PROCEDIMENTO DA DILIGÊNCIAS INVESTIGATÓRIAS ART. 6º E 7º
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- Armando Aragão Belmonte
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1 PROCEDIMENTO DA AUTORIDADE POLICIAL DILIGÊNCIAS INVESTIGATÓRIAS ART. 6º E 7º
2 DILIGÊNCIAS INVESTIGATÓRIAS CONHECIMENTO DA NOTITIA CRIMINIS delegado deve agir de acordo comoart.6º e 7º do CPP, (não exaustivo - art.6º,iii,cpp) para: a) Dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas até a chegada dos peritos providência relevante para os crimes que deixam vestígios. Ex. colheita de impressões digitais, recolhimento de amostras de sangue, fotografia do cadáver. b) Apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais- apreensão de todos os objetos para auxiliar no êxito das investigações. As coisas restituíveis podem ser devolvidas. Aquelas que interessam à investigação ou processo (art. 118, CPP) somente ao final e as duvidosas obedecem as regras doart.119a120docpp.
3 DILIGÊNCIAS INVESTIGATÓRIAS Busca e Apreensão serão válidas: a) busca pessoal(art. 244 do CPP) é dispensável a apresentação de mandado e b) busca domiciliar (art. 5º, XI, CF/88), deve ser feita durante o dia, ordem judicial, excetuando-se flagrante, desastre, socorro e de consentimento do morador. BUSCA E APREENSÃO EM ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA lei n /08, alterou o art. 7º, II, do EOAB, assegurando ao advogado: inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, instrumentos de trabalho, correspondência escrita, eletrônica, telefônica, desde que relativos ao exercício da advocacia. 6º - exceção: juiz competente ao verificar indícios de autoria e materialidade da prática do crime pode decretar a quebra da inviolabilidade, fundamentando a decisão e deve estar presente um representante da OAB.
4 DILIGÊNCIAS INVESTIGATÓRIAS c) COLHER TODAS AS PROVAS QUE SERVIREM PARA O ESCLARECIMENTO DO FATO E SUAS CIRCUNSTÂNCIAS: todo elemento útil a investigação, não limitando o poder de investigar da autoridade policial, desde que não contrarie a CF/88 e lei infraconstitucional. d) Ouvir o ofendido: depoimento da vítima. Caso não compareça poderá ser conduzida a presença da autoridade policial (art. 201, 1º, CPP).
5 DILIGÊNCIAS INVESTIGATÓRIAS e) OUVIR O INDICIADO, COM OBSERVÂNCIA, NO QUE FOR APLICÁVEL, DO DISPOSTO NO CAPÍTULO III DO TÍTULO VII, DESTE LIVRO, DEVENDO O RESPECTIVO TERMO SER ASSINADO POR 2 (DUAS) TESTEMUNHAS QE LHE TENHAM OUVIDO A LEITURA: a autoridade policial ouvirá o investigado obedecendo as regras do interrogatório judicial. - É necessário a nomeação de curador ao investigado menor de 21 anos por ocasião de seu interrogatório? Não, porque o Código Civil equiparou a maioridade civil a penal. - É necessário a presença de advogado? No interrogatório judicial existe a necessidade (art. 185, CPP), no inquérito policial não (INQUISITORIAL); - O direito ao silêncio pode ocorrer na fase policial? Sim, e também na fase judicial (art. 186 CPP-art. 5º, LXIII. CF/88); PORÉM DEVE COMPARECER AO INTERROGATÓRIO POLICIAL. -Ointerrogatóriopolicialdeveobedeceraregradoart.187doCPP? Não, por ser peça informativa.
6 DILIGÊNCIAS INVESTIGATÓRIAS f) Proceder ao Reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações: o reconhecimento é previsto art. 226 a 228 do CPP, objetiva que alguém, na presença da autoridade policial, identifique pessoa ou objeto que já tenha visto anteriormente. Acareação (frente a frente) depoimento divergentes, previsto no art. 229 a 230 do CPP, seu fundamento é o constrangimento. g) Realização de Corpo de Delito e outras perícias:crime material, será realizado exame de corpo de delito (art. 158, CPP). Poderá ser feito indiretamente (art. 167, CPP) por testemunhas. É obrigatório(art. 14 e 184 CPP).
7 DILIGÊNCIAS INVESTIGATÓRIAS h) ORDENAR A IDENTIFICAÇÃO DATILOSCÓPICA DO INDICIADO E FAZER JUNTAR SUA FOLHA DE ANTECEDENTES a identificação do indiciado objetiva diferenciá-lo das demais pessoas. Ex: cor dos olhos, tatuagem, tamanho, cor da pele. - art. 5º, LVIII, da CF/88- a identificação criminal é exceção. - Lei n /00 art.3º, disciplina a matéria: Indiciados por homicídio doloso, crimes contra o patrimônio praticados mediante violência e grave ameaça, receptação qualificada, liberdade sexual e falsificação de documento público; Havendo suspeita de falsificação ou adulteração do documento de identidade; Estado de conservação ou documento muito antigo; Constar dos registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações; Registro de extravio de documento de identidade; Quando não comprovar em 48 horas sua identificação civil;
8 DILIGÊNCIAS INVESTIGATÓRIAS FOI MODIFICADO PELA LEI N /09-ART.3º: DOCUMENTOS QUE SERVEM PARA IDENTIFICAÇÃO: RG, CNH, CTPS, PASSAPORTE, IDENTIFICAÇÃO FUNCIONAL, OU QUALQUER OUTRO DOCUMENTO QUE PERMITA IDENTIFICAÇÃO. O INDICIADO SOMENTE SERÁ IDENTIFICADO: I o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação; II o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado; III o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre si; IV a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa; V constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações; VI o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do documento apresentado impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais.
9 DILIGÊNCIAS INVESTIGATÓRIAS LEI N /12- AUTORIZA A COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO PARA O OBTENÇÃO DO PERFIL GENÉTICO DO INDIVÍDUO, MEDIANTE JUSTIFICATIVA ART. 3, IV /09 PRISÃO EM FLAGRANTE prazo de 48 horas para apresentação; A IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL SEM NECESSIDADE abuso de autoridade; RESULTADO DA IDENTIFICAÇÃO colheita das impressões digitais, fotografia será acostada nos autos da persecução penal. A IDENTIFICAÇÃO NÃO CONSTARÁ DE CERTIDÕES OU ATESTADO DE ANTECEDENTES, ENQUANTO NÃO TRANSITAR A DECISÃO. SE FOR ABSOLVIDO OU O INQUÉRITO ARQUIVADO PODERÁ SUA FOTO SER RETIRADA DOS AUTOS, DESDE QUE APRESENTE PROVAS DE SUA IDENTIFICAÇÃO CIVIL; CONDUÇÃO COERCITIVA ART. 260 CPP, PODE OCORRER.
10 DILIGÊNCIAS INVESTIGATÓRIAS FOLHA DE ANTECEDENTES DO INDICIADO deve ser juntada para esclarecer vida pregressa, reincidência e outras informações. IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL- DATILOSCÓPICA + FOTOGRÁFICA + PERFIL GENÉTICO. I) AVERIGUAR A VIDA PREGRESSA DO INDICIADO, SOB O PONTO DE VISTA INDIVIDUAL, FAMILIAR E SOCIAL, SUA CONDIÇÃO ECONÔMICA, SUA ATITUDE E ESTADO DE ÂNIMO ANTES E DEPOIS DO CRIME E DURANTE ELE, E QUAISQUER OUTROS ELEMENTOS QUE CONTRIBUÍREM PARA A APRECIAÇÃO DO SEU TEMPERAMENTO E CARÁTER captação de fatos que podem ser úteis na valoração do crime sob investigação e na dosimetria da pena. j) REPRODUÇÃO SIMULADA(ART. 7º, CPP)- NÃO PODE CONTRARIAR A MORALIDADE E A ORDEM PÚBLICA. NA RECONSTITUIÇÃO DO CRIME O AVERIGUADO NÃO PRECISA PARTICIPAR.
11 INDICIAMENTO INDICIAMENTO meio pelo qual o delegado de polícia atribui a alguém a condição de provável autor ou partícipe de uma infração penal (fato típico) devidamente materializada nos autos. Formalidades: despacho de indiciação, auto de qualificação, interrogatório, boletim de vida pregressa, identificação criminal(se necessário). Consequência: folha de antecedentes receberá a informação(registro da imputação art. 23 CP) Indiciamento Arbitrário: Habeas Corpus Exclusividade: ato exclusivo do delegado de polícia. O MPeoJUIZ, não podem requisitar, apenas solicitam a qualificação, identificação criminal e vida pregressa. Motivação: não existe exigência legal.
12 INDICIAMENTO Objeto da Investigação: indiciado não tem direito ao contraditório e ampla defesa, mas tem assegurado a seu favor o direito ao silêncio, assegurada imagem e integridade física, advogado pode acompanhar as investigações. Desindiciamento: pode ocorrer através do resultado do HC, ou o delegado verificando que não existe vinculação do fato, pode realizar o ato, devendo constar no relatório. Indiciado Menor: art. 15 CPP (18 anos e 21 anos) art. 194 CPP (revogado), deixou de ser menor de acordo com a entrada em vigor do Código Civil em 11/01/2003.
13 PRAZO PARA CONCLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL REGRA GERAL: 10 DIAS ESTANDO O INDICIADO PRESO 30 DIAS SE O INDICIADO ESTÁ SOLTO (PODE SER PRORROGADO)- art. 10 CPP. PRAZOS ESPECIAIS: a) POLÍCIA FEDERAL: 15 DIAS PRESO (PRORROGÁVEL POR IGUAL PERÍODO) E 30 DIAS SOLTO. b) ECONOMIA POPULAR: PRAZO ÚNICO 10 DIAS c) LEIDEDROGAS:30DIASPRESO(duplicado) E90 DIAS(duplicado) d) MILITARES: 20 DIAS PRESO E 40 (QUARENTA) DIAS SOLTO PRORROGÁVEL POR MAIS 20 DIAS.
14 PRAZO PARA CONCLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL CONTAGEM DO PRAZO: Exclui-se o dia do começo (portaria, requisição, requerimento) e inclui-se o último dia para o indiciado solto (art. 798, 1º, CPP). Se preso, o dia da prisão já é computado noprazo(art.10cp). NUCCI- jurisprudência:delegado(10) dias para concluir inquérito e Promotor (05) dias para oferecimento da denúncia, se o delegado conclui o inquérito policial em 12 dias (Estado-Investigação) e o promotor (Estado-acusação) oferece a denúncia em 03 dias, não ultrapassouolimitede15diaseassimoagentenãoteráprejuízo. PRISÃO TEMPORÁRIA: CRIME COMUM 5 DIAS(PRORROGÁVEL POR IGUALPERÍODO)AOFINALDE10DIASOINQUÉRITOPOLICIALDEVE FINDAR SE ESTIVER PRESO. CRIME HEDIONDO 30 DIAS (PRORROGÁVEL POR IGUAL PERÍODO), AO FINAL DEVE O INQUÉRITO POLICIAL FINDAR SE ESTIVER PRESO. OBS:ART.10CPP regraprisãoemflagranteoupreventiva. PRISÃO PREVENTIVA: art. 312 do CPP, pode rara sua decretação por existir prisão temporária.
15 INSTRUMENTOS DO CRIME E OBJETOS DE PROVA INSTRUMENTOS DO CRIME são todos os objetos ou aparelhos usados pelo agente para cometer a infração penal. Ex. arma de fogo. OBJETO DE PROVA são todas as coisas que possuam utilidade para demonstrar ao juiz a realidade do ocorrido. EX. celular. REGRADOART.11DOCPP.
16 INCOMUNICABILIDADE DO INDICIADO REGRA DO ART. 21 DO CPP trata-se de instituto que tem por objetivo impedir que o investigado preso obtenha auxílio de terceiros, que com ele mantenham contato, no intuito de apagar provas, instruir testemunhas ou de qualquer forma dificultar o êxito das investigações policiais. NÃO RECEPÇÃO PELA CF/88- ART. 136, 3º, IV, DA CF/88 O PRESO NÃO PODE SER PRIVADO DO CONTATO DO SEU ADVOGADO (ART.7º,III,EOAB)- ASSISTÊNCIA DA FAMÍLIA (ART.5º, LXIII, CF/88). NUCCI ADOTA ESTÁ POSIÇÃO. RECEPÇÃO PELA CF/88 VEDAÇÃO SOMENTE OCORRE A PRESOS POLÍTICOS.
17 RELATÓRIO FINAL RELATÓRIO FINAL ocorre quando esgotadas as investigações, o delegado resolve encerrar o inquérito policial, deve apresentar um relatório do que houver apurado (art. 10, 1º, CPP), juntamente com os instrumentos e objetos que interessarem à prova(art. 11, CPP). CONTEÚDO DO RELATÓRIO o delegado somente irá relatar as providências realizadas, resumir os depoimentos prestados, versões da vítima e do investigado, resultado das diligências, das testemunhas não inquiridas, manifestar sobre a autoria e materialidade e classificar no crime. EXCLUDENTES DE ILICITUDE E CULPABILIDADE o inquérito éapenaspeçadeinformaçãoeaopiniãoédomp. O DELEGADO PODE DEIXAR DE APRESENTAR RELATÓRIO? o juiz e o promotor não podem obrigar o delegado apresentar o seu relatório, será punido administrativamente.
18 RELATÓRIO FINAL MP DEVE SEGUIR A CLASSIFICAÇÃO DO CRIME E PODE REQUER DILIGÊNCIAS APÓS A APRESENTAÇÃO DO RELATÓRIO? A classificação do crime não vincula o MP por ser o titular da ação penal, e pode solicitar ao juiz que as investigações continuem, retornando o inquérito policial com as indicações daquilo que pretende que seja feito. O JUIZ PODE INDEFERIR AS NOVAS DILIGÊNCIAS SOLICITADAS PELO MP APÓS A APRESENTAÇÃO DO RELATÓRIO? O correto que não seja negado, pois por ser o titular da ação penal necessita formar sua opinião para oferecer a denúncia ou pedir o arquivamento. JUIZ NEGA PEDIDO: MP requisita diretamente ao Delegado, não sendo possível deve recorrer ao Tribunal. MP GANHAR TEMPO: JUIZ nega e comunica ao Procurador Geral de Justiça.
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