DA PROVA PERICIAL. Corpo delito, se adianta, é o conjunto dos elementos materiais e sensíveis do fato delituoso.

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1 DA PROVA PERICIAL ROGÉRIO TADEU ROMANO Procurador Regional da República aposentado e advogado I DO CONCEITO DE PERÍCIA E SUA REALIZAÇÃO A perícia, na lição de MARQUES 1, é a prova destinada a levar ao juiz elementos instrutórios sobre as normas técnicas e sobre fatos que dependam de reconhecimento especial. A prova pericial é prova técnica na medida em que pretende certificar a existência de fatos cuja certeza somente seria possível através de conhecimentos específicos. Escreveu Rojas 2 que o perito deve esgotar a investigação, analisando com muita prudência os dados fornecidos pela partes, estudar de forma objetiva os fatos, não se embandeirar no feito, confundindo a sua função com a de advogado; saber que seu imperativo é a imparcialidade, não se precipitando em formar uma opinião sobre os fatos, antes de submetê-los a uma meditação prolongada. Quando a infração deixar vestígios será indispensável o exame de corpo de delito, seja ele direto ou indireto, não podendo ser suprido pela confissão do acusado. Corpo delito, se adianta, é o conjunto dos elementos materiais e sensíveis do fato delituoso. Quanto ao exame de corpo de delito é obrigatório para a autoridade a determinação da perícia quando a infração deixar vestígios, como se lê do artigo 158 do Código de Processo Penal. Nas demais perícias há uma faculdade da autoridade judicial ou das partes para a sua realização. É o que se diz no artigo 184 do Código de Processo Penal, de onde se tem a conclusão de que evita-se a realização de perícia dita como 1 José Frederico Marques, Elementos de direito processual penal, Rio de Janeiro, Forense, 1961, pág Nerio Rojas, Medicina Legal, 1936, tomo I, pág

2 impertinente, desnecessária, razão pela qual deixa-se ao prudente entendimento do juiz a sua realização, devendo a parte que se interesse por sua realização convencê-lo de sua conveniência. Dispõe o artigo 159 do Código de Processo Penal que os exames de corpo de delito e as outras perícias serão, em regra, feitos por peritos oficiais. Sendo oficiais, podem os peritos desempenhar funções independentemente de nomeação da autoridade policial ou do juiz. Não havendo peritos oficiais, o exame será feito por duas pessoas idôneas, escolhidas de preferência as que tiverem habilitação técnica, a teor do artigo 159, 1º do Código de Processo Penal. Referindo-se a lei à preferência para os que têm habilitação técnica, já se disse que nada impede que, na ausência de profissionais legalmente habilitados, sejam nomeadas pessoas sem esse preparo técnico como já decidiu o Supremo Tribunal Federal 3. O Supremo Tribunal Federal editou a Súmula 361 no sentido de que, no processo penal, é nulo o exame realizado por um só perito, considerando-se impedido o que tiver funcionado, anteriormente, na diligência da apreensão. É nulidade relativa, que deve ser alegada em momento oportuno, comprovando-se o prejuízo. Registro que a partir da edição da Lei /08 a perícia poderá ser realizada por apenas um perito oficial, que seja portador de diploma de curso superior, de preferência na área específica, de preferência dentre aqueles que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame, a teor do artigo 159, 1º, do Código de Processo Penal. Na hipótese de ausência de perito oficial na comarca ou no juízo, o exame será realizado por duas pessoas idôneas, necessariamente portadoras de diploma de nível superior, preferencialmente na área específica, dentre aqueles que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame(artigo 159, 1º do Código de Processo Penal). No caso dos crime de tráfico de drogas e entorpecentes, a Lei /06 determinava que não havendo perito oficial, o laudo de constatação oficial será elaborado por pessoa idônea, que tenha um nível razoável de conhecimento na matéria. Exige-se apenas um perito oficial para comprovação definitiva da natureza da substância entorpecente. Poderão os peritos realizarem provas microfotográficas, que são fotografias de dimensões reduzidas, que servem para ilustrar laudos. Aqui estamos 3 RT 581/426. 2

3 diante de provas fotográficas, que são documentos, classificados como direitos, em contraposição aos escritos e aos gráficos. A teor do artigo 165 do Código de Processo Penal para representar as lesões encontradas no cadáver, os peritos, quando possível, juntarão ao laudo do exame, provas fotográficas, esquemas(figura desenhada representativa do corpo humano) ou desenhos rubricados. As fotos deverão ser colhidas bem próximas aos ferimentos, de modo a facilitar a visualização das partes, e permitir uma melhor análise e debate durante a instrução. Aliás, os peritos têm a tradição de colocar setas indicativas do ferimento. Por sua vez, se a perícia for realizada por via de precatória, a nomeação competirá ao juiz deprecado, a menos que se trate de ação penal privada e haja acordo entre as partes. O artigo 160 do Código de Processo Penal determina que os peritos descreverão, de forma minuciosa, o que examinarem e responderão aos quesitos formulados. No laudo haverá explicação minuciosa do fato, destacando-se 4(quatro) partes: preâmbulo, exposição, discussão e conclusões. O preâmbulo contém o nome dos peritos, seus títulos e objeto da perícia. A exposição é a narração de tudo quanto foi observado. A discussão é a análise crítica dos fatos observados, com exposições de argumentos, razões ou motivos que informam o parecer do perito. Na conclusão, ele responde de forma sintética aos quesitos do juiz e das partes. Os expertos, ao findarem o exame, devem guardar material suficiente do produto analisado para realizarem, se for o caso, uma contraprova, que significa uma nova perícia para confirmar a primeira, quando nela se encontrarem falhas insuperáveis ou para que algumas das partes possa questionar a conclusão obtida pelos peritos através de sua verificação. O prazo de cinco dias para conclusão da perícia pode ser dilatado. Se houver divergências entre os peritos serão consignadas nos autos do exame as declarações e respostas de um e de outro e cada um redigiria separadamente o seu laudo, artigo 180, primeira parte do Código de Processo Penal. Vigora o sistema liberatório onde o juiz tem inteira liberdade para aceitar o rejeitar o laudo produzido pelos peritos. Isso porque vigendo o sistema da livre apreciação da prova, não está o juiz obrigado e adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo no todo ou em parte(artigo 182 do Código de Processo Penal). Percebe-se, de outro modo, que o Código de Processo Penal estabelece, em alguns casos, provas tarifadas, como é o caso do exame de corpo delito para os crimes que deixem vestígios. Se há, nos autos, a juntada de um laudo toxicológico, 3

4 comprovando que o material apreendido não é substância tóxica, certamente não irá o juiz rejeitá-lo, condenando o réu. Por outro lado, o juiz, sem qualquer fundamentação lógica, não pode dizer que alguém, em incidente de insanidade, é saudável, se o laudo determinou que possuía uma patologia que o levava a inimputabilidade. O juiz, na análise da pericia, não pode enveredar no terreno perigoso e tortuoso do capricho, da arbitrariedade, e, sem melhor fundamentação, justificar razões para não seguir um laudo pericial. Se não concorda que tal ou qual substância era entorpecente, por razão motivada, deve determinar nova perícia, mas, não, sem maior justificação, substituir-se à pericia. A não ser que os resultados da perícia fujam à lógica do razoável quando então a descartará. O juiz deve ouvir ainda os assistentes técnicos indicados pelas partes, que poderão lhe dar maiores dados para decisão como explicita a Lei /2008. Nosso sistema processual não trabalha com uma hierarquia de provas, tendo em vista que o juiz atua com liberdade de convencimento, dele se exigindo a motivação sob pena de nulidade absoluta da decisão. Com a edição da Lei /2008 as partes poderão formular quesitos e indicarem assistentes técnicos que atuará a partir de sua admissão em juízo. Uma vez produzida a prova pericial, o contraditório somente seria realizado perante a jurisdição e limitado ao exame acerca da idoneidade do profissional responsável pela perícia e das conclusões por ele alcançadas, ou seja, a qualidade técnica do laudo e o cumprimento das normas na matéria. Lembre-se que a prova que é produzida na fase inquisitorial do inquérito policial deverá ser repetida na fase de instrução processual observado o devido contraditório. Na fase inquisitorial, não é observada a participação da defesa na produção da prova que não e feita perante um juiz, uma vez não provocada a jurisdição. Há entendimento de que o indiciado, por seu defensor, pode apresentar quesitos, na fase extrajudicial, quando se tratar de prova pericial pré-constituída. Essa a posição de Nucci 4 Oliveira 5 bem aduz que certas medidas devem ser encetadas sem o conhecimento e sem a participação da defesa, ao lembrar o modelo de investigação existente, sob pena de inviabilização completa da persecução penal. Mas, conclui que a prova pericial deve, sempre que possível, contar com a contribuição e a fiscalização da defesa, desde o início, para a garantia não só do contraditório, mas ainda da amplitude da defesa. A bem do devido processo legal essa a melhor assertiva. 4 Guilherme de Souza Nucci, Código de Processo Penal Comentado, 10ª edição, São Paulo, Ed. Revista dos Tribunais, pág Eugênio Pacelli de Oliveira, Curso de Processo Penal, 10ª edição, Rio de Janeiro, Lumen Juris, Editora, pág

5 Quando a perícia tiver sido realizada na fase de inquérito, a defesa irá se manifestar na fase de defesa escrita(artigo 396 A do Código de Processo Penal). Quando a perícia se realizar em juízo, o prazo a ser obedecido será o da antecedência da audiência a ser designada, artigo 159, 5º, I, CPP). II DO EXAME DO CORPO DE DELITO E O CORPO DE DELITO Dispõe o artigo 159 do Código de Processo Penal que os exames de corpo de delito e as outras perícias serão, em regra, feitos por peritos oficiais. Sendo oficiais, podem os peritos desempenhar funções independentemente de nomeação da autoridade policial ou do juiz. Corpo de delito é o conjunto de vestígios materiais deixados pela infração penal, a materialidade do crime, aquilo que se vê, apalpa, sente, pode ser examinado através dos sentidos. O corpo de delito é a prova da existência do crime. Para Magalhães Noronha 6 a expressão corpo de delito tem duas acepções. Numa é sinônimo de fato típico, fato que tem tipicidade, do que se submete ou se adequa ao tipo. Magalhães Noronha ainda traz outro sentido: corpo de delito é o conjunto dos elementos materiais e sensíveis do fato delituoso. Para Nucci 7 exame de corpo de delito é a verificação da prova da existência do crime feita pelos peritos feita pelos peritos ou por intermédio de outras evidências quando os vestígios desaparecem. Para ele, o corpo de delito é a materialidade do crime, a prova de sua existência. É o conjunto de elementos físicos, materiais, contidos na definição de crime, como alertou Tucci 8 Há infrações que deixam vestígios materiais, como os crimes de homicídio, lesões corporais, falsificação, estupro. Há outros crimes que não deixam vestígios, como a calúnia, a difamação, a injúria, o desacato. Em crimes onde há vestígios materiais haverá sempre o corpo delito. Quando a infração deixa vestígios, é necessário que se faça uma comprovação dos vestígios materiais por ela deixados, ou seja, que se realize o exame do corpo de delito. Vestígio é o rastro, pista ou o indício deixado por algo ou alguém. O exame de corpo de delito é um ato em que se descrevem as observações dos peritos e o corpo de delito é o crime em sua tipicidade. É espécie de 6 E. Magalhães Noronha, Curso de Direito Processual Penal, 11ª edição, São Paulo, Ed. Saraiva, pág Guilherme de Souza Nucci, Código de Processo Penal comentado, São Paulo, RT, 10ª edição, pág Rogério Lauria Tucci, Do corpo de delito no processo penal brasileiro, pág

6 prova pericial que constata a materialidade do crime investigado realizadas, em regra, por peritos oficiais, sendo que atualmente basta um perito oficial, ou técnicos auxiliares de peritos estatais. O exame do corpo de delito deve ser realizado logo que o fato torna-se conhecido da autoridade policial. Por certo o corpo de delito se comprova através da perícia. O laudo deve registrar a existência do próprio delito. Já se disse que quando a infração deixar vestígios, será indispensável a realização do exame de corpo de delito, direto ou indireto. Tal se dá nos homicídios(exame necroscópico), lesão corporal(exame de ofensas físicas, fisiológicas ou mentais), estupro(exame de conjunção carnal). Quando o crime deixa vestígios é indispensável o exame do corpo de delito, direto ou indireto, consoante o artigo 158 do Código de Processo Penal. Trata-se de nulidade absoluta, se havendo crime de homicídio, não for produzido um laudo necroscópico. Para Oliveira 9, na linha de Tornaghi 10, não se vê na regra do artigo 167(não sendo possível um exame de corpo de delito, pelo desaparecimento de vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta) uma espécie de exame de corpo de delito indireto. Para eles, a prova será exclusivamente testemunhal. Assim para Oliveira 11 o exame indireto será feito por perito oficial, só que a partir de informações prestadas por testemunhas ou pelo exame de documentos relativos aos fatos cuja existência se quer provar, quando será feito um conhecimento técnico por dedução. O corpo de delito indireto produz-se mediante a prova pessoal, envolvendo interrogatório ao réu, depoimento de testemunhas, por exemplo. Assim admite-se que os peritos façam a perícia por outros meios de prova admitidos como fotografias, exames de fichas clinicas, etc. Parece-nos diversa a posição de Tourinho Filho 12 e Magalhães Noronha 13 para quem o exame de corpo de delito indireto é composto pelo depoimento das testemunhas. Ora, o exame do corpo de delito seja direto ou indireto é sempre produzido por peritos, data vênia. De toda sorte, a autoridade policial, ao receber a notitia criminis, não mais sendo possível a realização do exame do corpo de delito, em face do 9 Eugênio Pacelli de Oliveira, Curso de Processo Penal, 10ª edição, Rio de Janeiro, Lumen Juris, pág Hélio Tornaghi, Instituições de Processo Penal, São Paulo, Saraiva, 1959, volume IV, pág Eugêni Pacelli de Oliveira, obra citada, pág Tourinho Filho, Código de Processo Penal Comentado, volume I, pág Magalhães Noronha, Curso de Direito Processual Penal, São Paulo, Ed. Saraiva, pág. 104 e

7 desaparecimento dos vestígios, deverá certificar-se da existência de testemunhas do fato investigado. Cabe ao juiz, antes de sentenciar, determinar seja providenciado do exame pericial, sob pena de nulidade da sentença como se lê do artigo 564, III, b, do Código de Processo Penal. Tal laudo pode ser juntado durante a instrução e até as razões finais. Já decidiu o Supremo Tribunal Federal que o laudo pericial pode ser apresentado ao longo da instrução criminal. 14 Há situações em que as infrações não deixam vestígios ou estes não são encontrados, desaparecem, não permanecem, impossibilitando o exame indireto. É o caso conhecido do homicídio realizado por afogamento quando o corpo não é encontrado. Inexistentes os vestígios, dispensa-se a perícia, fazendo-se a prova da materialidade do crime por outros meios que não o exame direto. Forma-se o corpo de delito indireto, em regra por testemunhas, como prevê o artigo 167 do Código de Processo Penal. No tocante ao crime tipificado no artigo 7º, IX, da Lei /90 e artigo 18, 6º, II, do Código de Defesa do Consumidor, cuidando-se de matéria-prima ou mercadoria em condições impróprias ao consumo, o Superior Tribunal de Justiça decidiu, diante de crime de perigo abstrato, não apto a causar vestígios, que não será indispensável a perícia, diante de precedentes no Recurso Especial PR, DJ de 16 de novembro de 2004 e ainda, dentre outros, RHC SP, DJ de 5 de fevereiro de Da mesma forma, decidiu o Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do HC RJ, Relator Ministro Vicente Leal, DJ de 29 de novembro de 1999, pág. 126, que não há necessidade de exame de corpo delito, pericia, nos crimes de sexuais, como, por exemplo, o estupro cometido por grave ameaça, por não deixar rastro visível de sua ocorrência. Pode ser punido o autor do crime desde que, por outras fontes, como a prova testemunhal, se prove o fato. Por sua vez, a violação de direito autoral, como se lê do artigo 184 do Código Penal, é crime que deixa vestígios materiais, pois acarreta a reprodução da música, filme, texto, etc. É fundamental a perícia para comprovar a contrafação. A falsidade documental é crime que deixa vestígios sendo, pois, indispensável o exame de corpo delito à luz do que se lê no artigo 158 do Código de Processo Penal, que não pode ser suprido pela prova oral produzida, se ainda presentes os documentos. 14 RHC RJ, Relator Ministro Néri da Silveira, 17 de dezembro de 1981, RTJ 101/609. 7

8 O valor da causa determina a necessidade de avaliação do que é objeto de destruição. Tal se dá sempre que o bem tiver um valor econômico. O juiz deve inquirir a testemunha sobre a materialidade do fato e suas circunstâncias e a palavra dela bastará para firmar o convencimento do julgador, à luz do principio da livre apreciação das provas. O exame do corpo de delito direito, por expressa determinação legal, é indispensável nas infrações que deixem vestígios, podendo ser substituído pela prova testemunhal quando os vestígios tenham desaparecido. Nessa linha decidiu o Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do Recurso Especial RS, Relator Ministro Felix Fischer, 26 de junho de 2007, que se era possível a realização da pericia e esta não ocorreu de acordo com as normas pertinentes a prova testemunhal não supre sua ausência. Já se decidiu que se a perícia é nula o corpo de delito a substitui. 15 A confissão do réu não pode suprir o exame de corpo de delito seja direto ou indireto. Evitam-se erros como aquele que levou à condenação dos irmãos Naves onde a concretização da prova em juízo se deu unicamente pela confissão, sendo que a pretensa vitima do homicídio foi encontrada viva. Tal assertiva é de valia para demonstrar que não há hierarquia de provas no processo penal, pois tudo que lícito for, será útil para projetar a verdade real. Ademais a confissão, como prova frágil, não tem possibilidade de formar, sozinha, o corpo de delito da infração penal que deixa vestígios. 16 Vejamos uma confissão obtida através de gravação clandestina de conversa. Tal prova será imprestável, pois ele não pode dar suas declarações dadas gravadas clandestinamente. Correto o entendimento do Supremo Tribunal Federal no sentido de que é considerada como prova ilícita 17. São conhecidas as lições de Mittermayer 18 para quem o corpo de delito pode ser muito bem provado pela confissão do indiciado, mas por uma confissão perfeita em relação as condições de credibilidade requeridas, que se demonstre que um crime, tal como conduzido, não podia ter deixado vestígios. por indícios. Outra discussão que se tem se dá com relação a corpo de delito formado É o perigo de condenações por crime doloso contra a vida por conta de indícios, uma prova indireta. 15 RTJ 89/ HC RJ, Relator Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 14 de dezembro de C.J.A.Mittermayer, Tratado da prova em matéria criminal, tradução de A. Antônio Soares, 3ª edição, pág

9 O indicio é um fato indicativo enquanto que a presunção, um processo intelectual, é o fato indicado. Por certo, os indícios não são admitidos como prova do fato, mas apenas das circunstâncias que o rodeiam. O fato deve ser provado por exame de corpo de delito, direto ou indireto, pela prova testemunhal, por documentos ou qualquer outro meio, e não pelos indícios isolados, como se lê do artigo 239 do Código de Processo Penal. Nucci 19 na matéria é peremptório. Entende ele não haver a possibilidade legal de se comprovar a materialidade de um crime que deixa indícios, por meros indícios, como regra. Na falta do exame do corpo de delito indireto, a única saída viável seria a produção de prova testemunhal, que não pode ser larga o suficiente, de modo a esvaziar a garantia de que a existência de um delito fique realmente demonstrado no processo penal. O crime para efeito de exame de corpo de delito indireto terá de ser presenciado, de forma integral, pelas testemunhas, ou ainda parte dele, por pessoas idôneas. Essas, sim, poderão narrar o fato. Não se pode condenar um réu baseado em testemunhas que disseram que a vítima desapareceu sem deixar noticias. O simples fato de que uma testemunha diga que o réu tinha motivos para matar a vítima não basta. A saída é a absolvição diante da emblemática pergunta: Será que vítima realmente morreu? A materialidade de um crime de homicídio não pode se formar diante de um conjunto de indícios ainda mais se frágeis. Em resumo, dir-se-á que os indícios não se prestam a comprovação do corpo de delito. Com relação aos limites do corpo de delito, fica a palavra de Malatesta 20 quanto aos limites do corpo de delito, rememorando que quando este é de tal natureza que sem ele o delito não é entendido, e, embora deva sempre pela sua própria natureza subsistir, não é, todavia, encontrado, a afirmação de terceiro ou do próprio acusado, que dizem havê-lo percebido, não basta para dar certeza da sua culpabilidade; seu desaparecimento não justificado faz duvidar da exatidão de quem o afirma. No desaparecimento não justificado, há uma prova real, negativa deste que paralisa a prova pessoal afirmativa, consistente na palavra do próprio acusado. Para Malatesta, a palavra do acusado seria, ao contrário, suficiente para provar o corpo de delito, quando, juntamente com a afirmação deste, contivesse a explicação do desaparecimento; ou quando essa explicação do desaparecimento, mesmo sem provir da palavra do acusado, derivasse de qualquer outra fonte, como da simples consideração da natureza do corpo de delito. Justificado o desaparecimento não haveria qualquer contradição à prova pessoal afirmativa do corpo de delito. 19 Guilherme de Souza Nucci, obra citada, pág Nicola Framarino Frei Malatesta, Lógica das Provas em Matéria Criminal, tradução e notas de Ricardo Rodrigues Gama, São Paulo, Campinas, 2003, pág

10 Não é somente a confissão que geraria, para Malatesta, certeza da culpabilidade do acusado: è a confissão cumulada com outras provas indiretas derivadas das circunstâncias do fato, enquanto conhecidas pelo acusado. Mesmo a palavra da vítima, por si só, não leva ao decreto condenatório. É a lição de Lopes 21 no sentido de que é impossível aceitar a palavra isolada da vítima(que não pode ser processada por falso testemunho, mas por denunciação caluniosa, se assim agir e não está sujeita a incidir em crime de desobediência se intimado não comparecer a juízo para prestar depoimento, podendo ser conduzida por vara, pois seu depoimento é essencial na busca da verdade real), para escorar um decreto condenatório. Pode a vítima ser processada por crime de desobediência e, persistindo a recusa, ser conduzida coercitivamente para a realização de perícias externas de fácil visualização embora não possa ser obrigada a proceder invasivos consistentes na ofensa à sua integridade corporal e a sua intimidade, como ensina Scarance Fernandes 22. Sendo assim a vítima pode ser processada por desobediência caso se recuse a realizar exame de corpo de delito. III DO EXAME NECROSCÓPICO O artigo 162 do Código de Processo Penal determina que o exame necroscópico ou cadavérico (autópsia ou necropsia) deverá ser efetuado pelo menos 6(seis) horas depois do óbito. Procura-se evitar que o exame seja realizado com a vitima viva, tal como ocorre na catalepsia, como exemplo, ou outros estados letárgicos similares como a ingestão de tóxicos. Consoante dispõe o artigo 162, parágrafo único, nem sempre será necessário o exame interno. Basta o exame externo do cadáver nos casos de morte violenta em que não houver infração penal para apurar como é o caso de morte acidental. Considera-se ainda desnecessária quando as lesões externas permitirem precisar a causa da morte e não houver exame interno para averiguar alguma circunstância relevante. Será necessário o exame interno para verificar o número de disparos recebidos pela vítima, se foi envenenada. Determina o artigo 164 do Código de Processo Penal que sempre que possível os cadáveres deverão ser fotografados na posição em que forem encontrados, como se lê do artigo 164 do Código de Processo Penal. 21 João Batista Lopes, Da prova penal, Campinas, Coppola, 1994, volume I, pág Antonio Scarance Fernandes, A vítima no processo penal brasileiro, 1994, pág

11 Isso é feito quando do exame do local do crime. A autoridade providenciará que não se altere o estado de coisas no local onde houver sido praticada a infração até a chegada dos peritos, que podem instruir seus laudos, necroscópicos ou quaisquer outros, não só com fotografias, mas desenhos ou outros esquemas. É o que diz o artigo 169 do Código de Processo Penal. O disposto no artigo 169 do Código de Processo Penal é desdobramento natural do que se narra no artigo 6º, I, do mesmo diploma legal, que se não for cumprido pode levar a perícia a se transformar em desvirtuamento da verdade real, caso alguém tenha, de forma proposital, alterado o local, induzindo os peritos. É crime previsto no artigo 312 do Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503, de 23 de setembro de 1997) inovar artificiosamente, em caso de acidente automobilístico, o estado do lugar da coisa ou de pessoa com o objetivo de induzir a erro o agente policial. Deverá haver a exumação, se o cadáver já estiver sepultado. Aí ele será exumado, seja até para comprovar laudo anterior ou se surgirem novas evidências com relação ao crime praticado. Para a exumação, a autoridade policial (artigo 6º, VII, do CPP) deve providenciar para que em dia e hora previamente marcados, se realize a diligencia na qual deve ser lavrado um auto circunstanciado(artigo 163). O administrador do cemitério público deve indicar o local da sepultura. No caso de recusa ou de falta de quem indique a sepultura, a autoridade deve proceder as pesquisas necessárias. Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver exumado, deve ser procedido o seu reconhecimento (sua identificação) pelo Instituto de Identificação. Os peritos deverão lançar mão de impressões digitais, fotografias, radiografias, fichas dentárias. Os parentes poderão fazer o reconhecimento do de cujus, assim como outras pessoas que o conheciam. Será lavrado um auto de reconhecimento. IV EXAME DE LESÕES CORPORAIS Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto, por haver dúvida com relação aos ferimentos, suas causas, sua gravidade, deve ser procedido um exame complementar, seja por determinação do juiz, ou a pedido do Ministério Público, do ofendido, do acusado, de seu defensor. É o que dispõe o artigo 168, caput, e parágrafo primeiro, do Código de Processo Penal. A preocupação se dá com a classificação do delito de lesões corporais, à luz do que determina o artigo 129, 1º, I, do Código Penal quando há incapacidade para ocupações habituais, por mais de trinta dias, como exemplo. 11

12 Um exame complementar pode ser realizado no caso de deformidade permanente, artigo 129, 2º, VI, do Código Penal. V- OUTRAS PERICIAS É possível a realização de exames de laboratório, para se comprovar a realização de crime contra a saúde pública, artigo 270, 271, 272, do Código Penal. Nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa, ou por meio de escalada, os peritos devem descrever os vestígios. Tal é o caso do furto qualificado. Cabe a perícia desenvolver o itinerário criminoso utilizado pelo acusado, de forma a demonstrar uma qualificadora como a escalada.. No exame da escalada pode ser que o agente ingresse no local, para praticar o crime de furto qualificado, abrindo um túnel. Tal pode ser comprovado pela perícia, diante dos vestígios deixados. Poderá deixar o agente telhas quebradas, sendo necessário, ainda assim, o exame pericial. Nos casos de crime de incêndio, os peritos devem identificar a causa e o lugar onde houver começado o perigo (o crime é de perigo) que deve tiver resultado para a vida ou para o patrimônio alheio, à extensão do dano, seu valor. Prevê o artigo 174 do Código de Processo Penal as regras para o exame de reconhecimento de escritos, por comparação da letra. Aqui surge a indagação com relação a proibição da autoincriminação. Sabe-se que ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo. Se o investigado é suspeito pode preferir não fornecer o material para o exame a ser realizado. É erro crasso considerar que tal conduta constitui-se em crime de desobediência. O acusado não pode ser obrigado a construir uma prova contra si próprio. O suspeito não pode nem é obrigado a fornecer material gráfico. A teor da Lei dos Registros Públicos, Lei 6015/73, artigo 22, os livros de registro, bem como as fichas que os substituíram, somente sairão do respectivo cartório mediante autorização judicial. Os livros devem permanecer sob a guarda e responsabilidade do serviço notarial, Lei 8935/94. São sujeitos a exame pericial os instrumentos empregados para a prática de infração se lhes verificar a natureza e a eficiência(artigo 175). É o caso do revólver, da faca, outros instrumentos que serviram ao agente para a realização do crime. A perícia determinará de que calibre é o revólver, por exemplo, sua eficácia para produzir determinado resultado. 12

13 Tal exame não indispensável, pois o instrumento pode ser perdido, ser ocultado, mas poderá trazer conclusões importantes para o julgamento, inclusive no que concerne se houve moderação ou não do agente, se praticou o crime em causa excludente de ilicitude, etc. 13

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