TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL 5.4 EDUCAÇÃO E CULTURA

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Cristiane P. Melo Francisco c. Borges José Norberto Sousa Lopes Teresinha Minelli Rodrigo Julio Rodolfo Araujo

Área Técnica: Equipe responsável pelo SIOPS Área de Economia da Saúde e Desenvolvimento Secretaria Executiva Ministério da Saúde.

Transcrição:

5.4 EDUCAÇÃO E CULTURA De acordo com o PPA 2012/2015, a atuação governamental na área educacional tem como diretriz propiciar educação pública gratuita, democrática e de qualidade social para todos. Para tanto, foram estabelecidos onze objetivos estratégicos para o quadriênio: implantar: o a educação integral e ampliar sua oferta; o política educacional que considere a integralidade da pessoa e fomente a plena cidadania; o o polo de tecnologia para fomentar o desenvolvimento econômico e científico. garantir: o cuidado e educação integrais a crianças de 0 a 3 anos; o a descentralização e a democratização de bens e serviços culturais, valorizando a diversidade e promovendo o desenvolvimento intelectual; promover o a Educação Técnica, Tecnológica e Profissional; o inclusão digital; universalizar a pré-escola e o ensino médio; alfabetizar pessoas de mais de 15 anos, com garantia de vagas na rede pública para continuidade dos estudos; gerar conhecimento educativo, cultural e científico, via incentivo à pesquisa, inovação e formação de profissionais; ampliar os meios de produção e difusão de conteúdos culturais. O mesmo documento reconhece, no tocante ao setor de educação, que o desempenho dos alunos está longe dos ideais adotados como critério de letramento e que as fragilidades do sistema educacional manifestam-se significativamente no quantitativo de estudantes que apresentam atrasos. Em relação ao aspecto cultural, o PPA 2012/2015 alertou que a principal indutora das atividades da área, a Secretaria de Cultura, tinha sido reduzida à condição de promotora de entretenimento com ações limitadas à oferta de espetáculos. Diante de tal diagnóstico, foram previstas 67 ações orçamentárias na LOA/12, com dotação de R$ 3,9 bilhões para execução no exercício, envolvendo os Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social OFSS e o Orçamento de Investimento OI. 200

Outros três projetos receberam créditos durante o exercício, embora somente um deles tenha apresentado execução, elevando o número de ações orçamentárias contempladas com recursos para setenta, em 2012. As modificações orçamentárias reduziram a dotação original em 1,3%, levando a previsão de gastos em Educação e Cultura para R$ 3,8 bilhões. O montante realizado alcançou 93,5% dessa soma, ou R$ 3,6 bilhões. Além desses valores, a área conta ainda com recursos do Fundo Constitucional do DF FCDF, destinados ao pagamento de pessoal. No exercício em análise, foram despendidos R$ 2,4 bilhões a título do Fundo, 26,6% acima do valor executado em 2011, em valores atualizados. Dessa forma, somados os gastos relativos ao FCDF, a despesa total em Educação e Cultura chegou a quase R$ 6 bilhões, e a representatividade dos recursos da União nesse total abarcou 39,9%. A execução orçamentária da área, considerados os OFSS, OI e FCDF, é demonstrada na tabela a seguir. ORÇAMENTOS FISCAL, DA SEGURIDADE SOCIAL E DE INVESTIMENTO E FUNDO CONSTITUCIONAL DO DF PROGRAMAS ÁREA EDUCAÇÃO E CULTURA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DA DESPESA, POR PROGRAMA - 2012 DOTAÇÃO INICIAL DOTAÇÃO FINAL DESPESA REALIZADA R$ 1.000,00 (A) % (B) % (B/A) (C) % (C/A) (C/B) OFSS 3.889.377 64,03 3.838.990 61,62 98,70 3.593.905 60,08 92,40 93,62 Educação Básica 3.094.533 50,95 3.425.309 54,98 110,69 3.244.329 54,24 104,84 94,72 Gestão, Manut. e Serv. ao Estado - Educação e Cultura 655.055 10,78 225.083 3,61 34,36 214.334 3,58 32,72 95,22 Cultura 129.202 2,13 178.913 2,87 138,48 129.495 2,16 100,23 72,38 Educação Superior 10.586 0,17 9.686 0,16 91,49 5.747 0,10 54,28 59,33 OI 6.300 0,10 5.586 0,09 88,67 2.498 0,04 39,65 44,71 Cultura 6.300 0,10 5.586 0,09 88,67 2.498 0,04 39,65 44,71 FCDF 2.178.212 35,86 2.385.217 38,29 109,50 2.385.217 39,88 109,50 100,00 TOTAL 6.073.889 100,00 6.229.794 100,00 102,57 5.981.620 100,00 98,48 96,02 Fontes: Siggo e Siafi. Com as modificações promovidas pelo PPA 2012/2015, foram consignadas dotações a quatro programas da área Educação e Cultura: Educação Básica; Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado Educação e Cultura; Cultura; e Educação Superior. Das ações vinculadas a esses programas no Sistema de Acompanhamento Governamental SAG, 40% apresentavam algum desvio cancelada, não iniciada ou paralisada e o restante, que conglobava 394 ações, constava como em andamento normal ou concluída. O estágio das ações de Educação e Cultura é apresentado no gráfico a seguir. 201

ÁREA EDUCAÇÃO E CULTURA ESTÁGIO DAS AÇÕES PROGRAMADAS 2012 Cancelada 26,8% Andamento Normal 1,5% Paralisada 0,2% Não Iniciada 13,1% Concluída 58,4% Fonte: Siggo. Os valores do FCDF destinaram-se exclusivamente ao custeio de pessoal da área, assim como 74,9% dos recursos referentes aos OFSS e OI. Somando-se as duas fontes, o volume despendido no grupo Pessoal e Encargos Sociais somou quase R$ 5,1 bilhões, ou 84,9% do total consumido em Educação e Cultura, no exercício. Os gráficos adiante retratam esses dois cenários, por grupo de despesa. ORÇAMENTOS FISCAL, DA SEGURIDADE SOCIAL E DE INVESTIMENTO E FUNDO CONSTITUCIONAL DO DF DESPESAS REALIZADAS, POR GRUPO OFSS E OI 2012 OFSS, OI E FCDF Outras Despesas Correntes 22,5% Invest. 2,6% Outras Despesas Correntes 13,5% Invest. 1,6% Pessoal e Encargos Sociais 74,9% Pessoal e Encargos Sociais 84,9% Fontes: Siggo e Siafi. 202

A execução em Investimentos montou R$ 94,7 milhões, ou 2,6% da despesa realizada no Siggo (OFSS e OI), beneficiando 54 programas de trabalho. Os principais são destacados na tabela seguinte. Fonte: Siggo. ORÇAMENTOS FISCAL, DA SEGURIDADE SOCIAL E DE INVESTIMENTO DESPESA REALIZADA NO GRUPO INVESTIMENTO EM EDUCAÇÃO E CULTURA, POR PROGRAMA DE TRABALHO PROGRAMA DE TRABALHO R$ MIL % Manutenção do Ensino Fundamental-Rede Pública-DF 17.600 18,59 Descentralização de Recursos Financeiros para as Escolas do DF-Programa - Pdaf - Sw ap-df 13.176 13,92 Manutenção de Serviços Administrativos Gerais-Secretaria de Educação-DF 7.127 7,53 Reconstrução de Unidades de Ensino Fundamental-Escola Classe 203- Santa Maria 6.158 6,50 Reconstrução de Unidades de Ensino Fundamental-Centro de Ensino Fundamental 17- Ceilândia 4.851 5,12 Reconstrução de Unidades de Ensino Fundamental-Escola Classe 401- Recanto das Emas 4.692 4,96 Reconstrução de Unidades de Ensino Fundamental-Escola Classe 121- Samambaia 4.634 4,89 Reconstrução de Unidades de Ensino Fundamental-Escola Classe 108- Samambaia 4.296 4,54 Reforma de Unidades de Ensino Médio-Centro Educacional 01- Cruzeiro 4.261 4,50 Construção de Unidades do Ensino Médio-CIL- Taguatinga 3.420 3,61 Construção de Unidades da Educação Infantil-Centro de Educação Infantil QN 210- Riacho Fundo 3.145 3,32 Modernização de Sistema de Informação-Secretaria de Educação-DF 2.841 3,00 Reforma de Edificações e Espaços Culturais do Patrimônio Histórico-Companhia Imobiliária de Brasília-DF 2.498 2,64 Reconstrução de Unidades de Ensino Fundamental-Escola Classe 19- Taguatinga 2.363 2,50 Manutenção da Educação Infantil-Rede Pública-DF 2.072 2,19 Construção de Unidades da Educação Infantil-Jardim de Infância -QN 07- Riacho Fundo 2.001 2,11 Construção de Unidades da Educação Infantil- Rede Pública-DF 1.236 1,31 Manutenção do Ensino Médio-Rede Pública-DF 924 0,98 Construção de Unidades da Educação Infantil-Centro Educacão Infantil Mestre D'armas- Planaltina 878 0,93 Reforma de Unidades de Ensino Fundamental-Em Tempo Integral-DF 680 0,72 Demais Programas de Trabalho 5.822 6,15 TOTAL 94.675 100,00 A previsão inicial de gastos nesse grupo era de R$ 170,6 milhões para atender 137 programas de trabalho no exercício. Mais tarde, o montante foi elevado para R$ 185,8 milhões e outros 23 programas de trabalho foram incorporados. O total executado alcançou 51% da dotação final, atendendo a 33,8% dos subtítulos com recursos previstos. Entre aqueles que não apresentaram execução, o mais representativo dizia respeito à reforma de cantinas e depósitos de gêneros alimentícios em unidades de ensino médio, para o qual se fixou dotação de R$ 12 milhões. Na área Educação e Cultura, estão inclusos vários dos programas de trabalho atinentes ao Relatório Orçamentário Criança e Adolescente OCA. Tal relatório foi estabelecido pela Lei nº 4.086/08, como forma de promover o controle social e ser instrumento de fiscalização das dotações e realizações orçamentárias das ações relacionadas ao tema. As despesas realizadas chegaram a R$ 3,1 bilhões no exercício, 4,1% acima da previsão inicial de despesas. O número de programas de trabalho inseridos no OCA chegava a 126, mas 58,7% deles não apresentaram execução no período. A tabela a seguir descreve a execução dos programas da área Educação e Cultura no âmbito do OCA. 203

PROGRAMAS ORÇAMENTOS FISCAL E DA SEGURIDADE SOCIAL EXECUÇÃO DA DESPESA DO ORÇAMENTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ÁREA EDUCAÇÃO E CULTURA - 2012 DOTAÇÃO INICIAL DOTAÇÃO AUTORIZADA Fonte: Relatório Orçamento Criança e Adolescente 2011/2012 Seplan. R$ 1.000,00 DESPESA EXECUTADA Educação Básica 2.968.916 3.250.693 3.091.262 Educação Superior 60 60 2 Cultura 180 - - TOTAL 2.969.156 3.250.753 3.091.264 Cabe registrar a aprovação da Lei nº 4.850/12, que torna obrigatória a divulgação de dados e indicadores educacionais, em tempo real, por parte do Poder Público, com o objetivo de promover a chamada Reponsabilidade Educacional. A norma trata da divulgação de dados, informações e indicadores de insumos, processos e resultados educacionais do sistema público de ensino do DF. Entre os quesitos cuja divulgação é exigida pelo normativo estão: oferta escolar, acesso e participação; indicadores sóciodemográficos, de eficiência e rendimento; e dados de infraestrutura da rede de ensino, de atividades pedagógicas, de formação e carreira docente, de financiamento e de gestão. Muitas dessas informações estão disponíveis na página da Secretaria de Educação na Internet. Contudo, não foram encaminhados na Prestação de Contas os dados e os indicadores educacionais ali tratados, conforme obriga seu art. 2º. A execução no programa Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado Educação e Cultura chegou a R$ 214,3 milhões, em 2012, 32,7% do inicialmente previsto, e custeou, basicamente, administração de pessoal, concessão de benefícios a servidores e manutenção de serviços administrativos gerais das unidades orçamentárias vinculadas ao setor. PROGRAMA EDUCAÇÃO BÁSICA No âmbito dos OFSS e OI, o programa Educação Básica apresentou o maior volume de recursos realizados em 2012 na área Educação e Cultura, ou 90,2% dos gastos ocorridos naquelas esferas. A previsão inicial de despesas, R$ 3,1 bilhões, abarcava 35 ações orçamentárias, com objetivo de garantir acesso e promover a permanência de alunos no sistema escolar e prover ensino em todas as etapas e modalidades com qualidade. A dotação autorizada atingiu R$ 3,4 bilhões, e o total realizado chegou a 94,7% desse valor, ou R$ 3,2 bilhões, cuja maior parte foi executada pela Secretaria de Educação SE e pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação Fundeb. As despesas realizadas destinaram-se, principalmente, à administração de pessoal do setor, que consumiu 79% dos recursos executados no programa, ou R$ 2,6 bilhões. 204

R$ milhões TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL A atividade Manutenção do Ensino Fundamental teve execução de R$ 214 milhões no exercício, 14,1% acima da previsão inicial de gastos. De acordo com a LOA/12, previa-se promover a manutenção de 622 unidades escolares. Do que se pôde apurar no Sistema de Acompanhamento Governamental SAG, conseguiu-se manter 731 escolas, em ações de limpeza, manutenção de áreas verdes, pequenos reparos, aquisição de materiais de limpeza e higiene, equipamentos e utensílios, pagamento de serviço de vigilância, entre outros. Em 2011, os gastos dessa atividade somaram R$ 195,6 milhões, em valores atualizados. O resultado revela que houve, no exercício em análise, elevação de 9,4% nas despesas realizadas. As dotações iniciais e os montantes gastos nos últimos quatro exercícios são descritos no gráfico seguinte. ORÇAMENTOS FISCAL E DA SEGURIDADE SOCIAL ATIVIDADE MANUTENÇÃO DO ENSINO FUNDAMENTAL DOTAÇÃO INICIAL E DESPESA REALIZADA 2009/2012 298,8 300 250 227,0 237,1 225,9 195,6 187,7 214,0 200 145,8 150 100 50-2009 2010 2011 2012 Dotação Inicial Despesa Realizada Fonte: Siggo. Valores atualizados pelo IPCA-Médio. Na atividade Manutenção da Educação Infantil, programaram-se, inicialmente, gastos no montante de R$ 111,8 milhões, para manutenção de 98 unidades escolares. O valor executado foi de R$ 89,4 milhões. Como etapas realizadas, constam a manutenção de 62 escolas em áreas como limpeza, pequenos reparos, aquisição de materiais de limpeza e higiene, entre outras. Em auditoria de algumas ações levadas a efeito no âmbito de Manutenção da Educação Infantil por parte da Corregedoria-Geral, foram examinadas despesas com convênios com instituições comunitárias, confessionais e filantrópicas, prestação de serviços de conservação e limpeza (realizados pela empresa Juiz de Fora) e instalação de parques infantis. Concluiu-se, em avaliação parcial, focada na qualidade da infraestrutura e dos recursos pedagógicos, que a eficiência ficou abaixo do esperado. 205

Considerando todos os níveis de ensino da educação básica, as despesas realizadas nas denominadas Atividades de Manutenção montaram R$ 363,1 milhões, em 2012. O gráfico adiante espelha como foram distribuídos esses recursos. ORÇAMENTOS FISCAL E DA SEGURIDADE SOCIAL ATIVIDADES DE MANUTENÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA DESPESA REALIZADA, POR NÍVEIS DE ENSINO 2012 Ensino Fundamental 58,9% Ensino Médio 14,9% Educação Profissional 0,7% Educação de Jovens e Adultos 0,2% Educação Infantil 24,6% Educação Especial 0,5% Fonte: Siggo. Segundo a SE, o total de matrículas efetivadas em 2012 na Educação Básica na rede pública distrital chegou a 496,9 mil, em 16,4 mil turmas, número 2,7% inferior ao registrado em 2011, 510,6 mil matrículas. Em que pese essa redução, os gastos, em 2012, foram 18,4% acima do valor registrado naquele ano. Dessa forma, o gasto médio por matrícula nas atividades de manutenção apresentou elevação de 21,7% no biênio, saindo de R$ 600,7 para R$ 730,9, em valores corrigidos. A tabela adiante retrata os valores despendidos e o número de alunos matriculados, em 2011 e 2012, por nível de ensino da educação básica. ORÇAMENTOS FISCAL E DA SEGURIDADE SOCIAL DESPESAS REALIZADAS NAS ATIVIDADES DE MANUTENÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA E NÚMERO DE MATRÍCULAS, POR NÍVEL DE ENSINO NÍVEL 2011/2012 2011 2012 R$ MIL MATRÍCULAS R$ MIL MATRÍCULAS Ensino Fundamental 195.573 316.179 214.038 307.475 Educação Infantil 66.405 43.429 89.437 39.682 Ensino Médio 36.271 83.203 54.251 83.196 Educação Profissional 3.067 3.567 2.715 4.546 Educação Especial 5.193 6.411 1.913 6.590 Educação de Jovens e Adultos 208 57.831 782 55.365 TOTAL 306.717 510.620 363.135 496.854 Fontes: Siggo e Secretaria de Educação. Concernente à demanda por vagas nas escolas do DF, constam do PPA 2012/2015 três indicadores que medem o percentual de atendimento. Um 206

deles, referente a matrículas de jovens de 15 a 17 anos, apresentou resultado igual ao desejado: 64,5%. Para os demais, não se conseguiu atingir a meta estabelecida. O primeiro, concernente ao atendimento a crianças de 0 a 3 anos de idade, cuja meta era chegar a 5% da demanda, apresentou resultado de 3,5% no exercício, conforme constatado em auditoria levada a efeito por esta Corte. Nada obstante, modificações ocorridas em 2013 no PPA 2012/2015 reduziram o valor da meta para 3%, fazendo com que o alcançado superasse o desejado. O último indicador, que se refere ao atendimento da demanda reprimida de crianças de 4 e 5 anos de idade, chegou a 43% no ano, bastante inferior aos 70% desejados e abaixo também do índice apurado em 2011, 67%. A meta estabelecida para o quadriênio iniciado em 2012 é ampliar a oferta da préescola para essa faixa etária de forma a universalizar o atendimento, ou seja, atingir 100% da demanda até 2015. A justificativa apresentada faz referência à necessidade de se dar prioridade a ações voltadas ao ensino fundamental, o que teria afetado negativamente o atendimento do item. No PPA 2012/2015, também estão cadastrados três indicadores relativos ao ensino médio. Eles são listados na tabela a seguir. PROGRAMA EDUCAÇÃO BÁSICA - INDICADORES DE DESEMPENHO - ENSINO MÉDIO - 2012 VAGAS OFERTADAS EM NÍVEL MÉDIO ANTERIOR 2011 (A) DESEJADO 2012 (B) ALCANÇADO 2012 (C) EVOLUÇÃO % (C/A-1) ALCANCE % (C/B) Cursos Técnicos 3.586 4.500 4.842 35,03 107,60 Cursos Técnicos a Distância 150 150 1.144 662,67 762,67 Integrado Regular e Jovens e Adultos 520 724 800 53,85 110,50 Fonte: Siggo. Os três indicadores de desempenho do ensino médio avaliados foram superados no exercício, com destaque para os cursos técnicos a distância, que apresentaram ofertas de vagas mais de seis vezes acima do valor pretendido. Nas atividades Concessão de Passe Livre e Transporte de Alunos, os gastos totais no exercício atingiram R$ 124,3 milhões, excedendo, em 25,4%, o montante inicialmente projetado para as ações. De acordo com o Relatório de Atividades, a Concessão de Passe Livre, executada pelo DFTrans, teria beneficiado 144,1 mil estudantes por mês. Contudo, consoante os dados disponíveis no SAG, a média mensal de fevereiro a dezembro de 2012 foi de 172,9 mil alunos atendidos. A meta estimada na LOA/12 era atender 150 mil pessoas no ano, ao custo de R$ 30 milhões, mas o total gasto foi mais que o dobro desse valor, R$ 72,6 milhões. Para o Transporte de Alunos, sob responsabilidade da SE e do Fundeb, os gastos chegaram a R$ 51,7 milhões, empregados no atendimento, em média, a 35,6 mil alunos mensalmente, por meio de treze empresas, em quinze regiões e quinhentos percursos, segundo o Relatório de Atividades. O atendimento aos alunos informado no Siggo para essa atividade é ligeiramente diferente, 34,1 mil alunos. 207

R$ milhões Mil alunos TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL ORÇAMENTOS FISCAL E DA SEGURIDADE SOCIAL ATIVIDADE TRANSPORTE DE ALUNOS EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E MÉDIA MENSAL DE ALUNOS ATENDIDOS 2009/2012 140 130,2 50 120 100 47,2 99,3 45 40 35 80 63,3 31,6 29,2 34,1 30 25 60 51,7 20 40 15 20 10 5 0 2009 2010 2011 2012 0 Despesas Realizadas Alunos Atendidos Fontes: Siggo e SE. A meta da LOA/12 para os subtítulos relativos à atividade era o atendimento a 41 mil pessoas no ano, com previsão de gastos de R$ 69 milhões. Revela-se, assim, que 16,7% menos alunos que o inicialmente previsto foram atendidos, a custo inferior em cerca de um quarto do programado. Em Alimentação Escolar, buscava-se, conforme estatuído na lei orçamentária, atender 560,8 mil alunos no ano ao custo de R$ 107,9 milhões. De acordo com os dados do Siggo, atenderam-se 438,1 mil alunos em 2012. O montante despendido chegou a R$ 71,6 milhões, 33,7% aquém do valor consignado na LOA/12 para a atividade, e toda sua execução ficou a cargo da SE. A atividade Alimentação Escolar contemplou quatro programas de trabalho, cada um deles correspondente a um nível de ensino Fundamental, Médio, Jovens e Adultos e Educação Infantil, cuja execução é dada a seguir. 208

R$ milhões Mil alunos TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL ORÇAMENTOS FISCAL E DA SEGURIDADE SOCIAL ATIVIDADE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E MÉDIA MENSAL DE ALUNOS ATENDIDOS 2012 60 1.000 50 348,3 40 52,6 100 30 56,0 34,6 20 34,8 39,4 10 10 0 16,2 2,7 0,7 Educação Infantil Ensino Fundamental Ensino Médio Educação de Jovens e Adultos 10,4 17,5 Dotação Inicial Despesa Realizada Média Mensal de Alunos Atendidos 4,5 1 Fonte: Siggo. Os maiores credores da atividade foram: Atacadista de Alimentos Fonte Fofinho; JVC Alimentos; e Comércio J.A. de Mercadorias e Serviço. Em 2012, o grupo recebeu R$ 36,5 milhões, perfazendo mais da metade dos gastos com Alimentação Escolar. PROGRAMA CULTURA No tocante ao programa Cultura, o valor realizado, em 2012, chegou a R$ 132 milhões, 3,7% do total despendido nos OFSS e OI na área. A previsão inicial era de R$ 135,5 milhões, elevados para R$ 184,5 milhões durante o exercício. De acordo com o PPA 2012/2015, o objetivo do programa é promover a cultura por meio de ações de incentivo à leitura, à preservação do patrimônio cultural e à promoção de atividades culturais. Na LOA/12, estavam consignados 337 programas de trabalho em Cultura. Outros 232 receberam dotação no correr do ano. Apresentaram execução, contudo, 285, 50,1% deles. Os gastos mais significativos foram para Apoio a Projetos Artísticos e Culturais, que chegaram a quase R$ 37 milhões, e Realização de Eventos Bienal do Livro e da Leitura e Apoio a Eventos Carnaval, ambos com despesas de R$ 10,6 milhões cada um. O conjunto, pois, concentrou 44,1% do total realizado no ano. A programação inicial de Apoio a Projetos Artísticos e Culturais era dar suporte a seiscentos deles, com gastos de R$ 44,3 milhões. Os R$ 37 milhões despendidos serviram a apoio financeiro, por parte do Fundo da Arte e da Cultura, a realização de 348 eventos culturais nas áreas de dança, circo, música e cinema, conforme o SAG. 209

Na realização da Bienal do Livro e da Leitura, previam-se consumir R$ 700 mil, a cargo da Secretaria de Cultura. Modificações orçamentárias elevaram esse valor para R$ 10,6 milhões, ou incremento de 1.417,1%. De acordo com a LOA e com o SAG, buscava-se realizar dois eventos, mas a etapa foi dada como concluída com a realização da Primeira Bienal do Livro e da Leitura, no Espaço Cultural da República, com público de 30 mil pessoas. Nada obstante, não há informações no Siggo acerca das razões de o montante não ter sido suficiente para cumprir o programado, tampouco nos normativos de alteração orçamentária que incrementaram a dotação autorizada para o programa de trabalho. A ausência de informações das modificações nas metas físicas nos decretos de alterações orçamentárias e no Siggo é prática comum no DF e impede o efetivo controle das ações governamentais. De igual forma, o programa de trabalho que se refere ao Carnaval tinha previsão inicial de despesas de R$ 500 mil. Alterações orçamentárias reforçaram essa dotação em mais de vinte vezes durante o exercício, sem, contudo, haver detalhamento para esse aumento. Para o programa Cultura, o PPA 2012/2015 possuía cadastrados vinte indicadores de desempenho, dos quais dezessete não foram atingidos em 2012. A justificativa para essa falha foi não haver apresentação de projeto para realização. Em somente um dos indicadores alcançou-se o almejado. Do valor desejado de 45 atividades locais realizadas pelas Regiões Administrativas, alcançaram-se 51. Em quantidade de festivais artísticos e culturais, buscava-se chegar ao total de oito, mas somente três foram realizados. Em quantidade de patrimônio reformado, que tinha meta de trinta para o exercício, o resultado foi de uma única ação, referente à reforma do Panteão da Pátria, no Centro Cultural Três Poderes. PROGRAMA EDUCAÇÃO SUPERIOR Por fim, ao programa Educação Superior foram destinados R$ 10,6 milhões, para consecução de quatorze programas de trabalho em 2012 (outro subtítulo, relativo à capacitação de pessoas, recebeu crédito especial durante o exercício). A execução, limitada a 54,3% da dotação inicial, foi, em grande medida, direcionada a Administração de Pessoal, mais especificamente ao pagamento de docentes, vinculados à Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde Fepecs. Os indicadores correspondentes ao programa Educação Superior constantes do PPA 2012/2015 são listados na tabela seguinte. 210

Fonte: Siggo. PROGRAMA EDUCAÇÃO SUPERIOR - INDICADORES DE DESEMPENHO - 2012 INDICADORES ANTERIOR 2011 RESULTADOS DESEJADO 2012 ALCANÇADO 2012 Concluintes de Cursos de Graduação na Área de Saúde 84 130 118 Cursos e Turmas de Pós Graduação Oferecidos 3 3 Progressão de Conhecimentos dos Alunos de Graduaçao do Último Ano 59% 60% 53% Estudantes Matriculados na Educação Profissional 440 459 Pessoas Capacitadas 5.200 6.600 13.974 O único indicador que, durante o exercício, não alcançou o montante almejado foi Progressão de Conhecimentos dos Alunos de Graduação do Último Ano, que ficou sete pontos percentuais aquém do número pretendido. Segundo a justificativa apresentada, o alcançado estaria dentro dos parâmetros aceitáveis. 5.4.1 LIMITES DE APLICAÇÃO EM EDUCAÇÃO A educação, direito de todos a ser garantido pelo Estado e pelas famílias, encontra seus fundamentos na Constituição Federal de 1988 CF/88. Nos termos da Lei Maior, o dever do Estado com a educação se efetiva mediante a garantia de educação básica obrigatória e gratuita dos quatro aos dezessete anos de idade, de progressiva universalização do ensino médio gratuito, de educação infantil às crianças de até cinco anos de idade, entre outras prestações estatais. Para alcançar esses fins, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios devem organizar seus sistemas de ensino em regime de colaboração, observados, em cada um desses entes, limites mínimos de aplicação da receita de impostos em Manutenção e Desenvolvimento do Ensino MDE. No caso do DF, a CF/88 estabelece esse mínimo em 25% da receita de impostos, incluídas as transferências. No que diz respeito a MDE, devem-se observar, além do mínimo constitucional, as disposições da Lei Federal nº 9.394/96, que define as diretrizes e bases da educação nacional. A partir da promulgação da Emenda Constitucional nº 53/06, tornou-se obrigatória a subvinculação de parte dos recursos gastos em MDE ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação Fundeb. Previsto para viger até 2020, o Fundeb busca resgatar a importância do ensino infantil, do ensino médio e da educação de jovens e adultos, modalidades essas não abrangidas pelo seu antecessor, o Fundef, que se restringia ao ensino fundamental. Ainda no que diz respeito ao Fundeb, destaca-se a obrigatoriedade de que um percentual mínimo de 60% de seus recursos seja destinado ao pagamento 211

dos profissionais do magistério da educação básica em efetivo exercício. Às disposições trazidas pela EC nº 53/06, somam-se as da Lei Federal nº 11.494/07, que regulamenta o referido fundo. O acompanhamento da aplicação mínima de recursos em Educação em 2012 foi realizado no âmbito do Processo TCDF nº 19093/12, no qual se constatou que as aplicações em MDE pelo GDF, no encerramento daquele exercício financeiro, somaram R$ 2,9 bilhões, correspondendo a um superávit de R$ 146,4 milhões em relação ao mínimo exigido, estipulado em R$ 2,7 bilhões. As despesas realizadas concentraram-se no grupo Pessoal e Encargos Sociais, uma vez que, do total aplicado, R$ 2,6 bilhões (91,1%) destinaram-se a gastos dessa natureza. Quanto às despesas efetuadas pelo Fundeb, as aplicações promovidas no segundo semestre compensaram a insuficiência apurada no primeiro, assegurando o atingimento do limite mínimo anual. Os dispêndios do Fundo alcançaram, no encerramento do exercício de 2012, R$ 1,5 bilhão, um superávit de R$ 122,4 milhões perante o mínimo legal exigido, de R$ 1,4 bilhão. Também a despesa realizada com o pagamento de profissionais do magistério da educação básica em efetivo exercício na rede pública de ensino do DF ficou acima do mínimo determinado pelas normas que regem o tema. Vale lembrar que foram considerados, para fins de apuração dos limites mínimos anuais de aplicações em MDE e no Fundeb, respectivamente, R$ 38,3 milhões e R$ 12,5 milhões de restos a pagar não processados inscritos ao final de 2012. A esse respeito, ressalta-se que, mesmo se, por hipótese, todos os valores inscritos a esse título fossem cancelados, os mínimos constitucionais ainda seriam cumpridos, posto que são inferiores aos superávits apurados. Com base no acompanhamento realizado no Processo TCDF nº 19093/12, este Tribunal considerou cumprido o percentual de aplicação mínima de recursos em Manutenção e Desenvolvimento do Ensino e no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação Fundeb, conforme Decisão nº 1.184/13. A tabela a seguir resume as informações financeiras relativas à apuração em apreço. 212

APURAÇÃO DOS PERCENTUAIS DE APLICAÇÕES MÍNIMAS EM MDE E NO FUNDEB - EXERCÍCIO DE 2012 R$ 1.000,00 ESPECIFICAÇÃO PREVISÃO PREVISÃO REALIZAÇÃO INICIAL (A) FINAL (B) (C) (C/B) x 100 (%) A) RECEITA DE IMPOSTOS (INCLUI DÍVIDA ATIVA E ENCARGOS) 10.788.650 11.005.755 10.415.146 94,63 A.1) ICMS 5.855.483 5.986.443 5.554.479 92,78 A.2) ITCD 42.922 42.922 59.849 139,44 A.3) IPVA 726.153 726.153 638.085 87,87 A.4) IRRF 2.005.600 2.005.937 1.957.896 97,61 A.5) IPTU 528.111 565.087 564.373 99,87 A.6) ITBI 255.091 255.091 279.155 109,43 A.7) ISS 1.069.937 1.118.767 1.106.427 98,90 A.8) Simples 300.163 300.163 247.699 82,52 A.9) Outros Impostos/Tributos 5.191 5.191 7.183 138,37 B) RECEITA DE TRANSFERÊNCIAS CONSTITUCIONAIS E LEGAIS 482.862 545.896 561.957 102,94 B.1) Cota-Parte do FPE 359.913 408.352 427.618 104,72 B.2) Cota-Parte do FPM 93.033 107.627 113.806 105,74 B.3) Cota-Parte do ITR 1.312 1.312 581 44,30 B.4) Cota-Parte do IPI - Exportação 3.380 3.380 4.162 123,15 B.5) LC nº 87/96 - Desoneração do ICMS 25.226 25.226 15.790 62,60 C) TOTAL DAS RECEITAS COMPUTÁVEIS EM MDE (A + B) 11.271.512 11.551.651 10.977.102 95,03 D) LIMITE MÍNIMO DE APLICAÇÃO EM MDE (25% DE C) 2.817.878 2.887.913 2.744.276 95,03 E) LIMITE MÍNIMO DE APLICAÇÃO NO FUNDEB 1.421.484 1.460.283 1.369.434 93,78 E.1) ICMS (20% de A.1) 1.171.097 1.197.289 1.110.896 92,78 E.2) ITCD (20% de A.2) 8.584 8.584 11.970 139,44 E.3) IPVA (20% de A.3) 145.231 145.231 127.617 87,87 E.4) Cota-Parte do FPE (20% de B.1) 71.983 81.670 85.524 104,72 E.5) Cota-Parte do FPM (20% de B.2) 18.607 21.525 22.761 105,74 E.6) Cota-Parte do ITR (20% de B.3) 262 262 116 44,30 E.7) Cota-Parte do IPI - Exportação (20% de B.4) 676 676 832 123,15 E.8) LC nº 87/96 - Desoneração do ICMS (20% de B.5) 5.045 5.045 3.158 62,60 E.9) Aplicação Financeira dos Recursos do Fundeb - - 6.560 - F) LIMITE MÍNIMO DE APLICAÇÃO NO PAGAMENTO DE PROFISSIONAIS DO MAGISTÉRIO DA EDUCAÇÃO BÁSICA (60% de E) 852.890 876.170 821.661 93,78 G) DESPESA BRUTA EM MDE (G.1 + G.2)* 3.396.325 3.011.540 2.960.943 98,32 G.1) Função Educação 3.392.025 2.999.499 2.950.910 98,38 G.2) Função Encargos Especiais 4.300 12.041 10.032 83,32 H) DEDUÇÕES 88.815 76.396 70.284 92,00 H.4) Assistência Social 88.376 76.396 70.284 92,00 H.4.1) Programas Suplementares de Alimentação 84.954 19.874 17.747 89,30 H.4.2) Assistência Médico-Odontológica, Farmacêutica e Psicológica 5 8 3 37,81 H.4.3) Benefícios Assistenciais a Servidores 1.650 54.807 50.888 92,85 H.4.4) Outras Formas de Assistência Social 1.767 1.707 1.646 96,46 H.6) Pessoal em Atividade Alheia à MDE (inclusive cedidos) 439 - - - I) DESPESAS REALIZADAS EM MDE (G - H) 3.307.510 2.935.145 2.890.658 98,48 J) DESPESAS LÍQUIDAS REALIZADAS COM RECURSOS DO FUNDEB 1.389.784 1.514.744 1.491.795 98,48 J.1) Educação Infantil 49.226 48.048 44.647 92,92 J.2) Ensino Fundamental 1.190.820 1.309.538 1.292.481 98,70 J.3) Ensino Médio 148.658 156.078 153.587 98,40 J.4) Educação de Jovens e Adultos - - - - J.5) Educação Especial Integrada ao Ensino Básico - - - - J.6) Educação Profissional Integrada ao Ensino Básico 1.080 1.080 1.080 100,00 J.7) Outras - exceto ensino superior - - - - L) PAGAMENTO DE PROFISSIONAIS DO MAGISTÉRIO DA EDUC. BÁSICA 1.314.347 1.439.307 1.424.828 98,99 COMPARATIVO ENTRE OS LIMITES EXIGIDOS E OS VALORES APURADOS RELAÇÃO MÍNIMO LEGAL APURADO MDE I/C 25% 26,33% FUNDEB E x J R$ 1.369.434 R$ 1.491.795 PAGAMENTO DE PROFISSIONAIS DO MAGISTÉRIO DA EDUC. BÁSICA L/E 60% 104,04% Fontes: Siggo e Relatório Resumido da Execução Orçamentária RREO do 6º bimestre/2012. *Não inclui ensino superior, em conformidade com o art. 241 da LODF; exclui despesas com inativos e pensionistas, em conformidade com a Decisão nº 8.187/08. 213

5.4.2 LIMITE DE APLICAÇÃO EM CULTURA Determina o 5º do art. 246 da LODF, com redação dada pela Emenda nº 52/08, que o Poder Público mantenha o Fundo de Apoio à Cultura FAC, com dotação mínima de 0,3% da RCL. De forma similar ao que ocorre com a Fundação de Apoio à Pesquisa, para efeito de transferência de recursos, a base de cálculo também deve ser a RCL apurada no bimestre anterior ao mês de repasse, conforme estabelece o art. 37 da LDO/12. O FAC, de acordo com sua norma instituidora, tem como finalidade o financiamento de projetos artísticos e culturais. Tal atuação objetiva proporcionar meios para o livre acesso às fontes de arte e cultura e o pleno exercício dos direitos a elas relacionados, além de preservar, apoiar, valorizar e difundir o conjunto das manifestações culturais do DF. Em 2012, a dotação inicial consignada ao FAC alcançou R$ 44,9 milhões, posteriormente elevada a R$ 77,2 milhões, por meio das alterações orçamentárias. De acordo com a RCL apurada ao final do exercício, a dotação mínima exigida seria de R$ 42,9 milhões, restando, portanto, atendido o estabelecido pela LODF. Cabe ressaltar, contudo, que o valor repassado àquela unidade durante o exercício foi menor que o montante mínimo constitucional. Durante o ano, a soma dos repasses totalizou R$ 32,2 milhões, R$ 10,7 milhões aquém do percentual de 0,3% da receita corrente líquida. Ademais, constatou-se que o FAC registrou reconhecimento de repasses a maior a devolver no Balanço Patrimonial no montante de R$ 7,4 milhões. Quanto à realização de despesas, foram despendidos em 2012 R$ 37,6 milhões, 63,9% acima do valor empregado no exercício anterior, em números atualizados. A quase totalidade dos recursos (98,5%) destinou-se ao programa de trabalho Apoio a Projetos Artísticos e Culturais. Os dados disponíveis no Siggo não permitiram maior detalhamento das ações levadas a cabo com esses recursos. 214

R$ milhões TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL Fato é que, no Processo TCDF nº 11341/09, esta Corte determinou à Secretaria de Transparência e Controle que promovesse auditoria no Fundo de Apoio à Cultura de forma a aferir, entre outros, os mecanismos de controle e os critérios para aprovação de projetos de incentivos. Ademais, este Tribunal, por meio do Processo TCDF nº 14681/13, vem apurando possíveis irregularidades na seleção de projetos aptos a receberem apoio financeiro do FAC. O gráfico adiante demonstra os limites mínimos legais, a dotação final e a despesa realizada nos últimos quatro anos. 80 ORÇAMENTOS FISCAL E DA SEGURIDADE SOCIAL FUNDO DE APOIO À CULTURA DOTAÇÃO MÍNIMA, DOTAÇÃO FINAL E DESPESA REALIZADA 2009/2012 77,2 70 60 55,2 50 40 30 20 39,2 39,6 42,9 38,7 40,7 36,3 36,5 37,6 32,1 24,7 2009 2010 2011 2012 Fonte: Siggo. Valores atualizados pelo IPCA-Médio. Mínimo Constitucional Dotação Final Despesa Realizada É de notar que, embora a dotação final, em especial em 2012, tenha situado-se sempre acima do mínimo constitucional, as despesas realizadas, em todo o quadriênio, foram inferiores a esse parâmetro. 215