UECEvest Modernismo. Porfª: Jéssica Freire 11/08/2018. Psicologia de um vencido
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- Rui Flores Vilanova
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1 UECEvest Modernismo Porfª: Jéssica Freire 11/08/2018 Eu, filho do carbono e do amoníaco, Monstro de escuridão e rutilância, Sofro, desde a epigênese da infância, A influência má dos signos do zodíaco. Produndissimamente hipocondríaco, Este ambiente me causa repugnância... Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia Que se escapa da boca de um cardíaco. Já o verme este operário das ruínas Que o sangue podre das carnificinas Come, e à vida em geral declara guerra, Anda a espreitar meus olhos para roê-los, E há-de deixar-me apenas os cabelos, Na frialdade inorgânica da terra! - Augusto dos Anjos. Psicologia de um vencido 1ª(ENEM) A poesia de Augusto dos Anjos revela aspectos de uma literatura de transição designada como pré-modernista. Com relação à poética e à abordagem temática presentes no soneto, identificam-se marcas dessa literatura de transição, como: a) a forma do soneto, os versos metrificados, a presença de rimas, o vocabulário requintado, além do ceticismo, que antecipam conceitos estéticos vigentes no Modernismo. b) o empenho do eu lírico pelo resgate da poesia simbolista, manifesta em metáforas como Monstro de escuridão e rutilância e Influência má dos signos do zodíaco. c) a seleção lexical emprestada do cientificismo, como se lê em carbono e amoníaco, epigênesis da infância, frialdade inorgânica, que restitui a visão naturalista do homem. d) a manutenção de elementos formais vinculados à estética do Parnasianismo e do Simbolismo, dimensionada pela inovação na expressividade poética e o desconcerto existencial. e) a ênfase no processo de construção de uma poesia descritiva e ao mesmo tempo filosófica, que incorpora modernistas. valores morais e científicos mais tarde renovados pelos 2ª (UFRRJ) Fragmento de Triste fim de Policarpo Quaresma Policarpo era patriota. Desde moço, aí pelos vinte anos, o amor da Pátria tomou-o todo inteiro. Não fora o amor comum, palrador e vazio; fora um sentimento sério, grave e absorvente. ( ) o que o patriotismo o fez pensar, foi num conhecimentoo inteiro de Brasil. ( ) Não se sabia bem onde nascera, mas não fora decerto em São Paulo, nem no Rio Grande do Sul, nem no Pará. Errava quem quisesse encontrar nele qualquer regionalismo: Quaresma era antes de tudo brasileiro.
2 (BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. São Paulo: Scipione, 1997.) Este fragmento de Triste Fim de Policarpo Quaresma ilustra uma das características mais marcantes do Pré-Modernismoo que é o: a) Desejo de compreender a complexa realidade nacional. b) nacionalismo ufanista e exagerado, herdado do Romantismo. c) resgate de padrões estéticoss e metafísicos do Simbolismo. d) nacionalismo utópico e exagerado, herdado do Parnasianismo. e) subjetivismo poético, tão bem representado pelo protagonista. 3ª (ENEM) AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB//USP O modernismo brasileiro tevee forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que, nas artes plásticas, a a) imagem passa a valer mais que as formas vanguardistas. b) forma estética ganha linhas retas e valoriza o cotidiano. c) natureza passa a ser admirada como um espaço utópico. d) imagem privilegia uma ação moderna e industrializada. e) forma apresenta contornos e detalhes humanos. 4ª(ENEM) Poética, de Manuel Bandeira, é quase um manifesto do movimento modernista brasileiro de No poema, o autor elabora críticas e propostas que representam o pensamento estético predominante na época. Poética Estou farto do lirismo comedido Do lirismo bem comportado Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e manifestações de apreço ao Sr. diretor.
3 Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o cunho vernáculo de um vocábulo. Abaixo os puristas [...] Quero antes o lirismo dos loucos O lirismo dos bêbedos O lirismo difícil e pungente dos bêbedos O lirismo dos clowns de Shakespeare - Não quero mais saber do lirismo que não é libertação. (BANDEIRA, Manuel. Poesia completa e prosa. Rio de janeiro: José Aguilar, 1974) Com base na leitura do poema, podemos afirmar corretamente que o poeta: Critica o lirismo louco do movimento modernista. b) Critica todo e qualquer lirismo na literatura. c) Propõe o retorno ao lirismo do movimento clássico. d) Propõe o retorno do movimento romântico. e) Propõe a criação de um novo lirismo 5ª (ENEM) O uso do pronome átono no início das frases é destacado por um poeta e por um gramático nos textos abaixo. Pronominais Dê-me um cigarro Diz a gramática Do professor e do aluno E do mulato sabido Mas o bom negro e o bom branco Da Nação Brasileira Dizem todos os dias Deixa disso camarada Me dá um cigarro. (ANDRADE, Oswald de. Seleção de textos. São Paulo: Nova Cultural, 1988.) Iniciar a frase com pronome átono só é lícito na conversação familiar, despreocupada, ou na língua escrita quando se deseja reproduzir a fala dos personagens (...). (CEGALLA. Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. São Paulo: Nacional, 1980.) Comparando a explicação dada pelos autores sobre essa regra, pode-se afirmar que ambos: a) Condenam essa regra gramatical. b) Acreditam que apenas os esclarecidos sabem essa regra.
4 c) Criticam a presença de regras na gramática. d) Afirmam que não há regras para uso de pronomes. e) Relativizam essa regra gramatical. 06ª. Vunesp-SP Quais destes fragmentos resumem propostas do Modernismo brasileiro? I. A língua sem arcaísmo, sem erudição. Natural e neológica. A contribuição milionária de todos os erros. Como somos. II. Contra o índio de tocheiro. O índio filho de Maria, afilhado de Catarina de Médicis e genro de D. Antônio de Mariz. III. A pena é um pincel. Eu limo sonetos engenhosos e frios. IV. Nomear um objeto significa suprimir as três quartas partes do gozo de uma poesia, que consiste no prazer de adivinhar pouco a pouco. Sugerir, eis o sonho. V. A poesia existe nos fatos. Os casebres de açafrão e de ocre nos verdes da favela, sob o azul cabralino, são fatos estéticos. a) I, III e IV b) I, II e III c) I, II e V d) II, III e IV e) II, IV e V SENTIMENTAL Ponho-me a escrever teu nome com letras de macarrão. No prato, a sopa esfria, cheia de escamas E debruçados na mesa todos contemplam esse romântico trabalho. Desgraçadamente falta uma letra, uma letra somente para acabar teu nome! - Está sonhando? Olhe que a sopa esfria!
5 Eu estava sonhando... E há em todas as consciências um cartaz amarelo: Neste país é proibido sonhar. 7ª Esse poema é caracteristicamente modernista, porque nele: Carlos Drummond de Andrade a) A uniformidade dos versos reforça a simplicidade dos sentimentos experimentados pelo poeta. b) Tematiza-se o ato de sonhar, valorizando-se o modo de composição da linguagem surrealista. c) Satiriza-se o estilo da poesia romântica, defendendo os padrões da poesia clássica. d) A linguagem coloquial dos versos livres apresenta com humor o lirismo encarnado na cena cotidiana. e) O dia a dia surge como novo palco das sensações poéticas, sem imprimir a alteração profunda na linguagem lírica. 8ª Leia o poema abaixo: Retrato Eu não tinha este rosto de hoje, assim calmo, assim triste, assim magro, nem estes olhos tão vazios, nem o lábio tão amargo. Eu não tinha estas mãos sem força, tão paradas e frias e mortas, eu não tinha este coração que nem se mostra. Eu não dei por esta mudança, tão simples, tão certa e fácil: - Em que espelho ficou perdida
6 a minha face?" (Cecília Meireles) Assinale a alternativa INCORRETA de acordo com o poema: a) A expressão "mãos sem força", que aparece no primeiro verso da segunda estrofe, indica um lado fragilizado e impotente do "eu" poético diante de sua postura existencial. b) As palavras mais sugerem do que escrevem, resultando, daí, a força das impressões sensoriais. Imagens visuais e auditivas, em outros poemas, sucedem-se a todo momento. c) O tema revela uma busca da percepção de si mesmo. Antes de um simples retrato, o que se mostra é um autorretrato, por meio do qual o "eu" poético olha-se no presente, comparandose com aquilo que foi no passado. d) Não há no poema o registro de estados de ânimo vagos e quase incorpóreos, nem a noção de perda amorosa, abandono e solidão. Comunhão Todos os meus mortos estavam de pé, em círculo, eu no centro. Nenhum tinha rosto. Eram reconhecíveis pela expressão corporal e pelo que diziam no silêncio de suas roupas além da moda e de tecidos; roupas não anunciadas nem vendidas. Nenhum tinha rosto. O que diziam escusava resposta, ficava, parado, suspenso no salão, objeto denso, tranquilo. Notei um lugar vazio na roda. Lentamente fui ocupá-lo. Surgiram todos os rostos, iluminados. (ANDRADE, Carlos Drummond de. Antologia Poética. 48.ed. Rio de Janeiro: Record, p. 352.) 8ªSobre o autor desse poema, é INCORRETO afirmar que: a) é um dos representantes da chamada fase heroica do Modernismo Brasileiro. b) Sua obra é tradicionalmente dividida em quatro fases: fase gauche, fase social, fase filosófica ou nominal e fase final, também conhecida como fase de memórias. c) Entre seus poemas, estão Confidência do itabirano e Congresso Internacional do Medo. d) O poeta trabalha sobretudo com o tempo, lançando-se ao encontro da história contemporânea e da experiência coletiva, com notável engajamento social e político. e) Na década de 50 sua poesia tomou novos rumos e passou a seguir duas orientações: de um
7 lado, uma poesia reflexiva, filosófica e metafísica; de outro, a poesia nominal com tendência ao Concretismo. 9ª (PUC-RS) Não faças versos sobre acontecimentos. Não há criação nem morte perante a poesia. Diante dela, a vida é um sol estático, não aquece nem ilumina. Uma das constantes na obra poética de Carlos Drummond de Andrade, como se verifica nos versos transcritos, é: a) louvação do homem social b) o negativismo destrutivo c) a violação e desintegração da palavra d) o questionamento da própria poesia. e) o pessimismo lírico. 10ª(UNIARAXÁ) Leia o fragmento abaixo transcrito da obra Vidas Secas e responda à questão a seguir: Vivia longe dos homens, só se dava bem com animais. Os seus pés duros quebravam espinhos e não sentiam a quentura da terra. Montado, confundia-se com o cavalo, grudava-se a ele. E falava uma linguagem cantada, monossilábica e gutural, que o companheiro entendia. A pé, não se aguentava bem. Pendia para um lado, para o outro lado, cambaio, torto e feio. Às vezes, utilizava nas relações com as pessoas a mesma língua com que se dirigia aos brutos exclamações, onomatopeias. Na verdade falava pouco. Admira as palavras compridas e difíceis da gente da cidade, tentava reproduzir algumas em vão, mas sabia que elas eram inúteis e talvez perigosas. (Graciliano Ramos) No texto, a referência aos pés: (A) Constitui um jogo de contrastes entre o mundo cultural e o mundo físico do personagem. (B) Acentua a rudeza do personagem, em nível físico. (C) Justifica-se como preparação para o fato de que o personagem não estava preparado para caminhada. (D) Serve para demonstrar a capacidade de pensar do personagem. (E) nda
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