EDUCAÇÃO AMBIENTAL POR MEIO DE TEMA CTSA: RELATO E ANÁLISE DE EXPERIÊNCIA EM SALA DE AULA



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Transcrição:

EDUCAÇÃO AMBIENTAL POR MEIO DE TEMA CTSA: RELATO E ANÁLISE DE EXPERIÊNCIA EM SALA DE AULA Erlete Sathler de Vasconcellos 1 *, Wildson Luiz P. dos Santos 2 (PQ), * erlete_2@hotmail.com Instituto de Química da Universidade de Brasília/IQ-UnB, Brasília-DF Palavras Chave: CTS, educação ambiental, ensino de Química RESUMO Esta pesquisa faz parte de trabalho de Dissertação de Mestrado em Ensino de Ciências que vem sendo realizado na UnB e tem como objetivo apresentar a análise da abordagem de um tema Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente (CTSA) em uma escola pública de Taguatinga-DF. O tema foi desenvolvido com o propósito de inserir educação ambiental em aulas de química de forma sistemática. Foram realizadas as seguintes atividades: leitura e discussão de textos, aulas expositivas, apresentação de slides, visita à fábrica de sabão e apresentação de trabalho em feira de ciências. Para análise das aulas, foram feitos registros de diário de campo, entrevistas, aplicação de questionários e análise de trabalhos dos alunos. A análise dos dados demonstra que os alunos identificaram várias questões socioambientais que antes não eram contempladas e que as discussões puderam refletir sobre as interrelações CTSA. INTRODUÇÃO Considerando que o objetivo da educação básica no Brasil é a formação do cidadão, posição evidenciada na legislação educacional brasileira, entende-se que esse deve ser o objetivo de todas as disciplinas do ensino formal. Santos e Schnetzler (1997) chamam a atenção para o fato de que alfabetizar os cidadãos em ciência e tecnologia é uma necessidade do mundo contemporâneo, pois a ciência e a tecnologia interferem em todas as esferas da sociedade. Segundo Bazzo (1998), O cidadão merece aprender a ler e entender muito mais do que conceitos estanques a ciência e a tecnologia, com suas implicações e conseqüências, para poder ser elemento participante nas decisões de ordem política e social que influenciarão o seu futuro e o dos seus filhos. ( p. 34). Outros autores também consideram que o domínio científico e tecnológico é necessário para o cidadão desenvolver-se na vida diária. Nesse sentido, percebemos a necessidade de mudar o enfoque do ensino de ciências tradicional e mecanicista, que tem se mostrado ineficaz no preparo para o exercício da cidadania, para um ensino mais humanista, mais global, menos fragmentado, capaz de preparar melhor os alunos para a compreensão do mundo Martins (2002). Com esse propósito, no Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências da Universidade de Brasília, desenvolvemos uma pesquisa, visando analisar o processo de introdução de um tema CTS. O trabalho pedagógico foi realizado no ano de 2006 durante um

bimestre letivo em uma turma de uma escola pública, na disciplina de química, sendo a autora principal deste trabalho a professora. O tema trabalhado foi Química, Indústria e Meio Ambiente e teve como objetivo desenvolver estudos de educação ambiental () em aulas de química e aprofundar as discussões a respeito das relações Ciências, Tecnologia, Sociedade e Ambiente (CTSA) em sala de aula. Neste artigo é apresentado um relato e análise exploratória de experiências das aulas desenvolvidas durante a pesquisa. MOVIMENTO CTS Santos (2008) relata que com o agravamento dos problemas ambientais e mediante as discussões sobre a natureza do conhecimento científico e suas implicações na sociedade, surgiu na década de setenta o movimento CTS como crítica ao avanço científico e tecnológico. Segundo Auler e Bazzo (2001) após a euforia inicial com os resultados do avanço proporcionados pelo progresso, à degradação ambiental e sua vinculação a armas nucleares, fizeram com que o olhar sobre a Ciência e a Tecnologia se tornasse mais crítico. Na mesma época, começou a se destacar no mundo movimento ambiemtalistas, questionando e denunciando que a industrialização intensificou a exploração da natureza, trazendo conseqüências negativas ao meio ambiente. Fora isso o desenvolvimento científico e tecnológico passou a revelar o poder destrutivo do homem: Está cada vez mais evidente que a exploração desenfreada da natureza e os avanços científicos e tecnológicos obtidos não beneficiaram a todos. Enquanto poucos ampliaram potencialmente seus domínios, camuflados no discurso sobre a neutralidade da C&T e sobre a necessidade do progresso para beneficiar as maiorias, muitos acabaram com os seus domínios reduzidos e outros continuam marginalizados, na miséria material e cognitiva. (ANGOTTI e AUTH, 2001, p.16). O movimento CTS é uma proposta pedagógica que desvincula a idéia de ciência neutra, absoluta e impessoal para uma ciência que se aproxima da realidade do aluno, trazendo significado para aquilo que é estudado. Através dos currículos com ênfase CTS os conteúdos e ensinos de conceitos deixam de ser prioridade, não por não serem necessários, mas porque sua importância será melhor percebida pelos alunos se eles aparecerem como via para dar sentido aquilo que é questionado (Martins, 2002). O conteúdo do ensino CTS deve estar centrado em temas de relevância social. Segundo Santos e Mortimer (2000) podemos encontrar na literatura uma infinidade de temas sociais que podem ser abordadas em um currículo CTS, como por exemplo: Saúde, Alimentação e agricultura, Recursos energéticos, Terra, Água e Recursos Minerais, Indústria e Tecnologia, UFPR, 21 a 24 de julho de 2008. Curitiba/PR. 2

Ambiente, Transferência de Informações e Tecnologia, Ética e Responsabilidade Social. Entre as estratégias que podem ser usadas para a abordagem desses temas os autores destacam: palestras, demonstrações, sessões de questionamentos, solução de problemas, solução de problemas de laboratório, jogos de simulação, fóruns e debates, projetos individuais e de grupo, redação de cartas para autoridades, pesquisa de campo do trabalho, palestrantes convidados e ações comunitária, visita a indústrias, e a museus. Como os problemas ambientais são causados pelo esgotamento que as atividades humanas vêm causando a natureza alguns autores passaram a incorporar ao enfoque CTS as questões ambientais passando a utilizar a sigla CTSA. A questão ambiental é uma preocupação cada vez mais presente em toda a sociedade e é uma realidade com a qual o ser humano precisa aprender a conviver. Isso implica na necessidade de um ensino voltado para essa temática, que venha contribuir para a formação de sujeitos críticos que busquem a preservação da vida do planeta e melhores condições sociais para a existência humana. Segundo Dias (2002), a educação ambiental () estimula o exercício pleno da cidadania e resgata o surgimento de novos valores que tornem a sociedade mais justa e sustentável. Quando consideramos que visa formar cidadãos conscientes, isso se relaciona também ao papel da educação formal e do ensino CTS que tem a formação da cidadania como seu objetivo geral. Segundo Pinheiro, Silveira e Bazzo (2007) o movimento CTS proporcionou mudanças curriculares em vários países e vêm recebendo cada vez mais adeptos, todavia no contexto brasileiro. Auler e Bazzo (2001) constataram que ainda não existe uma compreensão clara quanto os objetivos, conteúdos, abrangência e modalidades do movimento CTS. Esses autores afirmam que problemas como, formação inadequada de professores, a falta de material didático, e a necessária redefinição dos conteúdos-programáticos ainda precisam ser superados. É nesse sentido, que com a presente pesquisa buscamos aprofundar análise da abordagem de um tema CTSA em sala de aula. INDÚSTRIA, SOCIEDADE E MEIO AMBIENTE: O TEMA CTSA DESENVOLVIDO Várias ações de já vinham sendo desenvolvidas pela professora na turma pesquisada. Artigos de jornais e revistas, contendo informações sobre, lixo; escassez de água no planeta; alterações climáticas eram levadas para sala de aula e esses temas tornavam-se motivo de debates. UFPR, 21 a 24 de julho de 2008. Curitiba/PR. 3

Através dos debates a professora pôde constatar que os relatos dos alunos em relação ao meio ambiente eram predominantemente naturalista e preservacionistas sem contemplar dimensões socioambientais. Visando desenvolver a Educação Ambiental de forma mais sistemática e aprofundar as discussões relativas a inter-relações entre ciência, tecnologia, sociedade e a natureza, a professora desenvolveu e aplicou a proposta temática: Indústria, Química e Meio Ambiente. O tema Química, Indústria e Meio Ambiente foi desenvolvido durante o estudo das funções orgânicas e a temática ambiental foi introduzida nas aulas através de: a) exposições didáticas; b) apresentação de slides; c) discussão de textos retirados do livro Química e Sociedade (SANTOS e MÓL, 2005); d) elaboração de redação; e) visita a uma fábrica de sabão; e f) apresentação de trabalhos na feira de ciências da escola. No presente item é apresentado o contexto da escola e um relato de como foi desenvolvido o tema. O Contexto Escolar A escola localiza-se próxima ao centro da cidade, seu espaço físico é amplo contando com 20 salas de aulas que comportam em média 35 alunos embora ocasionalmente sejam ocupadas por até 42 alunos e 6 salas de múltiplas funções: Laboratório de informática, Laboratório de Ciências, Coordenação dos professores, Sala de Artes Cênicas, Sala de Artes plásticas, uma sala para atividades de Educação física e 2 salas para apresentação de vídeos, uma Biblioteca, uma lanchonete, uma quadra esportiva, possui também jardins, pátios, e um auditório. A maioria dos alunos dessa escola mora na periferia da cidade ou em outras cidades vizinhas e pertence à classe de baixa renda, sendo que muitos trabalham para ajudar no orçamento familiar. Na tentativa de trabalhar a temática em colaboração com os professores das outras disciplinas foi feita uma reunião entre os professores da escola, porém nenhum se mostrou interessado, alegando que não estavam preparados para trabalhar com o tema Meio Ambiente ou estavam trabalhando outros conteúdos e que não poderiam incluir, ficando o trabalho temático restrito às aulas de Química. As aulas do tema Química, Indústria e Meio Ambiente As aulas foram planejadas e desenvolvidas dentro de uma perspectiva crítica da Educação Ambiental sem desconsiderar os conteúdos de química que deveriam ser estudados pelos alunos. A temática de do projeto foi introduzida por meio de exposições didáticas, UFPR, 21 a 24 de julho de 2008. Curitiba/PR. 4

apresentação de slides pela professora com o uso de data-show, leitura e discussão de textos do livro Química e Sociedade (SANTOS e MÓL, 2005) e debate dirigido pela professora com os alunos em círculo. Foram solicitados aos alunos uma pesquisa bibliográfica sobre a indústria e o impacto ambiental e a elaboração de uma redação. Além disso, foram desenvolvidos trabalhos pelos alunos sobre a temática para a feira de ciências e foi feita uma visita a uma indústria química no horário de aula. O projeto envolveu um total de dez aulas de Química, além de duas manhãs que foram utilizadas para visita e para a feira de ciências (vide quadro 1). Quadro 1 Aulas ministradas Aulas Conteúdo Químico Atividade Desenvolvida 1 Função éster Gorduras e óleos. Leitura e discussão de um texto sobre o impacto que o descarte de óleo nos esgotos domésticos causa ao ambiente.(internet) 2 Lipídios Leitura do texto Lipídio livro Química e Sociedade 3 Indústria Química, ambiente e cidadania (tema em foco do livro Química e Sociedade). Pesquisa na internet sobre a indústria Química e o impacto ambiental 4 Reações de saponificação Escolha dos temas para apresentar na feira de ciências. Tema escolhido Sabão. 5 Sabão Saída de campo : visita a uma fábrica de sabão. 6 Pesquisa realizada em sala de aula sobre a Indústria Química e o impacto ambiental. 7 Polímeros (O que são plásticos, a era dos plásticos) 8 Polímeros (Propriedades) classificação dos plásticos e plásticos biodegradáveis. Leitura e discussão do texto Os Plásticos e o Ambiente livro Química e Sociedade. Leitura do texto Uso dos plásticos: Reduzir, reutilizar, e Reciclar. 9 Breve histórico da e as Aula em data show concepções naturalista e sócio ambientais (Carvalho); Responsabilidades com o MA. 10 Redação: Como posso influenciar meu MA. Desenvolvimento das aulas Na primeira aula foi levado para a sala um texto retirado de um e-mail recebido por um dos alunos da sala. O texto tratava sobre o descarte de óleo na pia da cozinha, e o impacto causado pelo óleo ao Meio Ambiente. Na discussão do texto alguns alunos se mostraram surpresos, pois essa prática era comum em suas casas. Algumas alunas alegaram não saber que um ato aparentemente insignificante estava contaminado os rios e comprometendo a água potável do planeta. Durante a aula os alunos foram incentivados pela professora que dessem sugestões para descartar o óleo de cozinha. Nesse momento alguns alunos sugeriram que o óleo fosse enterrado, UFPR, 21 a 24 de julho de 2008. Curitiba/PR. 5

sugestão essa que logo foi descartada, pois chegaram à conclusão que com essa atitude poderiam contaminar o lençol freático acarretando um problema ainda maior já que em Brasília existem vários condomínios onde moradores usam a água retirada de poços artesianos. Uma sugestão apontada pelos alunos foi de acondicionar o óleo usado em garrafas PET e fosse jogado no lixo e quando chegasse à Usina de Tratamento Lixo receberia o destino adequado. Essa proposta também foi rejeitada, pois em Brasília ainda não existe um sistema seletivo de coleta de lixo e provavelmente esse óleo seria descartado na terra ou pelo ralo da pia da mesma forma que é feito na maioria das casas. Depois de um tempo de bastante discussão uma aluna sugeriu que poderiam dar o óleo para pessoas que faziam sabão, além de resolver o problema do descarte, estariam ajudando essas pessoas a melhorar a renda mensal. Essa sugestão foi logo aceita como a melhor opção para a solução do problema. Foram lidos e discutidos mais três textos em outras aulas, os textos foram retirados da sessão em foco do livro Química e Sociedade, nas aulas os alunos discutiram sobre industrialização, produtos químicos, consumismo e o sistema capitalista. Foram discutidos também temas sobre reciclagem, catadores de lixo, desemprego e desigualdade social. Os alunos fizeram uma pesquisa bibliográfica sobre os impactos da indústria química ao meio ambiente e discutiram os resultados em sala. Os alunos também realizaram uma visita à fábrica de sabão. Assistiram a uma palestra sobre a história da fábrica, a ISO 14000 e 14001 e as medidas de segurança adotas para amenizar os impactos dos resíduos produzidos ao meio ambiente. Os alunos participaram com perguntas sobre os processos de fabricação do sabão, os benefícios que a fábrica oferecia aos funcionários e aos vizinhos e sobre o que era feito pela fábrica quando surgiam reclamações, essa pergunta foi feita por um aluno já morou nas proximidades da fábrica e reclamou do mau-cheiro. Os alunos também tiveram oportunidade de conhecer duas estações de tratamento de efluentes da fábrica, visitaram a graxaria e o laboratório de Química e conversaram com o químico responsável e visitaram o setor de secagem, corte e embalagem do sabão. Em uma das aulas quando era tratado sobre síntese orgânica os alunos decidiram apresentar o tema Sabão na Feira de Ciências da escola. A Feira é um evento anual da escola, para a qual, as turmas decidem um tema para apresentar durante o evento. Os alunos dividiramse em cinco grupos e com a ajuda da professora elaboraram os seguintes trabalhos: a) O primeiro grupo ficou responsável em encontrar na comunidade pessoas que fabricavam sabão, aprenderiam o processo artesanal dessa fabricação e fariam sabão durante a apresentação. b) O segundo grupo ficou de explicar os aspectos químicos da fabricação do sabão. UFPR, 21 a 24 de julho de 2008. Curitiba/PR. 6

c) O terceiro grupo fez uma pesquisa sobre o impacto causado pela espuma de sabão ao meio ambiente, apresentando a pesquisa através de exposição de fotos e manchetes encontradas na internet. d) O quarto grupo ficou responsável por uma pesquisa sobre aspectos históricos do sabão que seria apresentado através de cartazes. e) O quinto grupo ficou responsável em arrumar uma quadra de futebol de sabão para o encerramento da Feira. Ao final da abordagem temática, os alunos foram solicitados a fazerem uma redação sobre como eles podem melhorar o meio ambiente. A análise de conteúdo dessas redações pela professora auxilia nas reflexões sobre avanços e limitações do projeto desenvolvido. DISCUSSÃO E ANÁLISE DAS AULAS MINISTRADAS A aplicação da temática foi acompanhada por coleta de dados, por meio dos seguintes instrumentos: a) observações das aulas anotadas em um diário de campo; b) entrevista com alunos; e c) trabalhos desenvolvidos pelos alunos (relatório de visita e redação). A seguir é apresentada uma análise de cada atividade desenvolvida e dos resultados obtidos em cada uma delas. Discussão dos textos A observação das aulas foi feita através do registro das impressões da professora em diário de campo e filmagem de algumas aulas. Através das observações percebemos que a turma se envolveu em todo o processo, e alguns alunos passaram a participar mais ativamente durante a aplicação da proposta temática. Observou-se que as discussões dos textos proporcionaram uma maior interação entre a professora e os alunos. Durante todas as aulas os alunos tiveram oportunidade de expor sua opinião e a professora pôde identificar comentários sobre o conhecimento que alguns manifestaram sobre tecnologia limpa, Química Verde e desenvolvimento sustentável. Nas discussões em sala de aula, foram debatidos questões relativas ao consumismo e a influência do capitalismo na sociedade. Registrou-se posições críticas de alguns alunos que passaram a refletir sobre problemas socioambientais, como os relativos aos catadores de lixo. UFPR, 21 a 24 de julho de 2008. Curitiba/PR. 7

Visita à fabrica A visita à fábrica foi o momento do desenvolvimento do tema mais apreciado pelos alunos. Os alunos foram informados da ISO 14000 e 14001 e sobre selo de qualidade. Os alunos tiveram que apresentar um relatório sobre a visita e depois a professora retomou na sala de aula temas da visita. Nas discussões feitas em sala de aula e nas redações, registramos que alguns alunos concluíram que o cuidado que a fábrica tinha com o meio ambiente poderia ser por interesse em passar para a sociedade a imagem de ambientalmente correta seria para aumentar os lucros. A visita foi motivo de comentários entre os alunos por bastante tempo. Feira de Ciências Os alunos decidiram apresentar na feira de ciências trabalhos relativos ao tema sabão. Durante a apresentação os alunos falaram da experiência de aprender o processo de fabricação com a comunidade, produziram e distribuíram barras de sabão para os visitantes. Cada grupo cumpriu com desenvoltura sua tarefa. Foi feita uma apresentação interessante sobre aspectos históricos e ambientais do sabão através de cartazes, com apresentação de uma história em quadrinhos para representar como surgiu o sabão. Os alunos pareceram animados durante a apresentação e terminaram a feira com uma partida de futebol na quadra de sabão. O stand da turma foi o mais visitado e muito elogiado pelos professores e colegas de outras turmas. Redação sobre como posso mudar meu meio ambiente O resultado obtido na análise das redações foi apresentado no VI ENPEC em 2007 (Vasconcellos e Santos, 2007). A análise foi desenvolvida com o objetivo de identificar concepções de meio ambiente e educação ambiental que esses alunos apresentavam depois da aplicação temática e de identificar possíveis apropriações dos alunos de questões ambientais trabalhadas em sala de aula. O trabalho analítico foi conduzido por um processo de categorização das concepções dos alunos a respeito de meio ambiente e educação ambiental. As proposições mais comuns encontradas nas redações sobre as concepções de meio ambiente foram classificadas em duas categorias que chamaremos de visão naturalista e visão humanista. Já as concepções de foram agrupadas em duas categorias: conservacionista e socioambiental. Considerou-se como categoria naturalista aquelas proposições que se referiam ao meio ambiente como natureza pura, meio natural. A categoria humanista aqui denominada refere-se às UFPR, 21 a 24 de julho de 2008. Curitiba/PR. 8

proposições que não se limitaram aos aspectos físicos do meio ambiente, mas que incluíam a presença humana. Na conservacionista foram categorizadas proposições dos alunos sobre conservação e preservação. Incluímos aí proposições relativas à coleta seletiva e reciclagem. Na categoria socioambiental, consideraram-se as proposições dos alunos que incluíam aspectos sociais. Os dados analisados nas redações evidenciaram que ao final do projeto predominava entre os alunos uma concepção não-naturalista de meio ambiente, porém a visão de permanecia preservacionista para muitos alunos. Constatou-se, todavia que vários alunos incorporaram uma visão socioambiental. A análise de proposições relativas às aulas indicou a necessidade de mudanças na abordagem de. Entrevista Ao final do ano, foi feita uma entrevista, por uma estudante de graduação, com os 30 alunos que participaram do projeto. Dentre os vários dados obtidos nas entrevistas, pode-se destacar o comentário de todos os alunos de que aquela série foi a melhor do estudo da química, o que pode ter tido uma grande influência provocada pelo impacto do tema desenvolvido momentos antes da entrevista. Todos os alunos reconheceram a importância da abordagem do tema ambiental. Ainda sobre o tema, 40% dos alunos reconheceram que a abordagem temática permitiu eles terem uma nova percepção sobre progresso, consumismo, além de sentirem-se mais conscientes em relação ao meio ambiente. Também 40% dos alunos mencionaram que a atividade que mais gostaram de realizar durante o ensino médio foi a visita à fábrica. CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante das dificuldades que os professores enfrentam em desenvolver currículos com enfoque CTSA, os resultados nos indicam que a tentativa de introduzir, pelo menos, um tema no decorrer do ano, como foi o caso da turma em questão, foi bastante positiva. A discussão temática possibilitou uma reflexão sobre as inter-relações CTS e a compreensão e sensibilização dos alunos em relação ao meio ambiente, dentro de uma perspectiva ampliada que incorpora fatores sociais. Além disso, os alunos manifestaram identificar que as aulas tornaram-se mais prazerosas e passaram a participar mais ativamente das atividades. O desenvolvimento do projeto pela professora propiciou a ela uma mudança de postura frente à abordagem de que foi ocorrendo ao longo do ano. Com isso, pôde-se identificar alguns avanços, ainda que muito se tem por fazer nesse processo contínuo de educação. UFPR, 21 a 24 de julho de 2008. Curitiba/PR. 9

Os resultados evidenciaram que o objetivo de ampliar a visão dos alunos com relação ao desenvolvimento científico e tecnológico e sua influência na sociedade e no meio ambiente foi alcançado. Encontramos algumas limitações como a dificuldade em encontrar material didático para a abordagem de tema CTSA e a falta de cooperação dos professores de outras disciplinas que não se envolveram nas atividades. Apesar das resistências, acreditamos que as limitações não impedem de se avançar com a construção de currículos CTSA que muito contribuem como o objetivo de formação da cidadania. REFERÊNCIAS ANGOTTI, J.A.P.; AUTH, M.A. Ciência e Tecnologia: Implicações sociais e o papel da educação. Ciência & Educação, v.7, n.1, p. 15-27, 2001. AULER, D.; BAZZO, W.A. Reflexões para a implementação do movimento CTS no contexto educacional brasileiro. Ciência & Educação, v.7, n.1, p.1-13, 2001 BAZZO, W. A. Ciência, Tecnologia e Sociedade: e o contexto da educação tecnológica. Florianópolis: Ed. Da UFSC, 1998. DIAS, G.F. Iniciação a temática ambiental. São Paulo: Gaia, 2002. MARTINS, I.P. Problemas e perspectivas sobre a integração CTS no sistema educativo português. Revista Electrónica de Enseñanza de las Ciencias, v. 1, n. 1, p. 1-13, 2002. PINHEIRO, N. A. M.; SILVEIRA, R. M. C. F.; e BAZZO, W.A. (2007). Ciência, tecnologia e sociedade: A relevância do enfoque CTS para o contexto do ensino médio. Ciência & Educação, v. 13, n. 1, p. 71-84, 2007. SANTOS, W. L. P.; e MORTIMER, E. F. Uma Análise de Pressupostos Teóricos da Abordagem C-T-S (Ciência-Tecnologia-Sociedade) no Contexto da Educação Brasileira. Ensaio, v.2, n.2, p. 133-162, 2000. SANTOS, W.L.P.; MÓL, G.S. (Coords.). Química & Sociedade. São Paulo: Nova Geração, 2005. SANTOS, W.L.P.; e SCHNETZLER, R. P. Educação em Química: compromisso com a cidadania. Ijuí: Unijuí, 1997. SANTOS, W.L.P. Educação Científica Humanística em uma perspectiva Freiriana: Resgatando a Função do Ensino de CTS. Alexandria Revista de Educação em Ciências e Tecnologia, v.1, n1, p.109-131, 2008. VASCONCELLOS, E. S.; e SANTOS, W.L.P. Educação ambiental em aulas de química: refletindo sobre a prática a partir de concepções de alunos sobre meio ambiente e educação ambiental. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS, 6., nov. 2007, Florianópolis SC. Atas Florianópolis, 1 CD-ROM, 11 p., 2007. UFPR, 21 a 24 de julho de 2008. Curitiba/PR. 10