BOLETIM DIÁRIO DO TEMPO

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1 08 Junho de 2011 Sumário BOLETIM DIÁRIO DO TEMPO... 2 Boletim do Tempo para 08 de junho (CHUVA)... 2 Boletim Técnico CPTEC... 8 Nível 250 hpa... 8 Nível 500 hpa... 8 Nível 850 hpa... 8 Superfície

2 BOLETIM DIÁRIO DO TEMPO Boletim do Tempo para 08 de junho (CHUVA) As imagens de satélite do dia 08 de junho (Figura 01) mostraram bastante nebulosidade na costa do Pará desde as primeiras horas do dia. Apenas a região mais ao sul do Estado apresentou céu praticamente limpo, com apenas algumas nuvens rasas em baixos níveis. As 18:00 GMT, já se observava a presença de uma linha de instabilidade bem organizada e com várias torres de cumulus em sua composição. O sistema se estendeu por parte do litoral paraense e pelo estado do Amapá, até a Guiana Francesa. Na imagem das 21:00 GMT (Figura 02), observou-se que a linha de instabilidade se propagou mais para o interior do continente. Observou-se também, convecção por quase toda região amazônica e a zona de convergência intertropical estava em sua posição mais ao norte. Através da Figura 03, que mostra os sistemas convectivos as 21:00 GMT, é possível verificar que a maioria dos sistemas associados a linha de instabilidade estavam em fase de crescimento e outro em estágio maduro. A intensidade de precipitação estimada as 21:00 GMT (Figura 04) mostra os núcleos de chuva associados com a convecção profunda que compõe a linha de instabilidade. Tais núcleos atingiram os 45 mm/h. Quando se observa a intensidade de precipitação medida pelos disdrômetros parsivel e joss (Figura 05), instalados no sítio Outeiro, entre os horários das 21:29 e 21:59 GMT, tem-se um pico as 21:35 GMT de 216,5 mm/h, no parsivel. Tanto o joss, quanto os pluviômetros registraram valores máximos em torno de 110 mm/h. O CAPPI do radar meteorológico (Figura 06) Banda X instalado em Belém mostra a refletividade da linha de instabilidade a 2 km, no momento em que passou sobre a região as 21:33 GMT. A refletividade do sistema atingiu o 50 dbz, o que equivale a mais de 40 mm/h de intensidade de chuva. O RHI (Figura 07) no azimute de Outeiro revela a estrutura vertical do sistema. A refletividade da célula mostrada ultrapassou 50 dbz as 21:30 GMT. Por fim, os dados coletados na torre meteorológica instalada no sítio Outeiro revelam as variações de temperatura, umidade, velocidade e direção do vento antes e após a passagem da linha de instabilidade (Figura 08). A temperatura variou em torno de 4 C. Observou-se uma brusca diminuição da umidade, seguida de um forte aumento. Nestes instantes, a variação foi de quase 10%. Quanto a velocidade do vento, observou-se um pico as 21:35 GMT de 10,7 ms -1. Na direção, percebe-se um giro do vento que antes das 21:20 GMT era de nordeste e após este horário passou a ser de sudeste. 2

3 (a) (b) (c) (d) Figura 1. Imagens do Satélite GOES-12 às (a) 00:00 GMT, (b) 06:00 GMT, (c) 12:00 GMT e (d) 18:00 GMT do dia 08 de junho de 2011 recortadas para o Estado do Pará. 3

4 Figura 2. Imagem do Satélite GOES-12/METEOSAT às 21:00 GMT do dia 08 de junho de Figura 3. Sistemas convectivos observados na imagem das 21:00 GMT do satélite GOES determinado pelo sistema FORTRACC (CPTEC/DSA) no dia 08 de junho de 2011 e sua fase no ciclo de vida (amarelo-crescimento, vermelho-maturação, verde-dissipação). Fonte: DSA/INPE. 4

5 Figura 4. Intensidade de precipitação (mm/h) estimada por satélite sobre o Estado do Pará no dia 08 de junho de 2011 as 21:00 GMT. Fonte: DSA/INPE. Figura 5. Taxa de precipitação estimada pelos disdrômetro parsivel, disdrômetro joss e por dois pluviômetros instalados no sítio Outeiro para evento observado no dia 08 de junho de

6 Figura 6. Radar meteorológicoo Banda x das 21:33 GMT do dia 08 de junho de Figura 7. RHI (Range Height Indicator) do sistema observado sobre Belém no dia 08 de junho de 2011 às 21:30 GMT. 6

7 (a) (b) Figura 8. (a) Temperatura ( C) e umidade relativa (%) e (b) direção ( ) e velocidade (m/s) do vento entre as 21:00 e 22:30GMT de 08 de junho de 2011 no sítio Outeiro. Por Clênia R. Alcântara 7

8 Boletim Técnico CPTEC Nível 250 hpa Na análise da carta sinótica de altitude (250 hpa) da 00Z desta quarta-feira (08/06), nota-se um cavado bastante amplificado atuando de maneira meridional entre SP e o Atlântico, sendo contornado pelo ramo norte do Jato Polar (JPN). Ao longo do dia de ontem este sistema auxiliou na formação da onda frontal em superfície, que provocaram forte instabilidade entre o Paraguai, parte da Região Sul e SP. Através das imagens de satélite ainda nota-se bastante instabilidade na vanguarda deste cavado, sobre o Atlântico. Na retaguarda nota-se a crista atuando sobre o Uruguai. Um Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN) é visto entre o Pacífico e o extremo sul do continente (50S/78W), que é contornado pelos ramos sul (JPS) e norte do Jato Polar. O Jato Subtropical (JST) atua entre a Bolívia, parte das Regiões Centro-Oeste e Sudeste, prolongando-se pelo Atlântico com circulação anticiclônica. Verifica-se a persistência da circulação anticiclônica posicionada sobre o oeste do Estado de Pernambuco, e seu escoamento atua sobre todo Nordeste grande parte do Norte do país. Nível 500 hpa Na análise da carta sinótica de nível médio (500 hpa) da 00Z desta quarta-feira (08/06), nota-se a presença de uma circulação anticiclônica, através das linhas de corrente, centrada sobre a Região Norte. Deste sistema desprende-se uma área de crista que cobre o norte da Região Nordeste. Este comportamento atmosférico gera subsidência, inibindo a formação de nebulosidade sobre o Sul da Região Norte, e parte do Nordeste e Centro-Oeste do país. Neste nível também se observa a presença do cavado meridional e amplificado entre SP e o Atlântico, dando suporte a onda frontal em superfície. Contornando a borda norte deste sistema observa-se fortes ventos, e temperaturas de até -18C no centro deste sistema, indicando um área altamente baroclínica. Nota-se a presença de um Vórtice Ciclônico (VC) com núcleo de 5160 mgp e isoterma de -30C no Pacífico em 50S/80W. Sistema semelhante é observado sobre o Atlântico, a sul de 50S. Nível 850 hpa Na análise da carta sinótica de nível baixo (850 hpa) da 00Z desta quarta-feira (07/06), nota-se uma área de circulação ciclônica sobre o Atlântico, centrada em 31S/25W, associada a Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS), de onde desprende-se uma crista que atua em parte do Nordeste, Centro-Oeste e Norte do país. Ventos mais significativos associados a este sistema 8

9 atuam sobre a costa da Região Nordeste entre o leste do Estado de Pernambuco e o Estado do Rio Grande do Norte. Este comportamento contribui para a advecção de leste alimentando de umidade a coluna troposférica média e baixa, combustível para a formação de instabilidade sobre o litoral destes estados. O significativo cavado entre 250 e 500 hpa se reflete neste nível como uma área de baixa pressão de 1330 mgp, centrado a leste do RS, com ventos fortes contornando o sistema. Mais ao sul, na altura do paralelo 50S e entre o Pacífico e extremo sul do continente, observa-se outra área de baixa pressão, também vista nos níveis superiores, que tem associado em superfície um ciclone extratropical ocluso. Superfície Na análise da carta sinótica de superfície da 00Z desta quarta-feira (08/06), observa-se o ramo frio de um sistema frontal sobre MS, SP e seguindo pelo Atlântico até o centro de baixa pressão de 996 hpa centrada em 32S/45W. Nota-se também um sistema frontal com o ramo frio sobre a Argentina. Este sistema tem associado uma baixa pressão já oclusa sobre o Pacífico em 49S/79W. Acoplado ao sistema frontal citado observa-se uma frente estacionária e fria sobre o Atlântico. Um cavado é observado no Atlântico, na altura da costa do Nordeste, porém bem afastado da costa. A Alta Subtropical do Pacífico Sul (ASPS) está centrada em 30S/91W com valor pontual de 1023 hpa. A Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) tem valor pontual de 1025 hpa centrada em 33S/25W. A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) oscila em torno de 9N e 10N sobre o Pacífico. Sobre o Atlântico, este sistema oscila em torno de 5N e 9N. 9