ACLIMATAÇÃO ARQUITETÔNICA, TECNOLOGICA E MATERIAL DO CAMPUS IFPB PARA DEFICIENTES COM BAIXA VISÃO Francisco Suerbe de Araújo (1); Pedro Saulo do Nascimento Pereira (2); Frankslale Fabian Diniz de Andrade Meira (3); Instituto Federal de Educação Ciência e tecnologia da Paraíba; suerby@hotmail.com RESUMO Este trabalho faz parte de um projeto de pesquisa que está sendo desenvolvido de forma recente, no Instituto Federal da Paraíba, IFPB - campus Campina Grande. Buscamos melhorias para a realidade vivenciada por milhões de brasileiros, que lutam pela inclusão social e se esforçam para superar algum tipo de deficiência física, assim como qualquer portador de necessidade especial. Nesse caso, a pesquisa desenvolvida é estudar a temática da inclusão dos portadores de deficiência visual com baixa visão (parcial), que são impossibilitados de desenvolver atividades como: estudar, trabalhar ou sair de casa por possuir algum tipo de limitação, pois a questão da acessibilidade em algumas instituições tem dificultado o seu desenvolvimento. Dessa forma, as propostas iniciais partem para intervenções arquitetônicas, implementação de projetos de inclusão, adequação das instalações e metodologias, a serem realizados no Instituto Federal - IFPB campus Campina Grande. Até o presente momento os resultados são parciais, todavia em parceria com instituto dos cegos já foram instalados na nossa biblioteca os softwares Dosvox e NVDA acompanhado de uma biblioteca virtual com 50Gb com livros audiovisuais, com o seguimento da pesquisa será possível direcionar de forma mais eficiente à oferta futura de serviços sociais e a melhoria das condições de desenvolvimento da nossa instituição. Palavras-chave: Acessibilidade, Intervenção Arquitetônica, Deficiência Visual. INTRODUÇÃO A execução das propostas de inclusão para os alunos com deficiências que ingressam na rede Federal de Ensino, tem provocado mudanças na compreensão dos problemas e mobilizando para organizar-se adequadamente. Este estudo tem por objetivo proporcionar a inclusão de estudantes portadores de deficiência visual parcial, no ambiente institucional, com a implementação de projetos de acessibilidade física com intervenções arquitetônicas, acessibilidade digital, pesquisas sobre técnicas e práticas alternativas de sensibilização e capacitação, adaptação e reformulação do IFPB - Campus Campina Grande, preparando-o para melhor absorver e desenvolver sua metodologia de ensino junto aos alunos Portadores de Necessidades Especiais PNE. E ao voltar o olhar para a história, percebe-se que a cegueira sempre preocupou a
humanidade. De acordo com Hugonnier Clayette (1989) os sentimentos que movem os homens no tratamento da pessoa cega se diferem e os sentimentos misturam-se através dos tempos. A Síria, Jerusalém e a França, nos séculos V, VII, X, XI e XII, foram precursores em providenciar assistência e alojamento aos cegos, com a fundação de asilos e lares. A ideia de ensinar-lhes um ofício e reintegrá-los à sociedade foi desenvolvida por Valentin Hauy, em 1784, com a fundação do Instituto Nacional dos Jovens Cegos, em Paris Miranda (2011). Assim, se verifica que a temática necessita de uma preocupação explícita, sabendo que os direitos humanos quanto à constituição brasileira reconhecem tal fato. A deficiência visual em si, não impossibilita aos alunos frequentarem as instituições de ensino, e sim, as adaptações e instalações, quanto à acessibilidade seja ela física, digital ou de sensibilização e capacitação. De acordo com I. Social (2009) do total de 41,2 milhões de vínculos empregatícios formais, 288.593 foram declarados como trabalhadores com deficiência, o que representou em torno de 0,7% do contingente de empregos formais no Brasil. Desse total de vínculos de trabalhadores com deficiência, a maioria possui deficiência física (54,68%), seguido dos deficientes auditivos (22,74%), visuais (4,99%), intelectuais (4,55%) e deficiências múltiplas (1,21%). É possível notar que o Brasil vem apresentando um considerável avanço com relação à empregabilidade de pessoas com deficiência, mas ainda há um enorme caminho a percorrer. Tomando como exemplo o aluno E., com baixa visão, 34 anos aluno do curso de Tecnologia em Construção de Edifícios no campus Campina Grande IFPB. Segundo ele apesar de muitas melhoras e apoio ao PNE, ainda são muitos os empecilhos, não só na estrutura física da instituição, em especial. Uma das maiores dificuldades enfrentadas na instituição, ele salienta que é a falta de piso tátil, falta de formação dos professores, necessidade de softwares adequados nos laboratórios e apoio adequado para realização das aulas presenciais. Pensando nisso, buscamos na inclusão, associada à determinação, a fundamentação para este projeto, focando na mendicidade do envolvimento da docência junto ao aluno, realinhando as práticas construtivas com a necessidade de acessibilidade e democratização, fazendo o uso dos conceitos básicos da arquitetura e aplicando as inovações dentro das práticas garantindo assim uma escolarização de qualidade para todos, implicando na aceitação e valorização da diversidade das classes sociais as condições concretas e o estilo de cada indivíduo para aprender. A democratização do ensino pressupõe garantir a todos o direito de participar do processo de escolarização. Para melhorar a educação, há que se democratizar a estruturas de ensino atendendo à diversidade das demandas populares, inclusive as pessoas com deficiência.
METODOLOGIA O referente trabalho tem sua natureza original, através de pesquisa empírica, pois será o único feito, até a presente data, em um instituto federal paraibano. Será realizada uma pesquisa de campo, através de visitas ao Instituto dos Cegos Campina Grande - PB para coleta de dados, será realizada uma pesquisa de dados, através de contato com o Instituto Benjamin Constant com relatos de alunos e coordenadores, bem como, observações nos laboratórios de informática destes estabelecimentos de ensino, e juntamente, com as informações que serão obtidas dos profissionais que realizam ou já realizaram algum tipo de atendimento a estes, serão coletados dados sobre o histórico de vida de cada um, referentes às causas da deficiência, atendimentos realizados, bem como, o que diz respeito ao nível de aceitação da deficiência e do processo de inclusão. Nestes procedimentos será feita a verificação dos métodos utilizados na inclusão destes alunos e levantamento de dados referente às necessidades que ainda persistem. A abordagem qualitativa, através da sistematização e análise, dos resultados obtidos, para que, numa etapa seguinte sirva de subsídios na construção de uma proposta de trabalho inclusiva, possibilitando ao aluno deficiente visual ter o mesmo acesso à tecnologia que seus colegas, porém com as adaptações necessárias referente trabalho tem sua natureza original. A fim de facilitar o planejamento e a execução das tarefas, estarão incluídos três projetos, intrinsecamente vinculados, os quais tratarão dos temas abaixo: Que logo após o levantamento de dados, serão trabalhados os projetos quanto à intervenção arquitetônica, sensibilização e capacitação, assim como também a acessibilidade digital, com base na NBR 9050/2004, para que os mesmos permitam a restauração e a adequação da estrutura institucional do campus Campina Grande. MATERIAIS E MÉTODOS O processo de pesquisa será executado através de revisão ampla da bibliografia sobre técnicas e práticas alternativas em projetos de acessibilidade com base no Instituto Benjamin Constant, juntamente com a implementação de uma biblioteca virtual com a inclusão de softwares que auxiliarão no desenvolvimento das atividades acadêmicas, definição da adaptação do projeto arquitetônico com o intuito de estabelecer critérios e parâmetros técnicos que atendam às necessidades dos deficientes de acordo com a NBR 9050/2004, será promovido e aprimorado as metodologias para melhor adaptação da docência frente ao Portador de Necessidade Especiais PNE, com base em uma seleção de dados e informações que direcionem a pesquisa para o objetivo a ser alcançado. A pesquisa irá reunir e articular os conceitos e ferramentas relevantes ao desenvolvimento de um arquétipo obtido através desse sistema, e todo o seu benefício para, demostrar
através de dados e pontos apresentados neste projeto à viabilidade de obtenção de êxito na formação e capacitação do PNE. RESULTADOS E DISCUSSÃO O presente trabalho faz parte de um trabalho que está sendo desenvolvido de forma recente no Instituto Federal - IFPB campus Campina Grande e aqui é apresenta aspectos preliminares importantes de análise da implementação de um projeto de inclusão, adequação das instalações e metodologias. Ademais, a partir dos resultados obtidos posteriores, será também possível direcionar de forma mais viável e eficiente à oferta futura de serviços sociais e a melhoria das condições de desenvolvimento da instituição federal paraibana. E com a efetivação deste projeto na instituição, será de grande ajuda e facilitará a locomoção e acessibilidade do PNE por todo campus, dessa maneira dando uma maior liberdade e independência, para que o estudante também se sinta mais sociabilizado no ambiente que ele escolheu para sua formação. Como bem coloca Maciel (2000), a ignorância social colabora para a valorização das limitações que a deficiência acarreta. Assim, está passa a ser um fardo pesado para a sociedade. O preconceito ainda se faz muito intenso e leva a pessoa portadora de qualquer tipo de deficiência a ser rotulada de incapaz, indefesa e/ou sem direitos. CONCLUSÃO Este trabalho trará contribuições ao estudo da acessibilidade e inclusão das pessoas com deficiência no IFPB, quanto aos ambientes escolares, através da investigação dos conceitos sobre o portador de deficiência visual, inclusão social e acessibilidade. Constata-se que o Instituto é bem equipado para atender aos portadores de necessidades: auditiva e física, entretanto a estrutura arquitetônica para atender aos deficientes visuais, não atende a este tipo de deficiência, a biblioteca também não está equipada com softwares e ainda mais não se tem uma equipe de docentes preparados para receber este tipo de deficientes, sendo assim é fundamental ultrapassarmos a fronteira das discussões e implementarmos ações efetivas que envolvam a família e a comunidade, juntamente com o Governo, para que se possa atender as necessidades básicas dos cidadãos. É importante que a acessibilidade não seja somente de ordem física, mas também priorize a sociabilidade e o convívio dentro do ambiente escolar. De acordo com Mantoan (2006) a construção da competência do professor para responder com qualidade às necessidades educacionais especiais de seus alunos em uma escola inclusiva, pela mediação e ética, responde à necessidade social e histórica de superação de práticas pedagógicas que discriminam, segregam e excluem, e, ao mesmo tempo, configura, na ação educativa, o vetor de transformação social para a equidade, a solidariedade e a cidadania.
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