A PAC pós 2013 e os Desafios para Portugal

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Transcrição:

A PAC pós 2013 e os Desafios para Francisco Cordovil Director do GPP Seminário Europa 2020: Nova Estratégia, Novos Instrumentos de Financiamento Porto 19 de Novembro de 2010

I. A PAC na UE pós 2013: um III. Debate Europeu e uma Negociação Global Principais Questões em Debate II. Principais Desafios para a Agricultura e para a PAC IV. Especificidade e Posicionamento de perante a Reforma da PAC 2

I. A PAC na UE pós-2013: um Debate Europeu e uma Negociação Global Negociação Global Estratégia Europa 2020 Quadro Financeiro Plurianual Revisão das Políticas UE Nova Política de Coesão Quadro Estratégico Comum Conselho Europeu Comissão Europeia Reforma dapac Reforço da legitimidade, equidade e eficácia Parlamento Europeu Conselho 3

Ano Período Futuro da PAC pós 2013 Estratégia Europa 2020 Novo Quadro Financeiro Plurianual Política de Coesão 1º Sem Debate Público UE (Abril a Junho) Conselho Ministros Agricultura Mérida (1 Junho) 1º Relatório PE R. Lyon (21 Junho) Estratégia Europa 2020 proposta (3 Março) e Aprovação no CE (17 Junho) 2010 2º Sem Resolução do PE (8 Julho) Conferência Bruxelas (19 20 Julho) Declaração do eixo Franco Alemão (14 Set) Conselho Ministros Agricultura de La Hulpe (21 Set) Consulta inter serviços i posição iã DGAGRI (8 Out) Comunicação da COM Futuro da PAC (18.Nov) Debate em CMA (Nov. e Dez.) Resolução do PE P. Coesão e P. Regional 2013 (7 Out) Comunicação da COM sobre Reapreciação do Orçamento (Budget Review) (19 Out) 5º Relatório da Coesão (10 Nov) 2011 1º Sem Consulta pública UE Avaliação de impacto das opções da COM Preparação das propostas legislativas Entrega PEC + PNR (Abril) Relatório PE sobre futuro quadro financeiro (Junho) Comunicação da COM sobre Novo Quadro Financeiro i Plurianual l (Junho) 2º Sem Propostas Legislativas da COM Propostas Legislativas da COM 2012 Negociações e acordos políticos finais no âmbito das instituições europeias 4

II. Principais Desafios para a Agricultura e para a PAC Sustentabilidade do abastecimento alimentar em quantidade d e qualidade d Competitividade, inovação e sustentabilidade ambiental Expectativas elevadas dos cidadãos face à agricultura e à PAC Contributo para o crescimento sustentável, inteligente e inclusivo Contributo eficaz e verificável para prioridades da UE Manter a presença da agricultura em toda a UE, valorizando a sua diversidade Coesão e adaptação à diversidade de agriculturas e territórios 5

III. Principais Questões em Debate Nível de reforma da PAC e valor da despesa agrícola Estratégia Europa 2020 Novo Quadro Orçamental Quadro Estratégico Comum Contratos para o desenvolvimento Política de Coesão Principais questões em debate Pagamentos Directos: Componentes Valores Repartição 2º Pilar - D. Rural: Peso Relativo na PAC Critérios de Repartição EM Objectivos e instrumentos Articulação com Pol. Coesão Regulação do mercado 6

Reapreciação do Orçamento da UE e a PAC Orçamento alinhado com Estratégia Europa 2020 e indutor de crescimento rápido, forte e amplo Reforma da PAC em alinhamento com as prioridades da UE e continuação da tendência degressiva do peso da PAC no Orçamento Pagamentos directos: não baseados nos direitos históricos e repartição mais equitativa entre os agricultores dos vários EM Quadro Estratégico Comum (FC, FE, FEP e FEADER) e Contratos para o Desenvolvimento e Investimento Coesão / Desenvolvimento Rural Desenvolvimento Rural: competitividade e inovação, novos desafios ambientais (clima, água, desertificação ), gestão de riscos, diversificação económica, coesão social e territorial 7

IV. Especificidade e Posicionamento de perante a Reforma da PAC SAU 2,0% Superfície florestal 2,4% Peso de UTA 3,1% na UE27 SAU em zona desfavorecida 3,4% SAU em Natura 2000 38% 3,8% Valor da produção agrícola 1,9% 8 8

100% Repartição da Despesa Agrícola por Pilares 90% 24% 17% 80% 45% 11% 70% 10% 58% 60% 50% 11% 40% 30% 66% 72% 7% 20% 44% 35% 10% 0% UE 27 PT UE 15 UE 12 9 1º Pilar (Ajudas Directas) 1º Pilar (Medidas de mercado) 2º Pilar (Desenvolvimento Rural) 9

4.5% 4.0% Peso de na Despesa Agrícola total da UE27 3.5% 3.0% 2º Pilar 4.3% 25% 2.5% 2.0% 1.5% 1.0% 0.5% Total 2.3% 1º Pilar 1.7% 10 0.0% PT 10

Lituânia Romé ménia Estón ónia Letónia quia UE12 A PAC pós-2013 e os Desafios para Níveis Unitários das Ajudas Directas (Limites Nacionais AD em 2016 / ha SAU total) /ha 600 Grécia Malta Hola landa Bélgica 500 Dinamarca Chipre Alema manha Itália 400 Irlanda Hungria França Eslovénia UE15 Luxemburgo Bulgária UE27 Rep. Checa Finlância Sué uécia Rei eino Unido Áustria Espanha Eslováqu 300 Polónia 200 Média UE27 100 0 11 11

Peso das Ajudas Directas no Rendimento Agrícola (Limites Nacionais AD em 2016 / VABcf) 060 0.60 Eslováquia Lituânia Rep ep. Checa 0.55 Bulgá gária 0.50 Hungria 0.45 Irlanda Dina inamarca Reino Unido 0.40 Polónia Suécia Estónia Letónia 0.35 Alemanha Grécia França UE 27 Rom ménia Eslové vénia Bélgica Luxembu burgo 0.30 Áustria Finlândia 0.25 Espanha Chipre 0.20 Itália Holanda 015 0.15 média UE27 Malta 0.10 0.05 0.00 12 12

Posicionamento de sobre a PAC pós-2013 PAC com meios suficientes e maior legitimidade, equidade e eficácia Financiamento exclusivamente comunitário do 1º pilar da PAC Regulação dos mercados: estabilização de preços e rendimentos e melhor funcionamento da cadeia alimentar Apoio directo baseado em critérios objectivos e equitativos. Significativa redistribuição para corrigir as desigualdades entre os agricultores dos vários EM 13 Pagamentos directos devem integrar a remuneração dos bens públicos ambientais e compensações adicionais aos agricultores das zonas desfavorecidas Apoio ao desenvolvimento rural adaptado à diversidade das agriculturas e dos territórios, articulado com a política de coesão e capaz de responder aos novos desafios. Repartição dos recursos entre EM com base em critérios objectivos, ajustados a partir dos actuais, incluindo critérios de coesão.

Posicionamento de face à Comunicação da Comissão Europeia Maior Equilíbrio (objectivos, agricultores, EM), Focalização e Sustentabilidade Pagamentos Directos Equidade na atribuição dos pg pagamentos directos, corrigindo as actuais desigualdades entre agricultores dos vários EM Medidas de Mercado Melhoria dos mecanismos de regulação e de estabilização dos mercados e de funcionamento das cadeias alimentares Desenvolvimento Rural Repartição dos meios entre EM próxima da actual, na base de critérios objectivos, incluindo coesão Maior focalização e melhor alinhamento com as prioridades da UE e os novos desafios Reforço dos instrumentos de gestão de risco e de estabilização de rendimentos Valorização da diversidade das zonas rurais 14

Base de referência indicadores Superfície Agrícola Útil (SAU) Superfície florestal Emprego Agrícola (UTA) SAU em zona desfavorecida SAU em Natura 2000 Valor da produção agrícola (preços no produtor) Valor acrescentado Bruto a custos de factores (VABcf) Ajudas Directas (limites máximos nacionais em 2016) Despesa Agrícola (FEAGA e FEADER) 2007, Farm Structure Survey, Eurostat 2005, State of Europe s Forests 2009, Farm Structure Survey, Eurostat 2007, Farm Structure Survey, Eurostat EEA Natura 2000 spatial dataset (Mid 2009) + Corine Land Cover 2000; cit.in Rural Development Report 2009,CE (BC10). Média anual 2007 2009, Economic accounts for agriculture, Eurostat Média anual 2006 2008, Calculos GPP a partir de Economic accounts for agriculture, Eurostat Anexo VIII ao Reg. (CE) n.º 73/2009, de 27 de Abril de 2010, com alteração dos limites máximos nacionais PT a partir 2010 (vinha). Média anual pagamentos 2007 2009 FEAGA, Relatórios de Execução Financeira, Comissão Europeia Médiaanualdotaçãoindicativa anual dotação indicativa FEADER, Decisão da Comissão 2009/782/CE Eixo 3 e resto apoio inclui despesas de Assistência Técnica e RRN 15

A PAC pós 2013 e os Desafios para Francisco Cordovil Director do GPP Seminário Europa 2020: Nova Estratégia, Novos Instrumentos de Financiamento Porto 19 de Novembro de 2010