Patogênese Viral Instituto de Ciências Biomédicas Departamento de Microbiologia Prof. Dr. Charlotte Marianna Hársi
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1 Patogênese Viral Instituto de Ciências Biomédicas Departamento de Microbiologia Prof. Dr. Charlotte Marianna Hársi BMM
2 Patogênese Viral Como os vírus causam doença no hospedeiro? Virulência = capacidade do vírus causar doença Envolve um estudo das estratégias de replicação do vírus; da organização dos tecidos e órgãos afetados; da resposta imune do hospedeiro.
3 Virulência viral Virulência é a capacidade que um vírus possui em causar doença no hospedeiro. Estirpes virulentas causam doença. Estirpes avirulentas ou atenuadas não causam doença, mas são capazes de infectar organismos. A virulência depende: do vírus (alguns variantes são mais virulentos que outros) da dose ou carga viral recebida pelo hospedeiro da via de inoculação da suscetibilidade do hospedeiro
4 Disseminação Viral - Entrada Portas de Entrada = Mucosa do sistema respiratório, digestório, urinário, conjuntiva/córnea pele Sangue: agulhas, picadas, transfusão, sexual A via respiratória é provavelmente a mais comum. From Flint et al Principles of Virology ASM Press
5 Entrada via trato respiratório Área, superfície, do pulmão humano = 140 m 2 Mecanismos de defesa: Epitélio mucociliar, (células ciliadas, células que secretam muco, linfócitos, macrófagos) Secreção de IgA A transmissão respiratória ocorre por: Aerosois - influenza Contato direto rhinovirus A infecção pode ser localizada rinovírus sistêmica vírus influenza
6 Gobbet cells - liberação de muco - este pode ser digerido pela neuraminidase do vírus Influenza. - Adenovírus se multiplicam em células da camada basal e rompem as ligações intercelulares para passar para o lúmen. From Flint et al Principles of Virology ASM Press
7 Células epiteliais e receptores virais. Muitos receptores virais são moléculas de adesão: ICAM - 1 para Rhinovírus CAR- Coxsackie,Adenovirus- Receptor - componente das tight junctions Durante a infecção por adenovírus, um excesso de proteínas virais é liberado (fibras). Estas proteínas interagem com o receptor CAR e rompem as junções intercelulares, permitindo a liberação dos novos vírus e disseminação pelo epitélio. From Spear: Dev Cell 3: (2002) From Walters et al Cell 110: (2002)
8 Entrada via trato alimentar Virus que penetram e se multiplicam no trato alimentar precisam ser resistentes a variações de ph, ação de enzimas digestivas e a condições ambientais extremas. O epitelio intestinal é recoberto por células polarizadas, colunares, com microvilosidades. microvilli. Parece uma excelente barreira, no entanto vírus como os rotavírus, adenovírus e poliovírus se multiplicam Exemplos de vírus entéricos Infecções localizadas: Rotavírus - diarréias Norovírus- diarréias Coronavírus- diarréias muito bem neste epitélio. Sistêmicos Enterovírus - pólio - hepatite A Reovírus - infecções respiratórias e entéricas Adenovírus - infecções respiratórios, entéricas, renais
9 celulas M - carreadoras na via secretória de IgA por transcitose. - Usada por vários patógenos para a entrada: reovírus, coronavírus, HIV (via anal) From Flint et al Principles of Virology ASM Press
10 A infecção pode ser localizada ou sistêmica. Disseminação viral Sítio primário de replicação - junto à porta de entrada Passagem para o sistema linfático. Passagem para o sangue - viremia Sítio secundário de multiplicação - órgãos alvo ou sistêmica, vário órgãos envolvidos From Flint et al Principles of Virology ASM Press
11 Disseminação hematogênica Após entrada na corrente sangüínea os vírus se disseminam por via hematogênica. Presença de vírus no sangue = viremia Vírus livres no soro ou dentro de linfócitos. Os vírus passam do epitélio para o sangue via sistema linfático. Viremia Ativa - produzida pela replicação do vírus Passiva - causada pela injeção de vírus na corrente sangüínea. Figuras: A - Multiplicação viral (viremia) e resposta imune por anticorpos B - Viremia e disseminação para os órgãos alvo From Flint et al Principles of Virology ASM Press
12 Exotoxina viral O rotavírus é o principal vírus causador de diarréia em crianças. Uma proteína viral, não estrutural, sintetizada durante a multiplicação do vírus, a NSP4, tem uma ação semelhante a enterotoxinas Esta proteína desencadeia uma via de sinalização na mucosa intestinal que leva à elevação do potencial de Ca2+ que aumenta a secreção de Cloro = diarréia Este mecanismo é diferente daquele causado por enterotoxinas bacterianas. Numa segunda etapa: a lise das células em escova, do epitelio intestinal, isto é, as células produtoras de lactase, levam ao acúmulo de lactose no lúmem que é compensado pela liberação de água = diarréia osmótica
13 Transporte de vírus pelos nervos -As proteínas motoras (quinesinas e dineínas) fazem parte do sistema intracelular de transposte de organelas, caminhando sobre os microtúbulos. - Este sistema é usado para o transporte de vírus do citoplasma para o núcleo. - Vírus herpes são transportados pelos axônios até atingirem os gânglios nervosos onde permanecem em latência.
14 Danos celulares ou teciduais causados Lise celular Apoptose por vírus Bloqueio da síntese de proteínas celulares, do transporte pelas membranas Despolimerização do citoesqueleto Formação de sincícios Interrupção do ciclo mitótico Transformação celular - proliferação celular
15 Imunopatologia Muitas patologias causadas por vírus são na realidade conseqüência da resposta imune do hospedeiro. Muitas imunopatologias são causadas pela ação de células T citotóxicas (CD8+ CTL) Na infecção pelo vírus da hepatite B, que não é lítico, as células infectadas são destruídas por células T CD8+, iniciando o quadro clínico = icterícia. Na miocardite por vírus coxsackie B, as perforinas produzidas por células T CD8 causam a lise celular.
16 Aumento da patogenia causada por anticorpos Dengue hemorrágica: A dengue normalmente é branda ou assintomática. 4 sorotipos sem proteção cruzada. Numa segunda infecção, anticorpos não específicos (contra outro sorotipo) se ligam ao novo vírus ou células infectadas por estes vírus e via receptores Fc facilitam a fagocitose por monocitos Monócitos infectados liberação de citocinas células T mais citocinas leva a liberação de plasma e à hemorragia choque ou morte
17 Infecção aguda Liberação de vírus Sintomas Carga viral Título de anticorpos Infecção aguda Ex: poliomielite - sarampo, rubéola, - resfriados, gripe - hepatite A
18 Infecção latente ou persistente Infecção persistente com dois quadros clínicos distintos: - catapora na infância e herpes-zoster no idoso Infecção latente com recorrência - herpes simplex - volta sempre que há queda de resistência - hepatite C - crônica ativa
19 Infecção crônica ou lenta Infecção crônica com altos títulos virais: - HIV - carga viral alta o tempo todo - AIDS no final Infecção crônica, de evolução lenta com baixos títulos virais: - papilomavírus - carcinoma de colo uterino - HTLV - leucemia
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