CURSO DE CAPACITAÇÃO EM ESTRUTURAS DE BARRAGENS: TERRA, ENROCAMENTO E REJEITOS
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- Vitória Castilho Leal
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1 CURSO DE CAPACITAÇÃO EM ESTRUTURAS DE BARRAGENS: TERRA, ENROCAMENTO E REJEITOS Métodos construtivos de barragens de terra e enrocamento PROFESSOR: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira
2 Métodos construtivos de barragens de Terra Para a seleção de métodos construtivos, na execução de uma barragem de terra ou de enrocamento, diversos métodos devem ser considerados, incluindo-se: Plano de escavação das jazidas; Processamento dos materiais; Transporte; Espalhamento no maciço da barragem; Controle da umidade; Compactação; Controle de qualidade, etc. Muitas variáveis devem ser levadas em consideração, antes da seleção dos métodos de construção. Dever-se-á dispor de maior quantidade de tipos de equipamentos, à medida em que forem utilizados diferentes tipos de materiais, obtidos a partir de diferentes jazidas e/ou profundidades, transportados através de estradas de rampas variadas, maior zoneamento da barragem, diferentes espessuras de lançamento das camadas, etc.
3 Métodos construtivos de barragens de Terra Na maioria das obras, à empreiteira é dada grande liberdade na escolha dos equipamentos a serem empregados na construção; Entretanto, em alguns casos, o equipamento pode ter um grande efeito sobre as propriedades finais do maciço da barragem, havendo necessidade de se impor algumas restrições nos tipos a serem usados; Por exemplo. na escavação da jazida, um equipamento que escava em lances mais profundos provoca a mistura dos materiais situados em níveis diferentes, o que vai influir nas características da seção transversal da barragem; um equipamento que escava em pequena profundidade, requer que a escavação se dê em grandes áreas. o que resulta em maior exposição do material ao tempo que, em certos caso, pode ser interessante para facilitar a correção da umidade excessiva.
4 Métodos construtivos de barragens de Terra As operações básicas para a construção do maciço de uma barragem são: Escavação; Transporte; Espalhamento; Separação de materiais; Correção da umidade; Homogeneização; Compactação.
5 Escavação São ações voltadas á movimentos de terra relativas a extração do solo de um meio com finalidade de implantação de fundação, sistemas de drenagem, materiais construtivos, etc. A escavação é usualmente executada por meio de: Escavadeiras; Pás carregadeiras; Dragas; "scrapers ; "loaders ; etc. Cada equipamento oferece certas vantagens e, geralmente, diversos tipos podem ser usados em uma mesma obra.
6 Escavação Escavadeiras e Pás carregadeiras São os equipamentos mais comuns de escavação. Nas jazidas de terra, em que as características dos materiais variam com a profundidade, a escavação realizada através desses equipamentos proporciona a mistura dos solos e da sua umidade; Pode-se controlar, grosseiramente, as porcentagens dos materiais desejados, através da variação da profundidade de corte; Esse efeito de mistura de materiais também pode ser conseguido no caso de enrocamentos, programando-se as alturas das bancadas de desmonte nas pedreiras; Após o desmonte, estes equipamentos conseguem promover a mistura dos diferentes tipos ou graduação das rochas, para a obtenção do produto desejado.
7 Escavação Dragas de arrasto ( Drag-line ) As dragas de arraste têm uso menos frequente, apesar de poder trabalhar em quase todos os lugares onde não operam as escavadeiras; Entretanto, são muito lentas e não produzem uma mistura satisfatória dos materiais em um corte vertical. Não são aplicáveis a materiais de enrocamento e solos de consistência dura; A sua principal vantagem é que podem trabalhar acima do poço de escavação, sendo mais empregadas quando os materiais são muito úmidos e não apresentam capacidade de suporte para as escavadeiras; Possuem esteiras bem largas, conduzindo a pressões mínimas sobre o solo; Abertura de grande valas com grandes dimensões e desde que não haja escoramento, usando se caimentos convenientes.
8 Escavação - Dragas Draga de arraste As dragas de arraste são especialmente utilizadas na escavação submersa de areias e de cascalhos, sem necessidade de rebaixamento do lençol freático. Em certos casos, os materiais precisam ser empilhados, para a eliminação do excesso de umidade, antes da sua utilização. Draga de sucção São utilizadas somente em escavações subaquáticas, principalmente para a obtenção de materiais granulares (areias e cascalhos), para a construção de filtros e transições; Este equipamento é também empregado na construção de aterros hidráulicos, o que traz uma grande redução no custo do transporte, pois os materiais são lançado diretamente na área do maciço da barragem.
9 Escavação Motoscraper Convencional O motoscraper é uma particularidade do Scraper, conhecido como Scraper automotriz, onde um único eixo se apoia sobre um rebocador de um ou dois eixos, através de um pescoço; A montagem permite ganho de aderência entre as rodas motrizes; Acionamento dos movimentos do Motoscraper é feito através de pistões hidráulicos que permitem os movimentos de abaixar e levantar; Distâncias médias e grandes, terreno compacidade média ou baixa, rampas até 10 %, terrenos bom suporte e afundamento < 15% (baixa resistência ao rolamento).
10 Escavação - Scrapers Os "scrapers" são equipamentos que têm a capacidade de realizar as operações de escavação, transporte e espalhamento; Podem operar a baixa velocidade, quando puxados por trator de esteira ou mais rapidamente, quando puxados por "cavalo" de pneus; Os primeiros servem principalmente para raspagem e limpeza das áreas de empréstimo e somente são usados em escavação quando a distância de transporte é muito curta; Os últimos geralmente requerem o uso de tratores, para auxiliar na operação de carregamento. São frequentemente utilizados quando existe alguma distância de transporte; Os "scrapers" apresentam a vantagem de praticamente não requererem operação de espalhamento, lançando o material em camadas, quase prontas para a compactação; Como os "scrapers" escavam o solo em camadas finas, não são eficientes na mistura de materiais, sendo, portanto, mais recomendáveis para trabalhar em áreas de empréstimo onde os solos são uniformes ou onde se deseja escavar seletivamente os materiais, em jazidas estratificadas.
11 Escavação - Loaders Quando as áreas de empréstimo são amplas, com topografia plana, constituídas de materiais uniformes, a escavação por meio de "loaders" constitui o processo mais econômico e rápido de trabalho; Entretanto, se a área de empréstimo é curta, a produção cai verticalmente, impossibilitando que a escavação seja feita continuamente, requerendo frequentes operações de retorno, para a retomada da bancada de escavação; Este tipo de equipamento não pode ser utilizado se for requerida escavação seletiva ou misturas programadas dos materiais de empréstimo. Dependendo da consistência do material, podem ser requeridos um ou dois tratores para operar a "loader". A eficiência de escavação é muito prejudicada, quando há ocorrência de matacões nas áreas de empréstimo.
12 Transporte O transporte dos materiais pode representar uma parcela considerável no custo do maciço da barragem e, muitas vezes, recorre-se ao aproveitamento de jazidas mais próximas, mesmo que estas sejam de qualidade inferior; Os equipamentos de transporte devem ter características que tornem fáceis e rápidas as operações de carga e descarga. Por outro lado, o tipo de equipamento de transporte exerce pouca ou nenhuma influência sobre as propriedades do material ou do produto acabado; Todavia, quando se utilizam equipamentos pesados, é preciso orientar o tráfego sobre o aterro, de forma a evitar a supercompactação, que dá origem à laminação nas camadas onde há concentração do tráfego. Outra alternativa para tratar este problema, é obrigar que o tráfego se concentre em uma faixa localizada, retrabalhando posteriormente as camadas afetadas pela supercompactação; Os principais tipos de equipamentos de transporte são: caminhões basculantes, vagões, "scrapers", correias transportadoras, calhas ou tubulações, etc, e a sua escolha, em certos casos, fica condicionada ao tipo.
13 Transporte Caminhão basculante ( Fora-de-estrada ) Existem diversos tipos e tamanhos de caminhões, que podem bascular para frente, para traz, ou para o lado, a sua carga. A escolha do tipo a ser adotado depende principalmente das dimensões da obra, do tipo de material, do volume do aterro, da necessidade ou não de grande produção, da distância de transporte e das rampas a serem vencidas; Os denominados "fora de estrada" são caminhões reforçados, projetados para suportar os choques que ocorrem durante a carga e a descarga de grandes blocos de enrocamento; Devido à baixa relação entre o peso da carga e o do caminhão, os custos diretos de sua utilização são muito elevados, se forem utilizados para o transporte de solo. Como eles têm maior potência por tonelada de carga, são especialmente recomendados para transporte em estradas com rampas íngremes.
14 Transporte Vagões São equipamentos com basculamento de fundo, de grande capacidade, utilizados para transporte de materiais terrosos, podendo ser operados com altas velocidades. O seu carregamento é feito por meio de "loaders" e a descarga se faz com o vagão em movimento, resultando uma leira extensa, que pode ser espalhada por trator de esteira ou motoniveladora de grande porte. Devido ao seu grande peso, o trajeto sobre o aterro da barragem deve ser controlado, a fim de se evitar a ocorrência de laminações. Além disso, deixa lisa a superfície por onde passa, requerendo escarificação contínua do aterro, para melhorar o contato entre as camadas.
15 Transporte Correias transportadoras Este tipo de equipamento tem sido utilizado em poucas barragens, para o transporte dos materiais de empréstimo; Apresenta vantagens em locais de topografia acidentada, quando existe grande diferença de nível entre a área de empréstimo e a barragem e o custo de construção e de manutenção das estradas de acesso é muito elevado; Para a melhor distribuição do material na área da barragem, o trecho final da correia pode ser construído de forma a permitir a rotação em torno de um pivô, lançando o material em diversos pontos do aterro ou do enrocamento; Na saída, pode-se também instalar uma central, para carregamento de caminhões.
16 Transporte Calhas e tubulações Na execução de aterros hidráulicos, o transporte do material da área de empréstimo até a barragem pode ser feito na forma de lama, através de calhas ou de tubulações. As calhas são usadas quando existe diferença de nível entre os dois locais, sendo a lama Transportada por gravidade. As tubulações são usadas quando há necessidade de bombeamento. Este tipo de transporte é muito utilizado na construção de barragens para contenção de rejeitos, quando se utiliza o próprio rejeito como material de construção. Antes do seu lançamento, o rejeito pode passar por hidro ciclones, que separam as partículas grossas, que são aproveitadas na construção da barragem, das partículas mais finas, que são lançadas no reservatório.
17 Espalhamento O material é lançado sobre a superfície do maciço, em camadas, pilhas ou leiras. As pilhas e leiras são espaçadas, de forma a serem espalhadas por trator de lâmina ou motoniveladora, formando uma camada com a espessura desejada, sem necessidade de conduzir o material a grandes distâncias; O espalhamento do material deve ser feito em direção paralela ao eixo da barragem (assim como a compactação), para se evitar a formação de eventuais caminhos preferenciais de percolação na direção montante-jusante; A espessura de espalhamento depende do tipo de material, do equipamento compactador e, às vezes, do número de passadas para a compactação; Deve ser determinada de forma a não resultar elevado gradiente de compactação em toda a altura da camada, isto é, não deve haver variação sensível no valor da massa específica do solo, desde o topo até a base da camada e satisfazendo aos requisitos quanto ao grau de compactação desejado; Como a espessura da camada de solo lançado pode ser afetada sensivelmente pela passagem dos equipamentos de transporte carregados, as especificações de construção costumam fixar valores para a espessura medida após a compactação.
18 Espalhamento - Motoniveladora São equipamentos que apresentam grande mobilidade da lâmina de corte e precisão de movimentos e seu posicionamentos nas situações mais diversas; As lâminas podem ser anguladas em relação a um eixo vertical; Entre a lâmina e o eixo dianteiro possui um escarificador utilizado para romper o romper o solo compacto ou uma camada antiga de pavimentação;
19 Espalhamento Trator de esteira Nas barragens de enrocamento com núcleo de terra, o espalhamento do enrocamento deve ser conduzido, de forma a providenciar que os blocos maiores fiquem afastados e os menores próximos ao núcleo, para melhorar as condições de transição entre os dois tipos de materiais. Pra isto se utiliza os tratores de esteira; O trator de esteira ( Unidade escavo empurradora) que tem a capacidade de escavar e empurrar o solo; Nos materiais de serem escavados, o empuxo aumenta bastante a eficiência da operação de corte, resultando em aumento de produção.
20 Segregação e mistura de materiais Na construção de aterros devem ser removidos os blocos de rocha ou matacões de dimensões maiores que a espessura das camadas, para não prejudicarem a sua compactação; Dependendo da porcentagem de ocorrência, esses materiais podem ser removidos no próprio aterro ou antes do seu lançamento na barragem; A primeira hipótese somente é aplicável quando a porcentagem de blocos ou matacões é reduzida, realizando- se esta operação por meio de uma grade, colocada em substituição à lâmina do trator ou mesmo manualmente, se este procedimento for viável; Em caso contrário, a separação deve ser feita através de uma usina de peneiramento, sendo os materiais graúdos aproveitados em outra zona da barragem, fora do aterro.
21 Segregação e mistura de materiais - Peneiramento Peneiras vibratórias mecânicas também comumente referidas como separadores giratórios ou máquinas de triagem, são uma parte tradicional de processamento de pós de granéis sólidos. Eles classificam os materiais, separando-os por tamanho de partícula através de uma malha de tela. Usando uma combinação de movimentos horizontais e verticais por meio de um motor vibratório, espalham o material sobre uma tela em padrões de fluxo controlado.
22 Correção de umidade A correção da umidade do material do aterro, antes de sua compactação, deve ser feita predominantemente na área de empréstimo. Na área da barragem, devido às dificuldades de homogeneização, deve ser previsto apenas o ajuste final, de, no máximo, 1 %; Para compensar as perdas de umidade durante o transporte e o lançamento, o material deverá ser escavado com cerca de 1 % acima do teor desejado; Estes procedimentos garantem melhor homogeneização do aterro e maior eficiência de compactação; Quando a diferença entre a umidade natural na área de empréstimo e a desejada é muito grande, as operações de correção da umidade, seja por irrigação, seja por aeração, devem ser iniciadas com bastante antecedência em relação à de escavação; Nos casos em que é necessário acréscimo de umidade, este se faz por meio de: caminhões-pipa; grandes tanques puxados por "cavalos de scraper.
23 Correção de umidade Na construção de enrocamentos, é recomendável proceder-se à molhagem do material, para a remoção dos finos dos contatos entre os blocos, para minimizar os recalques que ocorrem após a construção; Além disso, a molhagem provoca, em certos tipos de rocha, a diminuição da sua resistência e, consequentemente, a quebra dos cantos dos blocos nos contatos, contribuindo também para a antecipação dos recalques; Esta molhagem é feita através de monitores, sendo utilizado um volume de água de cerca de 25 % do volume de enrocamento.
24 Correção de umidade - Gradeamento Quando o material de aterro se apresenta com excesso de umidade, o que ocorre principalmente após os períodos de chuva, a secagem é feita através de sua exposição ao sol, auxiliada por gradeamento contínuo da camada superficial. Se ocorreu chuva intensa ou prolongada, quando a superfície do aterro se encontrava revolvida, pode resultar em acréscimo tão elevado do teor de umidade, que será necessária a remoção de toda a camada solta, para o reinicio dos trabalhos após as chuvas; A fim de se minimizar estes problemas, na iminência de chuvas, é uma boa prática o alisamento da superfície do aterro ("selagem"), por meio de um rolo.
25 Homogeneização Esta operação é geralmente utilizada antes da compactação, para garantir uma mistura perfeita, entre o material solto, remanescente da camada inferior e o da camada lançada, como também a uniformização da umidade em toda a espessura da camada. Este procedimento garante maior eficiência e uniformidade de compactação. A homogeneização é executada por meio de uma grade de discos, puxada por trator de pneus, que geralmente permanece trabalhando continuamente a camada, enquanto são ultimados os serviços de espalhamento e acerto da sua espessura.
26 Compactação Os procedimentos para compactação e controle de um aterro são diferentes dos utilizados na construção de um maciço de enrocamento; Geralmente, as especificações para a construção de aterros estabelecem as condições para a aceitação do produto acabado, ficando a critério da empreiteira a escolha do equipamento de compactação e do número de passadas, para se chegar ao resultado desejado; O tipo de equipamento a ser usado e o número de passadas requeridas dependem do tipo de material e da espessura da camada de compactação; Os materiais impermeáveis são usualmente compactados por rolos pé-de-carneiro ou rolos pneumáticos, enquanto que os materiais permeáveis e granulares podem ser compactados por rolos vibratórios e até mesmo por trator de esteira, auxiliados por molhagem intensiva.
27 Compactação Tipos de equipamentos Atualmente existe uma grande variedade de compactadores. para cada tipo acima mencionado, puxados por diferentes tipos de equipamentos: Rolos pé-de-carneiro; Rolos do tipo "tamping ; Rolos pneumáticos pesados, de pneus grandes; Rolos vibratórios (tambor liso ou do tipo "tamping ); Compactadores manuais; Placas vibratórias.
28 Compactação Rolo pé-de-carneiro Este tipo de rolo e sua denominação tiveram origem na constatação de que os animais caminhando sobre uma superfície de terra produzia razoável compactação; O termo pé-de-carneiro foi inicialmente usado para os rolos cujas patas apresentavam uma saliência arredondada nas extremidades. Atualmente, esta denominação é utilizada para os diferentes tipos de rolos metálicos, com patas; Os pesos dos rolos e as dimensões das patas são as mais variáveis e o tipo mais padronizado é o especificado pelo U. S. Bureau of Reclamation; São usados para compactação de solos com matriz argilosa, em camadas com espessura variando entre 15 e 30 cm;
29 Compactação Rolo pé-de-carneiro (Recomendações) Os tambores não devem ter menos que 1,50 m de diâmetro, comprimento entre 1,20 e 1,80 m, com espaço entre dois tambores adjacentes de 30 a 45 cm; Cada tambor deve ser independente, para poder girar em torno de um eixo paralelo à direção do tráfego; Deve haver uma pata para cada 650 cm2 de superfície do tambor; o espaço entre os pés deve ser maior ou igual a 22,5 cm; o comprimento dos pés deve ser de, no mínimo, 22,5 cm; A seção transversal dos pés, a uma distância de 15 cm da superfície do tambor deve ser de 65 cm2 e não pode ser menor que 45 cm2, nem maior que 65 cm2, a uma distância de 20 cm dessa superfície; O peso do rolo, quando totalmente carregado, com areia e água, não deve ser menor que 6 toneladas, por metro de tambor; Os rolos devem ser providos de limpadores, para evitar que a terra fique aderida entre as patas, o que seria prejudicial à compactação.
30 Compactação Rolo Pneumático São atualmente muito utilizados, principalmente na construção de aterros de estradas, os rolos pneumáticos auto-propulsados. São mais leves (10 a 35 ton) e apresentam grande facilidade de manobras; Aplicados para solos siltes arenosos, argilas arenosas e areias com pedregulhos; a espessura da camada varia entre 10 e 20 cm; Os pneus são menores, as rodas articuladas, dispostas em dois eixos: três dianteiras e quatro traseiras ou quatro dianteiras e cinco traseiras; A pressão dos pneus varia entre 50 e 120 libras/pol², podendo ser controlada com o rolo em marcha, permitindo aumentar a área de contato pneu-solo, quando a camada ainda está fofa e diminuí-la, à medida em que vai aumentando o grau de compactação com o número de passadas.
31 Compactação Rolo Pneumático São equipados com 4 rodas pneumáticas, dispostas lado a lado; Os pneus têm capacidade de operar com pressão variando entre 80 e 100 libras/pol²; As rodas têm eixos independentes entre si e de forma a que recebam cargas iguais, quando o rolo está sendo puxado; a carga mínima é de 12 toneladas por roda; O espaçamento entre as rodas deve ser tal que a distância entre os pneus não seja maior que a metade de sua largura, quando totalmente carregados.
32 Compactação Rolo vibratório Os rolos vibratórios são usados, principalmente, na compactação e adensamento de materiais granulares (aproximação rápida das partículas); Podem ser rebocados ou auto-propulsados, com tambores lisos ou corrugados. A frequência de vibração é variável, podendo-se adapta-la. para resultar melhor eficiência de compactação, em função do tipo de material; Na compactação de enrocamentos têm sido mais utilizados os rolos de 10 toneladas que, com a vibração, introduzem impacto dinâmico, chegando a carga a atingir 25 toneladas; O princípio de funcionamento é baseado no acionamento da massa móvel colocada de forma excêntrica em relação à um eixo, que consequentemente provoca vibrações (frequências entre 1000 a 4800 ciclos por minuto) que se propagam no tambor e por sua vez no terreno; Maiores rendimentos em velocidades mais baixas; Os enrocamentos são compactados em camadas de 60 a 100 cm e, os aterros, de 15 a 30 cm de espessura.
33 Compactação Rolo vibratório
34 Compactação Rolo Tamping São rolos semelhantes ao pé-de-carneiro, com patas curtas e largas, autopropulsados ou puxados, vibratórios ou não; Podem operar com eficiência a maiores velocidades (15 a 20 km/h), enquanto que os pé-de-carneiro tradicionais operam somente em baixas velocidades (4 a 6 km/h).
35 Compactação Placa vibratória De um modo geral são utilizadas para solos granulares e soltos como areia, britas, pedras de pavimentação e asfaltos; Em barragens de terra, as placas vibratórias são utilizadas para a compactação de filtros em chaminé, e o método construtivo destes consiste em se escavar uma vala no aterro, para o seu preenchimento com areia; a espessura das camadas é da ordem de 30 cm, molhando-se intensamente a areia à medida em que a placa vibratória vai se aproximando para a sua compactação.
36 Compactação manual São utilizados para compactação de solo, nas primeiras camadas de fundação em rocha e em locais de difícil acesso aos equipamentos pesados, tais como: Junto a estruturas de concreto; Proximidades da instrumentação, para prevenir contra eventuais danos que possam ser causados pelos rolos pesados. Podem ser acionados por ar comprimido ou por motores a gasolina; a espessura das camadas é da ordem de 10 cm.
37 Compactação Solos x Equipamentos (Aplicação)
38 Compactação Solos x Equipamentos (Eficiência)
39 Compactação Enrocamentos Até a década de 60 - A maioria das grandes barragens de enrocamento era construída com blocos de rocha sã, lançados em camadas de espessura variável entre 5 e 30 metros, lavados com água na proporção entre 2:1 e 4:1, em volume (água/enrocamento). Evitar recalques excessivos e desiguais. A partir da década de 70 - Houve a necessidade de minimizar os recalques do espaldar de montante, para não prejudicar a estanqueidade da laje apoiada sobre este paramento. Os enrocamentos passaram a ser compactados com rolos vibratórios, em camadas de 60 a 90 cm de espessura. Esta prática permitiu o aproveitamento de ampla faixa de materiais rochosos, tais como, rochas moles, com certa quantidade de finos, que não eram tolerados nos enrocamentos simplesmente lançados. Atualmente, as barragens de enrocamento são predominantemente construídas em camadas compactadas.
40 Construção de elementos filtrantes O tapete drenante, do sistema de drenagem interna da barragem, geralmente fica apoiado sobre a superfície da fundação, sendo constituído de camadas múltiplas, de materiais filtrantes e drenantes, de permeabilidade elevada, para permitir o escoamento das águas que percolaram através da fundação e da barragem; Quando a superfície da fundação é horizontal ou pouco inclinada, o tapete é construído em camadas, que são compactadas por meio de rolos vibratórios ou tratores de esteira, imediatamente após intensa molhagem; Quando a superfície tem forte inclinação, como nas ombreiras, a construção do tapete é conduzida juntamente com o aterro, em pequenos lances, sendo a sua compactação feita por meio de placa vibratória ou de rolo pneumático.
41 Construção de elementos filtrantes Os filtros em chaminé, verticais ou inclinados, geralmente são constituídos de um único material, na maioria das barragens, de areia grossa natural. Sua espessura é da ordem de 1 metro, geralmente adotada em função da mínima dimensão requerida para a sua construção. Podem ser construídos em camadas finas, de espessura igual a uma ou duas vezes à espessura do aterro, lançadas antes e compactadas juntamente com este, por meio de rolo vibratório ou pneumático; Também podem ser construídos após o aterro ter atingido uma certa espessura, da ordem de 1 a 2 metros, por escavação deste e substituição por material de filtro, sendo compactado em camadas, por meio de placa ou de pequeno rolo, vibratórios.
42 Construção de elementos filtrantes Escavação do aterro (Filtros verticais) Construção paralela (Filtros inclinados)
43 Construção de elementos filtrantes (Transição) Os materiais de transição são compactados com rolos vibratórios ou pneumáticos, tomando-se precauções para que o aterro adjacente à transição não fique sem compactação.
44 Construção do Rip-Rap Após a construção de uma certa espessura de aterro. Toda a terra solta sobre a face do talude é raspada, por meio de um trator de lâmina e espalhada sobre a superfície do aterro; A seguir, é lançada a camada de transição e o "rip-rap ; Quando se dispõe de enrocamento bem graduado, pode-se construir o "rip-rap" sem camada de transição, adotando-se a técnica de espalhar o enrocamento de cima para baixo, com a lâmina do trator abaixada, que vai sendo gradativamente levantada à medida em que o trator vai descendo pela superfície do talude; Assim, consegue-se fazer com que o material mais fino fique em contato com o aterro, que servirá de transição para os grandes blocos, a serem colocados no lance seguinte de construção do "rip- rap".
45 Construção do Rip-Rap
46 Sequência construtiva Pequena Barragem (MG) Construção da fundação Abertura de vala Preenchimento com solo argiloso Compactação Construção do aterro Transporte + espalhamento Umedecimento Compactação
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