TEORIA CRITICA PARA A EDUCAÇÃO ABERTA: ANOTAÇÕES SOBRE A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO NOS PROCESSOS PEDAGOGICOS
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- Kevin Bayer Fagundes
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1 1 TEORIA CRITICA PARA A EDUCAÇÃO ABERTA: ANOTAÇÕES SOBRE A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO NOS PROCESSOS PEDAGOGICOS Educação e Produção do Conhecimento nos Processos Pedagógicos. Guilherme Orestes Canarim 1 (gocanarim@gmail.com) Gisele da Silva Rezende 2 (giselesr63@gmail.com) Alex Sander da Silva 3 (alexsanders@unesc.net) Introdução Como uma iniciativa do GEFOCS (Grupo de Estudos e Pesquisas em Formação Cultural e Sociedade), o curso intitulado Teoria Critica para a Educação Aberta vem sendo desenvolvido na forma da extensão universitária desde fevereiro deste ano (2017). A proposta desse curso tem sido uma instância para a continuidade na construção de espaços intelectuais, com cuja ampliação e manutenção o grupo como um todo está comprometido. Neste trabalho, pretendemos expor algumas noções, conceitos e categorias que compõem e configuram o curso na sua dimensão de projeto, cuja duração é indeterminada. Mas aqueles conteúdos e experimentações que não só já alcançaram sua realização, como também superaram a si mesmas, expandem o seu próprio desenvolvimento e sua plena contribuição na reelaboração praxologica paralela e futura dos participantes. Temos buscado com esse ambiente favorável ao desenvolvimento da crítica e da autonomia epistemológica, uma formação que de conta de completemetar e, ainda, de suplementar as bases sobre as quais vem se arranjando os processos pedagógicos 1 Bolsista de Iniciação Científica pela Universidade do Extremo Sul Catarinense - Unesc. 2 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação Unesc. 3 Docente pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Educação Unesc.
2 implicados na educação. Durante o período de elaboração e estruturação estivemos preocupados com as maneiras pelas quais seriam ou não possíveis, ordenar os elementos teóricos e práticos do fazer e pensar educativo. Teoria Crítica para Educação Aberta: aspectos referenciais O curso é voltado, principalmente, para questões que estão mais ou menos ocupando a centralidade do debate e das pesquisas em educação e seus fundamentos, bem como as possibilidades de produção do conhecimento na contemporaneidade. No texto Notas marginais sobre teoria e práxis (1995), Adorno explicita as formas como as categorias teoria e práxis estão relacionadas às condições históricas. Segundo Viegas (2002, p. 6), para evitar uma análise superficial sobre esse assunto é preciso levar em conta três aspectos. O primeiro diz respeito à questão de qual teoria e qual prática a que se refere Adorno em sua crítica. De um lado, tem-se a teoria e práxis crítica, transformadora, como atividade livre, por outro, a alienada, fragmentada. No segundo aspecto, Adorno vê na experiência do nazismo o resultado da impossibilidade de uma prática como sentido de autorrealização. A prática social, nos limites do capitalismo, se resume na substituição da mesma por sucedâneos narcisismos coletivos, que a prática social adquiriu características extremas no fascismo. Para Adorno, a cegueira da pseudoatividade 4, que impede a reflexão, foi uma das coisas que possibilitou o nazismo. O terceiro aspecto, que vem reforçar os anteriores, diz respeito ao ceticismo de Adorno em relação a uma prática alienada. O exagero proposital de Adorno, em relação a esta, objetiva, entre outras coisas, denunciar o caráter acrítico e alienante de supostas 4 Em O que Significa Elaborar o Passado, Adorno faz perceber a relação entre as condições objetivas, o fascismo e a pseudo-atividade". O autor afirma que a sobrevivência do fascismo e o fato de que não se tenha ainda "elaborado o passado" deve-se ao fato de que estão mantidas as precondições sociais objetivas que servem para sua atualização. Ver detalhes em: ADORNO, Theodor W. O que significa elaborar o passado. In: Educação e emancipação. São Paulo: Paz e Terra, 1995, p
3 3 práticas libertadoras. O caminho para compreender esse ponto é considerar o poder que esta prática exerce sobre a formação dos indivíduos. Desse modo, pensamos em consolidar a experiência de estudos e pesquisa do grupo e, conjuntamente, posicionar algumas bases epistemológicas e metodológicas por meio das quais se pudessem antever a construção de um caminho para o percurso da experiência, do conhecimento. Nesse sentido, foi premente a noção adorniana de educação. O que segundo ele, [...] A educação seria impotente e ideológica se ignorasse o objetivo de adaptação e não preparasse os homens para se orientarem no mundo. Porém, ela seria igualmente questionável se ficasse nisto, produzido nada além do well adjusted people, pessoas bem ajustadas, em consequência do que a situação existente se impõe precisamente no que tem de pior (ADORNO, 1995, p. 143). Dessa compreenção, há um ponto de clivagem no desenvolvimento humano ultrapassável apenas por meio de uma educação que se entende enquanto esfera de atravessamentos das estruturas sociais. Isso se dá, em nosso entendimento, partir da possibilidade dos indivíduos constituírem-se pela educação. Ao fazermos a educação de forma crítica, podemos colocá-la no seu devido lugar, ou seja, a de ser um campo fundamental e necessário para a formação das novas gerações. Para Adorno a adaptação promovida pela instituição escolar não deve conduzir à perda da individualidade e a um conformismo uniformizador. No curso as disciplinas resultaram da ideação foi pensada previa e performaticamente num andamento projetado para se seguir durante quatro semestres, paralelamente, aprofundando e reavaliando, os conceitos e categorias que pareceram- nos fundamentais, tais como: emancipação, metodo e tecnicas do ensinar e aprender, conhecimento pedagogico, razão e sensibilidade estética.
4 4 Começamos o semestre com uma tentativa de introdução a metodologia da pesquisa com Método, Ensino e Aprendizagem, que foi a primeira disciplina e foi um campo pleno de novas teses. A segundo disciplina avançamos para O Potencial pedagógico da literatura, que foi produzido muitas discuções aproximando a literatura, a pesquisa e os processos pedagógicos. No decorrer dos outros semestres seguiremos com Educação e Emancipação, com cujo estudo pretendeu- se ter contato com alguns teóricos que pensam a categoria da emancipação e sua inter-relação com a educação. Além da disciplina Educação e Formação Cultural proposta como um panorama acerca da crise da formação moderna e das compreensões da fragilização da subjetividade na modernidade tardia. Bem como, a disciplina de Pesquisa- Ação que figurará como momento de exercício de prática investigativa e, por fim, Razão Estética que culminará com a produção de ensaios relativos aos temas abordados durante o semestre. Considerações Finais Como uma instância para a continuidade na construção de espaços fisicos e intelectuais, com cuja ampliação e manutenção o grupo como um todo está comprometido proporcionando assim um momento de exercício de prática investigativa. Dessa compreenção de que há um ponto de clivagem no desenvolvimento humano ultrapassável apenas por meio de uma educação que se entende enquanto esfera de atravessamentos das extruturas sociais e de processamento e extravazagem dos conteúdos ideológicos recalcados, historicamente, que emergem nas práticas sociais em geral, mas que no caso da educação tem uma via e um espaço formais pode-se salientar um compormisso ético com a coerência praxológica. Referências
5 5 ADORNO, Theodor W. Educação e Emancipação. Trad. Wolfang Leo Maar. 1. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, Notas marginais sobre teoria e práxis. [1969]. In.. Palavras e sinais: modelos críticos 2. Petrópolis/RJ: Vozes, p VIEGAS, Moacir Fernando. Apontamentos sobre a categoria práxis na teoria crítica. Revista Perspectiva, Florianópolis, v.20, n.02, p , jul./dez
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