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Sistematização Uma história é sempre contada por um narrador, que coordena os restantes elementos; as personagens vão desenvolvendo uma ação e a intriga, localizada num determinado espaço e num determinado tempo. Estes são os cinco elementos do texto narrativo
Relevância dos acontecimentos: é a importância que os mesmos assumem. Podem ser principais, quando são determinantes para a acção. Secundários, quando não são determinantes, mas contribuem para o seu desenvolvimento e podem caracterizar ou introduzir personagens
Organização dos acontecimentos: é dada pela ordenação do plano real e plano textual. Um acontecimento do passado pode ser contado depois de outros que são mais recentes. Portanto: A ordem textual pode não corresponder à ordem real.
Processos de organização dos acontecimentos: a) Processo de encadeamento: surge quando as sequências ou unidades narrativas se encadeiam segundo uma unidade cronológica. Ex: Se uma história é passada em 15 dias, começa-se a contá-la a partir do 1º dia até ao15ºdiaondeháumdesfecho.
b) O processo de alternância: surge quando as sequências ou unidades narrativas vão alternando e só posteriormente mostram pertencer à mesma história. Ex:contarahistóriadeduaspessoasquevivem em locais diferentes e não se conhecem, mas que depois se encontram vivendo peripécias comuns.
c) Processo de encaixe: surge quando uma ou mais sequências ou unidades narrativas são encaixadas no encadeamento cronológico dos restantes. Ex:uma pequena história é introduzida noutra, para mostrar, por exemplo a coragem de um personagem.
Momentos da ação (estrutura): 1 Introdução: motiva o desenvolvimento, apresenta personagens, dá informações sobre o espaço, o tempo ou antecedentes.
2 Desenvolvimento: encerra a sucessão de peripécias ou acontecimentos mais marcantes. 3 Conclusão ou desenlace: pode ser o desfecho ou uma sequência final (narrativa fechada). Pode não existir este momento (narrativa aberta).
1 relevo : é dado pelo destaque que a personagem apresenta no desenvolvimento da ação. Se é mais destacada é personagem principal ou protagonista. É em torno dela que se desenrola toda a narrativa, é ela que se destaca na ação; Pode ser individual ou colectiva (várias personagens que agem de forma idêntica).
As outras personagens são secundárias e interagem com a personagem principal, relacionando-se com ela. Quando têm a função de ajudar a construir um ambiente, não tendo intervenção na ação, são figurantes.
2 A conceção: é dada pela dimensão e complexidade psicológica da personagem. O narrador pode conceber uma personagem modelada ou redonda, ou seja, revelar sobre ela aspetos relacionados com a profissão, vida privada, vícios, drama interior ou ânsia de liberdade e a personagem vai modificando o seu comportamento mostrando-se mais complexa e psicologicamente mas activa.
Se o narrador concebe uma personagem que nunca evolui, nem releva densidade psicológica, dizemos que a personagem é plana, não tendo dinamismo interior.
Espaço físico : há sempre um ou mais espaços físicos onde decorre a ação; o nome de uma cidade, ou a alusão a uma casa, rua ( ), dão indicações do espaço da ação. São notações espaciais Quando há elementos caracterizadores do ambiente e condição económica das personagens, estamos perante o espaço social.
Se forem dadas vivências especiais condicionadas pelo estado emocional das personagens, o espaço denomina-se espaço psicológico. Ex: local onde assistimos a um acidente violento pode tornar-se um espaço psicológico por gerar angústia ou medo.
Tempo cronológico: quando por expressões de contagem de tempo. Ex: naquele dia, ontem, segunda feira estas são notações temporais.
Tempo psicológico: mais curto ou mais longo do que o tempo cronológico, depende da vivência especial do tempo. Este é condicionado pelo estado emocional da personagem. Pode ser longo, quando se espera uma boa notícia que tarda, ou breve, quando se tem quefazereotempopassaacorrer.
Narrador: tem sempre a função de contar a história, coordenar as personagens e orientar os acontecimentos. Narrador participante: quando é personagem, quer seja principal ou secundária. Se não é personagem é não participante, estando ausente da ação.
Quando relata acontecimentos sem comentar ou emitir juízos de valor é um narrador objectivo. Quando comenta e valoriza ou desvaloriza situações, personagens ou acontecimentos, é um narrador subjectivo.
Informação retirada de REIGOTA, Fernanda; SILVA, Margarida. Preparação para o exame nacional de língua portuguesa. Porto: Porto Editora, 2011. ISBN 978-972-0-01691-1
A maior parte das narrativas são escritas em prosa, mas se um texto escrito em verso contiver elementos da narrativa, é um texto narrativo. Relativamente à extensão e complexidade da intriga, as narrativas adquirem a designação das menores para as mais extensas, de conto, novela e romance.
1 Tempo Localizar a ação no tempo. Fazer um levantamento de marcas textuais que indiquem o tempo da ação. Identificar situações de vivências psicológicas no tempo. Relacionar um aspeto temporal com as características do espaço ou das personagens. (uma história passada no verão, numa montanha não será parecida com uma história passada no mesmo local mas no inverno)
2 Espaço Fazer um levantamento das marcas textuais queindiquemoespaçoouespaçosdaação. Identificar situações de vivências psicológicas do espaço. Relacionar características do espaço com os comportamentos das personagens. (um espaço sufocante pode provocar agressividade)
3 Personagens Indicar a personagem principal e justificar. Indicar o relevo das personagens, isto é distinguir a personagem principal e as secundárias e eventuais figurantes e justificar. Proceder à caracterização física, psicológica e social das personagens.
3 Personagens Indicar o processo e caracterização utilizado pelo narrador: directo ou indirecto. Relacionar a importância de outras categorias espaço, tempo, ação ou narrador com os comportamentos e atitudes das personagens. (o narrador pode mostrar simpatia por uma personagem, por terem vidas parecidas)
4 Ação indicar a relevância de um acontecimento, ou seja, se é principal ou secundário. Indicar a organização dos acontecimentos na narrativa, isto é se se articulam por encadeamento, alternância ou encaixe. Indicar a importância de uma ação secundária em relação à primeira.
4 Ação Delimitar os momentos da ação, isto é, reconhecer a introdução, o desenvolvimento eaconclusão. Relacionar o desfecho da ação com as características das personagens. (uma personagem que cultiva o valor da paz não incitará à violência)
5 Narrador Identificar o seu estatuto de participante (presente) ou não participante (ausente) na acção. Justificar com marcas textuais - pronomes pessoais e possessivos e 1ª pessoas das formas verbais o seu estatuto de participante.
5 Narrador Indicar marcas de objectividade e subjectividade face aos acontecimentos. Relacionar a subjectividade do narrador com o desenrolar da ação. (um narrador pode ter necessidade de ser subjectivo para transmitir a dimensão de um problema de uma personagem)