DIREITO PROCESSUAL PENAL

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Nathan Domingos de Abreu
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1 DIREITO PROCESSUAL PENAL Das Questões e Processos Incidentes Suspeição e impedimento Prof. Gisela Esposel

2 - Apesar de a CR/88 não conter expressamente um dispositivo relativo à imparcialidade, considera-se um princípio implícito, inerente à própria exigência de um devido processo legal - É inconcebível imaginar que o Estado, como titular do direito de punir, permitisse que seus agentes atuassem movidos por interesses próprios - Assim, a imparcialidade é inerente à função jurisdicional, pressuposto de validade do processo, ou seja, para que o processo tramite regularmente o juiz deve ser imparcial, sob pena de afetar a relação processual

3 - O código de processo penal estabelece normas relativas à suspeição e impedimento do magistrado que estão tratadas nos artigos 252, 253 e 254 do mesmo diploma legal - Não há como se falar em justiça sem garantir um julgamento imparcial. O Estado, que detém o monopólio do direito de punir, deve perseguir sempre a imparcialidade, principalmente no campo do processo penal em que o bem jurídico tutelado é a liberdade do indivíduo - No Estado democrático de Direito o juiz tem a função essencial de garantidor dos direitos fundamentais

4 - O código de processo penal estabelece normas relativas à suspeição e impedimento do magistrado que estão tratadas nos artigos 252, 253 e 254 do mesmo diploma legal - Não há como se falar em justiça sem garantir um julgamento imparcial. O Estado, que detém o monopólio do direito de punir, deve perseguir sempre a imparcialidade, principalmente no campo do processo penal em que o bem jurídico tutelado é a liberdade do indivíduo - No Estado democrático de Direito o juiz tem a função essencial de garantidor dos direitos fundamentais

5 - Da suspeição. Suspeição e impedimento - Exceção dilatória, pois dilatam o curso do processo pela necessidade da resolução da questão incidental, não acarreta a extinção do processo ( diferente da exceção peremptória) - A exceção de suspeição é a primeira disciplinada pelo legislador criando a imediata cessação da atuação daquela pessoa ( juiz,promotor, perito, intérpretes, serventuários ou funcionários da justiça)

6 - A exceção de suspeição precederá a qualquer outra, salvo quando fundada em motivo superveniente, segundo o disposto no artigo 96 do CPP. Denomina-se excipiente aquela parte que argui a exceção e excepto o juiz objeto da exceção - Artigo 254 do CPP - o Juiz dar-se-á por suspeito, e se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes: - I se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles

7 - II se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia - III se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo, ou afim, até terceiro grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes - IV se estiver aconselhado qualquer das partes - V- se for credor ou devedor, tutor ou curador de qualquer das partes

8 - VI se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo - Essas são as hipóteses legais de suspeição Suspeição e impedimento - Suspeição por motivo de foro íntimo. Aplica-se subsidiariamente a norma do artigo 145 parágrafo 1º do NCPC poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de declarar suas razões - Atenção: a suspeição não poderá ser declarada nem reconhecida quando a parte injuriar o juiz ou de propósito der motivo para criá-la (artigo 256 do CPP). Não se pode prestigiar a malícia e a má fé das partes

9 - Do procedimento: Suspeição e impedimento - O juiz deverá, havendo motivo legal, espontaneamente afirmar-se suspeito, devendo fazê-lo por escrito reme tendo o processo ao substituto, intimando-se às partes ( artigo 97 do CPP) - Poderão, entretanto as partes recusar o juiz, arguindo a exceção de suspeição. - Matéria de ordem pública. Não há preclusão.

10 - Se o juiz reconhecer a suspeição, sustará a marcha do processo, mandará juntar aos autos a petição do recusante com documentos que a instruam, e por despacho se declarará suspeito, ordenando a remessa dos autos ao substituto (artigo 99) - Não admitindo a impugnação, mandará autuar em apartado a exceção, dará sua resposta em 03 dias, podendo instruí-la e oferecer testemunha, e remeterá os autos da exceção ao Tribunal para julgamento (artigo 100) - Se for de manifesta improcedência, o juiz ou relator a rejeitará liminarmente (artigo 100 parágrafo 2º)

11 - Se for reconhecida a relevância da arguição, o juiz ou tribunal, com citação das partes, marcará dia e hora para a inquirição das testemunhas, seguindo-se o julgamento - Sendo julgada procedente a exceção de suspeição, os atos do processo principal ficarão nulos - O CPP prevê a possibilidade de interpor Recurso em Sentido Estrito (artigo 581,inciso III) em razão da decisão que julgar procedente as exceções, salvo a de suspeição - Quando o juiz acolhe é como se estivesse declarando sua própria suspeição de ofício

12 - Quando o juiz não acolhe a arguição de suspeição, poderá ser impugnada em preliminar de recurso de Apelação ou em eventual habeas corpus a ser impetrado - Suspeição X Autoridade Policial Suspeição e impedimento - Artigo 107 do CPP não se poderá opor suspeição às autoridades policiais nos atos do inquérito, mas deverão elas declarar-se suspeitas, quando ocorrer motivo legal - A lei expressamente veda a exceção de suspeição às autoridades policiais, mas prevê que elas devem declarase suspeitas, ocorrendo motivo legal

13 - Há quem afirme uma contradição e que deveria ser admitida tal exceção, até porque uma autoridade policial suspeita pode fraquejar na investigação. - Assim não é suficiente deixar a critério da autoridade policial fazê-lo, devendo a parte interessada solicitar o afastamento da autoridade policial ao superior hieráquico. - Do impedimento: obstáculo, proibição para funcionar em determinado processo - o agente do Ministério Público também poderá ser objeto de suspeição. Os casos de suspeição e impedimento do MP estão previstos no artigo 258 do CPP

14 - Artigo 258 os órgãos do Ministério Público não funcionarão nos processos em que o juiz ou qualquer das partes for seu cônjuge, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até terceiro grau, inclusive, e a eles se estendem, no que lhes for aplicável, as prescrições relativas à suspeição e aos impedimentos dos juízes - Por se tratar de um órgão publico, sua atuação está vinculada aos princípios da legalidade e impessoalidade

15 - Também haverá exceção de suspeição dos peritos, intérpretes e serventuários da justiça, nos termos dos artigos 105, 274 e 281 do CPP. Em todos os casos, caberá ao juiz da causa decidir, seguindo o mesmo procedimento da exceção do órgão julgador - Do impedimento: obstáculo, proibição para atuar em determinado processo. - As causas de impedimento referem-se a vínculos objetivos do juiz com o processo, ao passo que a exceção de suspeição ocorre em casos de vínculo do julgador com alguma das partes

16 - Artigo 252 do CPP o juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que: - I tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o terceiro grau,inclusive, como defensor ou advogado, órgão do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito - II ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido como testemunha - III tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se de fato ou de direito, sobre a questão

17 - IV ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito

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