Mariano Colini Cenamo mariano@idesam.org.br



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Transcrição:

IntroduçãoaosMercadosde de Carbono Mariano Colini Cenamo mariano@idesam.org.br CURSO DE CAPACITAÇÃO EM SERVIÇOS AMBIENTAIS PARA TÉCNICOS DO GOVERNO DO ACRE SECRETARIA DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE SEMA FOREST TRENDS 10 DE NOVEMBRO 2010

O IDESAM ONG fundada em 2004, Manaus AM 3 Programas/Áreas temáticas: Programa Unidades de Conservação (PUC) Programa Mudanças Climáticas e Serviços Ambientais (PMC) Programa Manejo de Recursos Naturais(PMN) Programa Mudanças Climáticas e Serviços Ambientais 1. Desenvolvimento de Projetos 2. Apoio a formulação de Políticas Publicas 3. Capacitação e Treinamento

O CLIMA ESTÁ MUDANDO!!!

O QUE FAZER??? Convenção da ONU sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) Responsabilidades comuns, porém diferenciadas

Como dividira conta? Protocolo de Quioto (1997) Países Anexo I (desenvolvidos): reduzir em ~5% os níveis de emissões de GEEs até 2012 (ano base 1990) Países não Anexo I: reduções voluntárias de emissões

E quantocustareduzirissotudo? Custos Marginais de Abatimento de Emissões País US$/tCO2 Custo Marginal Japão 582,16 Estados Unidos 185,95 União Européia 273,58 Europa Oriental 116,42 Países em Desenvolvimento (abaixo de U$ 20) Custos diferenciados Fonte: Black, 2008 www.andeancenter.com = Oportunidade de Mercado!!!

Mecanismosde flexibilização 1. Comércio de Emissões: Anexo 1 2. Implementação Conjunta :Anexo 1 3. MDL -Mecanismo de Desenvolvimento Limpo: países do Anexo 1 e países em desenvolvimento

Estruturas do Mercado de Carbono: Regulatório e Mercado Voluntário

Estruturasde Mercado Mercados Regulatórios UNFCCC/Protocolo de Quioto Maior controle da oferta e demanda Regidos por acordos entre países Mercados Voluntários Regulamentos mais flexíveis Dinâmica ainda em formação(difícil de prever) Certificação como via de regra + acordos bilaterais Grande valor para vantagens sócio-ambientais

MercadosRegulatórios O quemotivaa procuraporcréditosde carbono? Convençãodo Clima da ONU: 5,2% do Protocolode Kyoto Sub-mercados regulatórios EU ETS-Mercado de EmissõesdaUniãoEuropéia New South Wales GHG Abatement Scheme- Programa Australiano para redução de emissões nacionais EUA: A dependerdo CongressoAmericano (Katrina, Ike, etc.)??? Brasil: Quemsabe???

Demanda: para onde vão os União Européia(EU- ETS): -Governos 100% -Empresas(X%) Canadá: novo player -Governos(?) -Empresas(?) créditos? Mercado Mundial de Créditos de Carbono -Protocolo de Quioto - Sub-Mercados - Voluntário Austrália: NSW-ETS -Governos(?) -Empresas(?) Japão: -Governos(?) -Empresas(?) US -Lieberman W -California -Mccain -Obama -Ike, Gustav -Crise????

Tamanhodo Mercado Mercado Voluntario UNFCCC/Protocolo de Quioto 3% Maior controle da oferta e demanda Mercados Regulatórios Regidos por acordos entre países Mercados Voluntários Regulamentos mais flexíveis Dinâmica ainda em ~U$ formação(difícil 145 Bilhões de (2009) prever) Certificação como via (1% de regra MDL + A/R) acordos bilaterais Mercados Regulatorios Grande valor para vantagens sócio-ambientais 97% Fonte: Ecosystem Market Place (2009)

Eo mercadode de carbonoflorestal? 0% 1% 1% 1% 1% 1% 2% 0% Coal Mine Forestry Hydro 5% 2% 2% 18% Landfill Ag Soil Renewables Wind 7% Energy Efficiency 7% 17% Geological Seq. Ag Methane Fuel Switching Biomass Mercado Voluntario 3% 9% High GWP Not specified 11% 14% Other types Fugitive Emissions Avoided Deforestation Ind. Gas Mercados Regulatorios 97% Fonte: Ecosystem Market Place (2009)

Mercados Voluntários de Carbono? Filantropia, Estratégia de Mercado ou Instinto de Sobrevivência...?

Mercados forado balcão (OTC) Negociaçãocom regrasdefinidaspeloscompradorese vendedores Os proponentes no mercado de offsets incluem: Comerciantes antecipando o mercado Empresas que futuramente precisarão dos créditos ONG s visando fortalecer a conservaçao de florestas Sem definição ou regulamento pré-determinado Papel importante da certificação

Principais Selos e Certificações VER+ Green-e

Escolhaporpadrõesde certificação Dos 70% dos créditos utilizando Standards de terceiros ao Globalmente 86% dos créditosrelatados foram verificadas longo do tempo, a Standard mais utilizado foi CCBseguido por um terceiro ou norma interna. pelovcs No response/none Historic Internal Other Other 2% 2009 Standard 2% 3% CCBA+VCS 2% CAR Protocol 2% CAR 2% CCBA 5% 3% Plan Vivo SGS COV 8% 4% VCS 9% CCBA+VCS+ACR 28% Plan Vivo 9% ISO 14064 39% ISO 14064 10% SGS COV 7% SGS COV+FSC 10% Greenhouse Friendly 11% CCBA 10% CCBA+VCS+ACR 35%

Volumes de transação por tipo de projeto (2007) A/R Nativo, 8% Solos, 3% Troca de Matriz En, 9% Misto, 5% Seq. Geológico, 1% A/R -Plantio, 2% RED, 5% Ef. Energética, 18% Gás Industrial, 2% Metano, 16% Energias Renováveis; 31% Fonte: Ecosystem MarketPlace, NewCarbon Finance (2009)

Principaiscompradoresno mercadootc Indivíduos, 5% Outros, 3% Governos, 0.40% ONGs, 13% Empresas - Compradores finais, 50% Empresas - Investidoras, 29% Fonte: Ecosystem MarketPlace, NewCarbon Finance (2009)

Valor dos Créditos de Carbono Variação entre U$ 0,65-$ 50,00 Média global = $7,88/tCO 2 OTC Voluntário= $8,44 CCX = $3,03 CDM tcers= $4,76 CDM(CERs)= $10,24 Fonte: Hamilton (2010)

Tendências do mercado florestal... Crescimento histórico na primeira metade de 2009: 149,2 milhões dólares, dos quais 137,6 milhões dólares vieram no mercado voluntário. 2010? Fonte: Hamilton (2010)

Mercadosde Carbono pararedd+ Tem forte potencial de mobilização de recursos para florestas (jamais visto antes!) Ferramentaessencialparaa reduçãoglobal de emissõesde GEE emníveisabaixode 2 o C Sem compensações = impossível reduzir 25-40% Devemser utilizadoscom moderação paraatingimentode reduções globais Como dosar os25-40%? Desafioatualparao Brasil: reduzirriscos e criarconfiançano mercado internacional

Fonte: Black, 2008

Muito obrigado! www.idesam.org.br Mariano C Cenamo mariano@idesam.org.br