Uma Ferramenta para Gerenciamento e Transmissão de Fluxos de Vídeo em Alta Definição para Telemedicina

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Transcrição:

Uma Ferramenta para Gerenciamento e Transmissão de Fluxos de Vídeo em Alta Definição para Telemedicina Elenilson Vieira da Silva Filho 1, 2, Marcello Galdino Passos 1, 2, Bruno de Araújo Santos 2, Sarah Soares de Oliveira 2, Erick Augusto Gomes de Melo 2, Gustavo Henrique Matos Bezerra Motta 1, Tatiana Aires Tavares 1, 2, Guido Lemos de Souza Filho 1, 2 1 Programa de Pós-Graduação em Informática da Universidade Federal da Paraíba (PPGI/UFPB) 2 Laboratório de Aplicações de Vídeo Digital da Universidade Federal da Paraíba (LAVID/UFPB) {elenilson, marcello, brunosantos, sarah, erick, tatiana, guido}@lavid.ufpb.br, gustavo@di.ufpb.br Abstract. The transmission of media streams over high-speed networks contributes to better teaching in medical education and enables the collaboration of doctors and specialists in geographically remote procedures. The aim of this work is to present the Arthron 2.0, a distributed software tool for management and secure transmission of media streams in telemedicine, and present its main components, the information security strategy used by the tool and some experiments to validate its utility, as the transmission of a live surgery at the opening ceremony of the new capacity of the Ipê Network of National Network of Education and Research (RNP). Resumo. A transmissão de fluxos de mídia sobre redes de alta velocidade contribui para uma melhor didática no ensino da medicina e possibilita a colaboração de médicos e profissionais especializados em procedimentos geograficamente remotos. O objetivo desse trabalho é apresentar a Arthron 2.0, uma ferramenta distribuída de software para gerenciamento e transmissão segura de fluxos de mídia para telemedicina, e apresentar seus principais componentes, a estratégia de segurança da informação utilizada pela ferramenta e experiências que validaram sua utilidade, como a transmissão de uma cirurgia ao vivo na cerimônia de inauguração da nova capacidade da Rede Ipê da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). 1. Introdução 1 A constante evolução da Computação e o progresso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) provêem facilidades e melhorias de acesso à informação nos mais variados campos científicos. O cenário atual nos permite criar sistemas com a possibilidade de transmissão de grandes volumes de dados em tempo real, como fluxos de mídia, os quais podem beneficiar diversas áreas do conhecimento, onde se destaca a Telemedicina. 1 Para mais informações sobre a ferramenta acesse: http://gtavcs.lavid.ufpb.br

A Telemedicina pode ser definida como o uso de tecnologias de informação e sistemas de telecomunicações para fornecer o suporte à saúde e à atenção médica quando a distância separa os participantes [National Research, 1996]. É importante entender que a proposta de pesquisa neste campo é apoiar a cura e, se possível, prevenir doenças, reduzir enfermidades e aumentar a qualidade de vida da população [Bashshur, 2002], provendo o intercâmbio de informações válidas para diagnósticos, tratamento de doenças e a contínua educação de profissionais da saúde [Lima, 2007]. Um dos destaques em termos de sistemas voltados a Telemedicina é o apoio ao ensino à distância e capacitação assistida, especialmente, sistemas que envolvem a transmissão de cirurgias em tempo real. Nesse sentido, o presente artigo apresenta uma solução baseada em software que visa o gerenciamento e transmissão de múltiplos fluxos em alta definição para Telemedicina. A ferramenta apresentada, a Arthron 2.0, é uma inovação da Arthron 1.0 [Melo, 2010] que visa dar suporte às atividades de ensino à distância e capacitação assistida através da transmissão de cirurgias em tempo real e de forma colaborativa. Para tanto, são apresentados os novos componentes da ferramenta, considerações sobre seu desenvolvimento, as experiências realizadas, uma proposta de demonstração para que seja verificada a potencialidade de uso da ferramenta e, por fim, serão feitas as considerações finais. 2. Arthron 2.0 A Arthron é uma ferramenta de gerenciamento remoto que permite a captura e a distribuição de múltiplos fluxos simultâneos de mídia em tempo real. Na sua versão 1.0 [Melo, 2010] a ferramenta prioriza o apoio a manifestações de caráter artístico onde fluxos de áudio e vídeo são transmitidos e chaveados simultaneamente. A ampla aplicabilidade da ferramenta permite sua utilização em outros ambientes que realizem gerenciamento de fluxos de mídia de uma forma geral, como sistemas de Telemedicina, tele-aulas e eventos técnico-científicos. Neste artigo é apresentada a versão 2.0 da Arthron que visa dar suporte a atividades essenciais em sistemas de Telemedicina. A Figura 1 apresenta a arquitetura de software da Arthron 1.0 onde podemos observar seus principais módulos, são eles: Gerente (atual Articulador), Codificador, Decodificador e Proxy (atual Refletor). Figura 1: Arquitetura da Arthron 1.0. Adaptada de Melo (2010)

O módulo Codificador é responsável pela captura, codificação e distribuição de uma fonte de mídia, fonte essa que tem como destino um ou mais Decodificadores, módulo responsável pela captura de um único fluxo de mídia, fazer a decodificação e exibição. O Gerente é o principal módulo da Arthron 1.0 e agrupa funcionalidades de gerenciamento e controle de Codificadores e Decodificadores. Para acomodar as novas funcionalidades na Arthron 2.0 a arquitetura apresentada na Figura 1 evoluiu dando lugar a nova arquitetura apresentada na Figura 2, onde é possível verificar os novos módulos da ferramenta: WebService, VideoRoom e Refletor. Figura 2: Arquitetura da Arthron 2.0 O módulo WebService é responsável pela segurança e permite que todos módulos enviem e recebam fluxos criptografados. O módulo VideoRoom agrupa as funcionalidades de um Codificador e vários Decodificadores com o princípio de facilitar a vídeo colaboração. Já o módulo VideoServer facilita a transmissão HTTP de fluxos de vídeo em baixa definição para a web. Por fim, o módulo Gerente, agora denominado Articulador, sofreu alterações para controlar diferentes transmissões simultâneas denominadas Sessão [Vieira, 2011], que é o agrupamento de componentes da Arthron em uma transmissão colaborativa e é o ponto chave para a segurança implantada na ferramenta. O Proxy mudou de nome e passou a ser chamado de Refletor, essa mudança serve para contextualizar melhor as funções desse módulo. Acompanhando a evolução na qualidade dos vídeos utilizados, e diferente da Arthron 1.0 que suportava vídeos com resoluções até SD (720x480), a Arthron 2.0 possibilita a transmissão de vídeos Full HD (1920x1080). Os requisitos de rede continuam sendo definidos de acordo com a codificação das mídias utilizadas nas fontes de captura, ou seja, a banda passante necessária para uma transmissão varia conforme os codes e taxas utilizadas. Para o desenvolvimento foram utilizadas as seguintes tecnologias: (i) Java, por permitir a utilização do STYLO, que é um framework voltado para o desenvolvimento

de aplicações baseadas em vídeo digital [Silva et al. 2011] e, por ser multiplataforma; (ii) o VLC 1.1.9 [Vlc, 2012], um player multimídia altamente portável; (iii) o IPerf [Iperf, 2012] e o SNMP, responsáveis por fazer a medição da rede e o monitoramento, respectivamente. A Ferramenta é foi desenvolvida para funcionar em Sistemas Operacionais GNU/Linux e, por ter o VLC como base, pode fazer todas as capturas que esse player suporta. 2.1. WebService O WebService é o módulo que gerencia usuários, autenticações e Sessões e é responsável pelo armazenamento dos dados do perfil do usuário e do histórico das sessões. Um arquivo de configuração do componente define os detalhes da comunicação, e os dados são enviados e recebidos pelas aplicações através de documentos no formato XML. No contexto de Telemedicina, esse componente acomoda facilmente a necessidade da Arthron de gerenciar várias cirurgias independentes dentro de um mesmo ambiente hospitalar, restringindo a transmissão dos vídeos somente aos usuários autorizados. 2.2. VideoRoom O VideoRoom é um agente para videoconferência, composto por um Codificador e n Decodificadores, com a finalidade de prover a comunicação simultânea de vários usuários. Este componente permite que o usuário envie um fluxo de vídeo e receba vários outros. Os fluxos atribuídos pelo Articulador ficam dispostos na tela, de modo que o operador do componente escolha qual deles é exibido em alta definição, enquanto os outros são exibidos em baixa definição. A Figura 3 ilustra a interface do VideoRoom. 2.3. VideoServer Figura 3: Interface do VideoRoom A função do VideoServer é transmitir vídeos em baixa definição e em vários formatos para clientes web. Para que isso aconteça, o componente é associado com um Codificador, Decodificador ou VideoRoom e é responsável por receber seu fluxo,

realizar a transcodificação do conteúdo original para resoluções, taxas e codificações aceitáveis para uma transmissão HTTP para a internet e publicar potencialmente o fluxo resultante em uma página da web que pode ser gerada automaticamente pela ferramenta. 2.4. Articulador O Articulador continua sendo o módulo mais ativo da ferramenta, sendo responsável pelo gerenciamento dos componentes e pelo monitoramento de todo o sistema. Sua principal adição de funcionalidade foi a possibilidade de criação e gerenciamento de diversas Sessões de maneira simultânea, permitindo ao usuário o controle de transmissões de várias cirurgias ao mesmo tempo, sendo possível abrir, criar, fechar e moderar essas Sessões. No controle do VideoRoom, este módulo é apresentado tanto na aba de Codificadores quanto na aba de Decodificadores e é possível adicionar ou remover os fluxos que estão sendo exibidos em alta ou em baixa definição, sendo possível acompanhar todos os vídeos sendo exibidos por esse módulo. Na Figura 4 é apresentada graficamente uma tela de execução do componente Articulador, no qual estão conectados Codificadores, Decodificadores e VideoRooms. Figura 4: Interface de um Articulador conectado a Codificadores e Decodificadores 3. Inovações da Arthron 2.0 A primeira inovação da Arthron 2.0 é a preocupação com aspectos de segurança do conteúdo transmitido. Nessa versão, para utilizar a ferramenta os usuários precisam ser previamente cadastrados, sendo assim atribuídos a eles um perfil e uma senha. O esquema de segurança consiste em ter, entre os usuários agrupados em uma Sessão, uma chave de criptografia simétrica compartilhada com a finalidade de aplicar essa operação aos fluxos de mídia transmitidos. A sessão pode ser pública, ou seja, qualquer usuário pode participar, ou moderada, quando apenas usuários convidados pelo seu proprietário participam. Apenas os usuários participantes de uma sessão tem acesso à sua chave,

impedindo que intrusos tenham acesso ao conteúdo [Vieira, 2011]. Esse esquema pode ser melhor visualizado na Figura 5. Figura 5: Esquema de segurança da Arthron Adaptada de Vieira (2011) Outro ponto inovador é o suporte a fluxos de mídia oriundas da firewire (uma das principais portas utilizadas por câmeras). A Arthron utiliza o VLC para fazer a captura de mídias e esse player tem suporte bem restrito para tal captura utilizando Sistema Operacional GNU/Linux. Para solucionar essa deficiência foi utilizado o DVGrab [DVGrab, 2012] para fazer a captura e envio para o Refletor, que redistribui o fluxo normalmente. Outro ponto a se destacar foi o desenvolvimento e utilização de um streamer próprio para a captura e envio de fluxos Full HD (1920x1080), o Marcovas Streamer. 4. Experiências Realizadas A Arthron foi utilizada na transmissão de cirurgias realizadas no Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW) na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Foram executados vários testes e realizadas demonstrações de cirurgias ao vivo, com gerenciamento de múltiplos fluxos em tempo real, promovendo interatividade entre os participantes das transmissões e o médico responsável pela cirurgia. A ferramenta foi utilizada em uma das demonstrações que ocorreram na cerimônia de inauguração da nova capacidade da rede IPê da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), realizada na Biblioteca Nacional de Brasília, e contou com a participação da UFPB, da Universidade Federal de Tocantins (UFT) e da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). A transmissão ainda contou com a participação de integrantes da RNP utilizando o VideoRoom na sede da empresa no Rio de Janeiro-RJ. Houve interação em tempo real entre os participantes remotos, o médico, que realizava a cirurgia na Paraíba e os participantes do evento em Brasília. Um ponto importante a destacar foi a integração da ferramenta à rede utilizada para vídeo conferências com equipamentos TandBerg [TandBerg, 2012] conectados através de uma MCU [TandBerg, 2012]. Vale salientar que essa integração foi a nível físico e a nível do padrão H.323. Isso mostra que a Arthron pode ser utilizada não como substituição do que já existe, mas como complementação dessa rede e solução alternativa para a transmissão de vídeos sob demanda, suporte inexistente em soluções de videoconferência que utilizam H.323, o que é um diferencial para a Arthron. O esquema da transmissão pode ser observado na Figura 6.

Figura 6: Esquema de transmissão da utilização da ferramenta 5. Proposta de Demonstração A demonstração foca nas novas funcionalidades da versão 2.0 e consiste na utilização de quatro máquinas, duas com VideoRooms e Decodificadores, uma com VideoRoom e Codificador e uma com o Articulador controlando todos e o WebService para autenticação dos módulos. Duas sessões serão abertas para demonstrar o controle do Articulador em duas transmissões diferentes cada uma com seus componentes. A Sessão 1 consiste da transmissão entre os VideoRooms situados nos computadores 2 e 3. A Sessão 2 terá mais módulos conectados onde o VideoRoom do computador 4 enviará seu fluxo para o Decodificador no computador 2 e o Codificador situado no computador 3 enviará seu fluxo para o VideoRoom e Decodificador do computador 4. Um esquema da demonstração pode ser encontrado na Figura 7. 6. Considerações Finais Figura 7: Proposta de demonstração No âmbito da Telemedicina, ferramentas para transmissão multimídia representam agentes intermediadores que devem suprir as necessidades de envio e recepção de

fluxos de mídia de cirurgias em tempo real, com o objetivo principal de educar profissionais da saúde. A Arthron oferece toda a infraestrutura necessária para capturar, gerar, transmitir e gerenciar esses fluxos de maneira segura, já que imagens médicas pessoais estão envolvidas na transmissão. Porém, vale salientar que a ferramenta não excluiu o suporte para o contexto de Mídias Digitais e a adição das novas funcionalidades agregou valores sem prejudicar os já existentes. 7. Agradecimentos Agradecemos à RNP e ao Hospital Universitário Lauro Wanderley da Universidade Federal da Paraíba por toda a colaboração que possibilitou a realização desse trabalho. Referências National Research Council (1996) "1 INTRODUCTION AND BACKGROUND. Telemedicine: A Guide to Assessing Telecommunications for Health Care Washington, DC: The National Academies Press, 1996. 1. Print. Bashshur, L. (2002) Telemedicine and health care, In: Telemedicine Journal and e- Health. Lima, C. M. A. O., Monteiro, A. M. V., Ribeiro, E. B., Portugal, S. M., Silva, L. S. X. e Junior, M. J. (2007) Videoconferências. Sistematização e experiências em telemedicina, In: Radiol Bras. Melo, E. A., Pinto, A. A., Silva, J. C. F., Toscano, R. N., Tavares, T. A. e Lemos, G. S. F. (2010) ARTHRON 1.0: Uma Ferramenta para transmissão e gerenciamento remoto de fluxos de mídia, In: Salão de Ferramentas do SBRC, Gramado. Anais do Salão de Ferramentas do SBRC 2010. Vieira, E. S. F., Ferreira, A. V. A., Silva, J. C. F., Passos, M. G., Melo, E. A. G., Tavares, T. A., Motta, G. H. M. B. e Lemos, G. S. F. (2011) Estratégia de Segurança para Transmissão de Fluxos de Mídia em Alta Definição, In: Simpósio Brasileiro de Sistemas Multimídia e Web, Florianópolis. Anais do Simpósio Brasileiro de Sistemas Multimídia e Web 2011. Silva, J. C. F., Passos, M. G., Tavares, T. A. e Lemos, G. S. F. (2011) STYLO: Um Framework Voltado para o Desenvolvimento de Aplicações Baseadas em Vídeo Digital, In: Workshop de Teses e Dissertações do Webmedia, Florianópolis. Anais do Simpósio Brasileiro de Sistemas Multimídia e Web 2011. Iperf. Disponível em <http://iperf.sourceforge.net/>. Consultado em [28 de fevereiro de 2012]. Vlc media player 1.1.9. Disponível em <http://www.videolan.org/vlc>. Consultado em [01 de março de 2012]. TandBerg. Disponível em <http://www.tandbergbrazil.com>. Consultado em [3 de março de 2012]. DVGrab. Disponível em < http://freecode.com/projects/dvgrab>. Consultado em [4 de março de 2012].