ESTUDO DE POTENCIAL DE BIOMASSA. SETA AMBIENTAL Rondon do Pará



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Transcrição:

2012 ESTUDO DE POTENCIAL DE BIOMASSA SETA AMBIENTAL Rondon do Pará

ESTUDO Rondon DE POTENCIAL do Pará, Estado do DE Pará BIOMASSA Seta Ambiental ĒĮ ÔÏ ĂĿ Ī ĹĮ ŃÔÏ Ł Rondon do Pará, Estado do Pará Seta Ambiental Belém PA Janeiro de 2013

Coordenação VOTORANTIN METAIS Elaboração SETA AMBIENTAL LTDA. Elaboração Deryck Martins Wandreia Baitz Vívian Almeida Raniery Vale Branco Lívia Teixeira Colaboradores Andrey Pantoja Emanoel Pinheiro Cíntia Balieiro

SUMÁRIO Índice de Gráficos 6 Índice de Figuras 7 Índice de Quadros e Tabelas 8 Glossário, Siglas e Acrônimos 9 APRESENTAÇÃO 11 1. INTRODUÇÃO 13 2. OBJETIVOS 14 3. METODOLOGIA 15 4. RESULTADOS 16 4.1. Caracterização da Área de Interesse 16 4.1.1. Definição da Área de Interesse 16 4.1.2. Quanto a Base fundiária 18 4.1.3. Quanto a cobertura florestal 21 4.2. Tendências Mercadológicas para Biomassa 25 4.3. Atividades Produtivas e Biomassa 28 4.4 Informações das espécies do Reflorestamento 31 4.5. Manejo de Florestas Nativas 45 4.6. Reflorestamento 45 4.7. Biomassa Florestal resíduos 47 4.3.4. Outros tipos de biomassa 49 5. CENÁRIOS 51 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS E INDICATIVOS DE CONTINUIDADE 59 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 60

ÍNDICE DE GRÁFICOS Gráfico 1: Desmatamento e áreas com cobertura florestal na área de interesse até 2011, Rondon do Pará, Pará. 22 Gráfico 2: Desmatamento ocorrido até 2011 na área de interesse, quanto a titularidade das propriedades, Rondon do Pará, Pará. 23 Gráfico 3: Produção de carvão vegetal em toneladas no Brasil, Região Norte e Estado do Pará. 25 Gráfico 4: Produção de carvão vegetal em toneladas no Brasil, Região Norte e Estado do Pará. 26 Gráfico 5: Produção de madeira (m³) no Brasil, Região Norte e Estado do Pará. 26 Gráfico 6: Dinâmica do consumo de madeireira na Amazônia nos últimos 10 anos. 27 Gráfico 7: Origem da volumetria (m³) liberada em 2009 pela SEMA. 2 8 Gráfico 8: Área antropizada (ha) em 11 municípios, Pa AUTEF (2010-2013). 56 Gráfico 9: Área de uso alternativo (ha) em 4 municípios, Pa LAR (2004 a 2017). 57 6

ÍNDICE DE FIGURAS Figura 01: Etapas para o estudo de potencial de biomassa, Rondon do Pará, Estado do Pará. 15 Figura 2: Área de interesse do estudo de potencial de biomassa, Rondon do Pará, Pará. 1 6 Figura 3: Mapa de acessibilidade da área de interesse, Rondon do Pará, Pará. 1 7 Figura 4: Altitude e hidrografia da área de interesse, Rondon do Pará, Pará. 1 8 Figura 5: Situação fundiária da área de interesse, considerando o Cadastro Ambiental Rural (CAR) provisório e definitivo até agosto de 2012. 1 9 Figura 6: Situação fundiária da área de interesse, considerando o Cadastro Ambiental Rural (CAR) provisório e definitivo até agosto de 2012. 2 0 Figura 7: Áreas com cobertura florestal na área de interesse, Rondon do Pará, Pará. 2 1 Figura 8: Mapa de cobertura florestal da área de interesse, Rondon do Pará, Pará. 22 Figura 9: Mapa de resíduos do Estado do Pará. Fonte EBMA UFPA. 6 2 Figura 10: Áreas destinadas à atividade de Manejo Sustentável em 14 municípios Pa. 66 Figura 11: Área destinada às atividades de Manejo Sustentável e Reflorestamento, área de estudo, Pará. 72 Figura 12: Áreas destinadas à atividade de Reflorestamento em 14 municípios, Pará. 73 7

ÍNDICE DE QUADROS E TABELAS Quadro 1: Quantitativo de áreas desmatadas em áreas com CAR, em áreas de assentamento e em áreas sem CAR. 2 3 Tabela 1: Área Líquida Autorizada (ha) para as Atividades Produtivas ligadas ao reflorestamento/ AUTEF (2010 2013) para onze municípios-pa. 3 0 Tabela2: Área Líquida Autorizada (ha) para as Atividades Produtivas ligadas ao reflorestamento/ LAR (2004 2017) para oito municípios-pa. 3 1 Tabela 3: Biomassa de atividades ligadas ao reflorestamento em oito municípios Pa (2010 2013). 3 3 Tabela 4: Poder Calorífico Superior (Kcal/Kg) de S. amazonicum (Paricá) em Dom Eliseu e Paragominas PA. 3 6 Tabela 5: Produtividade (m³/ha/ano), Incremento Médio Anual para o diâmetro e a altura de plantios de T. grandis. 3 7 Tabela 6: Produtividade (m³/ha/ano), Incremento Médio Anual para o diâmetro e a a l t u r a d e p l a n t i o s d e C. g o e l d i a n a. 3 9 Tabela 7: Poder Calorífico Superior do resíduo de E. grandis em função da temperatura. 4 1 Tabela 8: Número de propriedades de cada município com atividades produtivas de acordo com a espécie, identificadas na AUTEF, na validade de 2010 a 2013. 4 4 Tabela 9: Número de propriedades de cada município com atividades produtivas de acordo com a espécie, identificadas na LAR, na validade de 2004 a 2017. 4 9 Tabela 13: Produção de toretes (m³) para espécies nativas em dois municípios - Pa (2010-2013). 5 4 Tabela 14: Área Líquida Autorizada (ha) para as atividades de manejo sustentável e produção de resíduos em 12 municípios - PA. (2010-2013). 5 5 Quadro 2: Fontes de resíduos florestais. 6 1 Tabela 10: Quantidade de resíduos (st) de cada espécie em 13 municípios Pa, no período de 2010 a 2013. 8 5 Tabela: Quantidade de toras (m³) de cada espécie em 13 municípios Pa, no período de 2010 a 2013. 9 3 Tabela 11: Quantidade de cavaco (m³) de cada espécie em 4 municípios Pa, no período de 2010 a 2013. 101 Tabela 12: Quantidade total de biomassa produzida nas propriedades através de manejo sustentável em 12 municípios Pa (2010-2013). 1 0 5 8

GLOSSÁRIO, SIGLAS E ACRÔNIMOS Área de Preservação Permanente: De acordo com o Código Florestal Brasileiro, Áreas de Preservação Permanente (APP) são áreas...cobertas ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas. Essas áreas não podem ser objeto de exploração de nenhuma natureza. Exemplos de APP são as áreas marginais dos corpos d'água (rios, córregos, lagos, reservatórios) e nascentes; áreas de topo de morros e montanhas, áreas em encostas acentuadas, restingas e mangues, entre outras. As definições e limites de APP são apresentados em detalhes, na Resolução CONAMA n 303 de 20/03/2002. ÁREA ANTROPIZADA: Área cujas características originais (solo, vegetação, relevo e regime hídrico) foram alteradas por consequência de atividade humana. ÁREA DESMATADA: Área com exposição do solo resultante da retirada de toda a vegetação. AUAS: Área de Uso Alternativo do Solo AUMPF: Área de Utilização de Matéria - Prima Florestal AUTEF: Autorização de Exploração Florestal. Essa autorização garante a realização da atividade de exploração de recursos florestais, tais como madeira de floresta nativa e madeira de reflorestamento. CAP: Circunferência a Altura do Peito. Local onde comumente se realiza a medição de árvores para definição de volume. CAR: Cadastro Ambiental Rural. Documento que define o perímetro de uma propriedade, sendo este, o primeiro passo para a sua regularização ambiental. Carvão vegetal: Matéria carbonizada oriunda de madeira, casca ou caroços, inclusive de palmáceas, em pedaços ou mesmo aglomerado. Cavaco: Madeiras em pequenos cavacos destinados ao fabrico de pastas, papéis, aglomerados, carvão ou para fins energéticos. DAP: Diâmetro a Altura do Peito. Local onde comumente se realiza a medição de árvores para definição de volume. DMC: Diâmetro Mínimo de Corte. Diâmetro mínimo de uma árvore permitido para exploração. GF: Guia Florestal. Documento que garante o transporte de madeira em tora explorada de projetos licenciados. GPS: Global Position Satélite IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IDH: Índice de Desenvolvimento Humano IDESP: Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará INPE: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais LAR: Licença Ambiental Rural. Documento que licencia ambientalmente as atividades rurais, tais como: reflorestamento, manejo florestal, pecuária, lavoura, etc. Lenha: Madeira roliça ou não, em achas ou lascas, para fins energéticos, com comprimento máximo de 1,20m. PMFS: Projeto de Manejo Florestal Sustentável. O termo manejo pode ser definido como sendo o tratamento dispensado a uma floresta, o qual interfere nas condições ambientais em prol do seu desenvolvimento, ou também como sendo a administração de uma floresta para uso dos seus produtos e serviços, respeitando-se o equilíbrio ecológico, com responsabilidade sócio-econômica. PMV: Programa Municípios Verdes. Programa do Governo do Estado do Pará que apoia o desenvolvimento sustentável do Estado do Pará, através de três eixos estratégicos: Ordenamento ambiental e fundiário; Gestão ambiental compartilhada e Apoio a produção sustentável. 9

POA: Plano Operacional Anual. Documento que apresenta as diretrizes operacionais florestais no período de um ano. Reflorestamento: Se refere à atividade de replantar florestas em uma determinada área que sofreu supressão vegetação no passado. Reserva legal: De acordo com o Código Florestal: "área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, excetuada a de preservação permanente, necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao abrigo e proteção de fauna e flora nativas." Resíduos: são todos os restos sólidos das atividades humanas ou não-humanas, que embora possam não apresentar utilidade para a atividade fim de onde foram gerados, podem virar insumos para outras atividades. Exemplos de resíduos: aqueles gerados na atividade de exploração florestal de nativas e ou plantadas, que podem incluir folhas de arvores, galhos, aparas, destopos, sapopemas e restos de poda. Entende-se ainda resíduos madeireiros como toda a matéria resultante da operação de industrialização de madeiras (pequenos tocos, refilo, maravalha/aparas). SEPOF: Secretaria de Planejamento, Orçamento e Finanças do Pará Serragem: Matéria resultante da serragem de madeira, mesmo aglomerado em bolas, briquetes, pellets ou em formas semelhantes. Tora: Árvore após ser derrubada e destopada e traçada, retirando-se a base e a copa, resultando na parte da árvore in natura sem sofrer nenhum tipo de industrialização. Torete: Madeira roliça, com casca ou não, com diâmetro inferior de 20 cm, desalburnadas ou não, esquadrias ou não. Provenientes de partes menores de toras ou de galhos e outros aproveitamentos fora da tora. UFRA: Universidade Federal da Amazônia UMF: Unidade de Manejo Florestal UPA: Unidade de Produção Anual UT: Unidade de Trabalho 10

APRESENTAÇÃO Este documento apresenta os resultados gerados no Estudo de Potencial de Biomassa existente na região de Rondon do Pará, Pará, encomendado pela VOTORANTIN METAIS, empresa do grupo VOTORANTIN para identificação da possibilidade e viabilidade de utilização de biomassa para fins energéticos. Os elementos utilizados neste estudo foram: a existência de escala, o marco legal definido, horizonte de uso e o potencial de desenvolvimento dos diversos produtos para a finalidade almejada. No âmbito da biomassa, tem-se um potencial a ser desenvolvido para esse fim, devido principalmente pelas grandes áreas já abertas, além da subutilização da madeira em florestas nativas. No entanto, o aproveitamento da biomassa dependerá de diversas variáveis que precisam constituir a base do uso desta nas questões legais, mecanismos de rastreabilidade da origem, além do envolvimento social em sua produção. O Estado do Pará possui todas as características desejáveis ao desenvolvimento de biomassa, principalmente de origem florestal, pois é um dos três estados da Amazônia que mais produzem produtos florestais no Brasil, com destaque na produção advinda de florestas nativas e um reflorestamento crescente a cada ano. Este estudo está dividido em três capítulos, a saber: i) Caracterização da área de interesse, que define a localização geográfica e acessibilidade em relação à área do empreendimento; ii) Diagnóstico do potencial de biomassa existente, demonstrando os produtos licenciados, propriedades e diversidade da região e; iii) Cenários possíveis para desenvolvimento, a partir do cruzamento das informações obtidas com os resultados gerou-se os cenários mais favoráveis a serem identificados e posteriormente avaliados para desenvolvimento. 11

1. INTRODUÇÃO A Amazônia é uma das maiores detentoras de riquezas florestais do mundo. Tem uma vasta variedade de espécies florestais madeireiras, e com isso tornou-se uma grande fonte de suprimentos para o setor madeireiro, tanto em nível nacional como internacional, consequentemente atraindo as atenções de todo o mundo (Padilha et al, 2007). Segundo dados do Plano Safra Florestal Madeireira (2010) desenvolvido pela SETA AMBIENTAL, a atividade florestal no Estado do Pará gera cerca de 10 milhões de m³ de madeira anualmente advindos em sua maior parte (82%) do manejo florestal, seguido pela atividade do reflorestamento (12%) e em menor parte de atividades de supressão florestal (6%). Essa produção toda gera uma quantidade considerável de resíduos, que se não forem tratados serão perdidos, pois quando deixados na mata somente permitirão a proliferação de organismos xilófagos. A tora processada pela indústria madeireira no Estado do Pará resulta em cerca 50% do seu volume na forma de resíduos. O desperdício desse volume está diretamente relacionado ao desperdício de recursos naturais e do impacto ao meio ambiente. De acordo com Padilha et al (2006) a lenha é o tipo de resíduo oriundo da indústria de base florestal de maior representatividade, correspondendo a 71% da totalidade dos resíduos. Seu aproveitamento contribui para a racionalização dos recursos florestais, bem como para gerar uma nova alternativa econômica para as empresas, aumentando, portanto, a geração de renda e de novos empregos. Além dos resíduos já existentes, provenientes da atividade florestal, estima-se que haja cerca de 22 milhões de hectares de áreas alteradas no Estado do Pará, aliado a características edafoclimáticas favoráveis, que criam condições adequadas a atividade do reflorestamento, opção para diferentes finalidades, dentre as quais, a energética. Há clara falta de disponibilidade de energia no Estado do Pará, seguindo a lógica amazônica, principalmente quando se distancia dos centros urbanos. Diante da limitação de fontes de energia em boa parte da Amazônia uma alternativa é o aproveitamento integral de toda biomassa florestal, isto é, cascas, ponteiras, raízes e resíduos de beneficiamento da tora: serragem, cavacos, etc. (SANTOS et al, 2005). Karekesi et al, 2005, classifica os tipos de biomassa em três categorias, de acordo com a tecnologia empregada na sua utilização energética. São elas: Tecnologias tradicionais de uso da biomassa (ou biomassa tradicional): combustão direta de madeira, lenha, carvão vegetal, resíduos agrícolas, resíduos de animais e urbanos, para cocção, secagem e produção de carvão. Tecnologias aperfeiçoadas de uso da biomassa (ou biomassa aperfeiçoada ): tecnologias aperfeiçoadas e mais eficientes de combustão direta de biomassa, tais como fogões e fornos. Tecnologias modernas de uso da biomassa (ou biomassa moderna): tecnologias avançadas de conversão de biomassa em eletricidade e o uso de biocombustíveis. De uma forma geral a biomassa é considerada fonte renovável de energia, entretanto nem sempre é utilizada de maneira sustentável. As formas sustentáveis de uso da biomassa incluem o reflorestamento e a utilização de resíduos florestais de projetos de manejo florestal. 13

2. OBJETIVOS Elaboração de um estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental de potencial de biomassa para utilização e abastecimento de uma caldeira de um projeto de extração de bauxita e refinaria de alumina, localizado no município de Rondon do Pará, Estado do Pará. 2.1. Objetivos específicos Analisar o potencial produtivo de biomassa da região, através de: Ÿ Ÿ Ÿ Identificação de áreas desmatadas, florestas degradadas, florestas nativas, florestas secundárias, áreas produtivas, entre outras; Identificação do estágio de regularização ambiental das propriedades, Áreas de Reserva Legal e Áreas de Preservação Permanente (APP); Identificação da logística, custos e infra-estrutura das áreas existentes na região. Analisar a dinâmica de ocupação das áreas e das cadeias produtivas, gargalos e oportunidades da região; Apresentar as possibilidades existentes na região, respeitando-se um raio do empreendimento, visando gerar subsídios para a empresa decidir qual(is) o caminho mais interessante para investir e iniciar o processo de busca. Levantar informações sobre biomassa, em nível amostral, no entorno do empreendimento; Apresentar os cenários possíveis a partir da realidade diagnosticada; Identificar as políticas públicas relacionadas às atividades florestais de interesse; Avaliar economicamente os custos envolvidos com as atividades que serão levantadas na área de abrangência do empreendimento, contribuindo com a mensuração de tamanho de área e quantitativos que atendam a demanda da empresa. 14

3. METODOLOGIA A área de estudo definida pela proposta, denominado Área de Referência, inclui a localização futura do projeto de bauxita e refinaria de alumina, localizada no município de Rondon do Pará, Estado do Pará. A partir da área de referência, consideraremos um raio de 200 km de extensão e de acordo com a abrangência de interesse da empresa. O escopo inclui os municípios envolvidos no raio determinado. Considerou-se todas as possibilidades de biomassa potenciais da região que atendam as exigências de geração de energia do empreendimento. A partir da definição da área e produtos de interesse, será realizado um levantamento em nível amostral das atividades existentes. Essa atividade será realizada por uma equipe de campo com ampla experiência em atividades de coleta de dados e deverá ser acompanhada por uma pessoa a ser designada pela contratante. A metodologia utilizada neste estudo considerou quatro etapas, apresentadas na figura a seguir: Figura 01: Etapas para o estudo de potencial de biomassa, Rondon do Pará, Estado do Pará. Para definição do horizonte, considerou-se as autorizações e licenças ambientais vigentes no sistema do órgão ambiental, visando prever de forma bastante próxima da realidade existente na região. 15

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