AUTOR(ES): LETÍCIA DOS SANTOS SÁ, CAROLINA FERNANDES MACHADO, KATIA BRITO DINIZ, LETÍCIA MENDONÇA SOARES, SABRINA ARAUJO SILVA SANTOS



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TÍTULO: INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NA ESCOLA CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS SUBÁREA: PEDAGOGIA INSTITUIÇÃO: FACULDADE DE SÃO BERNARDO DO CAMPO - FASB AUTOR(ES): LETÍCIA DOS SANTOS SÁ, CAROLINA FERNANDES MACHADO, KATIA BRITO DINIZ, LETÍCIA MENDONÇA SOARES, SABRINA ARAUJO SILVA SANTOS ORIENTADOR(ES): ASENATH LENY GOMES BUENO

1 RESUMO O presente Trabalho de Conclusão de Curso enfatiza a importância da Inteligência Emocional na escola, sabendo que esta é a maneira de motivar a si mesmo e ao próximo de modo que o indivíduo consiga controlar seus impulsos, e com isso saber fazer uso das habilidades emocionais para obter competência nas inteligências múltiplas e na boa relação interpessoal. A Inteligência Emocional também auxilia no desenvolvimento do ser social, desde a infância, pois, seu estímulo deve iniciar-se desde cedo ainda na família e deve ter continuidade durante toda a vida acadêmica, estes estímulos levam o aluno a alcançar a Alfabetização Emocional que tem extrema importância para que se tornem adultos capazes de lidar com seus sentimentos. A metodologia utilizada tem abordagem qualitativa, que visa à qualidade do trabalho fazendo com que haja união da teoria com a prática. Para isso, foi realizado o Projeto A-COR-DAR, com o intuito de mostrar aos leitores deste trabalho como trabalhar a Inteligência Emocional em sala de aula. Enfim, com o resultado obtido pode-se perceber que o trabalho da Inteligência Emocional pode ser realizado de diversas maneiras, tanto mediando conflitos, quanto como uma disciplina da grade curricular. Descrevem-se as visões dos teóricos: Daniel Goleman, Howard Gardner, Jean Piaget, Lev Vygotsky e Henri Wallon, além do escritor Celso Antunes sobre a Inteligência Emocional e seus estímulos. Palavras-chave: Inteligência Emocional, Reaprendizado Emocional, Estímulo, Alfabetização Emocional. INTRODUÇÃO Como graduandas de Pedagogia, nos estruturamos em teorias e vivenciamos a prática em estágios, que nos levaram a considerar a importância do nosso futuro aluno em seus múltiplos aspectos: físico, cognitivo e emocional. A consciência de que nosso aluno não será apenas um ser pensante, racional, que as metodologias aprendidas na graduação serão suficientes para abastecer de conhecimento os cérebros maleáveis e receptivos dos alunos, mas dependerão de estarem emocionalmente tranquilos. A reflexão nos levou à origem do estudo desse trabalho de conclusão

2 de curso: não basta o conhecimento, é de fundamental importância que o aprendiz desenvolva um conceito acerca do que foi aprendido. Diante de tantos estímulos e informações, é importante construir instrumentos internos, que permitam escolher e decidir sua própria história. A partir dessa reflexão é que escolhemos estudar as relações afetivas e como a autoconsciência das emoções pode facilitar a vinculação do aprender com a tranquilidade de como e porque aprender. Não desmerecendo todos os embasamentos teóricos que um educador deve ter, para alcançar a aprendizagem significativa do seu aluno, usamos este estudo para entender como o professor pode reconhecer, mesmo aplicando as teorias do desenvolvimento cognitivo, a importância da Inteligência Emocional para administrar o cognitivo. Este trabalho tem como proposta apresentar aos educadores a relevância de trabalhar a Inteligência Emocional na escola, objetivando o que é Inteligência Emocional, o desenvolvimento da mesma em sala de aula e o estímulo realizado pelo educador. Além de apresentar ideias para desenvolver este trabalho nos anos iniciais do Ensino Fundamental das escolas de São Bernardo do Campo. A Inteligência Emocional indica motivar a si mesmo e ao próximo, de modo que a pessoa consiga controlar seus impulsos, buscando melhorar seus conhecimentos e dessa forma, conseguir atingir seus objetivos. Esta pode ser usada como estratégia de ensino-aprendizagem, já que essa habilidade é aprendida quando vivenciada e não inserida como pode acontecer com outras disciplinas escolares. Baseando-se nisso, procuramos responder as seguintes questões: O que é Inteligência Emocional? Pode ser trabalhada em sala de aula? Como o professor pode trabalhar a Inteligência Emocional nos anos iniciais do Ensino Fundamental? METODOLOGIA A abordagem utilizada nesse trabalho é qualitativa, ou seja, o Projeto realizado terá em seu corpo, todos os objetivos e conteúdos que serão aplicados e as explicações científicas dos mesmos. Para André e Lüdke (2013), não se pode separar a abordagem qualitativa da educação e dentro da pesquisa deve haver uma

3 interação entre pesquisador, sujeito da pesquisa e objeto de pesquisa, porque, é neste momento que o mesmo põe em prática tudo que sabe sobre a teoria. Pode-se considerar que o Projeto A-COR-DAR é uma pesquisa-ação. Pois, segundo Thiollent (2000) nela o pesquisador não se limita apenas a ser um observador da questão, se torna participante da situação em estudo estabelecendo uma relação entre pesquisador e os envolvidos na pesquisa onde a ação acontece de acordo com o processo do trabalho. Acredita-se que este tipo de abordagem é a ideal para este Projeto de Inteligência Emocional, já que o mesmo lida o tempo todo com emoções de seres humanos, com as próprias emoções das pesquisadoras, com a tolerância, a observação, entre outros aspectos necessários para este tipo de pesquisa. Neste caso, o pesquisador deve também sistematizar e selecionar muito bem as informações coletadas, uma base teórica bem estruturada facilitará esse processo. INTELIGÊNCIA EMOCIONAL Segundo Daniel Goleman (1995), a definição de Inteligência Emocional é administrar sentimentos de forma a expressá-los apropriada e efetivamente, permitindo que as pessoas trabalhem em conjunto e com tranquilidade, visando metas em comum. Goleman (1995) mapeia a Inteligência Emocional em cinco áreas de habilidades, são elas: a A autopercepção, que é reconhecer um sentimento enquanto ele ocorre e assim avaliar suas reais capacidades e sua autoconfiança; b A autorregulamentação, que se resume em saber lidar com as emoções, se recuperando de aflições emocionais; c A motivação, que é utilizar as preferências mais profundas para guiar-nos em direção as nossas metas, d A empatia, onde pressentir o que as outras pessoas estão sentindo e estar em sintonia com ampla diversidade delas é fundamental; e E as habilidades sociais, que é saber lidar bem com as emoções nos relacionamentos, ter facilidade de interagir, utilizar essa desenvoltura para liderar, negociar e solucionar divergências.

4 Tais habilidades podem ser divididas em Inteligência Intrapessoal e Interpessoal. A autopercepção, a autorregulamentação e a motivação são classificadas como Inteligências Intrapessoais, ou seja, são capacidades de formar um modelo verdadeiro e preciso de si mesmo. Já a empatia e as habilidades sociais são modelos de Inteligência Interpessoal, que são caracterizadas pela capacidade de entender as outras pessoas. Essas duas inteligências mencionadas por Goleman (1995) também fazem parte dos conceitos de Howard Gardner (1995), psicólogo e professor norteamericano, que construiu a teoria das Inteligências Múltiplas, além de conceituá-las influentes para o desenvolvimento das habilidades emocionais e que por isso tornouse também um grande colaborador da teoria de Goleman. QUOCIENTE EMOCIONAL O cérebro é o órgão matriz do sistema nervoso que está localizado dentro do crânio nos seres humanos, é o principal centro de regulação e controle das atividades corporais: sede da consciência, do pensamento, da memória e da emoção. Ele permite que o homem identifique, perceba e interprete o mundo a sua volta. De acordo com Goleman (1995) e Carter (2012) as partes principais do cérebro emocional, são: o tronco cerebral, neocórtex ou córtex cerebral, lobo olfativo, sistema límbico, hipocampo, e as amígdalas. Na sequência, imagem referente à amígdala retirada do livro O livro do cérebro, da autora Rita Carter (2012).

5 SEQUESTRO DE AMÍGDALAS Segundo Goleman (1995) há momentos em que o cérebro emocional domina o cérebro racional. No entanto, em situações como, por exemplo, de ira, os olhos ou ouvidos enviam mensagens para o tálamo, e primeiramente, em uma única sinapse, chegam à amígdala (situada em uma região privilegiada do cérebro, dandolhe condições para domina-lo). Logo em seguida, uma segunda mensagem do tálamo é enviada para o neocórtex (o cérebro pensante). Esse primeiro caminho é o que permite a amígdala responder antes do neocórtex, caso contrário, a resposta seria melhor elaborada. Com isso, pode-se observar que o sequestro de amígdalas e a falta de Inteligência Emocional, até em situações banais como essa, podem ter consequências desastrosas. INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NA ESCOLA

6 O trabalho da Inteligência Emocional na escola é a capacidade de criar condições para que o ambiente escolar consiga dar voz aos sentimentos, emoções e afetos dos alunos. Essa Inteligência é imprescindível para o processo de aprendizagem, já que sustenta a interação entre os membros da comunidade escolar. Segundo Brazazelton apud Goleman (2005) antes de entrar na escola as crianças deveriam ser ensinadas emocionalmente pelos pais. Pois crianças que não tem o emocional trabalhado desde pequenas em suas famílias podem vir a serem sujeitos pessimistas, sem prazer com relação aos estudos ou podem até abandoná-los. Os pais, diz Brazelton, precisam entender como a sua situação pode gerar confiança, curiosidade, prazer na aprendizagem e a definir limites para que seus filhos lidem bem com a vida. (GOLEMAN, 2005, p. 211). ALFABETIZAÇÃO DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL A Alfabetização Emocional é a capacidade que o indivíduo tem em perceber o que está acontecendo com si próprio em nível emocional. Muitas pessoas não conseguem compreender emoções, comportamentos, reações e sentimentos que lhes ocorrem, estes são considerados analfabetos emocionais. Cada ser humano deve se autoanalisar considerando a sua Alfabetização Emocional e seu comportamento, no que diz respeito à forma como está agindo, por exemplo, se tem controle desse comportamento ou simplesmente se deixa ser levado pelas emoções, e se tem esse controle, se tem a compreensão do impacto que pode ser causado nas outras pessoas. Contudo, todos os seres humanos podem ser alfabetizados emocionalmente, desde que tenham estímulos adequados, vindos tanto das relações familiares quanto das relações sociais, além da relação professor-aluno. RESULTADOS O Projeto de Inteligência Emocional A-COR-DAR, foi construído pelas próprias autoras deste trabalho com o intuito de introduzir a Alfabetização Emocional na vida de crianças com nove anos de idade, estudantes do quarto ano das séries

7 iniciais do Ensino Fundamental em uma escola municipal da cidade de São Bernardo do Campo. Objetivos do Projeto: Introduzir o trabalho da Inteligência Emocional na escola; Apresentar às crianças as cinco habilidades da Inteligência Emocional: Autopercepção: Melhorar o reconhecimento das emoções, entender o motivo dos sentimentos e identificar a diferença entre sentir e agir; Autorregulamentação: Tolerar a frustação e a ira, orientar a capacidade de expressar-se sem brigar e trabalhar sentimentos positivos; Motivação: Construir a comunicação e socialização; Empatia: Melhorar a capacidade de se colocar no lugar do outro; Habilidades Sociais: Exercer relações sociais de interação entre o meio, melhorar os conflitos e negociar desacordos. Identificar até que ponto a Inteligência Emocional é trabalhada em sala de aula, considerando a devolutiva do projeto; Este teve duração de uma semana (segunda-feira à sexta-feira), onde foi abordada em cada dia uma habilidade da Inteligência Emocional, por meio de dinâmicas e atividades lúdicas. Os questionários foram elaborados com o objetivo de analisar se as crianças já se destacavam perante as habilidades emocionais. Por esse motivo, o mesmo foi respondido duas vezes, um no primeiro e outro no último dia de aplicação do Projeto. Observando todas as respostas, percebeu-se que os alunos sentiamse mais confiantes, motivados e mais aptos a trabalharem em grupo, uma vez que os mesmos ressaltaram isso nas respostas à pergunta referente às Habilidades Sociais. Com isso, pode-se concluir que houve um enriquecimento no comportamento das crianças que se sentiam melhores ao término do Projeto. O Termômetro das Emoções foi elaborado com o intuito de fazer com que os alunos se autopercebessem antes e depois de realizarem as atividades propostas, além das pesquisadoras observarem se houve uma mudança no comportamento dos alunos. Neste, continham as seguintes emoções: felicidade, tristeza, braveza, animação e cansaço.

8 Contudo, ao início do Projeto principalmente, algumas crianças não souberam utilizar o Termômetro das Emoções, considerando os objetivos propostos pelas pesquisadoras, pois, em algumas vezes, estes o utilizaram como meio de brincadeira. Entretanto, por meio da observação, as pesquisadoras notaram que houve uma diferença no comportamento das crianças, pois estas, com o decorrer dos dias, procuraram utilizar o Termômetro das Emoções com mais cautela e responsabilidade. Uma pessoa que é capaz de reconhecer um sentimento seja ele bom ou ruim, pode ser considerada com habilidade de autopercepção. Durante o primeiro dia de aplicação do Projeto, percebeu-se que as crianças compreenderam o objetivo da atividade proposta que era identificar as emoções, isso porque durante o processo as mesmas foram estimuladas para alcançarem tal habilidade. Um indivíduo que é capaz de controlar seus próprios sentimentos, pode se considerar com habilidade de autorregulamentação. Durante o segundo dia de aplicação de Projeto observou-se que algumas crianças não apresentaram dificuldades de resolver a problemática proposta, porém houve algumas que mostraram não ter a percepção de autorregulamentação. Quando um sujeito tem a capacidade de motivar-se, este pode ser considerado um sujeito com a habilidade emocional de motivação, e neste terceiro dia de aplicação do Projeto ficou claro que boa parte da turma não tem essa habilidade, pois, mostraram-se bastante desmotivados, porém, com a realização das atividades propostas para esse dia, pôde-se perceber que estas atingiram o objetivo esperado de estimular o aprendizado emocional. A capacidade de empatia é caracterizada pelo modo que o indivíduo apresenta de se colocar no lugar do outro e/ou se importar com os sentimentos dos outros, neste quarto dia de aplicação de Projeto a turma mostrou-se bastante empática, já que, aceitaram bem as propostas e mostraram grande habilidade em resolvê-las. Contudo, as pessoas que tem presente em si a capacidade de fazer de uma situação desfavorável algo ao seu favor, pode ser considerada uma pessoa com a aptidão emocional de habilidades sociais. Neste último dia de Projeto os alunos mostraram uma capacidade grande de saber lidar com os conflitos dos outros e ter facilidade em se socializar.

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS A Inteligência Emocional é a maneira de motivar a si mesmo e ao próximo de modo que o indivíduo consiga controlar os seus impulsos. Esta pode ser trabalhada em qualquer faixa etária na vida no ser humano, pois, quanto mais cedo for trabalhada, melhor será para o próprio sujeito e para quem estiver a sua volta. Daniel Goleman, teórico base deste trabalho, divide a Inteligência Emocional em cinco áreas de habilidades: a autopercepção, que é a capacidade de reconhecer o sentimento enquanto ele ocorre; a autorregulamentação, que é a aptidão de saber lidar com as emoções; a motivação, que é a competência de motivar-se e motivar ao próximo; a empatia, que é a habilidade de saber colocar-se no lugar dos outros e as habilidades sociais, que é a destreza em saber lidar bem com todas as emoções e ter desenvoltura para solucionar diversas situações. O Projeto A-COR-DAR foi criado com base teórica no livro Inteligência Emocional de Daniel Goleman, sendo que o mesmo tem caráter atemporal, ou seja, pode ser aplicado em qualquer faixa etária. A aplicação do Projeto foi um sucesso, uma vez que as crianças sentiam-se mais motivadas e confiantes, ao término do mesmo. O feedback que as pesquisadoras obtiveram da professora da turma, foi de que os alunos estavam mais dispostos, mais comunicativos e trabalhando com mais facilidade em grupo. Até mesmo a própria professora, sentia-se mais calma ao lidar com a classe, já que eles estavam mais receptivos e relaxados ao iniciarem as matérias escolares. Com isso, pode-se concluir que a Inteligência Emocional pode ser aplicada em sala de aula, pelo próprio professor, podendo até, ser incluída na grade curricular da escola, pois, é extremamente importante saber lidar com os sentimentos. Pode-se afirmar também, que a Inteligência Emocional pode ser aplicada e trabalhada em qualquer local ou circunstância, porque, a mesma é bem flexível e adaptável a qualquer ocasião. REFERÊNCIAS ANDRÉ, Marli e LUDKE, Menga. Pesquisa em educação: Abordagens qualitativas. 2ª ed. São Paulo: EPU, 2013.

10 CARTER, Rita, et al. O livro do cérebro. Rio de Janeiro: Agir, 2012. GARDNER, Howard. Inteligências Múltiplas. São Paulo: Abril, 1995. GARDNER, Howard. Mentes que criam. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996. GOLEMAN, Daniel. Emotional Intelligence With. Whasington: WETA, 1998. Legendado. DVD-ROM. GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional. Rio de Janeiro: Objetiva, 1995. GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. GOLEMAN, Daniel. Trabalhando com a Inteligência Emocional. Rio de Janeiro: Objetiva, 1999. THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. São Paulo: Cortez, 2000. VIRGOLIM, Angela M. R., FLEITH, Denise de Souza e PEREIRA, Monica S. N. Toc; Toc... Plim; Plim! Lidando com as Emoções, Brincando com pensamento Através da Criatividade. São Paulo: Papirus, 2000.