Mapa da Exclusão/Inclusão Social São Paulo - Brasil - 2000 A l d a í z a S p o s a t i C O O R D E N A D O R A 1
PUC/SP Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Programa de Estudos Pós Graduados em Serviço Social Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Seguridade e Assistência Social 2
Coordenação: Aldaíza Sposati (assistente social) Pesquisadores: Dirce Koga (assistente social) Gilberto Câmara (engenheiro) Jorge Kayano (assistente social) Anderson Kazuo Nakano (arquiteto urbanista) Consultores e Assessores Margarida Maria Lira Frederico Romano Ramos (médica sanitarista) (arquiteto urbanista) Antônio Miguel Vieira Monteiro (engenheiro) Fernando Bastos (arquiteto urbanista) Geraldo José Calmon de Moura (arquiteto) 3
Mapas construídos: Cidade de São Paulo (1995 1996) Cidade de Santo André (1999) Região de Piracicaba (2000) Mapa São Paulo (2000) : Dinâmica Social dos Anos 90. 4
Parcerias Estabelecidas: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais INPE/Programa de Pesquisa em Geoprocessamento; Instituto de Governo e Cidadania (Santo André); Instituto de Estudos, Formação e Assessoria em Políticas Sociais PÓLIS; Fapesp - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo; Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social - Divisão Regional de Piracicaba; Equipes Diocesanas e Arquidiocesanas da Campanha da Fraternidade. 5
O que é o Mapa da Exclusão/Inclusão Social? 6
O que é o Mapa da Exclusão/Inclusão Social? uma metodologia de análise georeferenciada dos territórios de uma cidade através de variáveis que medem o grau de desenvolvimento humano, eqüidade, qualidade de vida, autonomia, democracia e cidadania. estas variáveis são agregadas em índices compostos e produzem o índice de exclusão/inclusão social; 7
O que é o Mapa da Exclusão/Inclusão Social? uma construção metodológica que produz a análise multidimensional de dados censitários e constrói uma medida territorial do grau de presença da exclusão/inclusão social nos lugares de uma cidade; 8
O que é o Mapa da Exclusão/Inclusão Social? permite conhecer o lugar dos dados sua posição geográfica no território de uma cidade como elemento para a análise geo-quantitativa da dinâmica social e da qualidade ambiental; procura construir novas relações entre os dados de uma cidade de modo a permitir um novo olhar das condições de vida das regiões intraurbanas; 9
O que é o Mapa da Exclusão/Inclusão Social? um instrumento que possibilita a leitura da realidade social dos territórios de uma cidade estabelecendo a relação comparativa da parte com o todo e a reconstrução desse todo pela incidência das manifestações da exclusão/inclusão social; busca construir uma nova visão da totalidade da cidade, incorporando suas diferenças em cada região e no conjunto de regiões referenciado em padrões básicos de inclusão e exclusão social; 10
O que é o Mapa da Exclusão/Inclusão Social? a metodologia do Mapa permite examinar a presença de exclusão/inclusão social mesclando dados numéricos com o geoprocessamento construindo o que se poderia denominar de uma topografia social. 11
Caráter Transdisciplinar É uma metodologia transdisciplinar que tem reunido: assistentes sociais economistas educadores sociólogos médicos sanitaristas engenheiros geógrafos epidemiologistas físicos 12
Caráter Político É um instrumento político para conquista da cidadania através da difusão de padrões básicos de inclusão. instrumento de decisão política para pactos de cidadania do lugar e para priorização de políticas públicas. produz conhecimento para a cidadania pois seus resultados são de leitura popular: 13
tabelas são evidenciadas em mapas; índices são convertidos em notas a fim de construir linguagem acessível a todos; densidades de variáveis: são representadas por incidência de cores, ferramenta de fazer pensar; permite múltiplas relações e recortes a partir do interesse específico de análise da realidade: 14
por faixa etária; por cobertura de serviços; por renda; por níveis de educação; e várias outras. 15
Fundamentos sócio-políticos desta experiência 1) o impacto das políticas neoliberais em países latinoamericanos se caracteriza pelo aumento da exclusão social: pelo desemprego; pela ausência de possibilidades e oportunidades geradas aos jovens; pela discriminação resultante de modelos políticos elitistas e formas de governo que ainda se assemelham a ditaduras civis e não propriamente democracias; pelo não acesso universal à educação e à linguagem digital; pela ausência de incentivo às expressões culturais populares. 16
Fundamentos sócio-políticos desta experiência o efeito do neoliberalismo sobre as políticas sociais não é propriamente seu desmonte pois no contexto dos países latinoamericanos elas nunca foram universais; O que ocorre é que elas não se revestem de fato e de direito em instrumentos de confronto à exclusão social. ocorre a ausência de padrões de qualidade e defesa da cidadania nos serviços sociais públicos, uma vez que se dirigem a uma camada da população, os mais pobres, e não a todos os cidadãos. É preciso combater a precariedade da qualidade e da quantidade dos serviços sociais públicos. 17
Fundamentos sócio políticos desta experiência ocorre por conseqüência a fragilidade de direitos sociais na medida em que a cobertura das políticas sociais não é de efetiva responsabilidade dos governantes que não sofrem punições por não executá-las mesmo que descumpram a lei. Está em curso no Brasil a aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal dos governantes com as respectivas punições. há um apelo à benemerência e à filantropia travestido de uma proposta de parceria solidária cujo modelo adotado não efetiva direitos e não é universal. 18
Fundamentos sócio políticos desta experiência em contextos de alta desigualdade, a análise da realidade através de médias ameniza os graus de exclusão social e dilui a discrepância da concentração de renda e altíssimos graus de inclusão na riqueza social, científica, tecnológica e cultural produzida no mundo global. o Mapa é uma ferramenta a serviço do processo civilizatório de modo a formar opinião crítica da sociedade e fomentar a indignação com a exclusão, e ao mesmo tempo mostrar que é possível caminhar na direção da inclusão social. 19
Instrumento para conquista de cidadania busca objetivar na subjetividade coletiva o lugar da inclusão social como lugar de dignidade e cidadania; é uma metodologia que busca facilitar que o cidadão enxergue as discrepâncias de condições de vida na sua cidade; busca estimular a consciência dos cidadãos sobre a proximidade da situação de exclusão social no cotidiano da vida na cidade; 20
Instrumento para conquista de cidadania busca construir uma leitura que supere análises setoriais da realidade; é uma metodologia de construção participativa para conhecer as desigualdades de condições de vida em uma cidade e propor ações coletivas; é um processo contínuo que permite envolver forças da sociedade civil no reconhecimento das formas concretas de exclusão social e a busca de caminhos para seu enfrentamento; 21
Instrumento para conquista de cidadania busca socializar uma condição básica de vida a todos de uma cidade; busca construir referências sobre padrões de condições de vida e satisfação de necessidades; busca construir utopias locais em defesa de padrões básicos de cidadania; é mais um modo de analisar para propor, do que resultados prontos e acabados; 22
Conceito de exclusão social a exclusão social é multifacetada; é um conceito histórico construído a partir de uma ética humana; supõe diversas formas: cultural, econômica, social, política que podem se completar; ela indica os rumos e decisões que uma sociedade adota entre seus pares; a análise da exclusão é vinculada a inclusão; ocorre a exclusão de uma inclusão; 23
Conceito de exclusão social o conceito é interdependente exclusão/inclusão social, caso contrário se trata da medida reducionista e tautológica como os estudos da pobreza que analisam os graus da pobreza sem referenciá-los ao que seria a não-pobreza. a análise da exclusão supõe objetivar a utopia da inclusão. 24
Heterotopias de inclusão social A inclusão como heterotopia é considerada como um lugar digno de: autonomia; desenvolvimento humano; qualidade de vida; eqüidade; democracia; cidadania; felicidade A metodologia supõe objetivar na subjetividade coletiva e a partir da vida real das cidades o lugar da inclusão nessa heterotopia. 25
Autonomia a capacidade e a possibilidade do cidadão em suprir suas necessidades vitais, especiais, culturais, políticas e sociais... a possibilidade de exercício de sua liberdade, tendo reconhecida a sua dignidade, e a possibilidade de representar pública e partidariamente os seus interesses. 26
Qualidade de vida a possibilidade de melhor redistribuição e usufruto da riqueza social e tecnológica aos cidadãos de uma comunidade; a garantia de um ambiente de desenvolvimento ecológico e participativo de respeito ao homem e à natureza, com o menor grau de degradação e precariedade. 27
Desenvolvimento Humano a possibilidade de todos os cidadãos de uma sociedade melhor desenvolverem seu potencial como menor grau possível de privação e de sofrimento; a possibilidade da sociedade poder usufruir coletivamente do mais alto grau da capacidade humana. 28
Eqüidade a possibilidade das diferenças serem manifestadas e respeitadas, sem discriminação; condição que favoreça o combate das práticas de subordinação ou de preconceito em relação às diferenças de gênero, políticas, étnicas, religiosas, culturais, de minorias etc. 29
Cidadania a possibilidade do reconhecimento do direito ao acesso a um conjunto de condições e usufruto de bens e serviços como parte do padrão de dignidade humana e vida coletiva solidária a todos os membros de uma sociedade. 30
Democracia a possibilidade do reconhecimento e exercício público do direito a estar presente, tomar parte, emitir opinião e tomar partido nas decisões que afetam e interferem na vida do cidadão no campo privado e público. 31
Felicidade é a possibilidade de viver a capacidade humana da alegria, da plenitude, do prazer, do riso, do lúdico, do descanso, do arrebatamento, do sonho, da esperança, de estar em harmonia com o todo, do prazer de pertencer ao lugar etc. 32
O Mapa é ao mesmo tempo uma metodologia e uma pedagogia para a inclusão social. 33
Linguagens Como instrumento de análise e decisão sobre a vida coletiva o mapa usa de várias linguagens: quantitativa; qualitativa; participativa; geoespacial. 34
Quantitativa Produz índices: Iex Índice de exclusão/inclusão social; Iexi Índice composto de exclusão/inclusão social; Idi Índice de discrepância; IMV Índice do movimento das variáveis por intervalos de tempo. 35
IEX Chefes sem Instrução -1-0,75-0,50-0,25 0 0,25 0,50 0,75 1 Morar em um distrito onde 20 a 25,4% dos chefes de família não são alfabetizados Morar em um distrito onde 11 a 12% dos chefes de família não são alfabetizados Morar em um distrito 7,4 a 10% dos chefes de família não são alfabetizados Morar em um distrito onde 0,5 a 5,28% dos chefes de família não são alfabetizados Morar em um distrito onde 0,4% dos chefes de família não são alfabetizados 36
IEX Longevidade/96-1 -0,75-0,50-0,25 0 0,25 0,50 0,75 1 Morar em um distrito onde 0,71 a 1,20% da população alcançou mais de 70 anos de vida Morar em um distrito onde 1,6 a 2% da população alcançou mais de 70 anos de vida Morar em um distrito onde 2,1 A 2,4% da população alcançou mais de 70 anos de vida Morar em um distrito onde 2,6 a 2,9% da população alcançou mais de 70 anos de vida Morar em um distrito onde 3% da população alcançou mais de 70 anos de vida Morar em um distrito onde 3,2 a 4,8% da população alcançou mais de 70 anos de vida Morar em um distrito onde 5 a 6,7% da população alcançou mais de 70 anos de vida Morar em um distrito onde 6,8 a 8,4% da população alcançou mais de 70 anos de vida Morar em um distrito onde 8,6 A 10% da população alcançou mais de 70 anos de 37
38
EXCLUSÃO/INCLUSÃO SOCIAL NA CIDADE DE SÃO PAULO 1,50 1,00 0,50 0,00-0,50-1,00-1,50 EXCLUSÃO/INCLUSÃO 39
4,00 EXCLUSÃ/INCLUSÃO EM SÃO PAULO 3,00 2,00 1,00 0,00-1,00-2,00-3,00-4,00 AUTONOMIA QUALIDADE DE VIDA DESENVOLVIMENTO HUMANO EQUIDADE 40
IEX FINAL SANTO ANDRÉ 1,50 1,00 0,50 0,00-0,50-1,00-1,50 EXCLUSÃO/INCLUSÃO 41
EXCLUSÃO/INCLUSÃO SOCIAL EM SANTO ANDRÉ 1,50 1,00 0,50 0,00-0,50-1,00-1,50 AUTONOMIA QUALIDADE DE VIDA DESENVOLVIMENTO HUMANO EQUIDADE 42
EXCLUSÃO/INCLUSÃO NA REGIÃO DE PIRACICABA 1,50 1,00 0,50 0,00-0,50-1,00-1,50 EXCLUSÃO/INCLUSÃO 43
Qualitativa Estabelece hierarquias de condições de exclusão/inclusão social a partir de: notas rankings -1 0 1 44
Iex mais de 70 anos - dez melhores DISTRITO % Pop. Mais de 70 ANOS IEX Mais de 70 ANOS 87 BARRA FUNDA 8,28 0,72 88 BELEM 8,36 0,73 89 SANTA CECILIA 8,46 0,75 90 VILA MARIANA 8,60 0,77 91 CAMBUCI 8,67 0,78 92 MOOCA 9,02 0,82 93 PINHEIROS 9,23 0,85 94 LAPA 9,39 0,88 95 CONSOLACAO 9,60 0,90 96 JARDIM PAULISTA 10,29 1,00 45
Iex mais de 70 anos - dez piores DISTRITO % Pop. Mais de 70 ANOS IEX Mais de 70 ANOS 1 CIDADE TIRADENTES 1,13-1,00 2 JARDIM ANGELA 1,28-0,92 3 GRAJAU 1,30-0,91 4 IGUATEMI 1,37-0,88 5 PARELHEIROS 1,39-0,86 6 PEDREIRA 1,44-0,84 7 LAJEADO 1,48-0,82 8 JARDIM HELENA 1,60-0,75 9 GUAIANASES 1,85-0,63 10 JARDIM SAO LUIS 1,86-0,62 46
Iex educação do chefe - dez melhores DISTRITO IEX EDUCAÇÃO DO CHEFE 87 REPUBLICA 0,80 88 ALTO DE PINHEIROS 0,81 89 SANTA CECILIA 0,84 90 PERDIZES 0,85 91 VILA MARIANA 0,88 92 PINHEIROS 0,88 93 ITAIM BIBI 0,89 94 MOEMA 0,95 95 CONSOLACAO 0,99 96 JARDIM PAULISTA 1,00 47
Iex educação do chefe - dez piores DISTRITO IEX EDUCAÇÃO DO CHEFE 1 MARSILAC -1,00 2 PARELHEIROS -0,64 3 IGUATEMI -0,61 4 JARDIM ANGELA -0,60 5 LAJEADO -0,56 6 GRAJAU -0,54 7 JARDIM HELENA -0,52 8 ITAIM PAULISTA -0,46 9 PERUS -0,42 10 PEDREIRA -0,42 48
Iex mais de 15 anos de estudo - dez melhores DISTRITO % Chefes 15 ou mais anos de est. IDI Chefes 15 anos ou mais est. IEX Chefes 15 ou mais anos de est. 87 CAMPO BELO 45,63 89,03 0,74 88 PERDIZES 47,70 93,08 0,78 89 VILA MARIANA 48,84 95,29 0,79 90 CONSOLACAO 50,32 98,18 0,82 91 PINHEIROS 51,05 99,61 0,83 92 ITAIM BIBI 52,03 101,52 0,85 93 ALTO DE PINHEIROS 52,82 103,07 0,86 94 MORUMBI 54,61 106,55 0,89 95 JARDIM PAULISTA 58,38 113,91 0,95 96 MOEMA 61,33 119,67 1,00 49
Iex mais de 15 anos de estudo - dez piores DISTRITO % Chefes 15 ou mais anos de est. IDI Chefes 15 anos ou mais est. IEX Chefes 15 ou mais anos de est. 1 IGUATEMI 0,51 1,00 0,00 2 JARDIM ANGELA 0,61 1,19 0,00 3 PARELHEIROS 0,72 1,41 0,00 4 LAJEADO 0,73 1,43 0,00 5 MARSILAC 0,87 1,70 0,01 6 GRAJAU 0,90 1,75 0,01 7 CIDADE TIRADENTES 1,08 2,10 0,01 8 SÃO RAFAEL 1,12 2,18 0,01 9 JARDIM HELENA 1,20 2,34 0,01 10 ANHANGUERA 1,40 2,72 0,01 50
Iex Chefes sem instrução - dez melhores DISTRITO % Chefes sem instrução IDI Chefes sem instrução IEX Chefes sem instrução 87 BELA VISTA 1,33 3,38-0,05 88 PERDIZES 1,31 3,33-0,05 89 ALTO DE PINHEIROS 1,31 3,32-0,05 90 SANTO AMARO 1,17 2,96-0,04 91 ITAIM BIBI 1,08 2,74-0,03 92 PINHEIROS 1,00 2,54-0,03 93 VILA MARIANA 0,83 2,11-0,02 94 CONSOLACAO 0,57 1,46-0,01 95 MOEMA 0,52 1,32-0,01 96 JARDIM PAULISTA 0,39 1,00 0,00 51
Iex Chefes sem instrução - dez piores DISTRITO % Chefes sem instrução IDI Chefes sem instrução IEX Chefes sem instrução 1 MARSILAC 20,08 50,92-1,00 2 LAJEADO 12,52 31,75-0,62 3 IGUATEMI 12,51 31,74-0,62 4 JARDIM HELENA 12,28 31,14-0,60 5 PARELHEIROS 11,82 29,98-0,58 6 VILA ANDRADE 11,79 29,91-0,58 7 ITAIM PAULISTA 11,17 28,33-0,55 8 JARDIM ANGELA 11,07 28,07-0,54 9 GRAJAU 10,31 26,14-0,50 10 PERUS 10,17 25,79-0,50 52
Participativa Permite a discussão com a população de: debates (fotos) vídeos (fotos) cartilhas (fotos) cartografia de crianças (fotos) Permite levantamento de campo com grupos populares guia legenda mapas qualitativas através 53
Geoespacial: Pelo uso do mapeamento dos resultados através de: Mapas coropléticos: cartografia que distribui, simbolicamente por cores, os resultados de forma homogênea no território. Mapas de superfície de tendência: cartografia que distribui os resultados de forma relativa à população do território. 54
Cartografia coroplético Cartografia de superfície de tendência 55
Passos para a construção do Mapa 1º) Definir a territorialização interna da cidade a adotar: escala da cidade se refere a agregação da cidade por regiões; escala do cidadão se refere à unidade de produção de dados mais próxima a vizinhança como um setor censitário. 56
São Paulo: Escala da cidade: 10 milhões de habitantes 96 distritos Escala do cidadão: 270 unidades de planejamento viário (Metrô) 10.190 setores censitários 57
NÍVEL Gráfico com escalas da cidade: UNIDADE DE GESTÃO UNIDADE PARTICIPAÇÃO AGREGAÇÃO ESPACIAL VOLUME DA POPULAÇÃO REFERÊNCI A DE EQUIPAMEN TO METROPOLITANO Prefeitura Instâncias Fóruns 17,7 milhões 39 Conselhos setoriais, UNICIPAL de minorias, Foro da Cidade, 10 milhões de habitantes Secretarias segmentos, cidade, Município 2,6 milhões de 1 Municipais Conferências, Conselho Municipal do OP Fóruns Temáticos domicílios 1.509 km2 EGIONAL Subprefeitura Conselho de Representantes Conselho Regional do OP Fóruns Regionais, Fóruns Temáticos Agregação de Distritos média de 300 mil habitantes 60 mil domicílios 50km2 No CIDADE Média de 30 1:3 STRITAL ÁREA NSITÁRIA SETOR NSITÁRIO Diretorias Temáticas e ou Distritais da Subprefeitura Micro-regiões (Unidades Programáticas) Equipamentos locais Câmara distrital de OP, Conselhos Tutelares Unidade Territorial de O.P. Delegados do O.P. Conselho de Escola; Creche Distritos (Lei nº11.220 de 20/05/1992) Unidade OD do Metrô Conjunto de setores censitários. Definida pelo IBGE 2,3 km2 a 200km2 média de 30 mil domicílios 6 mil a 300 mil habitantes 20 mil a 30mil habitantes média de 4 mil domicílios média de 5km de área 2 mil habitantes média de 400 domicílios média de 1,5km2 Hospital, Centro Cultural 96 1:3 UBS; 270 Espaço Público; Transporte 1:38 Público Escola; Creche 10.190 Bairros 2.489 SQL 2.500.000 58
O Território: A cidade de São Paulo tem 1.509 quilômetros quadrados distribuídos desigualmente entre seus 96 distritos: 11% ou 11 distritos vão de 2,1 a 4,6 Km 2 43% ou 41 distritos de mais de 5 Km 2 a 10 Km 2 34% ou 33 distritos de mais de 10 Km 2 a 20 Km 2 11% ou 11 distritos de mais de 20 Km 2 a 200 Km 2 59
População Total PAÍS URUGUAI SYNGAPURA NORUEGA NICARAGUA FINLANDIA DINAMARCA PARAGUAI ISRAEL SUECIA PORTUGAL BÉLGICA HUNGRIA GRECIA YUGOSLAVIA CUBA Fonte: PNUD/2000 POPULAÇÃO 3,3 milhões 3,5 milhões 4,4 milhões 4,9 milhões 5,2 milhões 5,3 milhões 5,4 milhões 6 milhões 8,9 milhões 9,9 milhões 10,02 milhões 10,1 milhões 10,6 milhões 10,6 milhões 11,2 milhões 60
População de 0 a 4 anos 61
População de 15 a 24 anos 62
1º) Passo: Levantamento dos dados territoriais disponíveis sobre a cidade e suas regiões: IBGE; Prefeitura; Órgãos Públicos; Escolher variáveis a serem utilizadas dentre as disponíveis; Dimensioná-las territorialmente em números absolutos e relativos. 63
O mapa pode ser construído em duas modalidades: variáveis básicas para construir os Iex; variáveis complementares analisadas sob a metodologia Idi/Iex para estudos temáticos da exclusão/inclusão social. 64
3º Passo Índice de Discrepância IDI é a medida de desigualdade construída pela distância entre a maior e a menor incidência territorial de uma variável. A IDI = B/A B estabelece a escala de distância entre a pior e a melhor posição de cada variável no território; 65
Exemplo de IDI Emprego (PEA) 1997 IDI 1 46 Cidade Sé Tiradentes Lançamentos Imobiliários 1 322 Raposo Belém Tavares 66
4º Passo Definir o padrão básico de inclusão e posicioná-lo na escala do Idi para medição da inclusão/exclusão social; não se trabalha nem com médias de ocorrências, nem com tendências face a maior incidência percentual e sim como afastamento para mais e para menos de uma medida de inclusão social. O que é o Padrão Básico de inclusão? 67
5º Passo Adotar o Padrão Básico de Inclusão lugar de referência da passagem da exclusão para inclusão social. construção real e histórica fundada no entendimento de uma sociedade sobre condições básicas de cidadania a serem universalizadas como de inclusão social para todos. 68
Exemplos de padrão PADRÕES DISTRITAIS DE EXCLUSÁOINCLUSÁO SOCIAL EM EQUIDADE CIDADE DE SÁO PAULO INDICADORES -1-0,75-0,50-0,25 0 0,25 0,50 0,75 1 MULEHRES CHEFES NÃO ALFABETIZADAS 1991 Morar em um distrito onde 24 a 31 % dos domicílios são chefiados por mulheres não alfabetizadas. Morar em um distrito onde 16 a 23,8 % dos domicílios são chefiados por mulheres não alfabetizadas. Morar em um distrito onde 9 a 23% dos domicílios são chefiados por mulheres não alfabetizadas. Morar em um distrito onde 1 a 8 % dos domicílios são chefiados por mulheres não alfabetizadas. Morar em um distrito onde 0,4% dos domicílios são chefiados por mulheres não alfabetizadas. MULHER CHEFE DE FAMILIA 1996 Morar em um distrito onde 37,8 a 42 % dos domicílios são chefiados por mulheres. Morar em um distrito onde 34 a 37 % dos domicílios são chefiados por mulheres. Morar em um distrito onde 29 a 33% dos domicílios são chefiados por mulheres. Morar em um distrito onde 24,5 a 28 % dos domicílios são chefiados por mulheres. Morar em um distrito onde 24,1% dos domicílios são chefiados por mulheres. Morar em um distrito onde 21,6 a 24% dos domicílios são chefiados por mulheres. Morar em um distrito onde 18,9 a 21,4 % dos domicílios são chefiados por mulheres. Morar em um distrito onde 17,3 a 18,3 % dos domicílios são chefiados por mulheres. Morar em um distrito onde 13,4 A 15,8 % dos domicílios são chefiados por mulheres. 69
Emprego: Idi Pior - Morar em um distrito onde 18 a 40 % dos moradores não têm emprego Padrão básico; Pleno emprego (morar em umdistrito onde haja um emprego para cada morador entre 14 e 69 anos de idade) Melhor - Morar em um distrito onde haja mais de 8 empregos por morador 70
Acesso a água: Idi Pior - Morar em um distrito onde 98,82% das casas não são servidas por água; Padrão básico Morar em um distrito onde 0,6% a 0,19% das casas não são servidas por água. (esta foi a melhor ocorrência da cidade (Base: Censo 1991)). Melhor - Morar em um distrito onde todas as casas são servidas por água 71
TRABALHAR ISTO EM 2 MOMENTOS 1º) SÓ IDI (MAIS PADRÃO) DEPOIS DE APRESENTAR A ESCALA É QUE COLOCAMOS COMPLETO 72
6º Passo CONSTRUÇÃO DO ÍNDICE DE EXCLUSÃO/INCLUSÃO SOCIAL IEX Medida de distância do comportamento territorial de cada variável agregada por quartis negativos e positivos a partir do padrão básico de inclusão. -1-0,75-0,50-0,25 0 0,25 0,50 0,75 1 Padrão básico de inclusão 73
distribuir a incidência territorial em quantos negativos e positivos a partir do padrão básico de inclusão. construir o índice de inclusão/exclusão social de cada variável em cada parcela do território pela distância negativa e positiva do padrão básico de inclusão que recebe nota zero. 74
Exemplo 75
ACESSO A ÁGUA NOTAS REPRESENTAÇÃO DESCRIÇÃO -1 1 distr = 1.424 domicílios Morar em um distrito onde 98,82% das casas não são servidas pela rede de água -0,75 Morar em um distrito onde 40,0% das casas não são servidas pela rede de água -0,5 1 distr.= 4.938 domicílios Morar em um distrito onde 40,0% das casas não são servidas pela rede de água -0,25 71 distr.= 58.978 domicílios Morar em um distrito onde 4 a 20% das casas não são servidas pela rede de água PADRÃO DE 23 distr= 3.048 domicílios Morar em um distrito onde 0,6% a 0,19% das casas não são servidas pela rede de água INCLUSÃO 0,25 - Morar em um distrito onde 100% das casas são servidas pela rede de água 0,50 - Morar em um distrito onde 100% das casas são servidas pela rede de água 0,75 - Morar em um distrito onde 100% das casas são servidas pela rede de água 1,0 - Morar em um distrito onde 100% das casas são servidas pela rede de água 76
EMPREGO NOTAS REPRESENTAÇÃO DESCRIÇÃO -1 (2 distr = 18.400 hab.) Morar em um distrito onde não haja nenhuma oferta de emprego para sua população. -0,75 (25 distr.= 3.353.796 hab.) Morar em um distrito em que haja oferta de 0,08 a 0,18 empregos por pessoa da população residente -0,5 (22 distr.= 2.483.917 hab.) Morar em um distrito em que haja oferta de 0,19 a 0,28 empregos por pessoa da população residente -0,25 (9 distr.=976.936 hab.) Morar em um distrito em que haja oferta de 0,29 a 0,37 empregos por pessoa da população residente PADRÃO (10 distr.= 966.418 hab.) Morar em um distrito em que haja oferta de 0,3 a 0,55 empregos por pessoa da população residente DE INCLUSÃO 0,25 - Morar em um distrito em que haja oferta de 0,60 a 1,7 empregos por pessoa da população residente 0,50 - Morar em um distrito em que haja oferta de 0,60 a 1,7 empregos por pessoa da população residente 0,75 (27 distr.= 1.788.921 hab.) Morar em um distrito em que haja oferta de 0,60 a 1,7 empregos por pessoa da população residente 1,0 (1 distr.= 57.797 hab.) Morar em um distrito em que a oferta de empregos seja de 5 empregos por pessoa da população residente 77
LONGEVIDADE NOTAS REPRESENTAÇÃO DESCRIÇÃO -1 8 distr = 9.313 pessoas Morar em um distrito onde 0,71 a 1,20% da população alcançou mais de 70 anos de vida -0,75 20 distritos = 37.207 pessoas Morar em um distrito onde 1,25 a 1,66% % da população alcançou mais de 70 anos de vida -0,5 08 distritos = 16.027 pessoas Morar em um distrito onde 1,79 a 2,26%% da população alcançou mais de 70 anos de vida -0,25 12 distr.= 35.882 pessoas Morar em um distrito onde 2,32 a 2,79% da população alcançou mais de 70 anos de vida PADRÃO DE 07 distr.= 21.481 pessoas Morar em um distrito onde 2,86 a 3,28%% da população alcançou mais de 70 anos de vida INCLUSÃO 0,25 11 distr.= 34.422 pessoas Morar em um distrito onde 3,40 a 4,50% da população alcançou mais de 70 anos de vida 0,50 14 distr.=58.321 pessoas Morar em um distrito onde 4,57 a 5,67% da população alcançou mais de 70 anos de vida 0,75 9 distr.= 40.447 pessoas Morar em um distrito onde 5,78 a 6,92% da população alcançou mais de 70 anos de vida 1,0 7 distr.=43.130 pessoas Morar em um distrito onde 7 a 8,22% da população alcançou mais de 70 anos de vida 78
MULHERES CHEFES DE FAMÍLIA NOTAS REPRESENTAÇÃO DESCRIÇÃO -1 4 distr.= 39.719 domic. Morar em um distrito onde 37 a 38 % dos domicílios são chefiados por mulheres. -0,75 6 distr.= 45.309 domic. Morar em um distrito onde 30 a 34 % dos domicílios são chefiados por mulheres. -0,5 8 distr.= 38.222 domic. Morar em um distrito onde 25,6 a 28,5% dos domicílios são chefiados por mulheres. -0,25 13 distr.= 88.902 domic. Morar em um distrito onde 21,5 a 25 % dos domicílios são chefiados por mulheres. PADRÃO DE 8 distr.= 39.308 domic. Morar em um distrito onde 20 a 21% dos domicílios são chefiados por mulheres. INCLUSÃO 0,25 26 distr.= 148.311 domic. Morar em um distrito onde 17,8 a 19,7 % dos domicílios são chefiados por mulheres. 0,50 21 distr.= 100.111 domic. Morar em um distrito onde 15,6 a 17,6 % dos domicílios são chefiados por mulheres. 0,75 8 distr.= 28.349 domic. Morar em um distrito onde 13,2 a 15,2 % dos domicílios são chefiados por mulheres. 1,0 2 distr.= 501 domic. Morar em um distrito onde 11 % dos domicílios são chefiados por mulheres. 79
7º Passo Índice Composto Construir o índice composto da inclusão/exclusão social pela agregação de variáveis; Iexi Índice composto de exclusão/inclusão social que agrega variáveis pelos campos de autonomia, qualidade de vida, desenvolvimento humano, democracia e cidadania e sua composição final para o índice de exclusão/inclusão social. IMV índice percentual do movimento (para mais e para menos) territorial da incidência das variáveis em um intervalo de tempo determinado. 80
8º Passo Ordenação do Ranking Classificação dos lugares de uma cidade a partir da maior incidência negativa ou positiva dos índices de: discrepância (IDI), movimento (IMV) ou exclusão/inclusão social (IEX). Exemplo de Ranking 81
MAPA IEX MAPA IDI 82
Produtos do Mapa: Medida territorial de inclusão/exclusão social expressa por: gráficos tabelas padrões índices mapas ranking 83
O Mapa da Exclusão/Inclusão Social dá novas bases mostra que a população está submetida a riscos de vida diferenciados, principalmente pela forma com que as cidades brasileiras elitizam as condições de vida no território da cidade. mostra, em contrapartida, a discrepância real no acesso a um padrão de segurança de vida. 84
O Mapa da Exclusão/Inclusão Social dá novas bases concretiza a meta de padrões de dignidade para todos como base de uma cultura de superação da apartação social. mobiliza novas responsabilidades sociais e parcerias, pois trabalha com a subjetividade coletiva. 85
O Mapa da Exclusão/Inclusão Social dá novas bases estimula a gestão descentralizada e intersetorial das cidades, em contraponto a hegemonia, quer das regiões mais ricas, quer dos setores de governo. cria outra base para a relação de solidariedade da sociedade que não a de benemerência. mostra que a sociedade só será sustentável se eliminar a apartação e o nível de discrepância entre a população. 86