PRATICA EDUCATIVA: MUSICALIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

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Transcrição:

PRATICA EDUCATIVA: MUSICALIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL Josimara Nascimento Santos Pereira (Graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia UESB) Alcione Pereira Santos de Souza (Graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia UESB) RESUMO O estudo constitui um relato de experiências vivenciadas por graduandos do curso de pedagogia pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), na realização do estágio de regência na educação infantil. A música possibilita variadas metodologias para o trabalho infantil, de forma que desenvolve os aspectos cognitivo, emocional e físico, proporcionando aprendizagem, diversão, movimento e interação. Com isso, as atividades objetivaram estimular a criatividade musical na educação infantil, como fonte viabilizadora de sentimentos, expressões orais e corporais na construção da aprendizagem significativa. O relato apresenta a importância da música no espaço pré-escolar, bem como as reflexões dos graduandos sobre a atuação desenvolvida durante o estágio na educação infantil e suas contribuições para o processo de formação da identidade docente. O método utilizado iniciou-se com a observação, seguida da construção do projeto de intervenção. Os resultados se caracterizam como positivos diante da interação, emoção e participação, evidenciando um aprendizado de qualidade. PALAVRAS-CHAVE: Aprendizagem significativa. Ludicidade. Interação social.. Teoria e prática. INTRODUÇÃO O presente estudo expõe experiências vivenciadas pelos discentes do curso de licenciatura plena em pedagogia pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) na realização do estágio de regência na educação infantil. O referido trabalho foi realizado em uma Escola municipal de Educação Infantil, situada no município de Itapetinga- Ba, com duração de duas semanas de regência e quatro dias de observação numa turma de Infantil I com crianças de 3 a 4 anos de idade. O estagio ocorreu em dois momentos específicos, sendo que na primeira etapa os graduandos realizaram 04 dias de observação da turma durante as aulas ministradas pela professora regente da classe. Na segunda fase os discentes tiveram a oportunidade de assumir a regência da turma por duas semanas, experiência que possibilitou o

relacionamento entre teorias e práticas como fundamentais para o processo formador do educador. A música na educação infantil constitui uma ferramenta eficaz no desenvolvimento da aprendizagem de maneira lúdica, prazerosa e significava, com isso as atividades pedagógicas realizadas na escola foram articuladas com a musicalização, a fim de tornar o processo ensino-aprendizagem significativo, tendo em vista atender as necessidades física, psicológica, cognitiva e social das crianças, as quais são pautadas na LDB. A música nessa modalidade de ensino permite a contribuição do desenvolvimento social, cultural e cognitivo das crianças, bem como o aperfeiçoamento da coordenação motora e a integração em sala de aula constituindo um ambiente afetivo e harmonioso. Com base nos dias de observação evidenciou-se a relevância de se trabalhar com a música como fonte de comunicação e expressão no processo de desenvolvimento educacional das crianças, haja vista, que estas apresentaram um interesse significativo com a musicalização. Assim como a música está presente na vida do ser humano, esta também precisa está inserida em todos os momentos na educação infantil, pois ela propicia o desenvolvimento de uma gama de sentidos, sentimentos e emoções presentes no indivíduo. Para a efetivação do projeto na escola, foram utilizados dois planos de ação, distribuídos em dois subtemas semanais, sendo o primeiro intitulado Brincando e construindo saberes com a música onde foram abordados os assuntos (formas geométricas - círculo; cores, verde e azul; conceito de identidade; conceito de dentro e fora; letra do nome; meio ambiente e número 3) dessa forma a música estava presente em todos os momentos estabelecendo uma harmonia dos conteúdos com a prática pedagógica no sentido de facilitar a aprendizagem. A partir da experiência prática foi possível estabelecer uma relação com as teorias estudadas na Universidade e a realidade pedagógica e social da escola, bem como associação dos assuntos expostos com a música no intuito de despertar e conscientizar os alunos de forma significativa. No segundo plano de ação Música: fonte de aprendizado e integração foi trabalhado os assuntos (forma geométrica quadrado; numerais 1,2 e 3; revisando a

letra E e as cores vermelho e amarelo; conceito de perto e longe e a letra A ; esquerda e direita e valorização ao próximo). A música possibilitou trabalhar de forma interdisciplinar instigando nas crianças a necessidade de conhecer as cores e as letras como também o respeito e tolerância ao próximo. As atividades propostas objetivaram estimular a interação e criatividade musical na educação infantil, como fonte viabilizadora de sentimentos e expressões orais e corporais na construção da aprendizagem, levando a criança a aprender de forma lúdica e integrada a realidade social e cultural. Os trabalhos executados, a partir da musicalização na sala de aula adquiriram resultados positivos quanto à participação do aluno, disponibilidade e interesse pelos assuntos abordados. Nesse período é fundamental a utilização da música na trama da sala de aula como recurso facilitador do processo de ensino-aprendizagem uma vez que essa ferramenta proporciona satisfação, prazer e movimentação entre os alunos. Música na escola A educação infantil é considerada a primeira etapa da educação básica, porque é nesse contexto que se inicia os primeiros contatos da criança com o meio social diferente da família, pois se trata de um momento de socialização e construção das bases para a identidade infantil. Almeida (1999) pontua que a escola possibilita interações diversas entre os pares, ao mesmo tempo em que proporciona situações e experiências essenciais para constituição do individuo como pessoa. As teorias apresentadas nos cursos de graduação, quando associadas às reflexões geradas pelas vivências práticas, produzem efeitos eficazes e decisivos na formação do futuro educador. No referido estágio os graduandos se depararam com a realidade escolar e confrontaram de modo ainda muito inseguro, com as exigências dos urgentes posicionamentos pedagógicos requeridos de modo indispensável pelas múltiplas necessidades da docência escolar. Conforme Nóvoa (1997) o professor efetivamente se forma através de suas relações de ensino, nas quais também aprende enquanto ensina, a

experiência na prática do âmbito educativo permite ao professor exercer o papel de formador e de formando. Sendo assim, a formação efetiva desse profissional é construída a partir da sua vivência na realidade escolar com uma construção contínua e gradual. Nóvoa (1995) afirma que os professores constroem a sua identidade por referência a saberes práticos e teóricos. Esse ambiente é preponderante para a construção da identidade do individuo enquanto sujeito na sociedade, assim sendo, essa modalidade de ensino deve ser valorizada enquanto espaço socializador. Esse espaço tem o objetivo de realizar atividades lúdicas, tendo em vista envolver e possibilitar as crianças a interação e socialização. Nessa fase escolar pode-se trabalhar variados conteúdos com a intenção de desenvolver o aspecto cognitivo, motor, psicológico e social das crianças. Dentre várias possibilidades, a música tem o poder de atender as necessidades exigidas para as crianças dessa faixa etária. A música pode ser utilizada na educação infantil em vários momentos do dia, sendo fundamental a realização de um trabalho eficaz, tendo em vista as especificidades presentes nas expressões musicais. A música está presente em diversas situações da vida humana. Existe música para adormecer, música para dançar, para chorar os mortos, para conclamar o povo a lutar, o que remonta a sua função ritualística. Presente na vida diária de alguns povos, ainda hoje é tocada e dançada por todos, seguindo costumes que respeitam as festividades e os momentos próprios a cada manifestação musical. Nesses contextos, as crianças entram em contato com a cultura musical desde muito cedo e assim começam a aprender suas tradições musicais. (BRASIL, 1998, P. 47) Com isso a apropriação da música no âmbito escolar pode ser percebida na chegada, no cumprimento com os colegas, na hora da refeição, na contação de história, nas brincadeiras, na despedida e pode ser identificada como ferramenta adequada e significativa para o estimulo do desenvolvimento das crianças, as quais demonstram grande satisfação no momento de cantar. Além de proporcionar aprendizagem, a música, possibilita diversão e interação no cotidiano escolar. Segundo Carvalho (1997) a musicalização infantil desenvolve na criança os campos: físico, mental, cognitivo e

emocional. A música como linguagem pode expressar idéias e sentimentos, fenômeno sonoro, promovendo respostas de índole musical. A música potencializa nas crianças a capacidade de refletir, pensar e enxergar o mundo do seu jeito, dentro de suas especificidades. No que diz respeito a essas potencialidades, o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil enfatiza que: as crianças possuem uma natureza singular, que as caracteriza como seres que sentem e pensam o mundo de um jeito muito próprio (BRASIL 1998, p. 21). A pré - escola deve proporcionar um ambiente musicalizado porque ele permite e facilita o desenvolvimento dessa e outras habilidades nas crianças. Uma das potencialidades da música que cabe ser salientada é a capacidade de despertar emoções, que podem ser expressas de diversas maneiras, as quais são abordadas por Almeida (1999) como indispensáveis para o desenvolvimento infantil, pois emoção e inteligência devem andar em harmonia. Na educação infantil as atividades realizadas precisam estar articuladas para atenderem as necessidades dos alunos, para isso é necessário uma metodologia dinamizada com a utilização da música, proporcionando um relacionamento com os conteúdos propostos levando em consideração os conhecimentos prévios dos alunos, visto que eles trazem consigo uma bagagem cultural significativa para o processo ensino-aprendizagem. De acordo com o Referencial Curricular para a Educação Infantil, o trabalho com música deve organizar-se de forma que as crianças desenvolvam as seguintes capacidades: a) ouvir, perceber e discriminar eventos sonoros diversos, fontes sonoras e produção musicais; b) brincar com a música, imitar, inventar e reproduzir criações musicais; c) explorar e identificar elementos da música para se expressar interagir com os outros e ampliar seu conhecimento do mundo; d) perceber e expressar sensações, sentimentos, por meio de improvisações, composições e interpretações musicais. (BRASIL, 1998, p. 55)

Fica claro que nos primeiros contatos que a criança tem com a música ela começa a adquirir noções variadas de sons e também se inicia o desenvolvimento de múltiplas habilidades caracterizadas pelos aspectos cognitivo, afetivo e motor. Com isso, ela se apropria da capacidade de interação com os colegas facilitando as atividades desenvolvidas em sala de aula. A atividade desenvolvida com a musicalização ganhou destaque na turma de educação infantil, haja vista que a musica é uma arte, que possibilita um leque ampliado de interação entre os indivíduos, através de expressões faciais, gestos e sentimentos, expressos dentro e fora da escola. Segundo os PCN, Artes, as oportunidades de aprendizagem de arte, dentro e fora da escola, mobilizam a expressão e a comunicação pessoal e ampliam a formação do estudante como cidadão, principalmente por intensificar as relações dos indivíduos tanto com seu mundo interior como com o exterior (BRASIL 1998, p.19). A música é uma arte e ocupa um papel fundamental na escola, como instrumento significativo para aprendizagem do discente, uma vez que faz parte do cotidiano e traz em si inúmeras expressões culturais e sociais. Dinâmica utilizada No transcorrer do estágio a música esteve presente no cotidiano dos discentes, na chegada, na introdução dos conteúdos, na hora do lanche e despedida. Outro fator positivo foi a contação de história acompanhada do reconto realizado pelas crianças, pois sempre demonstravam atenção e criatividade. Os materiais utilizados para o desenvolvimento das atividades foram: Livro de histórias, papel ofício, cola, papel madeira, cartolina, tinta guache, tesouras, caderno de desenho, televisão, vídeo, caixa de som, barbante, data show, material reciclável e etc. O desenvolvimento da temática perto e longe nos proporcionou momento de imensos e satisfatórios aprendizados. Para realização da atividade trabalhamos com a música (Uma casinha bem fechadinha), que nos possibilitou montar o cenário descrito na música.

Após a entoação do cântico juntamente com as crianças, articulando com gestos e expressões, foi realizado um dialogo informal e uma interpretação oral do canto. Em seguidas solicitamos que um deles se aproximasse e colocasse um objeto perto ou longe da casa conforme o solicitado pelo professor mediador da atividade, a fim de construir significados e bases alicerçadas no concreto. Vale salientar que todos os alunos participaram da dinâmica. Posteriormente, realizamos uma atividade de colagem, na qual os alunos foram orientados a montar a cena da canção entoada. Na folha de papel ofício tinha apenas o desenho de uma casa, na medida em que perguntávamos o que existia perto da casa, eles teriam que colar o próximo objeto constituinte da cena (O que tem perto da casa? E da arvore?), foi possível perceber o prazer e entusiasmo das crianças no transcorrer de todas as dinâmicas desenvolvidas no dia. Para o sucesso da atividade implementada, vale enfatizar a importância do educador na mediação do processo. Cunha (1998) afirma que, o professor que tem uma boa relação com seu aluno preocupam-se com os métodos de aprendizagem e procura formas dialógicas de interação, para construção do conhecimento significativo. Os resultados adquiridos na realização do projeto em especial nessa atividade foram favoráveis para a formação e constituição da identidade infantil, da auto-estima e do trabalho em coletividade, uma vez que os alunos tiveram a oportunidade de participar, construir de maneira autônoma, além de expressar livremente seus sentimentos através das músicas e dos diálogos estabelecidos diariamente. A sensibilização para a temática do projeto foi alcançada pela articulação da musica de maneira interdisciplinar, com isso as experiências vivenciadas na educação infantil, apesar de no inicio parecer impossível, foi se transformando em prazerosa e de inegável satisfação, contribuindo de maneira ampla para o aprimoramento da aprendizagem e da constituição da identidade docente dos graduandos em pedagogia participantes da experiência na educação infantil. CONCLUSÃO

A oportunidade prática vivenciada no estágio propiciou aos graduandos em pedagogia conhecimento e aproximação com a realidade da educação infantil, além de evidenciar a importância dos aspectos teóricos no desenvolvimento prático. Nas observações realizadas percebeu-se o interesse das crianças pelas canções entoadas, com isso buscou-se trabalhar com a temática de maneira lúdica e atrativa. A música ocupa uma dimensão significativa na vida do ser humano, possibilitando a manifestação e expressão de pensamentos e sentimentos, através de uma linguagem que vai se completando, tornando uma comunicação perfeita, mediada pelo processo de musicalização. O estudo objetivou estimular a interação e criatividade musical na educação infantil, como fonte viabilizadora de sentimentos e expressões orais e corporais na construção da aprendizagem, levando a criança a aprender de forma lúdica e integrada a realidade social e cultural. Assim sendo, fica claro que a linguagem musical exerce uma influência relevante na vida do indivíduo, podendo ser trabalhada em caráter interdisciplinar, partindo de variadas vertentes contextualizadas entre si. A música possibilita uma inovação na prática pedagógica, podendo ser inserida em todos os momentos na dinâmica escolar, constituindo-se como uma ferramenta de grande valia para o processo de ensino-aprendizagem, visto que, corrobora com o educador e pode ser utilizada na chegada dos alunos, na saída, na hora do lanche e da explanação dos conteúdos de maneira atrativa e eficaz. Cabe aos professores mediar e estimular as crianças através da música entoada a usarem sua criatividade para a criação de novos ritmos que venham viabilizar novos aprendizados. É lógico que o educador ou educadora deve levar em consideração as limitações apresentadas pelos discentes, que podem ser motoras, intelectuais ou sociais, não os levando a pensar que não vai conseguir realizar a sua tarefa, mas demonstrando confiança no potencial que todos possuem. Com base no que foi estudado, durante toda a trajetória de experiências dos discentes, notou-se que a música é uma ferramenta que além de propiciar, promove o desenvolvimento individual do ensino aprendizagem de cada educando, expressos a

partir de gestos, expressões faciais e corporais, participação e envolvimento com a situação vivenciada, além do estimulo da leitura. A música engloba vários aspectos do desenvolvimento deste indivíduo, fica notável a importância da sua inclusão na sala de aula desde as séries iniciais como fator fundamental. Visto que, por meio da música as crianças expandem a sua sensibilidade, percepção, reflexão e imaginação, proporcionando uma aprendizagem significativa e uma formação de cidadãos capazes de construir o seu próprio conhecimento. Em virtude de todos os aspectos acima citados, conclui-se que a dinâmica escolar torna-se um meio de viabilizar os alunos no seu processo de ensino aprendizagem de maneira lúdica e atrativa, sendo a utilização da música desde os seus primeiros anos no ambiente educativo um aspecto indispensável, uma vez que a musicalização se estende por todos os âmbitos sociais, culturais e intelectuais da sociedade vigente. Sendo capaz de influenciar na constituição do sujeito ativo e competente. Cabe salientar que a experiência vivenciada na sala de aula pelos estagiários proporcionou uma ampliação do olhar docente, bem como novas perspectivas para uma educação menos excludente, valorizando o dialogo entre teoria e prática, uma vez que corresponde ao primeiro contato dos graduandos com a escola de educação infantil. REFERÊNCIAS ALMEIDA, A, R, S. A emoção na sala de aula. Campinas, SP: Papirus, 1999. BRASIL, Lei Diretrizes e Bases na Educação Nacional N 9393/96. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: arte / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC /SEF, 1998. BRASIL, Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil: Introdução. Volume 1. Brasília. 1998., Referencial Curricular Nacional para aeducação Infantil: Formação pessoal e Social. Volume2. Brasília. 1998.

, Referencial Curricular Nacional para aeducação Infantil: Conhecimento de Mundo. Volume 3. Brasília.1998. CARVALHO, M. F. Pré-escola da música: musicalização infantil. Curitiba: Martins Fontes, 1997. CUNHA, M. I. A relação professor-aluno. In: VEIGA. I. P. A. Repensando uma nova didática. Campinas, Papirus, 1988. NÓVOA, A. Diz-me como ensinas, dir-te-ei quem és e vice-versa. In: FAZENDA, I. (Org.). A pesquisa em educação e as transformações do conhecimento. Campinas, SP: Papirus, 1995. NÓVOA, A. Formação de professores e profissão docente. In: NÓVOA, A. (Coord.). Os professores e sua formação. 3. ed. Lisboa: Dom Quixote, 1997. p. 9-33.