Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e Linguísticos



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UMA REFLEXÃO SOCIOLINGUÍSTICA DA LÍNGUA EM USO NO MEIO VIRTUAL E A PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA Marcelo Leal Lima (UFAC) marceloleal16@gmail.com Vicente Cruz Cerqueira (UFAC) 1. Introdução A língua portuguesa em uso no meio virtual tem revoluciado a comunicação. Nenhuma invenção foi tão capaz de fazer isso antes. Os jovens em fase escolar têm preocupado os pais e até mesmo os professores, devido as formas de expressão em língua escrita nos sítios, redes sociais, fóruns de discussões, messenger e salas de bate-papo. Uma grande parte dos professores de língua materna fica receosa quanto à influência desta modalidade no ensino/aprendizagem da norma padrão. Neste trabalho, levaremos em consideração o escopo teórico de norma-padrão e variedades da sociolinguística para uma reflexão relativa à língua portuguesa e o seu uso em ambientes virtuais. Pretende-se definir se essa língua em uso faz parte da norma padrão ou se é alguma variedade do padrão. Essa discussão é crucial para que o professor de língua materna a- dote e problematize, em sala de aula, tal variedade de usos linguísticos. 2. Desenvolvimento O principal objetivo da escola quanto à disciplina de língua portuguesa é ensinar o português padrão. O português que não seria padrão é somente uma variedade. Vale uma pergunta: seriam os usos linguísticos produzidos on-line mais uma variedade do português padrão? Para Revista Philologus, Ano 17, nº 51, set./dez.2011 Suplemento. Rio de Janeiro: CiFEFiL, 2011, p. 428

responder esta pergunta, faz-se necessário discutir os conceitos de norma-padrão e variedades linguísticas, que não costumam ser uniformes. De acordo com Perini (1998, p. 26) norma-padrão é a variedade da língua que se manifesta de maneira uniforme nos textos técnicos e jornalísticos de todo país. Essa definição de norma-padrão proposta por Perini é fundamentada no registro escrito. Faraco (2002) a reitera: A cultura escrita, associada ao poder social, desencadeou também, ao longo da história, um processo unicamente unificador (que vai alcançar basicamente as atividades verbais escritas), que visou e visa uma estabi lização linguística, buscando neutralizar a variação e controlar a mudança. Ao resultado desse processo, a esta norma estabilizada, costumamos dar o nome de norma-padrão ou língua-padrão. (FARACO, 2002, p. 40) O uso da língua em ambientes virtuais não se trata de uma variedade e também não possui variedades linguísticas, pois a comunicação na internet minimiza as diferenças dialetais, restritas a marcas lexicais características de falares de diferentes regiões do Brasil. Isso pode ser constatado pelo registro dos seguintes caracteres: Cê vai sair hj? Num sei tô cnsd. No exemplo acima o pronome de tratamento cê, equivalente ao pronome você, foi citado em um texto escrito por um internauta de São Paulo, na rede social Facebook 1. Este uso linguístico pode ser um traço característico da fala paulistana informal ou de outra cidade/estado, como bem pode ser uma economia linguística. Por este motivo, fica díficil falar de variação. O uso da língua em ambientes de comunicação virtuais está indo ao surgimento de um subconjunto dentro do conjunto norma-padrão uma espécie de subnorma, condicionada pelas pressões do meio. Salienta-se que se trata de uma subnorma, já que a escrita neutraliza bastante a variação e mudança linguística e fica díficil fazer associação entre discurso escrito e região. Dessa forma, a subnorma padrão da internet acaba por não ter pátria. Diversos estudos descrevem a língua portuguesa utilizada em ambientes de comunicação virtual, como chat e msn. Tais descrições fazem 1 Esta rede social foi acessada em: 12/10/2011. Optamos por não citar o endereço eletrônico para manter o sigilo de identidade dos internautas. Revista Philologus, Ano 17, nº 51, set./dez.2011 Suplemento. Rio de Janeiro: CiFEFiL, 2011, p. 429

parte do estudo de Thurlow & Brown (2003), que sistematiza o uso da língua no cyber espaço em três máximas: 1. Máxima dupla da brevidade e velocidade (a) Abreviação de itens lexicais (b) Uso mínimo de letras maiúsculas e sinais de pontuação 2. Reestruturação paralinguística (a) Homofonia letras e números (b) Recuperação de vogais elididas 3. Aproximação fonológica A primeira máxima está relacionada à economia de tempo e espaço durante a conversação. Assim, o internauta passa a abreviar palavras, de acordo com sua agilidade e habilidade. O uso de caixa alta significa que o usuário está GRITANDO. A pontuação é sempre abolida. A segunda máxima está relacionada à intuição linguística do internauta, quando ele procura alternativas para se comunicar mais, com menos espaço e mais rápido. O uso de números no lugar de letras é muito utilizado, como exemplo, mostramos o seguinte termo escrito 8bro, que representa a economia de três caracteres para expressar o mesmo conteúdo. A capacidade de recuperação de vogais também requer a intuição linguística dos internautas emissor e receptor. O receptor não pode elidir qualquer vogal; e sim aquelas que o receptor recuperará sem ambiguidade. E a terceira máxima, a da aproximação fonológica, representa a quebra das convenções ortográficas em favorda economia e agilidade na comunicação. Se ch tem valor de x e se qu tem valor de k, a opção utilizada na comunicação virtual é a mais curta. Uma análise das máximas de Thurlow & Brown (2003), sugere que, para se comunicar em ambientes virtuais, o internauta deve dominar a norma-padrão de sua língua para poder fazer a reestruturação paralinguística. Observe: Kd vc! Fik tranks q td vai dar crto! Blz? Se o internauta receptor não domina a norma-padrão da língua, por consequência, não tem intuição linguística para decodificar a seguinte mensagem: Cadê você! Fica tranquilo que tudo vai dar certo! Beleza? Revista Philologus, Ano 17, nº 51, set./dez.2011 Suplemento. Rio de Janeiro: CiFEFiL, 2011, p. 430

Pudemos constatar que: (I) As convenções do internetês são estabelecidas a partir da norma-padrão; (II) Para se comunicar em ambientes virtuais, é preciso dominar a norma-padrão; (III) Para se comunicar em ambientes virtuais, é preciso dominar a norma-padrão, e também dominar as máximas de interação Thurlow & Brown (2003); (IV) As diferenças dialetais são minimizadas. Com base nessas constatações, sugerimos que a língua utilizada no meio virtual nessa modalidade é um tipo de subnorma. O prefixo sub, não pode ser interpretado de forma pejorativa, mas com sentido de contigência dentro de um grupo. Portanto, a língua utilizada virtualmente é um subconjunto da norma-padrão. A norma-padrão e a subnorma relacionam-se de modo que: é preciso dominar a norma-padrão, para dominar a subnorma. Compreendemos que a língua na internet não é simplista e tampouco assassina o português padrão. Apesar disso, muitos educadores a temem e afirmam: essa língua é caótica. A abreviação na escrita já aconteceu em outros períodos históricos. Antes da invenção da imprensa, por exemplo, monges copistas faziam o trabalho de divulgação e reprodução do conhecimento nos mosteiros medievais e para a agilidade do trabalho escrito usavam várias abreviações. Isso caracteriza a pressão da tecnologia da epóca. Nesse período não existiam convenções para essas abreviações, como é o caso moderno. Os emoticons que são tão característicos das interações virtuais, são inovações da internet. Alguns estudiosos alegam o surgimento dessa ferramenta do sistema criptográfico de comunicação utilizado na Guerra Fria, cuja técnica de decodificação é baseada na rotação 270 dos caracteres digitados (GODIN, 1994). Ramal (2000) propõe que a escola deve valorizar a linguagem codificada que os alunos usam em ambientes virtuais de comunicação, porém, mostrando as diferenças de uso de acordo com o contexto. Assim como um artigo científico precisa de umalinguagem formal, a linguagem na internet precisa de códigos e sinais mais rápidos e curtos. Gírias e có- Revista Philologus, Ano 17, nº 51, set./dez.2011 Suplemento. Rio de Janeiro: CiFEFiL, 2011, p. 431

digos com amigos e abreviaturas no computador são adequadas a determinadas situações comunicativas, numa dissertação de mestrado ou ofício, a normapadrão é requisitada. Segundo Ramal, o cidadão preparado para o futuro tem que dominar tantas linguagens quantas forem as janelas que se abrem para ele. Apesar da inclusão, não se pode deixar de lado o ensino danorma padrão, pois a capacidade de decodificar as mensagens na interação virtual está atrelada à intuição linguística aguçada. Com relação à internet e o ensino podemos constatar que: (I) Os jovens leem cada vez mais nos tempos modernos devido à internet; (II) Os jovens também praticam mais a escrita por causa da internet. Logo, o suporte textual internet, proferido por nós, ajuda no desenvolvimento de novas práticas pedagógicas, já que engloba uma grande variedade de gêneros textuais que aperfeiçoam as perfomances linguísticas dos discentes. É responsabilidade escolar, a correlação entre norma e o uso da língua, adequada aos gêneros discursivos, novos ou emergentes. 3. Conclusão Uma das obrigações do professor de língua materna é instigar seus alunos a identificar e respeitar as diferentes variedades socioestilísticas da língua. Com o advento da internet e novas tecnologias, é defendida a ideia de uma subnorma da língua. Esta, que nem sempre é aceita por professores, não é caótica ou simplista como aparentam ser, conforme apontam Thurlow & Brown (2003). Ela está sujeita, a regras convencionalizadas pelo uso, nos novos gêneros discursivos que surgem no ambiente virtual, como o chat, lista de discussão, weblog, etc. Cabe ao professor integrar a subnorma no rol dos estudos linguísticos feitos nas aulas de educação básica, problematizando-os devidamente. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FARACO, C. A. Norma-padrão brasileira: desembaraçando alguns nós. In: BAGNO, M. Linguística da norma. São Paulo: Loyola, 2002, p. 37-61. Revista Philologus, Ano 17, nº 51, set./dez.2011 Suplemento. Rio de Janeiro: CiFEFiL, 2011, p. 432

PERINI, M. A. Gramática descritiva do português. 3. ed. São Paulo: Á- tica, 1998. POSSENTI, S. Por que (não) ensinar gramática na escola. São Paulo: Mercado de Letras, 1996. RAMAL, A. C. Ler e escrever na cultura digital. Pátio: Revista Pedagógica. Porto Alegre, v. IV, n. 14, p. 21-24, 2000. THURLOW, C.; BROWN, A. Generation txt? The sociolinguistics of young people s text-messaging. Discourse analysis online. 1.1.2003. Disponível eletronicamente em: <http://extra.shu.ac.uk/daol/articles/v1/n1/a3/thurlow2002003-paper.html>. Revista Philologus, Ano 17, nº 51, set./dez.2011 Suplemento. Rio de Janeiro: CiFEFiL, 2011, p. 433