DIAGNÓSTICO SOCIAL DO CONCELHO DA AMADORA

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1 REDE SO CIAL AMADORA CLAS - Conselho Local de Acção Social DIAGNÓSTICO SOCIAL DO CONCELHO DA AMADORA PROGRAMA REDE SOCIAL CESIS Centro de Estudos para a Intervenção Social Novembro 2004

2 Diagnóstico Social do Concelho da Amadora INTRODUÇÃO O Diagnóstico Social da Amadora surge na sequência da participação do Concelho, no Programa Rede Social. A Rede Social foi criada em Diário da República, no ano de 1997, sendo aí definida como o conjunto das diferentes formas de entreajuda, bem como das entidades particulares sem fins lucrativos e dos organismos públicos que trabalham no domínio da acção social e articulem entre si e com o Governo a respectiva actuação, com vista à erradicação ou atenuação da pobreza e exclusão social e à promoção do desenvolvimento social (Diário da República de ). Daqui se infere que a Rede Social é uma forma de organização dos diferentes actores locais com o objectivo da promoção do desenvolvimento social, para o qual a erradicação da pobreza e da exclusão social é condição fundamental. Em tempos de grandes transformações sociais onde, apesar de tudo, as exclusões teimam a emergir e persistir, importa uma intervenção social cada vez mais integrada e coerente. Importa, ainda, uma intervenção sustentada por um conhecimento sempre actualizado e rigoroso da realidade. Só conhecendo melhor se poderá intervir melhor, neste sentido, só um bom diagnóstico pode proporcionar uma intervenção que vá, efectivamente, de encontro aos problemas e às necessidades locais sem desperdício de recursos e desilusão das expectativas da população. Foi nesta óptica que se elaborou o Diagnóstico Social do Concelho, procurando-se que ele produza um conhecimento alargado do meio, abrangendo-se diferentes dimensões da realidade social concelhia, em particular aquelas onde se jogam os factores de maior vulnerabilidade aos novos e velhos processos de exclusão social. Para a elaboração do Diagnóstico recorreu-se a várias fontes de informação; informação estatística e qualitativa; informação que respeita a questões abrangentes do território concelhio e informações específicas a determinados grupos e unidades geográficas; apreciações e discussões realizadas no seio das Comissões Sociais de Freguesia, por quem mais de perto conhece a realidade social. Pretendeu-se, assim, integrar diversas perspectivas do próprio conhecimento e promover uma reflexão em torno dos problemas 2

3 PROGRAMA REDE SOCIAL do Concelho e suas causas, mas também em torno das suas potencialidades e oportunidades de futuro. 3

4 Diagnóstico Social do Concelho da Amadora Parte I REALIDADE SOCIAL DO CONCELHO DA AMADORA 4

5 PROGRAMA REDE SOCIAL 1. DINÂMICAS DEMOGRÁFICAS Inserido na área da Grande Lisboa, o Município da Amadora constitui-se, enquanto tal, a 11 de Setembro de 1979, altura em que deixou de ser território do Concelho de Oeiras. É, actualmente, um concelho composto por onze freguesias, três das quais (Alfornelos, São Brás e Venda Nova) se constituíram, enquanto tal, muito recentemente (1997). Com uma área de 24 Km2, o Município da Amadora é o mais pequeno da Grande Lisboa 1. Apresenta, no entanto, a maior densidade populacional (7 390 hab/km2) não só desta região, mas também do país. Gozando de uma forte proximidade com a capital, a Amadora é um dos pontos de maior circulação de pessoas e bens no contexto da Grande Lisboa e mesmo da mais vasta Área Metropolitana de Lisboa (AML) A EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO DO CONCELHO Em 2001 residiam na Amadora pessoas. Este número culmina um processo de evolução demográfica que se dá conta no gráfico seguinte: GRÁFICO 1 - EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO RESIDENTE NO CONCELHO DA AMADORA Milhares ,8 181,7 175, ,2 10,3 19, Fonte: INE; Recenseamento Geral da População e Habitação; A Grande Lisboa é composta por oito Concelhos: Lisboa; Amadora; Loures; Odivelas; Vila Franca de Xira; Oeiras; Sintra e Cascais. 5

6 Diagnóstico Social do Concelho da Amadora Tomando 1940 como ponto de referência, a população do Concelho cresceu continuadamente até 1991, ainda que de uma forma não constante. Ao longo do período considerado, os maiores acréscimos populacionais ocorreram entre os anos 50 e 70, décadas em que a sua dinâmica de crescimento mais se distância da ocorrida na Grande Lisboa, tal como é visível no gráfico abaixo representado. GRÁFICO 2 - EVOLUÇÃO DAS TAXAS DE CRESCIMENTO DECENAL DA POPULAÇÃO ,1 18,3 91,3 17,5 149,8 15,3 133, ,5 34,5 10,9-0,9-3,2 3, Amadora Grande Lisboa Fonte: INE; Recenseamento Geral da População e Habitação; Até à década de 50 o crescimento populacional da Amadora decorre fundamentalmente do desenvolvimento das infra-estruturas de transportes. A explosão demográfica verificada entre 50 e 70 fica a dever-se à industrialização da AML, na qual se inscreve a criação do Parque Industrial da Venda Nova (ainda nos anos 40), que se constitui como factor de forte atracção de fluxos migratórios, com origem noutras zonas do país. Para além disso, é também a partir dos anos 50 que se começa a desenvolver o processo de metropolização de Lisboa e de constituição das periferias, assente num decréscimo da população residente na capital e num acentuado crescimento demográfico dos concelhos limítrofes de Lisboa, levando a uma expansão e densificação, cada vez maior, dos espaços construídos, ou seja, ao aparecimento de novos aglomerados urbanos, num processo gradual de «invasão» dos espaços rurais (Cardoso, 1993). A Amadora foi dos concelhos que, entre 1960/81, mais registou a entrada de população vinda da cidade de Lisboa. Por um lado, porque é um dos geograficamente mais próximos e, por outro, devido à acessibilidade concedida através da rede de transportes, nomeadamente o caminho-de-ferro da Linha de Sintra. 6

7 PROGRAMA REDE SOCIAL Entre 1973/81 cerca de 44% da população que o Concelho da Amadora acolheu era oriunda de outros concelhos do distrito de Lisboa, sendo uma das razões apontadas a busca de uma habitação economicamente mais acessível e de construção mais recente (Cardoso, 1993). No entanto, é já na década de 70 que o concelho começa a desacelerar o seu ritmo de crescimento populacional (aliás, impossível de manter), tendência que se acentua nos anos 80. Entre 1991 e 2001, a desaceleração anterior dá origem a um decréscimo de habitantes na Amadora na ordem dos -3,2%, revelando o Concelho, desta vez, um movimento inverso ao registado no contexto global da Grande Lisboa. A diminuição do número de residentes na Amadora não será certamente alheia à crescente especulação imobiliária que se tem feito sentir no Concelho encarecendo excessivamente a habitação e fazendo com que os preços acessíveis - ainda que de uma habitação por vezes de pouca qualidade e alguma dela construída em contexto de clandestinidade - que, outrora, eram factor de incentivo à deslocação para o Concelho, deixassem de existir. Alguma da reflexão feita no seio das Comissões Sociais de Freguesia da Rede Social aponta exactamente nesse sentido: o parque habitacional mais recente, caracteriza-se por habitação de boa qualidade, para venda a preços muito elevados, o que provoca o afastamento da população mais jovem da freguesia para outros locais na Linha de Sintra, onde o preço das habitações é mais baixo (CSF da Brandoa). Considerando apenas esta última década, verifica-se que o mencionado decréscimo populacional foi comum à maioria das freguesias do Concelho. Apenas quatro revelaram um aumento de população durante esse período, sendo elas: Alfragide (+42%), Alfornelos (+13%), Buraca (+9%) e S. Brás (+8%). 7

8 Diagnóstico Social do Concelho da Amadora GRÁFICO 3 - POPULAÇÃO RESIDENTE NO CONCELHO DA AMADORA, POR FREGUESIA Alfragide Brandoa Buraca Damaia Falagueira Mina Reboleira Venteira Alfornelos S. Brás Venda Nova Fonte: INE; Recenseamento Geral da População e Habitação; 1991 e O aumento populacional daquelas freguesias decorre de factores muito distintos. Alfragide foi, nos últimos anos, palco de um acentuado crescimento urbano com a construção de numerosas urbanizações em altura destinadas a uma classe média alta. Rompe-se, assim, com aquilo que era a tipologia típica da freguesia, mas rentabiliza-se a sua imagem no contexto do Concelho da Amadora e a sua fácil acessibilidade em relação a Lisboa e à rede viária. Na confluência com a vizinha Buraca, e entrando já no território desta, cresceram, ainda, urbanizações a custos controlados ao abrigo de medidas específicas de habitação que deram origem a um contínuo habitacional ligando as duas freguesias. De referir, ainda, que as freguesias de S. Brás e Alfornelos resultam de uma nova reorganização administrativa de carácter interno no Concelho da Amadora, tendo a sua constituição roubado habitantes às freguesias da Mina e Brandoa, respectivamente. 8

9 PROGRAMA REDE SOCIAL 1.2. UM ENVELHECIMENTO NO FEMININO O Concelho da Amadora tem vindo a assistir ao aumento da sua população idosa em detrimento do crescimento das camadas mais jovens. Entre 1991 e 2001, as faixas dos 0-14 anos e dos anos foram as que registaram uma maior diminuição no número de indivíduos (- 25,1% e - 14,2%, respectivamente). Os que se situam entre os anos registaram igualmente um decréscimo embora não nas mesmas proporções (-1,7%) Apenas os indivíduos acima dos 64 anos registaram um aumento considerável (55,4%). Este não é um fenómeno isolado no contexto da Grande Lisboa, no entanto ele afigurase mais acentuado na Amadora nesta última década, devido sobretudo ao facto de ter sido precisamente nos anos 90 que este processo se iniciou no Concelho e, por outro lado, devido à saída de uma população tendencialmente jovem, em idade de procriação. GRÁFICO 4 - VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO RESIDENTE POR GRUPO ETÁRIO, (%) 60 55, ,1 % ,7 3,1-1,7-3,2-10,7-13,9-14,2-25, anos anos anos 65 e + anos Total Amadora Grande Lisboa Fonte: Recenseamento da População e Habitação, 1991 e Este processo conduziu a que a estrutura etária no Concelho, em 2001, seja a que se pode verificar no gráfico seguinte. 9

10 Diagnóstico Social do Concelho da Amadora GRÁFICO 5 - POPULAÇÃO RESIDENTE NO CONCELHO DA AMADORA, POR GRUPOS ETÁRIOS, 2001 (%) % 10,0 8,0 6,0 4,0 9,7 5,2 6,2 8,1 8,2 6,8 6,9 7,1 7,1 7,7 6,9 6,0 5,2 3,9 4,8 2,0 0,0 < => Fonte: Cálculos próprios com base em dados do INE, Recenseamento Geral da População e Habitação, A distribuição da população, de acordo com os seus grupos etários, não se faz regularmente pelas diferentes freguesias. As freguesias mais envelhecidas são: Damaia, Falagueira, Mina, Reboleira e Venteira; as freguesias mais jovens são: Alfragide, Buraca, Alfornelos, S.Brás e Venda Nova. GRÁFICO 6 - POPULAÇÃO RESIDENTE NO CONCELHO DA AMADORA, POR GRUPOS ETÁRIOS E POR FREGUESIA 2001 (%) 100% 80% 60% 65 ou + 40% % % Alfragide Brandoa Buraca Damaia Falagueira Mina Reboleira Venteira Alfornelos S. Brás Venda Nova Total Fonte: INE; Recenseamento Geral da População e Habitação;

11 PROGRAMA REDE SOCIAL GRÁFICO 7 - POPULAÇÃO RESIDENTE NO CONCELHO DA AMADORA, POR SEXO E GRUPO ETÁRIO, 2001 (%) % Mulheres Homens anos anos anos 65 e + anos Fonte: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação, Este envelhecimento da população reveste-se de uma face essencialmente feminina. Com efeito, as mulheres representam 58.9% da população com 65 e mais anos, muito embora nas faixas etárias mais jovens se verifique um certo predomínio dos elementos do sexo masculino. Embora a esperança de vida tenha vindo a aumentar, tanto para homens como para mulheres, o que é facto é que estes continuam a revelar uma esperança de vida mais baixa, verificando-se, assim, uma sobre-mortalidade masculina nas idades mais jovens. QUADRO 1 - ESPERANÇA DE VIDA À NASCENÇA NO CONCELHO DA AMADORA 2001 E 2002 Mulheres Homens Amadora 73,07 73,31 63,94 66,48 Fonte: INE, As Cidades em Números - Informação Estatística 2000/2002. Este facto não pode deixar de estar relacionado com a tendência (embora esta se possa vir a anular no futuro) para os homens estarem mais expostos a certos factores de risco; riscos esses, associados a determinados comportamentos sociais (o consumo de álcool e de outras substâncias aditivas continua a ser superior entre os elementos do sexo masculino) e ao exercício de uma actividade profissional que, pese embora as elevadas taxas de actividade feminina em Portugal, entre os homens se verifica em sectores mais sujeitos a acidentes de trabalho (veja-se o caso do sector da construção civil, sector de actividade altamente masculinizado e onde os acidentes de trabalho marcam mais a sua 11

12 Diagnóstico Social do Concelho da Amadora presença). Também os acidentes de viação se constituem como uma das principais causas de morte entre o sexo masculino. No concelho da Amadora, como no país em geral, a população com mais de 65 anos é hoje composta essencialmente por mulheres acentuando este processo ao longo dos anos. GRÁFICO 8 POPULAÇÃO RESIDENTE NO CONCELHO DA AMADORA, COM 65 OU MAIS ANOS, POR GRUPOS ETÁRIOS E SEXO, 2001 (%) % Mulheres Homens anos anos anos anos 85 e mais anos Fonte: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação, Apesar do significado altamente positivo que o envelhecimento da população transporta consigo, não podem deixar de ser equacionados alguns problemas a ele associados. Tal como se refere no documento produzido pela Comissão Social de Freguesia da Buraca: A solidão é um dos problemas graves que afecta os idoso, verificando-se a falta de apoio e afecto familiar. Estes factores provocam ansiedade e stress que se traduzem por vezes no desequilíbrio emocional. O envelhecimento é acompanhado por uma frequência crescente de perdas reais e pelo medo de ficarem sós. Estas perdas sucessivas (físicas, emocionais e sociais) forçam o idoso a adaptar-se a uma nova realidade para a qual não se preparou ao longo da vida. Salienta, ainda, esta Comissão Social que não existem instituições que trabalham no sentido de uma preparação para o envelhecimento, outras referem-se expressamente à necessidade da criação de estruturas para satisfazer as necessidades existentes: num estudo recentemente elaborado pela SUBUD nos 110 fogos do Bairro, foram identificados muitos casos de idosos com bastantes carências económicas (reformas muito baixas) e com necessidades específicas, nomeadamente apoio domiciliário (CSF de Alfragide). 12

13 PROGRAMA REDE SOCIAL 2. AS MUDANÇA NAS ESTRUTURAS FAMILIARES As alterações demográficas referidas, associadas a novos padrões de comportamento social face à família e ao casamento, conduzem a profundas transformações familiares. QUADRO 2 - FAMÍLIAS RESIDENTES EM PORTUGAL E NO CONCELHO DA AMADORA, POR TIPO DE FAMÍLIA, 1991 E 2001 Amadora Portugal Tipo de Família Casais com filhos Casais sem filhos Famílias monoparentais 1991 (VA) 1991(%) 2001 (VA) 2001 (%) 1991 (VA) 1991(%) 2001 (VA) 2001 (%) 715 M , , , , , , , , , , , , F 15,1 M 84,9 F 995 M 6138 F 13,9 M 86,1 F M F 13,8 M 86,2 F M F 13,5 M 86,5 F Pessoas sós , , , ,3 Outros tipos , , , ,7 TOTAL Fonte: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação, 1991 e Comecemos por salientar a evolução no número total de famílias. Em 2001 as famílias residentes no Concelho da Amadora eram, no total, , o que representa um aumento de 8 % em relação a Este aumento generalizou-se à quase totalidade das freguesias, à excepção de duas: Damaia e Venda Nova. Este aspecto parece contrariar, em parte, o facto de se ter registado um decréscimo populacional durante o mesmo período, no entanto, ele é um dos reflexos das transformações que se pretendem abordar, nomeadamente no que diz respeito ao aumento do número de pessoas a viverem sós. 13

14 Diagnóstico Social do Concelho da Amadora 2.1. AS PESSOAS SÓS Viver só comporta diversas dimensões: ruptura conjugal sem regresso à coabitação; o envelhecimento e a viuvez; a adopção de novos estilos de vida por parte dos jovens que os leva a uma saída de casa dos pais sem que se tenha verificado a etapa do casamento ou, por outro lado, a constituir uma nova forma de família a que alguns chamem de casais LAT 2 (living apart together) (Guerreiro, 2003). A nível nacional registou-se um aumento do número de pessoas a viverem sós entre 1991 e 2001, representando este grupo 4,4% e 6,1%, respectivamente, no total da população residente. No Concelho da Amadora, essas percentagens eram de 4,9% e 8,3%, respectivamente, valores portanto acima da média nacional, facto que estará relacionado com a forte presença de imigrantes no Concelho. Apesar de o número de jovens a viverem sós estar a aumentar este é, ainda, no entanto, em Portugal, um fenómeno muito associado ao envelhecimento da população. QUADRO 3 - PESSOAS A VIVEREM SÓS, NO CONCELHO DA AMADORA E PORTUGAL, POR GRUPO ETÁRIO, 2001 Amadora % Portugal % Jovens (15-24) ,3% ,3 Adultos (25-64) ,7% ,9 Idosos (65 e +) ,0% ,8% Total % % Fonte: Recenseamento Geral da População e Habitação, Em Portugal, em 2001, 50,8% das pessoas sós eram idosas; no Concelho da Amadora, porém, no mesmo ano, a percentagem era de 35%. Já no que concerne à faixa etária entre os anos, e mesmo no grupo dos anos, os valores da Amadora são superiores aos do País, tal como se pode verificar no quadro anterior. Esta situação não pode deixar de estar relacionada com o factor imigração já que a vinda de famílias imigrantes ocorre frequentemente de forma faseada. 2 Esta nova forma de vida familiar diz respeito aos casais que vivem em casas separadas. 14

15 PROGRAMA REDE SOCIAL Em geral, ocorre primeiramente a vinda do homem (jovem ou jovem adulto) com o objectivo de se estabelecer, encontrar um meio de subsistência e um local onde habitar, só numa fase posterior se dá, normalmente, o reagrupamento familiar. No gráfico seguinte é clara a presença maioritária dos homens nos grupos etários mais novos e, muito particularmente, na faixa dos anos, situação que decorrerá directamente dos referidos processos de imigração. GRÁFICO 9 - PESSOAS A VIVEREM SÓS, NO CONCELHO DA AMADORA, POR GRUPO ETÁRIO E SEXO, 2001 (%) , % ,3 52,7 52,3 20 Mulheres Homens anos anos 65 anos e mais Fonte: INE, Recenseamento da População e Habitação, A relação estatística entre os sexos inverte-se, porém, no grupo dos maiores de 64 anos. Com efeito, a esmagadora maioria de idosos a viverem sós são do sexo feminino (80% contra 20% de homens). Tendo em conta que o nível de remunerações das mulheres tem sido mais baixo do que a dos homens, tendo em atenção que os idosos são, no contexto da sociedade portuguesa, um grupo particularmente vulnerável às situações de pobreza, os dados avançados podem ter subjacentes situações de grande fragilidade económica e social. O processo de envelhecimento da população associado ao isolamento é uma das questões que mais preocupa algumas das Comissões Sociais de Freguesia, face à escassez de resposta. Na Brandoa, por exemplo, foi referido que a oferta existente para este grupo da população é ainda reduzida e pouco inovadora face à tipologia dos problemas apresentados pelos utentes. 15

16 Diagnóstico Social do Concelho da Amadora 2.2. NOVAS PRÁTICAS DE CONJUGALIDADE: AS UNIÕES DE FACTO Outro aspecto com grandes impactos nas estruturas familiares diz respeito ao surgimento de novas práticas da conjugalidade, nomeadamente no que se refere à união de facto. Do total da população residente a viver em casal, as uniões de facto representavam 3,9%, em 1991, e 6,9%, em 2001 (Leite, 2003). No caso da Amadora, estas percentagens revelam-se mais elevadas: 7,3% e 12,8%, respectivamente, o que corresponde, na última década, a um aumento de 66,5%. Estes números são reveladores da informalidade crescente do acto conjugal, o que terá subjacente o pressuposto de que o casamento, cada vez mais, é algo de negociável e não para toda a vida. A união de facto pode ser entendida como uma fase experimental, um adiamento do casamento ou como alternativa ao mesmo. A importância dada aos afectos e a ideia que o importante é o entendimento entre o casal, fazem com que o casamento deixe, em parte, de ser visto como necessário e obrigatório para a vivência em comum, mas se constitua mais como um ritual opcional. A nível nacional, as uniões de facto são mais comuns nos casais mais jovens, com uma escolaridade de nível intermédio (2º ciclo e ensino secundário); no caso de não haver filhos registam-se, em maior número, entre os indivíduos com o ensino superior (cfr. Moura Ferreira, 2003). O gráfico representado abaixo dá conta dessa mesma prevalência dos mais jovens entre as famílias em união de facto no concelho da Amadora. 16

17 PROGRAMA REDE SOCIAL GRÁFICO 10 - FAMÍLIAS CLÁSSICAS DE FACTO E DE DIREITO, NO CONCELHO DA AMADORA, POR GRUPO ETÁRIO DO REPRESENTANTE DA FAMÍLIA, 2001 (%) % Casais de facto Casais de direito 0 Até e mais Fonte: INE, Recenseamento da População e Habitação, Esta tendência para a união de facto encontra-se subjacente à evolução decrescente da taxa de nupcialidade, tal como se expressa no gráfico seguinte, quer para o concelho da Amadora, quer para a Grande Lisboa. Não deixa de ser curioso, porém, o facto de as taxas de nupcialidade, ao longo da série de anos considerada, se apresentarem sempre bastante mais baixas na Amadora, aspecto que não pode deixar de estar relacionado com a forte presença no Concelho de uma população imigrante e, como tal, de outros valores e referências culturais. GRÁFICO 11 - EVOLUÇÃO DA TAXA DE NUPCIALIDADE, NO CONCELHO DA AMADORA E GRANDE LISBOA, , ,5 9 7,5 6 4,5 3 1, Grande Lisboa Amadora Fonte: INE, Anuário Estatístico da Região de Lisboa e Vale do Tejo. 17

18 Diagnóstico Social do Concelho da Amadora 2.3. A MONOPARENTALIDADE A definição mais comummente encontrada em vários estudos refere que família monoparental corresponde a uma mãe ou pai a viver sem cônjuge e com filhos dependentes. Tendo em conta esta definição, pode-se dizer que em Portugal, entre 1991 e 2001 se registou um aumento de 1,5 pontos percentuais na percentagem de famílias monoparentais passando estas de 6,8% para 8,3%. Considerando, ainda, a totalidade do território nacional, em 2001 as famílias monoparentais com filhos menores eram compostas essencialmente por pessoas separados/divorciados (45,8%), seguindo-se-lhes uma elevada percentagem de pais/mães solteiros/as (25,9%) que neste ano, ao contrário do que sucedia em 1991, era superior à de viúvos/as (16,6%). A respeito da presença crescente de famílias monoparentais solteiras e da sua constituição, Karin Wall (2003) refere a possibilidade de poderem existir dois tipos de trajectórias familiares. Pode ter ocorrido um percurso de mãe celibatária, em que a mãe é solteira e o filho nasceu fora do casamento sem que nunca tenha havido uma vivência de casal, ou uma trajectória centrada na união de facto, em que o casal teve um filho fora do casamento e se separou. É neste sentido que é apontada uma possível relação entre o aumento das uniões de facto e o peso crescente das mães e pais solteiros, uma vez que o número de nascimentos fora do casamento também ele tem vindo a aumentar (Wall, 2003). À semelhança das tendências gerais, também no concelho da Amadora se registou um aumento do número de famílias monoparentais, entre 1991 e 2001: de 7,6% para 10,6%. Por comparação com o País, não só estas percentagens se apresentam, nos dois Censos, mais elevadas, como o aumento deste tipo de famílias foi muito superior no Concelho (3 p.p). Através das estatísticas disponíveis para a Amadora é possível verificar-se paralelamente, embora com algumas oscilações, um aumento do número de nascimentos fora do casamento, entre 1996 e 2002, reafirmando-se a ideia anteriormente avançada. 18

19 PROGRAMA REDE SOCIAL GRÁFICO 12 - NÚMERO DE FILHOS FORA DO CASAMENTO Fonte: INE, Estatísticas Demográficas, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000, 2001 e De referir ainda que, à semelhança do que acontece no País, o número de famílias monoparentais femininas é bastante superior ao das famílias monoparentais masculinas em 2001, na Amadora, elas representavam 86% do total deste tipo de família. Estas famílias denotam, com frequência, a existência de situações de vulnerabilidade a vários níveis (económico, habitacional, social), havendo grande necessidade de apoio por parte de diversas entidades, no sentido de garantir a satisfação das suas necessidades mais prementes, nomeadamente no que se refere aos filhos menores. A falta de recursos financeiros e a cada vez maior fragilidade do suporte das redes familiares, constituem-se como factores agravantes das dificuldades a que muitas estarão sujeitas. Note-se que, em 2002, 45,1% dos beneficiários do Rendimento Mínimo Garantido eram mulheres responsáveis por famílias monoparentais. Por outro lado, também várias instituições do Concelho, como a Santa Casa da Misericórdia, têm dado conta do aumento da procura dos seus serviços por parte desta tipologia de família o que constitui um reflexo das dificuldades às quais estas estão sujeitas. 19

20 Diagnóstico Social do Concelho da Amadora 2.4. A TENDÊNCIA PARA UMA MENOR DIMENSÃO DA FAMÍLIA Se o número de famílias aumentou, o mesmo não se pode dizer da sua dimensão. GRÁFICO 13 - DIMENSÃO MÉDIA DA FAMÍLIAS, NO CONCELHO DA AMADORA ,5 3 2,5 2 1, ,5 0 Alfragide Brandoa Buraca Damaia Falagueira Mina Reboleira Venteira Alfornelos S. Brás Venda- Nova Total Fonte: INE; Recenseamento Geral da População e Habitação; No gráfico acima representado verificamos que, em todas as freguesias da Amadora, a dimensão média das famílias diminuiu; no Concelho, em geral, a média de pessoas por família passou de 2,9 para 2,6. Persistem, contudo, as freguesias onde a dimensão média é superior à do Concelho; elas são algumas das que também apresentam uma estrutura etária mais jovem como S. Brás, (2,9 pessoas por família) seguida de Alfornelos, Alfragide e Buraca. Esta tendência para uma diminuição do número de pessoas por família prende-se directamente com a diminuição das taxas de fecundidade o que evidencia, nomeadamente, como as práticas de controlo dos nascimentos se generalizaram maciçamente na sociedade portuguesa. Por outro lado, há que equacionar outros aspectos como a instabilidade e precariedade laboral; a crescente participação da mulher no mercado de trabalho; as dificuldades daí decorrentes na conciliação entre a vida familiar e a vida profissional; a uma mudança cultural no que diz respeito à valorização dos filhos no seio da família - a valorização dos filhos passa hoje, em larga escala, por uma lógica claramente expressiva, evocando as características afectivas da relação pai/mãe-filho, e em que o valor económico das 20

21 PROGRAMA REDE SOCIAL crianças aparece já não sob a forma de lucro mas de custo, custos estes elevados e em concorrência com outros bens alternativos constitutivos de uma noção cada vez mais alargada de qualidade de vida (Figueiredo, et al, 1999); e mesmo novas formas de encarar o casamento e o lugar dos filhos nas quais viver em casal não implica necessariamente ter filhos ( ) (Almeida et al, 1998). Nesta perspectiva, e seguindo a tendência registada no país, os casais com filhos registaram, no Concelho da Amadora, uma descida entre os dois últimos dois períodos censitários, de 70% para 67%, por contraponto com o aumento do número de casais sem filhos: de 29% para 37%, durante o mesmo período. Consequentemente, dados dos Censos de 1991 e 2001 revelam uma diminuição do número de famílias com crianças de 38% para 26,6%. Por seu turno, o envelhecimento da população reflecte-se numa estrutura familiar também ela mais envelhecida. GRÁFICO 14 - FAMÍLIAS COM CRIANÇAS E IDOSOS NO TOTAL DE FAMÍLIAS NO CONCELHO DA AMADORA, 1991 E 2001 (%) % ,6 19,5 26, Crianças Idosos Fonte: Cálculos próprios com base em dados do Recenseamento da População e Habitação, 1991 e De referir, no entanto, que a dimensão média da família pode variar, mesmo dentro de cada freguesia, em função dos habitats específicos que nelas se podem encontrar. Recorrendo-se a outros trabalhos realizados, pode dizer-se que nos Bairros Azul - Alto dos Trigueiros e Portas de Benfica (freguesia da Venda Nova) a dimensão média da família era, em 1999, de 3,9 elementos; no bairro das Fontainhas (freguesia da Venda Nova), no mesmo ano, a dimensão média era de 4,6; no bairro do Zambujal, na Buraca, de acordo com uma caracterização levada a cabo pelo próprio IGAPHE (1998) era de 3,8 pessoas. 21

22 Diagnóstico Social do Concelho da Amadora 3. A DINÂMICA MIGRATÓRIA A AML tem sido uma das zonas do País onde se têm feito sentir os mais intensos movimentos de população. Se estes movimentos começaram por ser essencialmente de origem interna, nos anos 60 verificaram-se já os primeiros fluxos imigratórios expressivos com origem nas ex-colónias portuguesas em África. Vivia-se, então, uma época de falta de mão-de-obra, especialmente nos sectores da construção civil devido, por um lado, à mobilização para a Guerra Colonial e, por outro, à emigração da população portuguesa com destino a outros países da Europa. Para fazer face a estas lacunas, o próprio governo fomenta a imigração de trabalhadores de origem cabo-verdiana. Na década de 70, as correntes migratórias intensificam-se e diversificam-se. Aos já persistentes fluxos que têm uma origem económica, juntam-se aqueles cujas razões remetem para o processo de descolonização e para o despoletar de guerras civis em alguns dos recentes países africanos, contribuindo-se, assim, para o aumento do número de estrangeiros residentes em Portugal e para a diversificação dos países de origem, A partir da década de 80, o ritmo de entradas de imigrantes começou a diminuir, no entanto, é partir desta época que as razões de natureza laboral se assumem mais notoriamente. Este tipo de imigração não só se consolida em relação aos caboverdianos, como se alarga a outros países africanos, especialmente Angola, Guiné- Bissau, mas também ao Brasil e, mais recentemente, aos países do leste da Europa. Entre 1980 e 2000 os estrangeiros aumentaram quatro vezes, representando 2% da população total (Rediteia, Abril, Maio e Junho de 2002). Em 2001, os Censos davam conta da existência indivíduos estrangeiros, no País. Na sequência deste panorama, e segundo a OIM (Organização Internacional para as Migrações), Portugal enfrenta assim, os desafios da diversidade sócio-cultural, pelo que o desenvolvimento de políticas e estratégias para assegurar a integração e a igualdade de oportunidades para os imigrantes e minorias étnicas, se tornou fundamental (ibidem, 2002). 22

23 PROGRAMA REDE SOCIAL Na Amadora os fluxos imigratórios tiveram uma importância muito grande no seu crescimento populacional e apesar de, na última década, o total de população ter diminuído, o número de estrangeiros aumentou só entre 1999 e 2001 deram entrada no Concelho imigrantes - o que significa que o decréscimo populacional só não foi maior devido a estes movimentos com origem no exterior do País. Nos Censos de 2001 foram recenseados indivíduos estrangeiros que representavam 7,1% do total da população residente na Amadora. De acordo com a mesma fonte, o Concelho viu crescer, na última década, a população estrangeira em 133,6%, aumento que foi menos expressivo do que o ocorrido na Grande Lisboa, mas a percentagem de estrangeiros, no contexto dos residentes no Concelho mantém-se superior ao peso registado para os habitantes da Grande Lisboa. QUADRO 4 - POPULAÇÃO ESTRANGEIRA RESIDENTE NO CONCELHO DA AMADORA E GRANDE LISBOA, 1991/2001 (%) Amadora Grande Lisboa População estrangeira, 2001 Peso no total da população residente Variação % 91/ ,1% 5,2% +133,6 +138,5 Fonte: Cálculos próprios com base em dados do Recenseamento da População e Habitação, 1991 e O aumento do número de estrangeiros nos anos 90 pode, porém, estar influenciado pelos três processos de regularização extraordinária de imigrantes (1992, 1996 e 2001), e não corresponder tanto a efectivas novas entradas. Do total da população estrangeira residente no Concelho da Amadora, 82% são oriundos dos PALOP, sendo os indivíduos de nacionalidade brasileira os segundos mais registados (7,5%), acima dos oriundos dos países de Leste (3,3%). Apesar dos estrangeiros oriundos dos PALOP continuaram a prevalecer, em termos absolutos entre os estrangeiros, a tabela abaixo dá conta da evolução verificada entre 1991 e 2001, tendo em conta as suas diferentes nacionalidades. Assim, verifica-se que foram os indivíduos oriundos de outros países da Europa, que não os da União Europeia, 23

24 Diagnóstico Social do Concelho da Amadora aqueles que maior crescimento percentual revelaram, colocando-se a Amadora nas rotas da imigração de leste. QUADRO 5- VARIAÇÃO PERCENTUAL DO TOTAL DE POPULAÇÃO ESTRANGEIRA NO CONCELHO DA AMADORA, 1991/2001 Variação % 91/01 Palop 146,1 Brasil - 3 União Europeia 8,5 Outros países da Europa 1324,1 Fonte: Cálculos próprios com base em dados do Recenseamento da População e Habitação, Fazendo uma pequena análise às características da população estrangeira residente no Concelho, e no que respeita à idade, constata-se que a grande maioria (46,7%), independentemente da nacionalidade, se enquadra na faixa etária dos anos, ou seja, população em idade activa, como consequência directa dos objectivos centrais que norteiam os percursos migratórios: a procura de trabalho e de melhores condições de vida. Com valores mais baixos, mas igualmente elevados surgem os mais jovens com idades até 24 anos (31,3%), provavelmente muitos deles descendentes de população que já se encontrava instalada no Concelho. Esta população apresenta, pois, uma estrutura etária mais jovem do que a população em geral, sendo provavelmente graças à sua presença que o processo de envelhecimento da população não terá sido ainda mais acentuado no Concelho. 3 Não foi possível calcular a variação percentual relativamente aos brasileiros, uma vez que esta nacionalidade não foi autonomizada nos Censos de

25 PROGRAMA REDE SOCIAL QUADRO 6 - POPULAÇÃO RESIDENTE SEGUNDO A NACIONALIDADE, POR FREGUESIA, 1991 E Moçambique Angola Cabo Verde Brasil Freguesias Concelho da Amadora Alfragide Brandoa Buraca Damaia Falagueira Mina Reboleira Venteira Alfornelos São Brás Venda Nova Fonte: INE, Recenseamento Geral da População da População - Dados Comparativos Este último quadro sintetiza a evolução, entre 1991 e 2001, de algumas nacionalidades, tendo em conta aquelas cuja presença se mantêm expressivas quando se cruza a informação por freguesias. A generalidade dos dados revela que houve uma subida no número de estrangeiros em todas as freguesias do Concelho, embora com expressões muito diferentes. Foi na freguesia de S. Brás, onde os estrangeiros mais aumentaram, esse aumento ficou a dever-se, sobretudo, a um crescimento do número de Angolanos e Brasileiros; Na Falagueira o aumento foi sobretudo de Cabo-Verdianos e de Angolanos, situação idêntica à da Brandoa e às da Reboleira e da Venteira, freguesias onde acresce um grande aumento de população de nacionalidade brasileira. Tendo ainda em consideração apenas as nacionalidades apontadas, existe outras conclusões que podem ser retiradas de uma análise comparativa da situação em 1991 e Por um lado, a população estrangeira deixa de estar tão concentrada em quatro das onze freguesias do Concelho (Venda Nova, Buraca, Mina e Damaia) e passa a dispersar-se mais pelo território concelhio. Este facto pode estar relacionado com os realojamentos ocorridos e, também, com o aumento do número de imigrantes que não oriundos dos PALOP, como por exemplo os brasileiros, considerados no quadro anterior, 4 Os estrangeiros oriundos dos países da Europa de Leste não podem ser considerados neste quadro na medida em que em 1991 esta era uma categoria que não existia. 25

26 Diagnóstico Social do Concelho da Amadora para quem o processo de fixação residencial na sociedade de acolhimento passará por outro tipo de mecanismos que não, necessariamente, a busca de uma proximidade com familiares e amigos. Por outro lado, e como consequência do anteriormente referido, verifica-se alguma alteração nas freguesias com maior concentração de imigrantes. Se, em 1991, a Venda Nova era a freguesia com maior percentagem de população estrangeira (25,6%), tendo em conta, uma vez mais, as origens anteriormente consideradas; em 2001, essa posição é ocupada pela Buraca com 14,4%, seguida de muito perto por Alfornelos e Mina. QUADRO 7 - POPULAÇÃO ESTRANGEIRA RESIDENTE NO CONCELHO DA AMADORA, POR FREGUESIA, 1991 E 2001 (%) Freguesias Concelho da Amadora Alfragide 1,2 1,4 Brandoa 3,2 6,4 Buraca 21,5 14,4 Damaia 13,1 9,2 Falagueira 1,8 4,5 Mina 15,5 13,7 Reboleira 4,0 9,0 Venteira 2,3 4,9 Alfornelos 9,2 14,0 São Brás 2,7 9,7 Venda Nova 25,6 12,7 Fonte: Cálculos próprios com base em dados do INE, Recenseamento Geral da População da População - Dados Comparativos A IMIGRAÇÃO COMO ESTRATÉGIA FAMILIAR Independentemente das razões que orientaram a imigração (económicas, políticas, institucionais ), a família tem ocupado um lugar central. Antes de mais, ela desempenha um papel importante ao encorajar os seus membros a deslocarem-se, quer se trate de migrações internas ou externas, temporárias ou permanentes, de modo 26

27 PROGRAMA REDE SOCIAL a contribuírem para a sua sobrevivência, nuns casos, ou melhorarem o seu estatuto noutros (Leplay, 1884 cit in Saint-Maurice, 1997). Nesta perspectiva a migração é encarada como fazendo parte de uma estratégia familiar, a qual maximiza mais o bemestar da família do que do indivíduo (Saint-Maurice, 1997). Quando a decisão de emigrar tem uma razão económica, tem sido normal que seja o homem a sair primeiro em lugar sendo, nesse caso, a reunificação familiar um objectivo a alcançar a curto ou médio prazo, após o alcance de algumas condições. Num estudo intitulado Minorias Étnicas Pobres em Lisboa (Costa e Pimenta, 1991) verifica-se exactamente aquela tendência independentemente da nacionalidade ou naturalidade dos indivíduos. Num trabalho realizado sobre um bairro do concelho da Amadora onde a presença de imigrantes é muito expressiva (Estudo de caracterização dos Bairros Azul, Alto dos Trigueiros, Portas de Benfica e Fontaínhas, 2000) a reunificação familiar é equacionada por 32% dos inquiridos; esta percentagem só não será mais elevada porque, em boa parte dos casos, essa mesma reunificação já terá tido lugar, como consequência de processos migratórios antigos. Antes de a recomposição familiar ser possível, ou quando não existem condições para a mesma ser completada, o suporte familiar é uma preocupação traduzida, com frequência, no envio de bens ou de dinheiro. Ainda, no já referido estudo de caracterização, se revela que tal apoio é prestado por cerca de 60% dos indivíduos inquiridos, nos bairros em questão. O papel da família não se esgota, porém, nestas dimensões já que ele é também determinante na escolha do local de destino: os familiares constituem não apenas uma fonte de informação sobre as vantagens do destino mas sobretudo a estrutura informal de acolhimento que assegura a sobrevivência e a inserção do imigrante a diversos níveis ( ) durante a primeira fase da sua estadia (Malheiros, 1996). Este papel torna-se extraordinariamente expressivo na imigração cabo-verdiana com presença no concelho da Amadora. Num estudo realizado em colaboração entre uma equipa do CESIS Centro de Estudos para a Intervenção Social e do LNEC Laboratório Nacional de Engenharia Civil, intitulado Habitat e Minorias Limites e Potencialidade da Promoção Pública de Habitação em Processo de Integração Sócio-Urbanística, em que uma boa parte das entrevistas foi realizada no Concelho da Amadora, 46,7% dos cabo-verdianos 27

28 Diagnóstico Social do Concelho da Amadora mencionam o suporte familiar como um dos motivos que orientou a sua emigração para Portugal. Os valores relativos a um suporte familiar já existente sobem, quase sistematicamente, à medida que se analisa migrações mais recentes, sendo uma situação referida por 62,5% daqueles que imigraram depois de 1995, parecendo ser um factor de crescente importância para as novas vagas de emigrantes, cujo caminho se encontra(va) mais desbravado do que o dos seus predecessores, através da constituição de redes de suporte facilitadas pela constituição de correntes migratórias para Portugal (Pereira et al., 1999). Ainda de acordo com o mesmo estudo, a existência de família a residir no bairro é a principal razão apontada para a fixação da maior parte dos entrevistados num dado local OS PROBLEMAS DE INSERÇÃO DA POPULAÇÃO IMIGRANTE Embora não havendo dados específicos e recentes para o Concelho da Amadora vale a pena enunciar um conjunto de questões que se traduzem em obstáculos reais à inserção social da população imigrante. Sobretudo para quem imigra por razões económicas, encontrar um trabalho é talvez a preocupação máxima, já que será através dele que, à partida, se poderão cumprir as expectativas iniciais de uma vida melhor. Pese embora alguns discursos denotarem uma certa insegurança face à presença de imigrantes, sobretudo em contextos de crise económica e de desemprego, é certo que a população imigrante joga um importante papel na economia. Aliás, as razões económicas que ditam as migrações devem ser entendidas numa dupla perspectiva: na do indivíduo que sai do seu país à procura de trabalho; na do mercado de acolhimento que tem necessidades concretas de mão-de-obra. Num estudo recente aponta-se, exactamente, no sentido de haver necessidades de mão-de-obra do mercado de trabalho português que só poderão ser colmatadas através da imigração. Veja-se, por exemplo, o sector da construção civil e das obras públicas onde se pode mesmo falar de uma dependência estrutural da mão-de-obra imigrante (Machado, 1997). As comunidades imigrantes apresentam, em geral, elevadas taxas de actividade, no entanto, a sua inserção faz-se, sobretudo, através de um mercado de trabalho secundário caracterizado por baixos salários, inexistência de regulação contratual, 28

29 PROGRAMA REDE SOCIAL ausência de protecção social na doença e no desemprego. No estudo Habitat e Minorias cerca de 45% dos africanos que se encontravam a trabalhar eram trabalhadores por conta de outrem com vínculo precário; mais de 30% não efectuava descontos para a Segurança Social. O prosseguimento dos estudos constitui, igualmente, uma das razões evocadas por alguns africanos para explicar a sua imigração, em particular por parte dos guineenses e são-tomenses. Este aspecto é, de certa forma, revelador de uma heterogeneidade da comunidade imigrante africana em Portugal, a partir da qual se destacam os guineenses com os níveis de instrução mais elevados, não só por comparação com a sociedade de partida, mas também quando comparado com a população portuguesa (cfr. Machado, 1997). No entanto, entre esta população a importância de um diploma escolar é factor menos determinante no acesso a profissões mais qualificadas e melhor remuneradas, já que se verifica um elevado número de pessoas com níveis de instrução superiores à média a exercerem profissões não coincidentes com o seu nível de instrução, revelando-se, assim, um enorme desperdício ao nível dos recursos humanos (vd. Perista, 1993). As expectativas em relação à escola são, com frequência, colocadas nas novas gerações. Estudos realizados (Saint Maurice, 1997) têm demonstrado que as famílias de imigrantes colocam fortes expectativas na escola como forma de melhorar a sua integração na sociedade portuguesa. Apesar disso, a inserção de crianças, filhos de imigrantes, nas escolas portuguesas não se tem processado de uma forma isenta de problemas, sendo esta população particularmente afectada pelos fenómenos do insucesso e do abandono e escolar: 21.5% dos jovens entrevistados (jovens africanos) abandonaram a escola com menos de 15 anos de idade; 46% fizeram-no após a conclusão do 2º ciclo do ensino básico sem que tivessem, portanto, alcançado a escolaridade obrigatória (Pereira, et al., 1997 ). Importa não esquecer que estes números devem ser lidos na perspectiva de que a escola assume hoje um papel central nos processos de inserção social: pelas competências de literacia que possibilita; porque é um factor que influenciará a inserção profissional e a capacidade económica dos indivíduos. A habitação constitui outro dos problemas. Na Amadora, a forte concentração de população imigrante em zonas degradadas é conhecida e visível, tendo-se tornado, aliás, parte da imagem (negativa) do próprio Concelho. Este é o resultado dos processos 29

30 Diagnóstico Social do Concelho da Amadora de segregação criados pelas desiguais oportunidades no acesso ao mercado de habitação, estando na sua base não só razões económicas, mas também, com frequência, razões de discriminação racial. O surgimento e crescimento deste tipo de bairros e a entrada de crianças filhas de imigrantes nas escolas, atribuindo a estas um carácter multi-cultural, são apenas alguns dos aspectos que provam que as sociedades de acolhimento também se transformam na sequência dos processos de imigração e também são sujeitas às influências culturais dos grupos migrantes. A título ilustrativo note-se, por exemplo, o surgimento, nomeadamente, no concelho da Amadora, de uma série de afro-discotecas ; refira-se, em geral, a adesão fácil dos jovens a ritmos propostos por grupos musicais de origem africana; repare-se na presença, no comércio local, incluindo nas grandes superfícies, de uma variedade, cada vez maior, de produtos destinados à confecção culinária segundo receitas de outras tradições culturais e gastronómicas. No contexto de uma sociedade tendencialmente mais diversificada, do ponto de vista étnico e cultural, existem duas formas de encarar os processos migratórios e as suas consequências. Uma que enaltece as diferenças, que olha a diversidade étnica e cultural como uma potencialidade e não como um problema. Nesta perspectiva se pode enquadrar a criação do Alto Comissariado para a Imigração e as Minorias Étnicas e, anteriormente, o Secretariado Coordenador de Programas de Educação Multicultural que, partindo da observação de que a escola não estava a dar as respostas adequadas ao público escolar oriundo de minorias étnicas, procurou criar e divulgar novas metodologias de ensino aprendizagem de acordo com os princípios de uma educação inter-multicultural. Algumas escolas da Amadora foram protagonistas e pioneiras de projectos desta natureza. Por outro lado, a Amadora tem sido também palco de acontecimentos que traduzem, e simultaneamente concorrem para, um outro tipo de abordagem. Isto é, aquela que encara os imigrantes, e em particular as comunidades africanas, como casos de polícia, ao associar os fenómenos da criminalidade à acção de grupos de imigrantes e/ou de grupos étnicos minoritários, assim tornados os principais factores de insegurança urbana. 30

31 PROGRAMA REDE SOCIAL 3.3. OS NOVOS LUSO-AFRICANOS É evidente que o facto de não haver outra forma de contabilizar a imigração para além do critério da nacionalidade - haverá indivíduos de origem estrangeira que já assumiram a nacionalidade portuguesa; outros haverá, com um percurso migratório semelhante e que são portugueses de nacionalidade bem como a persistência de situações ilegais, fazem com que se subavalie a presença de pessoas com percurso de imigração. Por outro lado, importa não esquecer a realidade dos novos luso-africanos. Este termo, proposto por Fernando Luís Machado em alternativa à designação de imigrantes de segunda geração, considera os que nasceram e/ou foram socializados no quadro da sociedade de acolhimento, onde sofreram a influência poderosa de contextos como a escola, mas também dos media, da cidade ou das suas redes de sociabilidade juvenis. A cultura é, inevitavelmente, produto disso mesmo, por maior que seja a importância da família e por mais que ela constitua um espaços fechado de reprodução da cultura de origem (Machado, 1994). Impossíveis de contabilização estatística, estes novos luso-africanos começaram a ter visibilidade social devido sobretudo às suas dificuldades de inserção escolar. Mais recentemente, a sua visibilidade, com forte expressão no Concelho, decorre de conflitos com a polícia e da emergência de situações de delinquência que estiveram na origem da criação de um novo programa governamental Escolhas que na sua fase inicial teve como objectivo central o combate à delinquência juvenil. A passagem da gestão deste Programa, enquanto Escolhas de 2ª Geração, para o Alto Comissariado para a Imigração e as Minorias Étnicas é sintomático da crescente associação entre imigração juventude delinquência muito embora este programa surja, agora, com maior abrangência. Tanto na escola, como na vida, estes jovens são apanhados por uma teia de contradições múltiplas é a valorização da escola no seio familiar e o desejo de ascender socialmente versus as condições reais de existência e o funcionamento do sistema de educativo que não favorece a sua inserção; é o sentimento de pertencerem a duas culturas distintas, sem realmente se sentirem aceites, quer por uma, quer por outra; é o desejo de se inserirem e de, nas suas diferenças, serem crianças e jovens como as restantes versus o contacto diário com situações reais de discriminação. Estas contradições, entre outras, são geradoras de tensões e conflitos de difícil resolução 31

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