BOLETIM PROJETO CHUVA 21 DE JUNHO DE 2011

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1 BOLETIM PROJETO CHUVA 21 DE JUNHO DE 2011 Condições Climáticas A Figura 1a mostra as anomalias de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) sobre a Bacia do Oceano Atlântico Tropical. Verifica-se ainda uma extensa área com águas mais aquecidas entre 10ºN e 20ºN. Enquanto que na região equatorial predomina o padrão de neutralidade, com pequenas anomalias positivas e negativas ao longo do litoral oeste da África. Essa distribuição das condições térmicas do oceano inibe a formação de nuvens convectivas na costa norte e nordeste do Brasil. A Figura 1b mostra que a distribuição da precipitação acumulada de 24hs. Nesta Figura pode-se observar que a maior quantidade de precipitação esta restrita ao Estado do Amapá, região nordeste do Estado do Pará e ao Baixo Amazonas, que vem recebendo influencia direta da nebulosidade associada às Ondas de Leste. Vale ressaltar que na divisa dos Estados do Maranhão e Pará, a circulação de brisa marítima intensificou a formação de nuvens que causaram chuvas moderadas. Figura 1: Anomalia de TSM (a) para o período de 10 a 20 de Junho de Precipitação Acumulada (b) para o dia 21 de Junho de Fonte: National Centers for Environmental Prediction (NCEP), processado pelo Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM).

2 Análise Sinótica A nebulosidade associada com os sistemas é mostrada na Figura 2 abaixo. Nesta Figura é possível observar que a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) oscila sobre o Oceano Atlântico entre 6ºN e 8ºN, posição climatológica normal para o período. Vale ressaltar a nebulosidade localizada na costa nordeste do Brasil, que apresenta padrão de Onda de leste, porém este sistema já encontra-se em estágio de enfraquecimento. A massa de ar seco persiste na porção central do Brasil, com isso o tempo continua firme nos estados do Goiás, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão e extremo sul do Pará. Destaque para a formação de nuvens convectivas sobre a região nordeste do Estado do Pará, intensificadas pela circulação de brisa, que se deslocaram de leste para oeste e provocaram os maiores volumes de chuva, principalmente em Belém. Figura 2: Imagem de satélite no canal Infravermelho (IR) às 18 GMT de 21 de Junho 2011 do METEOSAT 9. Fonte: SIPAM. Mesoescala 06-12GMT dia 21/06/11 A Figura 3a mostra muita nebulosidade logo nas primeiras horas do dia, com tempo nublado e com chuvas tanto no Baixo Amazonas (Oriximiná, Óbidos e Alenquer) como no nordeste do estado (Porto de Moz, Cametá, Baião). A Região Metropolitana de Belém (RMB) amanheceu com tempo nublado e com chuvas leves e isoladas. Somente o extremo sul do Pará (Ourilândia do Norte, Cumaru do Norte, Santana do Araguaia e Santa Maria das Barreiras) iniciou o dia com muito sol, pouca nebulosidade e altas temperaturas. No horário das 12 GMT (Figura 3b) pode-se observar uma melhora nas condições de tempo, principalmente na região próxima ao município de Cametá.

3 Mesoescala 18 GMT dia 21/06/11 e 00GMT dia 22/06/11 No período da tarde (Figura 3c), notam-se poucas nuvens convectivas sobre todo o Estado do Pará. Por este motivo, foram registrados baixos valores de precipitação na precipitação acumulada das últimas 24 horas (Figura 1b). As chuvas ocorreram em forma de pancadas em áreas isoladas, e ficou restrita à faixa litorânea paraense. Os maiores volumes registrados foi em Belém e Porto de Moz (Figura 3d). (a) (b) (c) (d) Figura 3: Imagens de satélite GOES-12 realçadas no canal infravermelho (IR) referentes aos horários de (a) 06 GMT do dia 21/06/11, (b) 12 GMT do dia 21/06/11, (c) 18 GMT do dia 21/06/11 e (d) 00 GMT do dia 22/06/11. Fonte: CPTEC/INPE.

4 Perfil Termodinâmico de Belém A sondagem das 12 GMT (Figura 4) mostra o perfil vertical da atmosfera em Belém, que é representado pela temperatura do ar (linha azul à esquerda) e da temperatura do ponto de orvalho (linha vermelha à direita). Verifica-se que a atmosfera encontra-se seca em praticamente todo o perfil, com exceção da camada úmida localizada em 550mb. O perfil do campo de vento mostra uma variação na direção de nordeste para leste. Além disso, é possível observar na sondagem, vento com intensidade moderada e com cisalhamento. A análise conjunta dos índices K e TT (dispostos na tabela) indicam uma atmosfera estável e seca no horário da sondagem, reduzindo o potencial convectivo para ocorrência de evento severo. Outro índice analisado é o CAPE (Energia Potencial Disponível para Convecção) abaixo de 1000JKg -1, ou seja, com condições de pouca instabilidade sobre a região de Belém. Figura 4: Perfil termodinâmico da atmosfera em Belém às 12 GMT para o dia 21 de Junho de 2011.

5 Informações RADAR meteorológico de Belém A Figura 5a mostra a espacialização do campo de dbz e a Figura 5b mostra a espacialização da altura do topo das nuvens, utilizado os dados do Radar de Belém, através do Software TITAN. Verificou-se para este dia um total de 307 células convectivas. A ocorrência da refletividade para o evento de chuva do dia teve variação entre dbz. Ficando para a Região Nordeste do Radar os maiores dbz dentre dbz. Para as demais regiões circundantes do radar os valores foram de dbz. Para a Região de Mosqueiro e Outeiro, a refletividade variou de dbz. Para o evento de chuva do dia 21 de junho, com 307 células convectivas mostradas na figura5b, foi registradas as alturas de células com um máximo de 16 km e um mínimo de 3 km. Para a Região de Mosqueiro e Outeiro, os valores de máximo topo foram entre 9 11 km. Entretanto, a variação de topos das células convectivas para esse evento foi de 3 17 km. Acompanhando os valores de refletividade, os topos de maior altura se posicionaram a nordeste do radar. (a) (b) Figura 5 (a) Distribuição espacial do valor de refletividade em (dbz), (b) Distribuição espacial dos valores dos topos das células convectivas (km), para o dia 21 de Junho de 2011, na área de abrangência do Radar de Belém CENSIPAM.