavo Brigatto, 09/06/2010) Shree Renuka finaliza compra de participação na Equipav Açúcar e Álcool A indiana Shree Renuka Sugars assinou em 23/06 o contrato de aquisição de 50,34% das ações da Equipav Açúcar e Álcool. O negócio foi fechado por R$ 450 milhões, o que representou um deságio de 25% na comparação com o valor inicialmente ofertado em 21 de fevereiro (R$ 600 milhões). A informação já foi publicada na bolsa de valores da Índia (NSE), onde a Shree Renuka negocia ações. Faltava ainda à empresa indiana concluir a renegociação das dívidas da Equipav, de cerca de R$ 1,5 bilhão, com os bancos credores - Santander (principal), Bradesco, 7

8 Itaú, Banco do Brasil, Votorantim. E, em 09/07/2010, Shree Renuka Sugars anunciou que concluiu a renegociação das dívidas de cerca de R$ 1,5 bilhão da Equipav Açúcar e Álcool, alongadas por dez anos. (Shree Renuka e Equipav assinam acordo, Valor Econômico, Fabiana Batista, 24/06/2010) Diversos Indícios de triangulação na venda de calçados asiáticos Após nove meses da entrada em vigor da sobretaxa aos calçados importados da China, novos países asiáticos ganharam representatividade nos desembarques do produto no Brasil. Segundo o setor calçadista, por trás desse crescimento há forte evidência de que esteja ocorrendo triangulação nas exportações do produto chinês para o Brasil, por meio de outros países, para fugir da tarifa antidumping de US$ 13,85 sobre cada par. As compras externas de sapatos da Malásia, por exemplo, subiram de 1 mil entre janeiro e maio de 2009 para 2,129 milhões de pares no mesmo período deste ano - alta de 212,8%. Segundo a Abicalçados, nos últimos dez anos a China foi a principal origem das importações de calçados ao mercado brasileiro, com uma fatia que chegou a superar os 85% em No entanto, nos cinco primeiros meses de 2010, perdeu o posto, pela primeira vez, para o Vietnã. Segundo a entidade, enquanto as importações do setor como um todo recuaram 17,7% nos cinco primeiros meses deste ano, as compras do Vietnã avançaram 117%, atingindo US$ 48,6 milhões. Outro país com um forte crescimento é Taiwan, que ampliou de janeiro a maio em 1.444% suas vendas de sapatos para o Brasil. (Sapato chinês chega ao Brasil via Vietnã, O Estado de S. Paulo, Rodrigo Petry, 19/06/2010) Bovespa e Bolsa de Hong Kong negociam venda direta de ações brasileiras Em janeiro de 2012, as companhias brasileiras listadas da BM&FBovespa poderão também ter suas ações negociadas na Bolsa de Hong Kong, e vice-versa. Desde o mês passado, as bolsas brasileira e asiática trabalham conjuntamente para criar "dois centros de liquidez simultânea", conforme o presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto. O objetivo é a listagem efetiva das companhias e não a negociação dos papéis por meio de recibos. Portanto, segundo Pinto, não serão BDRs (recibos brasileiros) das empresas listadas em Hong Kong, mas as próprias ações. A iniciativa é única no mundo. E o motivo da escolha de Hong Kong, além de ser uma das maiores bolsas do globo, é a possibilidade de manter a negociação de ações 24 horas por dia. (Ações brasileiras serão negociadas em Hong Kong, Valor Econômico, Graziella Valenti, 12/07/2010) Las opiniones expresadas y la información mencionada en este documento pertenecen a su autor, autores o a las fuentes citadas y no representan necesariamente la opinión del Observatorio Iberoamericano de Asia-Pacífico ni de las instituciones de las cuales depende o que lo patrocinan. Éstas no hacen propios los contenidos del documento y no son responsables ni de su autoría ni del uso que se pueda hacer de los mismos. 8