GRANDES EMPRESAS INDUSTRIAIS NACIONAIS E ESTRANGEIRAS: PARTICIPAÇÃO NO COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO

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Transcrição:

GRANDES EMPRESAS INDUSTRIAIS NACIONAIS E ESTRANGEIRAS: PARTICIPAÇÃO NO COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO Novembro de 2002

GRANDES EMPRESAS INDUSTRIAIS NACIONAIS E ESTRANGEIRAS: PARTICIPAÇÃO NO COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 1 Sumário e Principais Conclusões...4 Introdução...12 Evolução dos Fluxos de Comércio e do Saldo Comercial...15 Evolução Geral...15 Análise por Setor de Atividade...18 Empresas nacionais...18 Empresas Estrangeiras...21 Os Coeficientes de Comércio...27 Coeficientes de Exportação e Importação...27 Características Setoriais...29 Empresas nacionais...29 Empresas estrangeiras...30 Os Fluxos de Comércio por Região...32 A Pauta de Comércio Segundo a Intensidade Tecnológica...36 Exportações...36 Importações...38 O Comércio das Empresas Estrangeiras por Região de Origem do Capital...41 As Empresas Desnacionalizadas...46 Bibliografia...49 Anexo 1 Empresas Selecionadas...50 Anexo 2 Tabelas Adicionais...55 1 Os trabalhos de pesquisa e redação do relatório preliminar couberam a Célio Hiratuka. A redação final foi de Julio Gomes de Almeida. Grandes Empresas Industriais Nacionais e Estrangeiras: Participação no Comércio Exterior Brasileiro 1

O estudo consiste na análise do comércio exterior de 165 grandes firmas industriais (80 nacionais e 85 estrangeiras), com participação relevante na estrutura industrial brasileira, para os anos de 1989, 1997 e 2000. As empresas selecionadas foram responsáveis, no ano 2000, por 1/3 do valor da produção industrial e das exportações brasileiras e por 20% das importações. As informações analisadas permitem levantar dois aspectos para as discussões sobre as políticas industrial e de comércio exterior. O primeiro diz respeito à necessidade de considerar uma política de investimento estrangeiro de maneira integrada às políticas industrial e de comércio exterior. Os dados apresentados neste estudo confirmam que os padrões de comércio das grandes empresas estrangeiras são bastante diversos dos apresentados pelas grandes empresas nacionais. Portanto, isso deve ser levado em conta ao se traçar qualquer política associada ao investimento direto estrangeiro ou políticas de comércio direcionadas para setores onde essas empresas são predominantes. Um fato que deve ser destacado é que as grandes empresas nacionais demonstraram elevada resistência a fatores adversos sobre suas exportações, como a sobrevalorização cambial, e mostraram reação positiva diante do estímulo cambial, o qual se refletiria em aumentos muito mais expressivos de exportação, se não tivesse ocorrido uma grande queda dos preços internacionais de commodities nos mercados internacionais a partir de 1998. Ou seja, o que os resultados do estudo mostram é que as empresas nacionais respondem positivamente aos estímulos de uma política favorecedora de exportações. Os dados relativos às grandes empresas estrangeiras também mostram reações positivas, como foi o caso da rápida diversificação de mercados de exportação que essas empresas promoveram, em boa medida devido à crise no mercado regional, que foi a razão original, para a maior parte delas, do direcionamento dos seus investimentos para o Brasil. O segundo aspecto importante diz respeito às negociações comerciais que estão sendo desenvolvidas pelo Brasil. Grandes Empresas Industriais Nacionais e Estrangeiras: Participação no Comércio Exterior Brasileiro 2

Os dados apresentados nesse estudo mostram a importância da região de origem do capital das empresas estrangeiras para as suas importações, ao passo que é menor a importância da região de origem como mercado exportador. Os dados mostram também uma assimetria em termos de conteúdo tecnológico dos produtos importados e exportados. Isso é válido tanto para as empresas originadas da área do Nafta quanto da Europa. Em grande parte, esse efeito está associado ao comércio intra-firma organizado pelas empresas estrangeiras no âmbito da divisão internacional de suas atividades. Devese considerar, portanto, que uma parcela relevante do comércio realizado com essas regiões não segue o padrão tradicional de comércio, uma vez que não é realizado entre empresas independentes. A política a ser seguida pelo Brasil nas negociações comerciais em curso deve reservar espaço de manobra para que o país participe mais intensamente do comércio intra-firmas. A isso deve associar-se a referida política de atração de investimentos estrangeiros. Essa política não deve se pautar somente pelo incentivo que o mercado brasileiro e o mercado regional oferecem. Essa foi a base de atração de investimentos nos anos 90. Na presente década o Brasil deve preparar-se, como outros países emergentes têm feito, para habilitar-se como destino de investimentos voltados à produção para abastecimento de mercados globais, além, naturalmente, dos mercados local e regional. Também é importante enfatizar que, a despeito da crise atual, as empresas estrangeiras tiveram um papel relevante no processo de integração do Mercosul e que, também nesse âmbito, deve-se considerar as estratégias das empresas transnacionais, além do papel reservado às empresas nacionais em uma política destinada ao reerguimento desse mercado. Com relação às empresas nacionais, convém subllinhar que a tese de que estas não reagiram à desvalorização cambial não encontra respaldo nos dados aqui reunidos. A empresa nacional não só respondeu ao estímulo cambial, como há indicações de que pode reagir positivamente em direção à diversificação da pauta exportadora. Por isso, é de se supor que tenham bons resultados as políticas que visem apoiar a agregação de valor dos produtos de exportação, o financiamento do investimento e da produção para exportação, a internacionalização das empresas, a remoção de barreiras protecionistas, a promoção comercial e a preservação de uma taxa de câmbio que, sem as oscilações dos últimos anos, assegure rentabilidade à atividade exportadora. Grandes Empresas Industriais Nacionais e Estrangeiras: Participação no Comércio Exterior Brasileiro 3

Sumário e Principais Conclusões O estudo analisa o comércio exterior de 165 grandes firmas industriais (80 nacionais e 85 estrangeiras) com participação relevante na estrutura industrial brasileira nos anos de 1989, 1997 e 2000. Nesse último ano, as empresas selecionadas eram responsáveis por 1/3 do valor da produção industrial e das exportações brasileiras e por 20% das importações. Entre 1989 e 1997 um período de mudanças relevantes devido à abertura, estabilização e valorização cambial a ampliação dos fluxos de comércio deu-se de forma de muito mais acentuada entre as empresas estrangeiras do que entre as nacionais. Nessa evolução, as importações cresceram muito mais do que as exportações. Ou seja: as empresas estrangeiras promoveram um ajuste importador mais intenso, elevando as compras no exterior de peças, partes e componentes, além de produtos finais para complementar as linhas de produtos produzidas internamente. As importações das grandes empresas estrangeiras cresceram nada menos do que 23% ao ano no período da abertura e da sobrevalorização cambial, enquanto o aumento das exportações alcançava 8,8% ao ano. As médias de evolução de importações e exportações das grandes empresas nacionais foram muito mais aproximadas entre si: 6% e 5,6% ao ano, respectivamente. Certamente, a composição setorial da seleção de empresas estrangeiras influenciou esses resultados, pois há uma forte concentração dessas empresas nos setores mais intensivos em capital e tecnologia. Os efeitos da abertura teriam sido mais intensos sobre esses setores do que naqueles onde predominam as empresas nacionais. Porém, a propriedade estrangeira e o fato das filiais estarem mais integradas ao restante da rede da corporação em outros países foram fatores que também influíram, principalmente sobre os padrões de origem e destino e sobre a pauta de produtos comercializados. Taxa Média Anual de Crescimento das Exportações e das Importações, por Origem de Capital - em % Exportações Importações Período Nacionais Estrangeiros Total 1989-1997 5,6 8,8 7,2 1997-2000 7,1 (2,8) 2,0 1989-2000 6,0 5,5 5,8 1989-1997 6,0 23,2 17,0 1997-2000 3,9 (12,3) (8,2) 1989-2000 5,4 12,3 9,5 Fonte: Elaboração própria a partir de dados da Secex. Considerando ainda os anos de 1989 e 1997, o aumento das compras externas das grandes empresas estrangeiras concentrou-se em produtos de alta e média Grandes Empresas Industriais Nacionais e Estrangeiras: Participação no Comércio Exterior Brasileiro 4

intensidade tecnológica, provenientes em sua maior parte dos países desenvolvidos e com grande participação da região de origem do capital das empresas. A abertura comercial possibilitou que essas empresas, além, naturalmente, das empresas nacionais, desfrutassem do maior acesso aos produtos, insumos, partes e componentes que incorporam conteúdo tecnológico, produzidos em grande parcela pela matriz ou em outras filiais localizadas nas regiões mais industrializadas e em países de nova industrialização. Pelo lado das importações e mais sob o comando das empresas transnacionais do que das grandes empresas nacionais, a abertura e a sobrevalorização cambial posicionaram o Brasil na globalização ou, mais exatamente, inseriram o país nos fluxos internacionais das grandes empresas transnacionais. Nesses fluxos destacamse os produtos de maior conteúdo tecnológico, correspondentes à nova etapa de industrialização mundial. Embora esse processo de inserção internacional deva ter resultado em maior produtividade interna, isso não alavancou as exportações. O coeficiente de exportação (relação exportação/vendas) das empresas estrangeiras, embora tenha crescido, permaneceu em nível relativamente baixo. Além disso, enquanto a pauta de importações passava pelas mudanças descritas, do lado das exportações as commodities primárias mantiveram-se como itens de muito maior importância do que os produtos de maior conteúdo tecnológico. Ademais, o que permitiu o crescimento das exportações das empresas estrangeiras foram as maiores vendas para o mercado regional os países do Mercosul e da Aladi denotando que o mercado regional foi um destacado fator de atração de investimentos estrangeiros para o Brasil. Isso denota também que, do ponto de vista das exportações relativamente às importações, a globalização brasileira foi desigual, ou seja, através das empresas transnacionais aqui instaladas o Brasil não se inseriu no mundo globalizado das exportações de produtos correspondentes à atual etapa de industrialização, nem obteve ganhos adicionais expressivos em novos mercados de países desenvolvidos, ampliando mais o mercado regional de exportação. Coeficientes de Exportação e Importação 1989, 1997 e 2000 - em % Exportação Importação 1989 1997 2000 1989 1997 2000 Nacionais 12,9 17,6 19,2 5,2 7,0 7,8 Estrangeiras 13,1 15,1 17,5 5,2 13,2 13,3 Total 13,0 16,3 18,3 5,2 10,2 10,7 Fonte: Elaboração própria a partir de dados da Secex e Exame. Grandes Empresas Industriais Nacionais e Estrangeiras: Participação no Comércio Exterior Brasileiro 5

No caso das empresas nacionais, o maior peso de setores menos intensivos em tecnologia nas exportações pode ter favorecido a geração de saldos comerciais elevados. Por outro lado, nesse caso, registrou-se uma maior participação das commodities nas exportações. Deve ser sublinhado ainda que a exportação de produtos de alta intensidade tecnológica das grandes empresas nacionais é concentrada em uma única empresa do setor outros equipamentos de transporte, não refletindo um movimento do conjunto dessas empresas. Também é relevante a maior importância dos mercados de países mais desenvolvidos como destino das exportações das empresas nacionais. Isso significa que para as grandes empresas nacionais o Mercosul e o mercado regional não têm, em geral, a mesma importância relativa nas exportações que têm para as empresas estrangeiras. Cabe ainda destaque para o fato de que entre as grandes empresas nacionais o coeficiente de exportação aumentou significativamente entre os anos de 1989 e 1997, superando o coeficiente de exportação das empresas estrangeiras. Isso se deu a despeito da sobrevalorização cambial, o que certamente impôs perdas a essas empresas. O desestímulo do câmbio traduziu-se, portanto, não por um retrocesso da propensão a exportar, mas, certamente, por conter um aumento do coeficiente de exportação que, de outra forma, poderia ter sido muito maior. Quanto ao coeficiente de importação, este aumenta apenas moderadamente no período, a despeito da abertura e do incentivo cambial às importações. Saldo Comercial por região e por origem do capital 1989, 1997 e 2000. Em US$ Saldo Comercial por Região e por milhões. Origem do Capital 1989, 1997 e 2000 Em US$ Milhões 2000 1997 1989 2000 1997 nacionais estrangeiras 1989 (6.000) (4.000) (2.000) - 2.000 4.000 6.000 8.000 US$ milhões Mercosul Nafta Aladi Europa Ocidental Ásia Resto do Mundo Fonte: Elaboração Fonte: Elaboração própria a partir própria de dados a partir da dos Secex. dados da Secex Grandes Empresas Industriais Nacionais e Estrangeiras: Participação no Comércio Exterior Brasileiro 6

Entre os anos de 1997 e 2000, ocorreriam algumas mudanças importantes. As empresas nacionais registraram um aumento tanto de importações quanto de exportações. Porém excluindo a empresa do setor outros equipamentos de transporte, observa-se uma ligeira queda nas exportações e uma queda um pouco mais acentuada das importações. Como as empresas nacionais de maior volume de exportação estão concentradas em setores com produtos menos elaborados, a queda de preços de commodities no mercado internacional influenciou negativamente os resultados em termos do valor das exportações. Apesar disso, os coeficientes de comércio continuaram aumentando: em 2000, em média, as exportações representaram 19,2% das vendas das empresas nacionais (17,5% para as estrangeiras). Entre as estrangeiras, caíram as exportações (uma queda maior em comparação com as empresas nacionais, excluída a empresa de outros equipamentos de transporte) e, muito mais, as importações. Isso permitiu que voltassem a ter superávit comercial. Porém, naqueles setores que avançaram mais no processo de substituição de linhas de produtos e fornecedores locais por importados, durante a abertura e o período de sobrevalorização cambial, principalmente na química e no setor de material eletrônico e de telecomunicações, as importações de produtos mais intensivos em tecnologia continuaram pesando. Também cabe o registro de que no caso dos produtos mais intensivos em tecnologia continuou a existir um elevado déficit com as regiões mais desenvolvidas, com grande participação das compras nos países de origem do capital das empresas estrangeiras. Por outro lado, por dependerem mais do que as nacionais do mercado regional, as estrangeiras registraram um recuo maior nas exportações, dada a retração do comércio com a crise da Argentina e do Mercosul. Maior exportação para os mercados do Nafta e da União Européia foi a resposta das empresas estrangeiras diante da crise do Mercosul, o que elevou a participação desses mercados de 36,6% para 52,3% no total das exportações entre os anos de 1997 e 2000. A crise do mercado regional levou a uma maior diversificação das exportações das empresas estrangeiras em direção a mercados de países de economias mais desenvolvidas. Embora derivado de um fator negativo para o comércio exterior brasileiro a crise do mercado regional essa reação das empresas estrangeiras é positiva em termos do perfil de mercados e do dinamismo das exportações brasileiras. Percebe-se, assim, que os efeitos da desvalorização cambial foram distintos entre empresas nacionais e empresas estrangeiras. Novamente cabe ressaltar que isso se deve, em grande medida, à diferença das posições setoriais dos dois tipos de empresas: as nacionais mais concentradas nos setores intermediários, intensivos na utilização de recursos naturais e em bens de consumo não duráveis; as estrangeiras mais presentes nos setores intensivos em tecnologia e bens de consumo final. Grandes Empresas Industriais Nacionais e Estrangeiras: Participação no Comércio Exterior Brasileiro 7

Saldo Comercial Saldo por intensidade Comercial por tecnológica Intensidade e origem Tecnológica do capital e 1989, 1997 e Origem do Capital 2000 1989, US$ 1997 milhões. e 2000 - em US$ Milhões 2000 1997 1989 estrangeiras 2000 1997 nacionais 1989 (4.000) (2.000) - 2.000 4.000 6.000 8.000 Commodities Primárias Int. em Trab. e Rec. Naturais Baixa Intensidade Média Intensidade Alta Intensidade Não classificados Fonte: Elaboração própria Fonte: a partir Elaboração de dados própria da Secex. a partir dos dados da Secex Em setores onde é maior a importância de aspectos relacionados a competências para diferenciação de produtos e inovação, o fator câmbio tem um efeito menor sobre a competitividade externa, dado que o acesso aos mercados internacionais, nesses casos, não depende apenas de preço. Considerar a origem do capital é relevante na medida em que permite observar as possibilidades e os limites impostos por uma tentativa de estimular exportações e/ou de implementar uma política de substituição competitiva de importações baseada tão somente na desvalorização cambial. Os dados mostram que nos setores onde predominam as empresas estrangeiras, é importante levar em conta como essas empresas organizam seus fluxos de comércio, já que isso tem impacto relevante sobre a pauta de comércio e sobre os padrões de origem e destino dos fluxos comerciais. As informações analisadas permitem levantar dois aspectos referentes a uma agenda de discussão de política industrial e de comércio exterior. O primeiro diz respeito à necessidade de considerar uma política de investimento estrangeiro de maneira integrada às políticas industriais e de comércio exterior. Grandes Empresas Industriais Nacionais e Estrangeiras: Participação no Comércio Exterior Brasileiro 8

Empresas Estrangeiras Participação das Exportações e Importações Para as Mesmas Regiões de Origem do Capital 1989, 1997 e 2000 - em % Exportações 1989 1997 2000 Nafta 39,0 23,3 17,8 Europa 47,0 22,3 27,6 Ásia 65,8 53,9 49,8 Importações Nafta 66,0 46,8 57,7 Europa 65,8 57,7 54,3 Ásia 71,9 72,1 70,2 Fonte: Elaboração própria a partir de dados da Secex. Empresas Estrangeiras Participação das Exportações e Importações do Mercosul e da Aladi por Região de Origem do Capital 1989, 1997 e 2000 - em % Origem do Capital 1989 1997 2000 Exportações Nafta 11,8 43,8 34,1 Europa 13,0 46,1 28,8 Ásia 4,3 1,6 8,1 Importações Nafta 5,6 6,6 10,5 Europa 13,3 22,4 15,0 Ásia 3,0 1,6 3,0 Fonte: Elaboração própria a partir de dados da Secex. Muitos países em desenvolvimento estabelecem políticas de atração de investimentos, buscando ao mesmo tempo aumentar a contribuição dessas empresas para o comércio exterior e para o desenvolvimento industrial local. Importa, no primeiro caso, o aumento do fluxo de comércio, a qualidade e a capacidade de geração de saldos comerciais a partir dos produtos exportados; no segundo, o valor agregado gerado e o dinamismo tecnológico e produtivo que os investimentos são capazes de gerar internamente. Portanto, essas políticas partem do reconhecimento de que as decisões de investimento e de alocação de plantas produtivas das grandes corporações transnacionais exercem influência cada vez maior sobre os fluxos de comércio, bem como sobre a dinâmica industrial e tecnológica interna. Os dados apresentados neste estudo confirmam que, entre empresas estrangeiras e empresas nacionais, os padrões de comércio diferem.isso deve ser levado em conta em políticas setoriais de incentivo ao investimento ou em políticas de comércio voltadas à diversificação e aumento das exportações de manufaturados, onde, certamente, são relevantes os setores em que as empresas estrangeiras são predominantes. Grandes Empresas Industriais Nacionais e Estrangeiras: Participação no Comércio Exterior Brasileiro 9

Merece ser sublinhado que as grandes empresas nacionais demonstraram elevada resistência a fatores adversos sobre suas exportações, como a sobrevalorização cambial, e mostraram reação positiva diante do estímulo cambial, o qual se refletiria em aumentos muito mais expressivos de exportação se não tivesse ocorrido uma grande queda dos preços internacionais de commodities nos mercados internacionais a partir de 1998. Ou seja, os resultados do estudo mostram que as empresas nacionais responderam positivamente aos estímulos de uma política favorecedora de exportações. A propósito, os dados relativos às grandes empresas estrangeiras também mostram reações positivas, como foi o caso já salientado da rápida diversificação de mercados de exportações que, em média, essas empresas promoveram em decorrência da crise no mercado regional o mercado para o qual originalmente direcionaram, em grande parcela, seus investimentos no Brasil. O segundo aspecto importante diz respeito às negociações comerciais que estão sendo desenvolvidas pelo Brasil. O estudo constatou que é elevada a importância da região à qual pertence o país de origem do capital das empresas estrangeiras para as suas importações, enquanto é muito menos relevante a região de sua origem como mercado para as suas exportações. Os dados evidenciam uma outra assimetria associada ao conteúdo tecnológico dos produtos importados e exportados. Isso é válido tanto para as empresas originadas do Nafta quanto da Europa. Em grande parte, esse efeito está associado ao comércio intra-firma organizado pelas empresas globais no âmbito de sua divisão internacional de atividades. Deve-se considerar, portanto, que uma parcela relevante do comércio realizado com essas regiões não segue o padrão tradicional de comércio, uma vez que não é realizado entre empresas independentes. A política a ser seguida pelo Brasil nas negociações comerciais em curso deve reservar espaço de manobra para que o país participe mais intensamente do comércio intra-firmas. O complemento disso é uma política de atração de investimentos estrangeiros, que, não deve se pautar somente pelo incentivo que o mercado brasileiro e o mercado regional oferecem. A partir do desenvolvimento do Mercosul, esse foi um fator de atração de investimentos no ciclo de IDE da segunda metade da década de 1990, juntamente com a privatização e a própria estabilização da economia. Na presente década, o Brasil deve preparar-se, como outros países emergentes já o fazem, para habilitar-se como destino de investimentos voltados à produção para abastecimento de mercados globais, sem excluir, naturalmente, o atrativo representado pelos mercados local e regional. Em outro estudo 2, o IEDI mapeou os instrumentos de política adotados por diversos países emergentes para a atração de investimentos que, a propósito, se voltam também a incentivar inversões de empresas nacionais, embora, sem dúvida, 2 Economias Emergentes Incentivos Para a Atração de Investimentos, IEDI, 2002, disponível no site do Instituto, www.iedi.org.br. Grandes Empresas Industriais Nacionais e Estrangeiras: Participação no Comércio Exterior Brasileiro 10

objetivem primordialmente ampliar a participação desses países em mercados mundiais e atrair empresas globais. Não há um modelo rígido de instrumentos seguido pelos países, cada um deles formulando seu coquetel de ações e incentivos, buscando, naturalmente, maximizar suas competências ou vantagens próprias. No entanto, em todos os casos, são executadas políticas na área de educação, formação e treinamento de recursos humanos; desburocratização e agilidade nos fluxos de importação e exportação; incentivos de crédito e, eventualmente, fiscais para exportação; fornecimento de infra-estrutura e facilidades locais de instalação das plantas industriais; subvenções e incentivos de diversos tipos ao desenvolvimento e aplicação de tecnologias; e, por fim incentivos no imposto de renda, os quais normalmente têm data definida para acabar e, como em muitos casos, são definidos em bases cadentes ao longo do tempo. Facilidade de tramitação de projetos (o balcão único ) e programas para viabilizar a instalação da rede de fornecedores locais ou estrangeiros complementam os pacotes de ações, os quais,, com muita freqüência, são rotulados como programas de desenvolvimento tecnológico, seja porque, de fato, visam promover setores de tecnologia de ponta, seja porque isso facilita a observância das regras da OMC, que admite subvenções e incentivos para essa área. É importante enfatizar ainda que as empresas estrangeiras tiveram um papel relevante no processo de integração do Mercosul e que, também nesse âmbito, devem ser consideradas as estratégias das empresas transnacionais e o papel reservado às filiais brasileiras em uma política destinada ao reerguimento desse mercado. Com relação às empresas nacionais, convém subllinhar que a tese de que estas não reagiram à desvalorização cambial não encontra respaldo nos dados aqui reunidos. A empresa nacional não só respondeu ao estímulo cambial, como há indicações de que pode reagir positivamente em direção à diversificação da pauta exportadora, incluindo produtos considerados de elevado conteúdo tecnológico, como é o caso da Embraer. Por isso, é de se supor que tenham bons resultados as políticas que visem apoiar a agregação de valor dos produtos de exportação, o investimento para exportação, a ampliação do financiamento da exportação e do capital de giro para a produção para exportação, a internacionalização das empresas nacionais, a remoção de barreiras protecionistas aos produtos brasileiros, a promoção comercial e a preservação de uma taxa de câmbio que, sem as oscilações dos últimos anos, assegure rentabilidade à atividade exportadora. Cabe mencionar, finalmente, que o estudo selecionou empresas que foram desnacionalizadas para averiguar se a mudança da propriedade do capital alterou o comportamento das empresas adquiridas. Trata-se de uma investigação ainda preliminar, mas os dados reunidos não indicam que a transferência do controle para o capital estrangeiro tenha afetado os fluxos de comércio dessas empresas. Grandes Empresas Industriais Nacionais e Estrangeiras: Participação no Comércio Exterior Brasileiro 11

Introdução A base informações do presente trabalho é uma seleção de empresas líderes para os quais foram reunidas informações sobre o volume de comércio, coeficientes de comércio, origem e destino das exportações e importações e pauta de comércio por intensidade tecnológica dos produtos comercializados. Os objetivos do trabalho são: Avaliar o desempenho das grandes empresas nacionais e estrangeiras no período de abertura e sobrevalorização cambial e no período após a mudança da política cambial em janeiro de 1999. Verificar se existem diferenças relevantes na evolução dos fluxos, nos padrões de comércio e no grau de abertura entre empresas de capital nacional e estrangeira e verificar quais são os aspectos determinantes dessas diferenças e as suas conseqüências para a evolução futura do comércio exterior brasileiro. Quais orientações de política econômica os resultados da pesquisa sugerem. Foram selecionadas 165 grandes firmas industriais 3 (80 nacionais e 85 estrangeiras) que mantiveram nos três anos analisados (1989, 1997 e 2000) uma participação relevante na estrutura industrial brasileira. Ou seja, trata-se de um painel fixo reunindo as empresas que se mantiveram como importantes em seus setores de atuação nos anos considerados. Entende-se que a comparação das informações dessas empresas em três momentos permitirá perceber a evolução e a trajetória em um período marcado por profundas transformações no ambiente econômico e na própria estrutura da indústria brasileira. Entre as principais mudanças ocorridas merecem destaque a abertura comercial, a liberalização dos fluxos de capitais, a estabilização econômica, o processo de privatização, a consolidação e posterior crise do Mercosul, o crescimento acelerado do IDE (investimento direto estrangeiro) e da participação das empresas estrangeiras na economia e, finalmente, a mudança da política cambial em 1999. Os anos selecionados permitem a comparação de um ano anterior à abertura comercial (1989) com um ano (1997) em que esta, bem como a estabilização econômica e sobrevalorização cambial, já haviam sido consolidadas. O ano de 1997 também corresponde ao auge nas transações realizadas entre os países do Mercosul. Finalmente, o ano de 2000, permite observar o desempenho das empresas após a adoção do câmbio flutuante. Se por um lado, um painel fixo de empresas facilita o acompanhamento das empresas ao longo do tempo, impede captar alguns fenômenos importantes, como, por exemplo, o desempenho da empresa, principalmente estrangeira, que se instalou depois de 1989. Em parte, portanto, os impactos do ciclo recente de IDE na economia brasileira, associada às novas empresas entrantes, não está sendo considerada no trabalho. Porém, os investimentos associados à expansão e modernização das empresas que já atuavam em 1989 são refletidos nos dados, assim como, indiretamente, a influência da concorrência das novas entrantes sobre as empresas já instaladas em seus respectivos setores de atuação. 3 Ver no Anexo 1 a relação de empresas selecionadas. Grandes Empresas Industriais Nacionais e Estrangeiras: Participação no Comércio Exterior Brasileiro 12

Outro aspecto relevante que o trabalho procurou abordar ainda que preliminarmente, diz respeito às empresas que eram nacionais no início do período e que foram adquiridas pelo capital estrangeiro. Além das 165 empresas selecionadas, foram acrescentadas mais 21 empresas desnacionalizadas entre 1989 e 2000. Entretanto, como se trata de uma análise ainda exploratória a opção foi por tratá-las como um item à parte deste trabalho. Quanto à representatividade das empresas selecionadas, a tabela a seguir apresenta, no lado esquerdo, o valor absoluto das vendas, das exportações e das importações em US$ milhões correntes. No lado direito, a participação das vendas das empresas selecionadas no total das vendas da indústria segundo a Pesquisa Industrial Anual 4 (PIA) do IBGE. Na tabela é possível avaliar também a participação das empresas no total das exportações e importações brasileiras. As empresas selecionadas respondem por cerca de um terço das vendas industriais e das exportações brasileiras e por um quinto das importações, revelando a sua importância na estrutura industrial e de comércio exterior do país.. A seleção das empresas procurou também obedecer a um critério setorial com o objetivo de contemplar os diversos setores da indústria. Cada empresa foi classificada segundo a CNAE (Classificação Nacional de Atividade Econômica) a dois dígitos, de acordo com a área de maior faturamento da empresa. Para os setores Automotivo e Químico, optouse pela classificação a 3 dígitos para permitir obter informações mais desagregadas e verificar diferenças entre os vários segmentos, como por exemplo entre a fabricação de veículos e autopeças. Vendas, Exportações e Importações e Representatividade das Empresas Selecionadas 1989, 1997 e 2000 - em US$ Milhões e % Vendas Exportações Importações Part. nas Vendas Industriais da PIA Part. nas Exportações Totais Part. nas Importações Totais 1989 73.730,23 10.177,10 3.984,15-29,2 21,8 1997 132.915,52 17.812,14 13.984,62 36,0 33,6 22,8 2000 110.805,05 18.896,67 10.813,82 34,1 34,3 19,4 Fonte: Elaboração própria a partir de dados da Secex e IBGE. A tabela abaixo mostra o número de empresas em cada setor e as vendas no ano 2000, assim como a participação no total. Quanto à origem do capital, a seleção compreende 80 empresas nacionais e 85 empresas estrangeiras 5. Do ponto de vista setorial, as empresas estrangeiras respondem por 100% das vendas nos setores de produtos do fumo, produtos de limpeza, tintas e vernizes, químicos diversos (no complexo químico) e produção de veículos e de caminhões (no complexo automotivo). Dominam amplamente os setores de máquinas e equipamentos, produtos de informática, material eletrônico e de telecomunicações e máquinas 4 A PIA do IBGE é uma pesquisa que cobre de maneira censitária as empresas industriais (Indústria de Transformação e Extrativa Mineral) com mais de 30 pessoas ocupadas. As empresas com menos de 30 pessoas ocupadas recebem cobertura amostral. Vale ressaltar que as vendas das empresas da amostra são vendas brutas, enquanto as vendas registradas pela PIA são vendas líquidas (excluem impostos indiretos). Para os anos anteriores a 1996, os dados não são comparáveis devido a mudanças metodológicas na pesquisa, fato que impediu a comparação para o ano de 1989. 5 - As empresas estrangeiras da amostra são majoritariamente estrangeiras e possuem o controle acionário da empresa. Em sua maioria, são subsidiárias com 100% do capital pertencentes à não residentes. Grandes Empresas Industriais Nacionais e Estrangeiras: Participação no Comércio Exterior Brasileiro 13

e aparelhos elétricos. Ou seja, são predominantes naqueles segmentos mais intensivos em tecnologia e conhecimento. Já o capital nacional domina os setores mais intensivos em trabalho (produtos têxteis, calçados e vestuário), intensivos em recursos naturais (indústria extrativa mineral e alimentos) e em setores que combinam intensidade em escala e utilização de recursos naturais (como metalurgia, produtos de celulose e papel e fabricação de coque e refino do petróleo). O setor de outros equipamentos de transporte, de maior intensidade tecnológica, é de domínio nacional, contrariando o padrão acima. Também nos segmentos de fabricação de carrocerias e reboques e de química orgânica (petroquímica básica), as empresas nacionais respondem pela maior parte das vendas, embora nesses segmentos o conteúdo tecnológico das atividades seja em geral menor do que nos outros segmentos que compõem, respectivamente, o complexo automotivo e químico. Participação das Empresas de Capital Nacional e Estrangeiro nas Vendas das Empresas Selecionadas por Setor de Atividade 2000 - em % Setor Nacional Estrangeiro Ext. de minerais metálicos 69,1 30,9 Prod. Alimentícios e Bebidas 65,1 34,9 Prod. do fumo - 100,0 Prod. Têxteis 100,0 - Artigos do vestuário 100,0 - Couro e artefatos de couro 100,0 - Celulose e papel 74,9 25,1 Coque e ref. de petróleo 100,0 - Prod. Químicos 36,1 63,9 Prod. químicos inorgânicos 34,0 66,0 Prod. químicos orgânicos 65,1 34,9 Resinas e elastômeros 80,9 19,1 Prod. Farmacêuticos 11,2 88,8 Prod. de limpeza, perfumaria e cosméticos - 100,0 Tintas e vernizes - 100,0 Preparados químicos diversos - 100,0 Borracha e plástico 24,4 75,6 Prod. de minerais não-metálicos 50,8 49,2 Metalurgia básica 79,1 20,9 Prod. de metal 100,0 - Máquinas e equipamentos 8,3 91,7 Máq. p. escritório e equip. de informática 1,6 98,4 Máq., ap. e materiais elétricos 21,9 78,1 Mat. eletrônico equipamentos de telec. 11,1 88,9 Veículos Automotores 3,5 96,5 Automóveis - 100,0 Caminhões e ônibus - 100,0 Cabines, carrocerias 100,0 - Peças e acessórios para veículos 8,0 92,0 Outros equipamentos de transporte 100,0 - Total 41,2 58,8 Fonte: Elaboração própria a partir de dados da Exame. Grandes Empresas Industriais Nacionais e Estrangeiras: Participação no Comércio Exterior Brasileiro 14

Evolução dos Fluxos de Comércio e do Saldo Comercial Evolução Geral Em 1989, o saldo comercial de empresas nacionais e estrangeiras selecionadas era positivo em US$ 6,1 bilhões. Entre 1989 e 1997 o volume de comércio cresceu significativamente, muito mais do lado das importações do que das exportações. O crescimento médio anual das importações atingiu 17%, enquanto a evolução das exportações foi de 7,2%. Ou seja, as transformações ocorridas nesse período como a consolidação da abertura econômica, a estabilização e os avanços na integração comercial com os parceiros do Mercosul, tiveram um impacto importante sobre a corrente de comércio brasileira, porém com maior intensidade sobre os fluxos de importação do que de exportação. Como resultado, o saldo total das empresas selecionadas caiu para US$ 3,8 bilhões em 1997. Os dados do ano 2000 mostram mudanças relevantes, em particular quanto aos efeitos da desvalorização cambial sobre as importações. Estas declinaram de US$ 13,9 para US$ 10,8 bilhões, enquanto as exportações aumentaram de US$ 17,8 para US$ 18,9 bilhões. Isso elevou o saldo comercial para US$ 8 bilhões, um valor superior ao de 1989. Por origem de capital, é possível detectar algumas características distintas entre as nacionais e estrangeiras. Em primeiro lugar, entre 1989-1997, a assimetria na evolução dos fluxos de comércio em favor das importações foi muito mais acentuada para as empresas estrangeiras do que para as empresas nacionais. O gráfico a seguir mostra que as mudanças nos volumes de comércio foram maiores para as empresas estrangeiras devido ao grande aumento das importações, que saltaram de US$ 2 bilhões para US$ 10,9 bilhões. Para as nacionais, o aumento foi de US$ 1,9 para US$ 3 bilhões no mesmo período. A esses valores correspondem taxas de crescimento para exportações e importações, que para as empresas nacionais foram muito próximas: 5,6% e 6% ao ano, respectivamente. Para as estrangeiras, o crescimento das exportações foi de 8,8% ao ano, enquanto as importações cresciam 23,2% ao ano. Como resultado, o saldo comercial das empresas estrangeiras passa de superávit de US$ 2,8 bilhões em 1989 para déficit de US$ 1,2 bilhões em 1997. Para as nacionais o superávit que era de US$ 3,3 bilhões, elevou-se para US$ 5 bilhões. Em resumo, mesmo diante da abertura e da sobrevalorização cambial, a grande empresa nacional exportadora aumentou suas exportações e ampliou seu saldo comercial entre os anos de 1989 e 1997. No mesmo período, acompanhando o que ocorreu no comércio exterior brasileiro, a empresa estrangeira transitou de superavitária para deficitária. Grandes Empresas Industriais Nacionais e Estrangeiras: Participação no Comércio Exterior Brasileiro 15

Exportações e Importações das Empresas Selecionadas por Origem de Capital 1989, 1997 e 2000 em US$ Milhões Exportações e importações das empresas da amostra por origem de capital 1989, 1997 e 2000 - US$ milhões 2000-10.814 18.897 Nacionais Estrangeiras Total 1997 1989 2000 1997 1989 2000 1997 1989-13.985-3.984-7.367-10.909-2.053-3.447-3.075-1.931 10.177 8.859 9.641 4.902 10.038 8.171 5.275 17.812-20.000-15.000-10.000-5.000 0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 Exportação Importação Fonte: Elaboração própria a partir de dados da Secex. Entre 1997 e 2000, também é possível detectar uma diferença marcante de desempenho entre as empresas nacionais e estrangeiras: Enquanto as primeiras ampliaram o ritmo da evolução das exportações com relação ao período anterior o crescimento das exportações foi de 7,1% ao ano, em média as vendas externas das estrangeiras declinaram a uma taxa de 2,8% ao ano. Pelo lado das importações, a queda foi acentuada entre as estrangeiras (12,3% ao ano); as grandes empresas as nacionais mantiveram uma variação positiva (3,9 ao ano). Como resultado da queda das importações, as estrangeiras voltam a apresentar superávit comercial no ano 2000; as nacionais aumentam o saldo comercial em função das maiores exportações. Exportações, Importações e Saldo Comercial das Empresas Selecionadas por Origem do Capital - 1989, 1997 e 2000 - em US$ Milhões Nacionais Estrangeiras Total 1989 1997 2000 1989 1997 2000 1989 1997 2000 Exp 5.274,75 8.171,23 10.037,95 4.902,35 9.640,91 8.858,73 10.177,10 17.812,14 18.896,67 Imp 1.930,91 3.075,38 3.446,77 2.053,24 10.909,24 7.367,05 3.984,15 13.984,62 10.813,82 Saldo 3.343,84 5.095,85 6.591,18 2.849,11 (1.268,33) 1.491,68 6.192,95 3.827,52 8.082,85 Fonte: Elaboração própria a partir de dados da Secex. Grandes Empresas Industriais Nacionais e Estrangeiras: Participação no Comércio Exterior Brasileiro 16

Taxa Média Anual de Crescimento das Exportações e das Importações, por Origem de Capital - em % Período Nacionais Estrangeiros Total 1989-1997 5,6 8,8 7,2 Exportações 1997-2000 7,1 (2,8) 2,0 1989-2000 6,0 5,5 5,8 1989-1997 6,0 23,2 17,0 Importações 1997-2000 3,9 (12,3) (8,2) 1989-2000 5,4 12,3 9,5 Fonte: Elaboração própria a partir de dados da Secex. Ou seja, com a desvalorização cambial, as empresas nacionais ampliam o saldo comercial, aumentando a corrente de comércio; as estrangeiras voltam a ser superavitárias, reduzindo a corrente de comércio, principalmente pelo lado das importações. É importante que a análise agregada de um grupo e do outro de empresas seja complementada com informações setoriais. Saldo Comercial da Amostra por Origem de Capital 1989, 1997 e 2000 em US$ Milhões Saldo comercial da amostra por origem de capital 1989, 1997 e 2000 - US$ milhões 2000 8.083 Nacionais Estrangeiras Total 1997 1989 2000 1997 1989 2000 1997-1.268 1.492 3.828 6.193 2.849 6.591 5.096 1989 3.344-2.000 0 2.000 4.000 6.000 8.000 10.000 Fonte: Elaboração própria a partir de dados da Secex. Grandes Empresas Industriais Nacionais e Estrangeiras: Participação no Comércio Exterior Brasileiro 17

Análise por Setor de Atividade A decomposição setorial mostra que o movimento agregado resulta de comportamentos bastante distintos entre as empresas dos vários setores de atividade. Empresas nacionais Exportações Embora em todos os setores tenha havido crescimento do valor exportado no período 1989-1997, os que mais contribuíram para a evolução das exportações das grandes empresas nacionais foram aqueles cujo valor de vendas externas já era elevado em 1989, com destaque para extração de minerais, metalurgia básica, celulose e papel e alimentos (ver o gráfico a seguir). Vale ressaltar que esses não foram os setores com maior crescimento médio no período. Em produtos de metal, autopeças e vestuário as taxas foram maiores (ver os dados do anexo para maiores detalhes), o que não teve muita influência no acréscimo total das exportações das firmas nacionais em razão do baixo volume inicial das vendas externas desses setores. Evolução das Exportações das Empresas Nacionais Selecionadas por Setor de Atividade 1989, 1997 e 2000 2000 1997 1989-2.000 4.000 6.000 8.000 10.000 us$ milhões Ext. de minerais met. Prod. têxteis Couro Coque e ref. de petróleo Borracha e plástico Metalurgia básica Máquinas e equipamentos Máq., ap. e mat. elétricos Veículos Automotores Alim. e Bebidas vestuário Celulose e papel Prod. Químicos Prod. de min. não-metálicos Prod. de metal Máq. p. escritório e informática Mat. eletrôn. e equip. de telec. Outros equipamentos de transporte Fonte: Elaboração própria a partir de dados da Secex e Exame. Grandes Empresas Industriais Nacionais e Estrangeiras: Participação no Comércio Exterior Brasileiro 18

Evolução das Importações das Empresas Nacionais Selecionadas por Setor de Atividade 1989, 1997 e 2000 2000 1997 1989-500 1.000 1.500 2.000 2.500 3.000 3.500 4.000 us$ m ilhões Fonte: Elaboração própria a partir de dados da Secex e Exame. Entre 1997 e 2000, ao contrário do período anterior, o aumento das exportações não foi generalizado entre os setores, a despeito da desvalorização cambial. Pelo contrário, em sua maioria, os setores registraram queda com destaque para extração de minerais metálicos e metalurgia básica que são setores com grande participação no total das exportações. O crescimento foi concentrado no setor de celulose e papel e, principalmente, em outros equipamentos de transporte. Este último, onde se destaca a produção de aviões, foi responsável pela maior exportação do conjunto de empresas nacionais no período em questão. Excluindo esse segmento, as exportações das nacionais registraria queda de 0,9% ao ano, e não aumento de 7%. Ainda assim, o declínio das exportações das empresas nacionais seria menor do que o declínio das vendas ao exterior das empresas estrangeiras (2,8% ao ano). As empresas dos setores de produtos têxteis, artigos do vestuário e equipamentos de telecomunicações registraram taxas de crescimento bastante superiores à média das empresas selecionadas, mas tiveram reduzida contribuição no crescimento total. O setor químico também apresentou crescimento no período, um desempenho condicionado pelo segmento de química orgânica. (ver tabela 2. do anexo). Vários motivos podem explicar diferenças de resposta à desvalorização cambial. As mudanças nos preços dos produtos exportados, por exemplo, podem explicar a redução em setores como o de extração de minerais metálicos e metalurgia básica. Além do fator preço, também são relevantes as barreiras comerciais enfrentadas pelos produtos brasileiros no mercado externo, a desaceleração da economia mundial e a retração dos fluxos comerciais regionais ocorrida entre 1997 e 2000. Importações Já foi ressaltado que o crescimento das importações das empresas nacionais foi pouco superior ao crescimento das exportações entre os anos 1989 e 1997. Nesse período, sobressai a grande importância das compras externas das empresas dos setores metalurgia básica e Grandes Empresas Industriais Nacionais e Estrangeiras: Participação no Comércio Exterior Brasileiro 19

outros equipamentos de transporte. Note-se que em outros setores as importações crescem ainda mais, casos de química, alimentos, material eletrônico e de comunicações e têxtil. No período 1997-2000, o destaque é o grande o aumento das importações do setor outros equipamentos de transporte (US$ 900 milhões). Se a empresa pertencente a esse setor fosse excluída da seleção, em lugar de um aumento das importações totais das empresas nacionais (3,9% ao ano), o resultado seria um queda média de 7,3% ao ano. De fato, a tendência na maioria dos setores foi de redução das importações. Como pode ser visto no gráfico a seguir e pela tabela 2 do anexo, os setores que mais contribuíram para essa redução foram a metalurgia básica, produtos químicos (com destaque para o segmento de química orgânica), alimentos e bebidas e material eletrônico e de comunicações. Ou seja, a mudança de preços relativos provocada pela desvalorização cambial teve um efeito muito maior e generalizado sobre as importações, reduzindo as compras externas da maioria dos setores. O aumento das importações para o total das empresas nacionais selecionadas, é resultado, como já se observou, das compras externas em outros equipamentos de transportes. A trajetória das importações nesse caso é, na verdade, uma exceção à regra, e que deve ser interpretada como um efeito justamente da maior exportação registrado pelo setor. Saldo Comercial Entre 1989 e 1997, o melhor resultado comercial esteve concentrado nas empresas dos setores de extração de minerais metálicos, metalurgia básica, alimentos e bebidas e celulose e papel, ou seja, setores que já eram superavitários em 1989. Empresas dos setores veículos automotores (que no caso das nacionais são representados pelos segmentos de autopeças e fabricação de cabines e carroçarias) e máquinas e equipamentos elétricos, também registraram um crescimento expressivo no período, porém com pequena contribuição para o crescimento do saldo global das empresas nacionais devido à participação relativa reduzida. Entre os setores deficitários, destacam-se: material eletrônico e de telecomunicações, além de borracha e plástico e têxteis. Esses três setores já registravam saldo negativo em 1989, de forma que o que assistiu nos anos posteriores até 1997 foi que esse déficit aumentou ainda mais. Entre 1997 e 2000, o setor de outros equipamentos de transporte foi, destacadamente, o que mais evoluiu na geração de saldo comercial. Também melhoraram o resultado comercial as empresas dos setores de celulose e papel, produtos químicos e alimentos e bebidas. Redução significativa foi registrada nas empresas de extração de minerais metálicos. Reduziram também o déficit em relação a 1997, as empresas dos setores de borracha e plástico e de informática. Passaram de déficit para pequeno superávit em 2000, as empresas dos setores têxtil e vestuário. Grandes Empresas Industriais Nacionais e Estrangeiras: Participação no Comércio Exterior Brasileiro 20

Saldos Comerciais das Empresas Nacionais Selecionadas por Setor de Atividade 1989, 1997 e 2000 2000 1997 1989 (1.000) - 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000 6.000 7.000 8.000 us$ milhões Ext. de minerais met. Prod. têxteis Couro Coque e ref. de petróleo Borracha e plástico Metalurgia básica Máquinas e equipamentos Máq., ap. e mat. elétricos Veículos Automotores Alim. e Bebidas vestuário Celulose e papel Prod. Químicos Prod. de min. não-metálicos Prod. de metal Máq. p. escritório e informática Mat. eletrôn. e equip. de telec. Outros equipamentos de transporte Fonte: Elaboração própria a partir de dados da Secex. Empresas Estrangeiras Exportações Entre as empresas estrangeiras, o segmento que mais contribuiu para o aumento das exportações entre 1989 e 1997 foi o complexo automotivo, com crescimento médio anual de 10% no período (ver a tabela 6 do anexo). Neste complexo, o segmento de automóveis acusou a menor taxa de crescimento (8,6% contra 14,2% em autopeças e 13,2% em caminhões e ônibus). Como essas taxas foram superiores à media do conjunto das empresas estrangeiras selecionadas, a participação do complexo que já era elevada nas exportações totais em 1989, cresceu ainda mais, passando a representar praticamente a metade das exportações das empresas estrangeiras em 1997. Somente o segmento de automóveis respondeu por cerca de um terço do total exportado nesse ano. Empresas de outros setores também registraram um considerável aumento no valor exportado, como fumo, borracha e plástico, alimentos e bebidas, produtos químicos, papel e celulose e metalurgia básica. Grandes Empresas Industriais Nacionais e Estrangeiras: Participação no Comércio Exterior Brasileiro 21

Já no período 1997-2000, a tendência geral foi de recuo das vendas externas. Os setores que apresentaram redução mais acentuada foram: produtos do fumo e equipamentos de informática.. Porém, foi o complexo automotivo o que mais influenciou o resultado geral das empresas estrangeiras e, dentro dele, o setor de fabricação de veículos. As empresas desse segmento tiveram uma redução de cerca de US$ 1 bilhão nas exportações. Apenas autopeças teve um desempenho positivo dentro do complexo. O complexo químico também sofreu redução nas exportações, com destaque para os segmentos de química orgânica e químicos diversos. Já os setores de equipamentos de telecomunicações e extração de minerais metálicos e celulose e papel tiveram crescimento expressivo Importações Quanto às importações, o salto observado entre 1989 e 1997 foi generalizado, mas destacam-se novamente as empresas do setor automotivo, que registraram uma taxa de crescimento superior ao conjunto de empresas estrangeiras (23,2% ao ano). Deve-se ressaltar também a importância das empresas do complexo químico, cujas importações aumentaram 17,7% ao ano, abaixo, portanto do total das estrangeiras, mas partindo de um patamar bastante elevado em 1989. Pela importância dentro do complexo químico, merecem destaque os segmentos farmacêutico e química orgânica. Empresas estrangeiras de outros setores também aumentaram acentuadamente suas importações e passaram a participar de forma importante no total importado em 1997, como nos casos de material eletrônico e equipamento de telecomunicações, equipamentos de informática e máquinas elétricas Exportações das Empresas Estrangeiras Selecionadas por Setor de Atividade 1989, 1997 e 2000 2000 1997 1989-2.000 4.000 6.000 8.000 10.000 us$ m ilhões Ext. de miner. metálicos Alimentos e Bebidas Prod. do fumo Celulose e papel Prod. Químicos Borracha e plástico Prod. de miner. não-metálicos Metalurgia bás ic a Máquinas e equipamentos Máq. p. escrit. e informática Máq., ap. e mat. elétrico Mat. eletrôn. e equip. de telec. V eículos A utomotores Grandes Empresas Industriais Nacionais e Estrangeiras: Participação no Comércio Exterior Brasileiro 22