VII Congresso Nacional da Rede Unida III Mostra Paranaense de Saúde da Família III Fórum Nacional de Redes em Saúde II Encontro de Promotores de Políticas Públicas Saudáveis III Encontro Estadual da ANEPS-PR I Encontro Paranaense de Estudantes da Área da Saúde I Encontro Multiprofissional dos Residentes em Saúde da Família da Região Sul Termo de Referência - Oficina 1 Diretrizes curriculares nacionais e níveis de atenção à saúde: como compatibilizar? Facilitadoras: Luciana Alves Pereira (Rede UNIDA/FNEPAS) Maria da Graça Kfouri Lopes (ABENO/FNEPAS) Regina Lugarinho (ABEM/FNEPAS) 1. Contextualização A construção das Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação da área da saúde (DCN) ocorreu em momento privilegiado da nossa sociedade. Por um lado, a Constituição Brasileira, promulgada em 1988, estabeleceu um sistema único de saúde regionalizado, hierarquizado, descentralizado, voltado para o atendimento integral e com participação da comunidade. Por outro lado, a homologação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), em 1996, permitiu a flexibilização dos currículos. Diversos atores sociais contribuíram para a elaboração das DCN em todo o país. Em 2001 foi realizada uma audiência pública, na sede do Conselho Nacional de Educação, para apreciação das propostas apresentadas, com a participação de representantes do Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Saúde, Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação, Fórum Nacional de Pró-Reitores das Universidades Brasileiras, Conselhos Profissionais, Associações de Ensino, Comissões de Especialistas de Ensino da SESu/MEC e outras entidades organizadas da sociedade civil, como a Rede Unida. As diretrizes curriculares para os cursos da área da saúde foram aprovadas entre 2001 e 2004. O objeto das diretrizes curriculares é construir perfil acadêmico e profissional com competências, habilidades e conteúdos contemporâneos, bem como, para atuarem, com qualidade e resolutividade no Sistema Único de Saúde (SUS),
considerando o processo da Reforma Sanitária Brasileira. A formação de recursos humanos para as profissões da área da saúde deve pautar-se no entendimento que saúde é um processo de trabalho coletivo do qual resulta, como produto, a prestação de cuidados de saúde. As competências gerais desejadas para o graduado nos cursos da saúde constituem elementos comuns da formação, que são complementadas pelas competências específicas necessárias para cada curso/profissão. Deve-se priorizar não mais apenas o cognitivo, mas o desenvolvimento e incorporação de qualidades técnicas e humanistas. No âmbito da atenção à saúde, as DCN preconizam: os profissionais de saúde, dentro de seu âmbito profissional, devem estar aptos a desenvolver ações de prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde, tanto em nível individual quanto coletivo. Cada profissional deve assegurar que sua prática seja realizada de forma integrada e continua com as demais instâncias do sistema de saúde. Sendo capaz de pensar criticamente, de analisar os problemas da sociedade e de procurar soluções para os mesmos. Os profissionais devem realizar seus serviços dentro dos mais altos padrões de qualidade e dos princípios da ética/bioética, tendo em conta que a responsabilidade da atenção à saúde não se encerra com o ato técnico, mas sim, com a resolução do problema de saúde, tanto em nível individual como coletivo. As competências definidas nas DCN devem ser desenvolvidas em todos os níveis, fazendo com que o graduado seja capaz de trabalhar em conjunto com outros profissionais da área de saúde e de valorizar prioritariamente as necessidades de saúde da população, com ênfase na ação preventiva, dentro de uma visão integral e de valores éticos e culturais. A aplicação das DCN à atenção básica tem sido objeto de estudo, notadamente na área de saúde da família, mas poucas são as publicações referentes a esta aplicação nos níveis secundário e terciário de atenção. Embora aprovadas, as DCN ainda não estão implantadas adequadamente em todas as instituições de ensino superior. Alguns fatores contribuem para isso: o desconhecimento de sua importância, a dificuldade de compreensão de sua dinâmica e a interpretação equivocada dos objetivos propostos, o que resulta em demora na revisão dos currículos e no desenvolvimento dos cursos para a formação de um profissional compatível com a realidade e as demandas sociais do país.
O momento é favorável às mudanças. Há uma aproximação entre as áreas da saúde e da educação, com a ampliação dos espaços de discussão. A política de educação permanente, as novas políticas de avaliação dos estudantes e das condições de ensino, o fortalecimento das entidades representativas de ensino na área da saúde, o curso de Ativação de Processos de Mudança na Formação Superior das Profissões da Área de Saúde são expressões dessa aproximação. A Oficina sobre diretrizes curriculares nacionais e os níveis de atenção à saúde pretende se constituir em espaço privilegiado para informar, analisar e discutir com os participantes, o perfil do profissional de saúde a ser formado de acordo com as demandas regionais e nacionais, destacando os aspectos que são comuns e devem ser desenvolvidos em todos os níveis de atenção: integralidade, cuidado, vínculo, acolhimento, trabalho em equipe e comunicação. A questão norteadora proposta é Como contemplar de forma equilibrada, em todo o processo formativo, a atuação profissional em todos os níveis de atenção à saude, tendo a integralidade como eixo? 2. Objetivos 2.1 Geral Contribuir para o aprimoramento da capacidade de análise das possibilidades e de elaboração de estratégias de implantação das DCN no que se refere à integralidade da atenção à saúde. 2.2 Específicos Identificar e socializar experiências de formação profissional para a atenção integral à saúde em currículos de cursos de graduação; Elaborar estratégias que facilitem a implantação das DCN em atenção integral à saúde; Produzir texto final que sistematize os conhecimentos produzidos na Oficina.
3. Metodologia Para desenvolvimento do trabalho será utilizada uma metodologia ativa com dinâmica de sensibilização, discussões em pequenos grupos e no grande grupo. Os participantes serão convidados a processar uma situação-problema, no formato tutorial, com a elaboração de questões de aprendizagem a serem trabalhadas no pequeno grupo. Serão constituídos pequenos grupos de trabalho, a depender do número total de participantes na oficina. Cada grupo definirá um(a) coordenador(a) e um(a) relator(a) para o desenvolvimento das atividades. 4. Dinâmica e programação Dia 15 de julho, das 14 às 18 horas? Apresentação do grupo;? Estabelecimento de contrato de convivência;? Contextualização do tema a partir da vivência e experiência dos participantes;? Processamento de situação-problema (painel);? Elaboração de 3 questões de aprendizagem;? Divisão em três pequenos grupos para processamento da questão;? Avaliação da atividade. Dia 16 de julho, das 8:30 às 12 horas? Trabalho em pequenos grupos;? Sistematização da produção dos grupos. Dia 16 de julho, das 14 às 18 horas? Grande grupo: apresentação dos relatos dos pequenos grupos;? Sistematização da produção da oficina;? Avaliação da oficina. 5. Produto esperado Como produto final deverá ser redigido um documento com relato dos trabalhos realizados na oficina contendo sugestões de estratégias a serem adotadas para continuidade da discussão sobre a temática.
Referências bibliográficas Constituição da República Federativa Brasileira, disponível em http://www.senado.gov.br/sf/legislacao/const/ Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei N 9.394, de 20 de dezembro de 1996). Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Graduação da área da Saúde, disponível em http://www.redeunida.org.br/diretrizes/diretrizes.asp CECCIN, R. Mudança na graduação das profissões de saúde sob o eixo da integralidade. Cad. Saúde Pública vol.20 no.5 Rio de Janeiro Sept./Oct. 2004. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0102-311x2004000500036 CECILIO, L.C.O. e MERHY, E.E. A integralidade do cuidado como eixo da gestão hospitalar. 2003 Disponível em http://paginas.terra.com.br/saude/merhy/textos/livrointegralidadeintegralidade%20da %20ateno%20hospitalar.pdf GOMES, M. C. P. A. e PINHEIRO, R. Acolhimento e vínculo: práticas de integralidade na gestão do cuidado em saúde em grandes centros urbanos. Interface (Botucatu). [online]. mar./ago. 2005, vol.9, no.17 [citado 13 Junho 2006], p.287-301. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s1414-32832005000200006&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 1414-3283 MS. Secretaria de Políticas de Saúde. A new medical school for a new health system: Ministries of Health and Education are launching plan to change the medical curriculum. Rev. Saúde Pública, June 2002, vol.36, no.3, p.375-378. ISSN 0034-8910. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0034-89102002000300019&lng=en&nrm=iso