SISTEMAS SILVICULTURAIS APLICADOS ÀS FLORESTAS TROPICAIS



Documentos relacionados
PRÁTICAS SILVICULTURAIS

C:\Documents and Settings\DISCO_F\MEUS-DOCS\LIVRO_ENF_344\enf344_PDF\CAP_VII_SIST. COLHEITA.doc 109 SISTEMA DE COLHEITA

PLANEJAMENTO DA EXPLORAÇÃO

DEMARCAÇÃO DA EXPLORAÇÃO FLORESTAL

PLANO DE MANEJO FLORESTAL SUSTENTÁVEL. Resumo Público

GOVERNO DO ESTADO DO AMAZONAS. Parcela permanente (quando houver), tamanho e localização.

FLORESTAS PLANTADAS E CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO BRASIL

CHECK - LIST - ISO 9001:2000

Inventário Florestal Nacional IFN-BR

Silvicultura de Nativas e a Restauração de APP e RL. Robson Oliveira Laprovitera Gerente Florestal

A BIOMASSA FLORESTAL PRIMARIA

6 Exploração florestal ATENÇÃO!

Termo de Referência para Elaboração do Plano de Manejo Florestal Sustentável

SISTEMAS SILVICULTURAIS APLICADOS ÀS FLORESTAS TROPICAIS. Agostinho Lopes de Souza e Fernando Cristóvan Silva Jardim ÍNDICE

Treinamento em Cálculos Florestais Diversos Por Meio do Software FlorExcel

Estratégias para evitar o desmatamento na Amazônia brasileira. Antônio Carlos Hummel Diretor Geral Serviço Florestal Brasileiro

FBD.01TP.35. CE-CTET-GERAL AAP+AECOPS GER 00X / 01TP

Ação 14- Indicação de Áreas Protegidas para Criação de Unidades de Conservação (incluindo nascentes e trechos de cursos de água com Classe Especial)

4. ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO

CIRCULAR TÉCNICA N o 13 PROGRAMA DE MELHORAMENTO FLORESTAL DA C.A.F.M.A. *

GESTÃO AMBIENTAL. Avaliação de Impactos Ambientais ... Camila Regina Eberle

RESUMO PÚBLICO PLANO DE MANEJO FLORESTAL

MANEJO DO PALMITEIRO Euterpe edulis NO ESTADO DE SANTA CATARINA

Easy PDF Creator is professional software to create PDF. If you wish to remove this line, buy it now.

MÉTODO PERT/CPM APLICADO NO MANEJO DE FLORESTAS NATIVAS

METODOLOGIA E ESTRATÉGIAS PARA A FLORESTAIS: BIOMA CERRADO

XV COBREAP - CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA DE AVALIAÇÕES E PERÍCIAS - IBAPE/SP 2009

ENG 337 MECÂNICA E MECANIZAÇÃO FLORESTAL

Manejo Sustentável da Floresta

RELATÓRIO DE PLANTIO E VISTORIA

NORMA DE EXECUÇÃO N.º 2, DE 26 DE ABRIL DE 2007

Resolução SMA - 44, de Define critérios e procedimentos para a implantação de Sistemas Agroflorestais

CHECK LIST DE AVALIAÇÃO DE FORNECEDORES Divisão:

Manejo Florestal Sustentável: Dificuldade Computacional e Otimização de Processos

APROVEITAMENTO DA BIOMASSA RESIDUAL DE COLHEITA FLORESTAL

Resumo das Interpretações Oficiais do TC 176 / ISO

DENDROLOGIA Histórico, Conceitos e Importância da Dendrologia

AUDITORIA DE DIAGNÓSTICO

ORÉADES NÚCLEO DE GEOPROCESSAMENTO RELATÓRIO DE ATIVIDADES

Figura 1: Bosque de Casal do Rei, alguns meses após o incêndio que ocorreu no Verão de 2005.

SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL ABNT NBR ISO 14001

ECS -ASSESSORIA E CONSULTORIA TÉCNICA. ISO 14001:2015 Tendências da nova revisão

FUNDAÇÃO FLORESTA TROPICAL

ANEXO CHAMADA III DESENVOLVIMENTO DE AÇÕES PARA GESTÃO E AVALIAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO ESTADUAIS

APRESENTAÇÃO. Sistema de Gestão Ambiental - SGA & Certificação ISO SGA & ISO UMA VISÃO GERAL

RESUMO DO PLANO DE MANEJO FLORESTAL

Agroecologia. Agroecossistema

Manejo Florestal Sustentável e Exploração de Impacto Reduzido na Amazônia Brasileira

PRESTADORES DE SERVIÇO E FORNECEDORES CRITICOS QUALIFICAÇÃO DE PRESTADORES DE SERVIÇO E FORNECEDORES CRÍTICOS

GOVERNO DO ESTADO DE RONDÔNIA SECRETARIA DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO AMBIENTAL SEDAM.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO PPG MESTRADO EM CIÊNCIAS FLORESTAIS

PLANTIO DE MILHO COM BRAQUIÁRIA. INTEGRAÇÃO LAVOURA PECUÁRIA - ILP

BANCO CENTRAL DO BRASIL 2009/2010

ASPECTOS CONSTRUTIVOS E AMBIENTAIS DE TELHADOS VERDES EXTENSIVOS

Reflexões sobre o Quinto relatório de avaliação do IPCC constatações e complexidades Natal outubro CAROLINA DUBEUX carolina@ppe.ufrj.

Prof. Gustavo Boudoux

Resumo público do Plano de Manejo Florestal Sustentável Comunitário

Conservação, preparo de solo e plantio de eucalipto

BIODIVERSIDADE E MANEJO SUSTENTÁVEL DA FLORESTA TROPICAL 1 BIODIVERSIDADE

Sistemas de Gestão Ambiental O QUE MUDOU COM A NOVA ISO 14001:2004

1. INTRODUÇÃO 2. DADOS DO EMPREENDEDOR:

CONTEXTO. mundial de celulose branqueada de eucalipto

SISTEMA DA GESTÃO AMBIENTAL SGA MANUAL CESBE S.A. ENGENHARIA E EMPREENDIMENTOS

INFORMAÇÕES SOBRE O PLANTIO DO EUCALIPTO NO SISTEMA DE INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA-FLORESTA

MELHORAMENTO DE PLANTAS AUTÓGAMAS POR HIBRIDAÇÃO

Belém, 13 de maio de 2014.

Florestas Energéticas. Alex Carneiro Leal Engenheiro Florestal 22 de maio de 2014

A AGROFLORESTA AGROECOLÓGICA: UM MOMENTO DE SÍNTESE DA AGROECOLOGIA, UMA AGRICULTURA QUE CUIDA DO MEIO AMBIENTE.

Líderes da Conservação - Instituto de Desenvolvimento Sustentável

ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO. Prof. Dr. Israel Marinho Pereira

IMPLANTAÇÃO DO ACEIRO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS

JUSTIFICATIVAS PROPOSTA de LIMITES DE EMISSÕES FONTES EXISTENTES REFINARIAS

Regulamento de Avaliação da Conformidade para Etanol Combustível

Aplicação da ferramenta Invest para identificação de Áreas de Risco de Contaminação no âmbito do Plano de Segurança da Água

Programa de Desenvolvimento Rural

MONITORAMENTO AMBIENTAL E O MONITORAMENTO DA AMBIÊNCIA

Prof. Pedro Brancalion

UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA

Exercícios Amazônia. Geografia Professor: Claudio Hansen. Material de apoio do Extensivo

Termo de Referência para Elaboração do Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) TR GERAL

Sistema de Colheita de Alta Performance. Cassiano Schneider Cláudio Ortolan Rafael Malinovski Raphael Fonseca

LEGISLAÇÃO FLORESTAL APLICADA. Docentes Eng. Ftal. Irene Tosi Ahmad Eng. Agr. Renata Inês Ramos

ESTUDO COMPARATIVO NBR ISO 13485:2004 RDC 59:2000 PORTARIA 686:1998 ITENS DE VERIFICAÇÃO PARA AUDITORIA

A importância da gestão para o pequeno e médio produtor florestal

CURSO: GESTÃO AMBIENTAL

Instrumentos Econômicos e Financeiros para GIRH. Métodos de valoração de água e instrumentos econômicos

Lei /2012. Prof. Dr. Rafaelo Balbinot Departamento. de Eng. Florestal UFSM Frederico Westphalen

Exemplos de políticas de compra responsável para produtos florestais. Exemplo 1

CONSERVAÇÃO PRODUTIVA

Gerenciamento de Projetos Modulo II Ciclo de Vida e Organização do Projeto

LINEAMENTOS PARA MELHORAR A GESTÃO DAS ÁGUAS RESIDUAIS DOMÉSTICAS E FAZER MAIS SUSTENTÁVEL A PROTEÇÃO DA SAÚDE

CURSO DE MESTRADO EM ENGENHARIA FLORESTAL EMENTAS DE DISCIPLINAS

Fundo Brasileiro para a Biodiversidade FUNBIO

LISTA DE VERIFICAÇAO DO SISTEMA DE GESTAO DA QUALIDADE

ETAPAS PARA O PLANEJAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO DE UM PROJETO DE RAD

EUCALIPTO. plantio. Projeção de Receitas e Resultados. Fomento. Como suprir tamanha demanda preservando as florestas nativas?

Tecnologia, Manejo e SAFs para

Governo do Estado do Ceará Secretaria das Cidades

Agricultura de Baixo Carbono e Bioenergia. Heitor Cantarella FAPESP: Programa BIOEN & Instituto Agronômico de Campinas(IAC)

Pesquisa da EPAMIG garante produção de azeitonas

Transcrição:

C:\Documents and Settings\DISCO_F\MEUS-DOCS\LIVRO_ENF_344\enf344_PDF\CAP_VIII_SIST-SILV-QUADROS.doc 127 SISTEMAS SILVICULTURAIS APLICADOS ÀS FLORESTAS TROPICAIS O conceito de manejo fundamenta-se no fato de a floresta ser um recurso natural renovável a qual, se manejada adequadamente, isto é, respeitando-se os limites impostos pelos elementos do meio biótico (clima, solo, vegetação, água e fauna), pode proporcionar bens e serviços à sociedade de forma sustentada. O manejo engloba atividades relacionadas com os processos de colheita de madeira e com os tratamentos silviculturais aplicados ao estoque de árvores remanescentes e à regeneração natural para guarantir as produções sustentadas dos referidos bens e serviços. O objetivo básico do manejo florestal é manter a produtividade e a qualidade da floresta. Contudo, o manejo florestal natural não envolve praticamente nenhuma intervenção humana nos estágios de regeneração e de crescimento. Nesse contexto, o manejo natural só existirá se a exploração for limitada ao incremento e se houver tempo suficiente para a reposição natural. Com o aumento na intensidade de exploração, torna-se necessário investir trabalho e recurso na manutenção da produtividade, o que é obtido mediante a aplicação de um sistema silvicultural. Sistema silvicultural é um conjunto de regras e ações necessárias para conduzir uma floresta a uma nova colheita, incluindo, principalmente os tratamentos silviculturais. Entende-se por sistema silvicultural, segundo TROUP (1966), o processo pelo qual os constituintes da colheita de uma floresta são assistidos, removidos e substituídos por uma nova colheita, resultando na produção de madeira de uma forma distinta. Apezar de terem sido desenvolvidos uma série de sistemas sliviculturais nos trópicos, com base na regeneração natural, estes podem ser resumidos em dois grupos: os sistemas monocíclico e os policíclicos. MONOCÍCLICOS referem-se aos sistemas em que todo estoque de árvores de madeira comercial é removido em uma única operação, com o objetivo de criar uma floresta alta eqüiânea a partir de regeneração natural, para exploração em rotações definidas. Inclui, entre outros, os sistemas: SUM (Sistema Uniforme Maláio), SUMM (Sistema Uniforme Maláio Modificado) e o SCT (Sistema de Cobertura nos Trópicos). POLICÍCLICOS referem-se aos sistemas em que as operações de colheita são aplicadas periodicamente em apenas uma parte dos indivíduos e das espécies comerciais, executando-se os cortes em intervalos regulares, denominados de ciclos de cortes, com o objetivo de manter uma floresta alta multiânea ou ineqüiânea, manejada, prioritariamente, para espécies comerciais. Inclui, principalmente o Sistema de Seleção (SSE) e o Sistema de Espécies Listadas (SEL). 127

C:\Documents and Settings\DISCO_F\MEUS-DOCS\LIVRO_ENF_344\enf344_PDF\CAP_VIII_SIST-SILV-QUADROS.doc 128 De maneira geral (Quadro 1), um sistema silvicultural consiste em três fases principais: Colheita ou exploração de um crescimento prévio. Regeneração das áreas de colheita. Favorecimento, ou seja, assistência silvicultural a regeneração e ao estoque em crescimento. Quadro1 Caracterização dos sistemas silviculturais Operação Tipo Característica Exploração Seletiva Corte raso Corte seletivo em uma área específica, adotando-se um ciclo de corte. Corte raso numa área, em uma única operação. Regeneração Natural Artificial Mudas da regeneração natural ou rebrota. Mudas de viveiro. Tratamento silvicultural De baixa intensidade De alta intensidade Fonte: FAO (1989) 3. TRATAMENTO SILVICULTURAL Refere-se à ações que são executadas numa floresta visando aumentar a qualidade e a produtividade da mesma. Uma floresta é considerada manejada se houver prescrição e efetiva aplicação de tratamentos silviculturais. Os tratamentos silviculrurais que são aplicáveis no manejo das florestas naturais são: 3.1. Corte de cipós 3.2. Exploração florestal 3.3. Refinamento 3.4. Liberação 3.5. Plantio de enriquecimento 128

C:\Documents and Settings\DISCO_F\MEUS-DOCS\LIVRO_ENF_344\enf344_PDF\CAP_VIII_SIST-SILV-QUADROS.doc 129 3.1. Corte de cipós Ação cortar cipós lenhosos que se encontram presos nas árvores marcadas para abate e, ou, a serem favorecidas nos tratamentos silviculturais. Objetivos promover a abertura da floresta, liberrar as árvores para abate, diminuir danos, dar maior segurança às operaçoes de abate e de tratamentos silviculturais, liberar competição por umidade, nutrientes e luz. Execução usar facão ou foice e executar o corte em dois lugares, rente ao chão e o mais alto possível. Época até 1 (um) ano antes da exploração e, sempre que possível, antecedendo o período chuvoso. 3.2. Exploração ou colheita florestal Refere-se ao conjunto de operações que começa com o planejamento e compreende a derrubada ou corte ou abate direcional das árvores, o arraste das toras, o seu manuseio no pátio de estocagem e o seu transporte. Cada operação pode afetar um ou vários componentes do ecossistema: a água; o solo; a fauna; a vegetação, ou seja, a arquitetura, a composição florística, e as estruturas horizontal, vertical, interna e paramétrica. Enfim, essas operações podem afetar positivamente e negativamente a qualidade e a produtivedade das florestas. Contudo, representam tratamentos siviculturais, somente as operações de exploração florestal que efitivamente modificam a estrutura e a arquitetura da floresta, ou seja, a abertura de acessos, o corte de cipós o abate de árvores e o arraste de toras. Somente o abate de árvores comerciais tem sido avaliado como tratamento silvicultural, porque representa a operação fundamental de qualquer sistema sivicultural. 3.3. Abate Direcional - Executar corte direcional com motosseras e com uso de cunhas. Derrubar somente as árvores marcadas.antes de derrubar a árvore marcada, a equipe deverá determinar a melhor direção de queda, de forma a: garantir maior segurança a equipe de abate; colocar a árvore na melhor posição de arraste; e evitar danos às árvores pré-comerciais (árvores da próxima colheita). Recomenda-se derrubar as árvores num arranjo denominado espinha de peixe. 3.4. REFINAMENTO E LIBERAÇÃO Refinamento Compreende a eliminação de indivíduos arbóreos com características indesejáveis. É aplicado de maneira uniforme na floresta. 129

C:\Documents and Settings\DISCO_F\MEUS-DOCS\LIVRO_ENF_344\enf344_PDF\CAP_VIII_SIST-SILV-QUADROS.doc 130 Liberação Refere-se ao favorecimento de indivíduos arbóreos desejáveis. É aplicada somente no entorno da árvore desejável. Refinamento e Liberação são aplicados de duas formas: a) por meio do abate de árvores; e b) por meio do anelamento e, ou envenenamento com herbicidas. A escolha entre as formas de execução depende do comportamento ecofisiológico das espécies e da fatores econômicos. 3.5. PLANTIO DE ENRIQUECIMENTO Visa a melhorar a composição de espécies do povoamento florestal, por meio do plantio de mudas de espécies autóctones de valor comercial, ambiental, e, ou, comercial. É recomendado mais como uma medida mitigadora de efeitos ambientais negativos de que uma opção silvicultural. Se a decisão for executar o plantio de enriquecimento, deve-se observar o grupo ecofisológico das espécies as condições climáticas e edáficas dos locais de plantio. Deve ser executado em linha, e, ou, em grupos. De preferência após o refinamento e, ou, a liberação. Plantar uma muda de boa qualidade. Dentro das linhas, as mudas deverão ser plantadas nos locais mais apropriados, segundo as exigências ecofisiológicas da espécie. Contudo, executar, a priori, rigoroso estudo florístico, fitossociologico e paramétrico. A seguir são apresentados alguns sistemas silviculturais que têm sido aplicados no manejo das florestas tropicais, respectivamente, na Ásia, na África e na América. QUADRO 2 Seqüência das operações no Sistema de Seleção (SSE), na Malásia. ANO OPERAÇÃO n - 2 a n 1 Inventário pré-exploratório usando amostragem sistemática. Determinação do limite de corte. n - 1 a n Corte de cipós para reduzir danos durante o abate. Marcação de árvores, incorporando direção de queda. Nenhuma marcação de árvores residuais para retenção. Derrubada de todas as árvores marcadas, de acordo com a prescrição. n n + 2 a n + 5 Inventário pós-exploratório sistemático para determinar estoque residual e tratamentos silviculturais apropriados. 130

C:\Documents and Settings\DISCO_F\MEUS-DOCS\LIVRO_ENF_344\enf344_PDF\CAP_VIII_SIST-SILV-QUADROS.doc 131 QUADRO 3 Seqüência de Operações no Sistema de Seleção por Desbaste de Liberação, em Sarawak ANO n n + 1 n + 31 OPERAÇÕES Primeira exploração seletiva, com limite de dap de 60 cm. Marcação de árvores de espécies comerciais reservadas, com 10 dap < 60 cm. Anelamento/envenenamento de todas as árvores não-comerciais com dap 60 cm, das sobrepostas ou que competem com uma reservada e daquelas que poderão competir com as reservadas no futuro. Segunda exploração seletiva, com limite de dap de 60 cm. n + 32 Desbaste de liberação da floresta residual, como em n + 1. QUADRO 4 Seqüência de Operações no Sistema Uniforme Malaio Modificado(SUMM), ainda em uso na Malásia. ANO OPERAÇÕES Enumeração completa das árvores com dap > 35 cm. Marcação n - 1 a n -0,5 de árvores somente para checagem da eficiência do abate. Nenhuma marcação de árvore residual para retenção. n Derrubada de todas as espécies comerciais e utilizáveis com dap 45 cm. n + 0,25 Amostragem pós-exploração para determinar multas sobre árvores até marcadas e não derrubadas, direitos sobre toras e copas deixadas n + 0,5 e danos aos remanescentes. n + 2 a n + 5 Amostragem linear da regeneração para determinar tratamentos silviculturais apropriados. n + 20 Amostragem linear da floresta regenerada para determinar o estado da floresta. 131

C:\Documents and Settings\DISCO_F\MEUS-DOCS\LIVRO_ENF_344\enf344_PDF\CAP_VIII_SIST-SILV-QUADROS.doc 132 QUADRO 5 - Seqüência de Operações no Sistema Uniforme Estratificado (SUE), em Sabah ANO OPERAÇÕES n - 2 a n - 1 Locação dos talhões. Primeiro tratamento silvicultural. Marcação de árvores protetoras. Corte de cipós. n Operação de derrubada. n + 0 a 1 mês Inspeção de limpeza. n + 0 a 2 Avaliação da regeneração, por amostragem linear (parcelas de mêses 2 m x 2 m). n + 3 a 6 Segundo tratamento silvicultural. Primeiro anelamento ou meses envenenamento de árvores indesejáveis e defeituosas. Corte de n + 10 a n + 15 cipós, se necessário. Avaliação da regeneração, por amostragem linear (parcelas de 10 m x 10 m). QUADRO 6 Seqüência de operações no Sistema de Seleção (SSE) na Flona do Tapajós, Município de Santarém, Estado do Pará ANO OPERAÇÕES n - 2 Inventário pré-exploratório com intensidade de 100%, inventariando todas as árvores com dap 60 cm e confecção de mapas de exploração. Seleção e marcação de árvores comerciais, observando boa distribuição espacial, n - 1 para evitar grandes clareiras e danos de exploração. Idem para as árvores a serem retidas. Efetuar corte de cipós. Instalação de parcelas permanentes, na proporção de 1 ha para cada 250 a 300 ha de floresta produtiva. n Exploração florestal, observando derrubada direcional, se possível. Extração de 30 a 40 m 3 /ha de árvores com dap 60 cm. n + 1 Remedição de parcelas permanentes, para avaliar danos e estoque residual. Anelamentoe, ou, envenenamento de árvores de espécies indesejáveis e de n + 2 espécies valiosas severamente danificadas. Redução de um terço (33%) na área basal original, incluindo exploração e desbaste. n + 3 Remedição de parcelas permanentes. n + 5 Remedição de parcelas permanentes. Raleamento para favorecer o incremento das espécies comerciais residuais e n + 10 retidas. Remedição das parcelas permanentes a cada cinco anos e aplicação de tratamentos silviculturais a cada dez anos. Fonte: SILVA (1989) e SILVA e WHITMORE (1990). 132

C:\Documents and Settings\DISCO_F\MEUS-DOCS\LIVRO_ENF_344\enf344_PDF\CAP_VIII_SIST-SILV-QUADROS.doc 133 QUADRO 7 - Seqüência de Operações no Sistema de Seleção de Espécies Listadas (SEL) na região de Manaus, Amazonas, Brasil ANO n - 5 n - 2 n - 1 OPERAÇÕES Definição de Espécies Listadas (EL). Inventário de baixa intensidade: inventário comercial (IC) englobando árvores com dap 20 cm. Inventário Diagnóstico (ID) da regeneração natural para avaliar estoque de EL infantil/juvenil. Se não houver estoque, apresentar plano detalhado de exploração florestal. Marcação e delimitação definitiva do primeiro talhão e de parcelas permanentes. ID na fase juvenil do talhão, avaliando o estado de competição das EL. Corte de cipós e anelamento de árvores indesejáveis, conforme ID na fase juveil. Marcação de árvores para abate. n Exploração florestal, incluindo as operações de corte e de arraste. n + 1 ID nas fases infantil e juvenil, para avaliar danos e prescrever tratamentos silviculturais. n + 2 Anelamento de espécies indesejáveis nos três estratos, conforme resultados do ID n + 5 ID para avaliar os efeitos dos tratamentos, dos inventários diagnósticos antigos e, ou, prescrever novos tratamento silviculturais. n +10 Monitoramento do crescimento e do incremento da floresta residual. ID na fase juvenil, para ajustar tratamentos silviculturais. Fonte: HIGUCHI et alii (1990). QUADRO 8 Seqúência das operações do sistema CELOS (Centre for Agricultural Research in Suriname), aplicado no Suriname FASE OPERAÇÕES Pré-exploração Abertura de acesso à floresta. Avaliação e mapeamento de árvores comerciais. Amostragem da regeneração avançada valiosa e total. Corte de cipós. Marcação de parcelas permanentes. Avaliação da produção em mapas e no campo. Exploração Derrubada e arraste de árvores comerciais. Pós-exploração Amostragem para determinar a distribuição diamétrica. Marcação de árvores para refinamento e corte de cipós. Segunda medição das parcelas permanentes. Repetição dessas operações durante o ciclo de corte. GRAAF (1987) cita os seguintes princípios básicos para que o sistema seja aplicado com sucesso: 1) Exploração e tratamentos silviculturais devem ser integrados. 2) O inventário florestal é a base para o planejamento das operações silviculturais e de exploração, bem como para o controle do desenvolvimento do estoque, do impacto da exploração e dos efeitos dos tratamentos. 133

C:\Documents and Settings\DISCO_F\MEUS-DOCS\LIVRO_ENF_344\enf344_PDF\CAP_VIII_SIST-SILV-QUADROS.doc 134 3) A extração de madeira é restringida para manter ao máximo possível as funções ecológicas da floresta, reduzindo o dano da exploração e da exportação de nutrientes. 4) O sistema é policíclico, com ciclos de corte de 15 a 25 anos, dependendo do incremento atingido e da dimensão das toras. 5) As unidades de manejo têm de funcionar como distritos florestais, mantendo uma infra-estrutura de uso múltiplo para estradas e instalações para o trabalho florestal. 6) Uma sólida legislação florestal deve savalguardar a posição legal das zonas de manejo e dos distritos florestais. De acordo com GRAAF (1987), além da melhoria do incremento e da regeneração, podem-se apontar as seguintes vantagens do sistema: 1) A estrutura multiânea da floresat é retida, o que mantém muitas opções abertas. 2) Não é vulnerável para ser negligenciado. 3) Há pouco risco de incêndios florestais. 4) Pragas e doenças são riscos calculados. 5) O capital de nutrientes é preservado na fitomassa. 6) A função filtrante da floresta é amplamente mantida. 7) Há pequenas mudanças somente na fauna, na flora e no ciclo hidrológico. 8) Mantém muitos produtos secundários ainda disponíveis. QUADRO 9 - Seqüência de operações no Sistema de Corte Raso em Faixas (SCF), implantado no Vale de Palcazú, Peru Ano 1985 Operações Censo das árvores que seriam cortadas (DAP > 10 cm) nas faixas. Inventário das árvores com DAP > 30 cm na floresta adjacente não explorada. 1985 Operação de derruba. 1987/88 Marcação das parcelas permanentes. Inventário e plaqueteamento dos indivíduos com h > 0,5 m. Tratamentos silviculturais. 1991 Medição e controle (enumeração e replaqueteamento) das parcelas permanentes. 134

C:\Documents and Settings\DISCO_F\MEUS-DOCS\LIVRO_ENF_344\enf344_PDF\CAP_VIII_SIST-SILV-QUADROS.doc 135 QUADRO 10 Seqüência da operações no Manejo em Faixas Alternadas MFA, implantado em Floresta Estacional perenifólia aberta, município de Codó, Estado do Maranhão, Brazil Ano Operações n-1 Instalação e primeira medição das parcelas permanentes; n-1 Locação das faixas - 75 m orientadas no sentido Leste-Oeste, subdividida em duas faixas: uma de 50 m (aproximadamente duas vezes a altura média do dossel) e outra de 25 m. Em área com declividade superior a 5 %, em razão da necessidade de conservação dos solos, a locação das faixas deverá seguir as curvas de nível, conforme mapa da área; n-1 Corte de cipós; n-1 Marcação das árvores de espécies protegidas e de matrizes; n Retenção de todas as árvores na subfaixa de 25 m; n Corte das árvores com motosserra, na faixa de 50 m, exceto as protegidas e as matrizes. Rebaixamento de galhada e locação do carreador no centro da subfaixa de 50 m; n Extração mecanizada (trator de pneu + carreta); n Proteção Florestal (cercas e aceiros); n+1 Segunda medição das parcelas permanentes; n+2 Tratamento silvicultural na faixa colhida, conforme resultado do monitoramento. QUADRO 11 Seqüência da operações no Sistema de Corte Seletivo (SCS) aplicado em Faixas Alternadas, implantado em Floresta Estacional perenifólia aberta, município de Codó, Estado do Maranhão, Brazil Ano Operações n-1 Instalação e primeira medição das parcelas permanentes; n-1 Corte de cipós; n-1 Marcação das árvores de espécies protegidas e de matrizes; n Na faixa de colheita, retenção de todas as árvores com DAP < 8cm; n Corte com motosserra de todas as árvores com DAP 8 cm, exceto as protegidas e as matrizes; n Extração mecanizada (trator de pneu + carreta); n Proteção Florestal (cercas e aceiros); n+1 Segunda medição das parcelas permanentes; n+2 Tratamento silvicultural nas unidades de produção, conforme resultado do monitoramento. 135