Sintomatologia nas Grandes Culturas. Módulo 4

Documentos relacionados
MANEJO DE DOENÇAS NA CULTURA DA SOJA

Doenças da Parte Aérea

Documentos 256. Manual de identificação de doenças de soja. 5ª edição

GRUPO DE DOENÇAS. Grupo de Doenças. Profª. Msc. Flávia Luciane Bidóia Roim. Universidade Norte do Paraná

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Soja Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

DOENÇAS DE PLANTAS CULTIVADAS

DOENÇAS DO QUIABEIRO

TRATAMENTO DE SEMENTES DE SOJA COM FUNGICIDAS

DOENÇAS DO FEIJOEIRO 08/04/2013. This page was created using Nitro PDF SDK trial software. To purchase, go to

Cultivo do Sorgo

GRUPO DE DOENÇAS. Grupo de Doenças. Profª. Msc. Flávia Luciane Bidóia Roim. Universidade Norte do Paraná 1 o Semestre de 2013

Comunicado Técnico 60

Comunicado Técnico 72

Fitopatologia Aplicada. Doenças da Soja. Prof. Dr. Antonio Augusto L. Barboza

GRUPO DE DOENÇAS. Grupo de Doenças. Profª. Msc. Flávia Luciane Bidóia Roim. Universidade Norte do Paraná

Doenças Fúngicas na Cultura da Soja:

Fusarium spp. Este fungo causa uma doença denominada Podridão Seca.

Tombamento de mudas Caciara Gonzatto Maciel Marília Lazarotto Graziela Piveta Marlove Fátima Brião Muniz

Doenças da cenoura SINTOMAS. SEMENTE em processo de germinação: afeta os tecidos da plântula

Principais Doenças de Hortaliças. Prof. Harumi Hamamura UniSALESIANO Lins

MÉTODOS EM FITOPATOLOGIA

DOENÇAS DA CULTURA DA SOJA (Glycine max) Culturas de Plantas Oleaginosas Agronomia Mercia Ikarugi Bomfim Celoto

14/05/2012. Doenças do cafeeiro. 14 de maio de Umidade. Temperatura Microclima AMBIENTE

Ambiente e Doença. Predisposição 25/3/2014. Ambiente: Disciplina: Fitopatologia Geral PREDISPOSIÇÃO:

02/03/2017. Doenças da Soja: etiologia, sintomatologia, epidemiologia e controle Fitopatologia Aplicada. 1. Ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi)

Hora de tratar. Soja. controle das doenças da soja pode ser obtido através do desenvolvimento

Doenças do Milho. Introdução. Introdução. Introdução. Enfezamentos. Enfezamentos 06/06/2017. Centro Universitário do Triângulo

Impacto potencial das mudanças climáticas sobre as doenças do sorgo no Brasil

PRINCIPAIS DOENÇAS DA CULTURA DA SOJA E MANEJO INTEGRADO

Capa (Foto: Ricardo B. Pereira).

4 Agosto 07 - Soja - Doenças

Doenças e Medidas de Controle

Documentos 256. Manual de identificação de doenças de soja. 5ª edição

Documentos ISSN X Abril, 2014

O produtor pergunta, a Embrapa responde

Epidemiologia Vegetal. Etiologia é o estudo da doença, que envolve a relação ciclo patógeno-hospedeiro-ambiente

Manchas de Phoma. Manchas de Phoma. Cercosporiose Mancha de Olho Pardo Mancha de Olho de Pomba

Doença de plantas é definida como qualquer alteração

FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA: Impacto da entrada da doença no Brasil. Rafael Moreira Soares Fitopatologista - EMBRAPA SOJA

FUNGOS MITOSPÓRICOS Divisão Deuteromycota

Soja. Fotos Leila Costamilan. Via dupla

CLASSIFICAÇÃO DE DOENÇAS DE PLANTAS: MCNEW GRUPO III ABSORÇÃO DE ÁGUA E SAIS MINEIRAIS. Grupo III PODRIDÕES DE RAÍZ E COLO

MÉTODOS EM FITOPATOLOGIA

GRUPO DE DOENÇAS. Grupo de Doenças. Profª. Msc. Flávia Luciane Bidóia Roim. Universidade Norte do Paraná

Cultivo do Milho

ANEXO I INSTRUÇÕES PARA EXECUÇÃO DOS ENSAIOS DE DISTINGUIBILIDADE, HOMOGENEIDADE E ESTABILIDADE DE CULTIVARES DE SOJA (Glycine max (L.

Doenças do Maracujazeiro. Grupo: Carolina Colin Gabriela Venancio Luiza Soares

Inoculação das bactérias Xanthomonas em couve

DOENÇAS DO MAMOEIRO Carica papaya

AUGUSTO CÉSAR PEREIRA GOULART Eng. Agr. M.Sc. Fitopatologia/Patologia de Sementes cpao.embrapa.br Dourados, MS - Brasil

Dinâmica e manejo de doenças. Carlos A. Forcelini

Semeadura direta muda estratégias de controle de doenças

DIFERENCIAÇÃO NO ATAQUE DE PHOMA E PSEUDOMONAS J.B. Matiello e S.R. de Almeida Engs Agrs Mapa e Fundação Procafé

DOENÇAS FOLIARES DO MILHO: Sintomatologia

Manual Africano de identificação de doenças e pragas da soja

5 Pontos essenciais para entender e combater a podridão de colmo

INSTRUÇÕES PARA EXECUÇÃO DOS ENSAIOS DE DISTINGUIBILIDADE, HOMOGENEIDADE E ESTABILIDADE DE CULTIVARES DE SOJA (Glycine max (L.

Produção de grãos na região ganha novas perspectivas

Doenças da Pupunha no Estado do Paraná

ANEXO VI. Requisitos Mínimos para Determinação do Valor de Cultivo e Uso de Soja (Glycine max) para Inscrição no Registro Nacional de Cultivares - RNC

Giberela emergência de espigas brancas em trigo

Cultivo do Milheto. Sumário. Doenças. Ergot (Claviceps fusiforms Loveless)

MANEJO DA MANCHA DE RAMULÁRIA E MOFO BRANCO

PREJUÍZOS CAUSADOS POR PATÓGENOS ASSOCIADOS ÀS SEMENTES

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA Centro de Ciências Agrárias - CCA Curso de Agronomia. Fungos Mitospóricos. (Classe Hyphomycetes)

<!ID > Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento ANEXO I

(Foto: Ricardo Borges Pereira)

Doenças nas culturas das cucurbitáceas e da cenoura

DIVISÃO ASCOMYCOTA. Gametângios diferenciados: anterídio e ascogônio. Formação dos ascos e ascósporos

DOENÇAS DA CULTURA DO MILHO

bactérias Alternaria Oósporo

Pragas e Doenças. Vamos conhecer primeiro as principais pragas do jardim

DETERMINAÇÃO DA QUALIDADE SANITÁRIA DAS SEMENTES DE SOJA COLHIDAS NA SAFRA 2014/15. Ademir Assis Henning Embrapa Soja

Critério CRISÂNTEMO de Classificação

Situação da safra 2015/2016 Relatório solicitado pela Aprosoja e elaborado pela Embrapa Agrossilvipastoril- Março de 2016

MÉTODOS EM FITOPATOLOGIA

05 AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DOS PRINCIPAIS

Universidade de São Paulo Escola Superior de Agricultura Luiz De Queiroz Departamento Fitopatologia e Nematologia LFN.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS CULTIVARES DE FEIJÃO COM SEMENTES DISPONÍVEIS NO MERCADO

FILO (Divisão) ASCOMYCOTA. Marla Karyne Felippi Barbieri Abril 2017

Altitude 840 m Precipitação mm Temperatura 13 a 28 o C

LEVANTAMENTO DA OCORRÊNCIA DE DOENÇAS DA SOJA EM MATO GROSSO DO SUL, EM QUATRO SAFRAS: 1996/1997 A 1999/2000

VIOLETA DE VASO. Mín. de 08 flores abertas e demais botões

DOENÇAS DA PUPUNHEIRA (Bactris gasipaes Kunth)

Conceitos MOLÉSTIA É uma sequência de eventos numa interação entre um organismo e um agente, em que, como resultado de uma ação contínua do agente, oc

BOLETIM TÉCNICO IHARA

Como identificar o Cancro europeu das pomáceas

DOENÇA. Fenômeno de natureza complexa, que não tem definição precisa, mas que possui características básicas, essenciais

QUANTIFICAÇÃO DE DOENÇAS. T. C. BANZATO J. O. MENTEN

Doenças na Cultura do Trigo (Triticum spp.) Profª. Msc. Flávia Luciane Bidóia Roim

COMPLEXO DE DOENÇAS FOLIARES NA CULTURA DO AMENDOIM, NAS REGIÕES PRODUTORAS DO ESTADO DE SÃO PAULO, NA SAFRA 2015/2016

Prof. Paulo Hercílio Viegas Rodrigues

Doenças. Valácia Lemes da Silva Lobo Marta Cristina Corsi de Filippi Anne Sitarama Prabhu

CICLO DAS RELAÇÕES PATÓGENO X HOSPEDEIRO

DOENÇAS DO ABACATEIRO

Prof. Paulo Hercílio Viegas Rodrigues

Comunicado Técnico 48

Doenças da Raiz e do Caule da Cebola

ANÁLISE DA FAVORABILIDADE DAS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS À OCORRÊNCIA DE MÍLDIO DA VIDEIRA NO VALE DO SÃO FRANCISCO NO PERÍODO DE 2003 A 2007

Critério de Classificação Crisântemo Corte.

Transcrição:

Sintomatologia nas Grandes Culturas Módulo 4

Sintomas de doenças em soja: doenças de parte aérea - Antracnose As plantas são suscetíveis à infecção de Colletotrichum truncatum em qualquer estádio do desenvolvimento da cultura. Plântulas originadas de sementes infectadas podem morrer durante a germinação ou germinar com necrose nos cotilédones que se estende para o hipocótilo e radícula, provocando tombamento. Na fase reprodutiva, os legumes podem apresentar dois tipos de sintomas. O primeiro remete ao legume retorcido e negro, com acérvulos e setas longas, tendo como causas a chegada de inóculo na flor, não ocorrendo fecundação, ou chegada no canivete, causando esterilidade ou sementes diminutas. O segundo sintoma refere-se à infecção no enchimento dos grãos, paralisando o crescimento do legume e rompendo com o crescimento do grão. Muitas vezes o atraso na colheita acelera o processo de infecção do fungo na semente através do legume contaminado. - Crestamento foliar de Cercospora As lesões nas folhas das plantas atacadas por Cercospora kikuchii formam pontuações púrpura-escuro, começando pequenas e arredondadas no início do ciclo, podendo ou não ter halo amarelado. Em alta severidade as plantas coalescem, resultando em crestamento intenso de aspecto coriáceo e com curvatura dos bordos da folha, predominantemente púrpuro e posterior queda. Nos legumes aparecem pontuações vermelhas que evoluem para manchas castanho-avermelhadas, atingindo a semente, provocando a mancha púrpura do tegumento. - Ferrugem da soja Causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, os sintomas da ferrugem podem ser observados em qualquer estádio, desde que ocorra presença e condições para o fungo. Os sintomas nas folhas são pequenas pontuações de coloração castanho-clara a marrom, observadas no limbo contra a luz.

Na face inferior da folha ocorre a elevação da epiderme até o rompimento e esporulação do fungo, através das urédias ou pústulas. Dessa forma, a densidade de pústulas aumenta rapidamente, levando o colapso nos tecidos da folha pelo aumento da necrose, causando desfolha precoce. - Mancha alvo Os sintomas podem ser detectados em praticamente toda planta atacada por Corynespora cassicola, porém são mais facilmente observados nas folhas, onde as lesões iniciam circulares e pequenas com halo amarelo e um ponto negro no centro. O avanço do patógeno ocorre por esporulações circulares, formando camadas de avanço sobre o limbo já clorótico, dando o aspecto circular semelhante a um alvo. No terço inferior da planta as folhas em contato acabam sendo acometidas quase que simultaneamente pelo patógeno. Quando ocorre a morte da planta há formação de uma fina camada negra de esporos sobre os tecidos. - Mancha olho de rã É uma doença foliar causada pelo fungo Cercospora sojina que causa lesões nos ramos, legumes e sementes. Nas folhas as lesões são pequenas pontuações de encharcamento e evoluem a manchas castanho-claras com bordas castanho-avermelhadas na face superior da folha e cinza na parte inferior, onde ocorre esporulação. Nas hastes e legumes as lesões alongadas com bordas pardas aparecem tardiamente como manchas circulares, castanho-escuras nos legumes, e manchas elípticas ou alongadas com centro cinza e bordos castanhosavermelhados na haste. Na semente o tegumento apresenta rachadura e manchas de tamanho variável de coloração parda a cinza. - Mancha parda Causada pelo fungo Septoria glycines, os primeiros sintomas aparecem cerca de duas semanas após a emergência devido à infecção da semente, tais como

manchas de contornos angulares e castanho-avermelhado nas folhas unifoliadas, que podem senescer e cair precocemente. As lesões formam manchas com halos amarelados e centros de contornos angulares, com coloração parda na parte superior da folha e rosada na página inferior. Relatos evidenciam que a doença também pode ocorrer nas hastes e nos legumes, como lesões marrons, indefinidamente margeadas e de tamanhos variados (WOLF & LEHMAN, 1926). - Mela Os sintomas iniciais em folhas de plantas atacadas por Rhizoctonia solani são lesões com aspecto encharcado, de coloração pardo-avermelhada, evoluindo para marrom-escura a preta, podendo ser pequenas manchas ou tomar todo o limbo foliar, em forma de murcha ou podridão mole. As folhas do terço médio são as primeiras a serem infectadas. As folhas atacadas secam rapidamente e ficam aderidas a outras folhas ou hastes, disseminando a doença para os tecidos sadios. Nos tecidos mortos há formação de micélio com produção de microesclerócios. Além de necrose foliar o fungo causa lesões nas hastes, pecíolos e nos legumes aparecem manchas castanho-avermelhadas, podendo ocorrer abortamento dos legumes ou completa podridão dos tecidos, reduzindo drasticamente a produção da soja. - Míldio Os primeiros sintomas do míldio (Peronospora manschurica) aparecem sobre as folhas na forma de pontuações amarelas que evoluem em diâmetro, podendo atingir até 5 mm e, mais tarde, podem acabar por necrosar. Na face abaxial das folhas surgem as estruturas de frutificação do fungo, de aspecto cotonoso e coloração levemente rosada a cinza. A doença pode atingir também as hastes. Em infecções mais severas, os legumes podem ser atacados e haver deterioração dos grãos, os quais apresentam uma crosta pulverulenta constituída de micélio e esporos. Em ataques severos a doença pode provocar desfolha prematura em cultivares suscetíveis até o estádio reprodutivo. O envelhecimento das folhas as tornam resistentes.

- Oídio Os sintomas iniciais de oídio (Erysiphe diffusa) aparecem como pequenas, circulares e esbranquiçadas manchas, com aspecto cotonoso composto por uma fina camada de micélio, com coloração branca e conídios pulverulentos formados na superfície dos órgãos atacados. Os sintomas também podem ocorrer ao longo das nervuras, em hastes, pecíolos e legumes. Legumes altamente infectados geralmente mantêm as sementes verdes, as quais murcham, deformam-se e não terminam seu desenvolvimento. Em cultivares de soja resistentes geralmente ocorrem manchas cloróticas e necrose nas nervuras na superfície superior da folha em locais de infecção. - Crestamento bacteriano A doença, causada pela bactéria Pseudomonas savastanoi p.v. glycinea, pode causar deformação na plúmula, clorose, necrose nos bordos e manchas no limbo da folha unifoliada. Os sintomas nas folhas surgem como lesões angulares pequenas com aspecto aquoso e de aparência translúcida circundadas por um halo de coloração verde-amarelada. As lesões, mais tarde, necrosam e coalescem, formando extensas áreas de tecido morto entre as nervuras secundárias. As lesões assumem uma coloração negra e contornos angulares no lado inferior da folha e pode ser visualizada uma película brilhante nas horas úmidas do dia, de aspecto encharcado, formado pelo exsudato da bactéria. Em situações de alta severidade pode correr rasgões nas áreas necróticas secas internervais da folha e pode ocorrer desfolha. - Pústula bacteriana Os sintomas nas plantas atacadas por Xanthomonas axonopodis pv. Glycines ocorrem tipicamente nas folhas, mas também podem ser identificadas infecções nas hastes, pecíolo e legumes. As primeiras lesões são caracterizadas por pequenas áreas verde-amareladas com centros marromavermelhado ou pardo.

Os sintomas podem aparecer em ambas superfícies foliares, mas são mais visíveis na superfície superior da folha. No centro das lesões originam-se pequenas pústulas, com aspecto esbranquiçado, especialmente na superfície inferior da folha. Sintomas de doenças em soja: doenças de solo - Podridão vermelha da raiz Causada pelo fungo Fusarium tucumaniae (Aoki), pode causar de aborto de flores e legumes nos estádios R1/R2 até R3. Devido ao dano foliar (sintoma carijó) ocorre redução no peso de grãos. No colo da raiz principal surgem manchas avermelhadas. A coloração das lesões é normalmente vermelho-arroxeada escuro. Sob condições de alta umidade, forma-se um anel vermelho na base da haste onde ocorre a formação de uma massa azulada de conídios do fungo. As raízes secundárias degradam-se rapidamente, restando apenas a raiz principal com os feixes vasculares avermelhados. Em condições adversas o patógeno pode produzir estruturas de resistência (clamidósporos) que permanecerão no solo. A infecção inicia a partir desses clamidósporos aderidos externamente ao tegumento da semente e por resíduos da colheita (BALARDIN et al., 2005). - Podridão de carvão Causada pelo fungo Macrophomina phaseolina (Tass.) Goid.,plantas infectadas produzem trifólios pequenos e sem vigor. No colo ocorre uma descoloração, passando para um marrom-escuro e por último preto-acinzentado. Em estádio mais avançado, os folíolos murcham uniformemente sem aspecto carijó e morrem devido à obstrução dos vasos condutores pelos microesclerócios do fungo, ficando aderidos aos pecíolos e antecipando a maturação. - Morte em reboleira ou tombamento Causada pelo fungo Rizoctonia solani Kuhn, tem ocorrido com mais intensidade na região dos Cerrados, associada a anos de intensa precipitação.

Estrias de coloração castanho-escuro na raiz, nos primeiros centímetros abaixo do nível do solo, coalescem e resultam em estrangulamento no colo da planta, causando o tombamento da plântula. A área necrosada geralmente apresenta um ligeiro afinamento em relação à parte superior. A morte de plantas pode ocorrer em plantas isoladas ou em reboleiras com o avanço da doença. - Mofo Branco (podridão branca da haste) O mofo branco (Sclerotinia sclerotiorum (Lib.) de Bary) pode afetar a produtividade da soja atacando plântulas e reduzindo o estande ou atacando plantas adultas, causando sua morte. O sintoma inicial é uma podridão úmida, desenvolvendo abundante formação de micélio branco e denso, em todas as partes da planta afetada pela doença. Após a colonização completa do local, o patógeno inicia a produção de escleródios que irão permanecer no solo até que as condições de germinação sejam estabelecidas para formação dos apotécios. Os esclerócios no solo, em condição de alta umidade e temperatura amena, germinam e produzem apotécios que liberarão ascósporos no ar, causando a infecção no hospedeiro. Apesar do fungo Sclerotinia sclerotiorum sobreviver no solo na forma de esclerócio, ele tem habilidade para atacar as partes aéreas das plantas. Ainda que seja classificado como fungo de solo, esse patógeno não ataca o sistema radicular das plantas. - Podridão parda da haste Causada pelo fungo Cadophora gregata (sin. Phialophora gregata), tem como sintoma a descoloração marrom-escura do tecido vascular desde as raízes ou colo da planta. As folhas apresentam clorose e necrose internerval (folha carijó). Esta doença não produz sintoma externo na haste. - Podridões da raiz e da haste, seca da haste e da vagem ou Phomopsis da semente Várias doenças são associadas à Diaporthe/Phomopsis em soja e a etiologia desse complexo tem sofrido diversas modificações.

Os legumes infectados ficam chochos, apodrecem e adquirem coloração esbranquiçada a castanho-clara. Em hastes, cortes longitudinais mostram escurecimento interno da medula e, em condições de alta umidade ou após a maturação das plantas, os picnídios (frutificações negras) formados sobre as lesões podem ser observados com facilidade. Picnídios e peritécios são formados e liberam conídios e ascósporos, respectivamente, que são os responsáveis por infectar as plantas no estágio vegetativo. Por serem envoltos em matriz mucilaginosa, estes necessitam de chuva para sua dispersão. - Murcha de Esclerotium Um rápido amarelamento ou murcha das plantas é o primeiro sintoma observado na parte aérea das plantas infectadas por Sclerotium rolfsii. A doença pode se disseminar para toda a lavoura na forma de esclerócios ou micélios, colonizando o solo. Em condições ideais é formada uma densa cobertura de micélio branco, que fica coberta de esclerócios esféricos com coloração branca a castanho-escura. - Podridão radicular ou tombamento por Pythium sp. Em condições de umidade o crescimento do fungo Pythium spp. pode ser associado a tombamento em pós-emergência. As lesões aparecem nos cotilédones e hipocótilos das plântulas e quando há formação das unifoliadas estas apresentam coloração cinza, passando para marrom. - Podridão radicular por Phytophthora A manifestação dos sintomas em plantas atacadas por Phytophthora sojae ocorre predominantemente na fase de plântula e/ou próximo à floração. A infecção inicial necrosa as raízes laterais, com evolução para o hipocótilo, causando tombamento de pré ou pós-emergência. Em plantas adultas a doença causa podridão e deterioração do sistema radicular, que adquire coloração castanha.

Na parte aérea ocorre uma podridão de aspecto aquoso que inicia na base da haste e evolui até o terço médio da haste principal e ramificações. Referências Bibliográficas REZENDE, J. A. M.; AMORIN, L.; BERGAMIM FILHO (Edt.). Manual de Fitopatologia. v.1. Princípios e Conceitos. São Paulo. Agronômica Ceres. 2011. STAR, J. L. Cotton. In: BARKER, K. R.; PEDERSON, G. A.; WINDHAM, G. L. (ed.) Plant and nematode interactions. Madison; Wisconsin: American Society of Agronomy, cap. 17, p. 356-379, 1998. WHITE, D.G. (Ed.). Compendium of Corn Diseases. 3.ed. St. Paul: American Phytopathological Society, 1999. 78p. WOLF, J. & LEHMAN, S.G. Brown-spot disease of soybean. Journal of Agricultural Research. Washington, v.33, n.4, p.365-74, 1926.