INTENÇÃO DE CONTRATAÇÃO DE MÃO DE OBRA PARA O FIM DE ANO

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Transcrição:

INTENÇÃO DE CONTRATAÇÃO DE MÃO DE OBRA PARA O FIM DE ANO Outubro 2015

INTRODUÇÃO Mudanças no cenário econômico, desemprego e inflação alta desestimulam empresários a realizarem investimentos e contratações para o fim de ano O último trimestre do ano é de grande expectativa para o comércio, pois é tempo de se preparar para a data mais importante, no que diz respeito ao potencial de vendas. No período que antecede o Natal as empresas procuram investir em estrutura, estoque e capacidade de pessoal, para darem conta do aumento na demanda típico desta época. O estudo Intenção para contratação de mão de obra para o fim de ano, conduzido pelo SPC Brasil e Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), investiga a fundo este cenário, a fim de captar as percepções gerais do empresariado dos setores de comércio varejista e serviços no Brasil sobre as perspectivas de contratação para as festas de final de ano. A pesquisa traz informações sobre expectativas de vendas, o número de possíveis contratações, como vão proceder aqueles que decidiram não investir e avaliação dos empresários acerca do cenário econômico do país. 2

24.427 vagas temporárias CONTRATAÇÕES PARA O NATAL DE 2015 serão criadas no final de 2015 88% Não contrataram e nem pretendem contratar funcionários para o final do ano MOTIVOS PARA NÃO CONTRATAR NO NATAL 49% 11% Alegam que não haverá necessidade, estão satisfeitos com a equipe Alegam insegurança devido às vendas estarem retraídas/o histórico deste ano não foi bom 45% Dos empresários esperam vendas piores em 2015, na comparação com 2014 INVESTIMENTOS PARA O NATAL RAZÕES PARA O PREDOMÍNIO DA BAIXA EXPECTATIVA 71% Não pretendem investir 27% Pretendem investir 32% 20% 16% Mudanças na política/ cenário econômico atual Desemprego Inflação alta/ diminuição no poder de compra das famílias 3

EXPECTATIVA DE VENDAS Quatro em cada dez empresários acreditam que as vendas de 2015 serão piores que 2014 Os péssimos números da economia brasileira nos últimos meses têm afetado sensivelmente as expectativas dos empresários dos setores de comércio varejista e serviços em 2015. A expectativa dos economistas, de acordo com o relatório Focus apurado pelo Banco Central do Brasil, é de um recuo do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,8%, e esta projeção já recua por 11 semanas consecutivas. Quando olhamos os dados de desemprego, a notícia também é ruim: a taxa de desocupação, de acordo com o IBGE, já chega a 7,6% no mês de agosto. E aqueles trabalhadores que mantêm seus empregos veem a renda ser corroída pelo mercado de trabalho mais fraco e pela escalada da inflação 1. O rendimento médio habitual real recuou 3,5%, também em agosto, na comparação com o mesmo mês de 2014. Para completar, há uma escalada na inadimplência do consumidor: o SPC Brasil estima que o número de consumidores registrados em cadastros de devedores em atraso já chega a 57,3 milhões, representando quase 40% da população adulta (entre 18 e 95 anos). Como se vê, o atual cenário contribui para diminuir a confiança do consumidor 2 e piorar a expectativa de vendas. 1 De acordo com o IBGE, a inflação oficial medida pelo IPCA chegou a 9,53% nos 12 meses terminados em agosto, mais do que o dobro da meta oficial de 4,5%. 2 O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fundação Getúlio Vargas recuou 5,3% em setembro de 2015, atingindo 76,3 pontos, o menor nível da da série histórica pelo terceiro mês consecutivo. 4

48% avaliam que o resultado obtido no faturamento dos últimos três meses foi pior do que o esperado Desta forma, o estudo do SPC Brasil e Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) indica que a maior parte dos empresários entrevistados espera obter, em 2015, resultados inferiores aos do ano passado: para 45% da amostra, as vendas de final de ano em 2015 serão piores que em 2014. Outros 28% acreditam em níveis de venda iguais aos de 2014, enquanto 20% falam em expectativa de vendas melhores. Dentre aqueles que esperam resultados piores, o principal motivo são as mudanças na política/ cenário econômico atual, que concentra 32% das respostas. Também são mencionados o desemprego (20%) e a inflação alta/diminuição no poder de compra das famílias (16%). Ainda assim, há quem acredite em resultados melhores que os de 2014. Neste caso, a crença é baseada, principalmente, nas vendas acima das expectativas nas últimas datas comemorativas (23%). A expectativa média de vendas, quando comparada a 2014, é de queda de 15,28%. Considerando o faturamento dos últimos três meses, a pesquisa comprova o viés de queda: praticamente a metade dos empresários ouvidos (48%) avalia que o resultado obtido foi pior do que o esperado (aumentando para 50% no comércio varejista, contra 44% no setor de serviços). Para 39% dos empresários ouvidos o faturamento se manteve dentro do esperado, enquanto 6% dizem ter obtido números melhores que o esperado nos últimos três meses. Entre aqueles que observaram vendas abaixo do esperado nos últimos três meses, as razões apontadas coincidem com aquelas apontadas para o ano de 2015, como um todo: mudanças na política/cenário econômico atual (53%), desemprego (47%), inflação/diminuição do poder de compra das famílias (45%) e orçamento apertado (27%). PRINCIPAIS RAZÕES APONTADAS PARA PIORA NAS VENDAS ITENS - RU POR QUE AS VENDAS SERÃO PIORES QUE EM 2014 POR QUE AS VENDAS FORAM PIORES NO ÚLTIMO TRIMESTRE Mudanças na política / cenário econômico atual 32% 53% Desemprego 20% 47% Inflação alta/diminuição no poder de compra das famílias 16% 45% Orçamento apertado 6% 27% Por outro lado, entre aqueles que registraram melhora nos resultados dos últimos três meses, a justificativa principal tem a ver com as vendas acima das expectativas nas últimas datas comemorativas dias das mães, namorados e pais (23%). 5

INVESTIMENTO NA EMPRESA E CONTRATAÇÃO DE MÃO DE OBRA Apenas 27% dos entrevistados pretendem investir para o Natal contra 71% que não o farão Sete em cada 10 empresários não pretendem investir para o Natal O período de preparação para as vendas do Natal é fundamental para os empresários dos setores de comércio varejista e serviços, refletindo diretamente no resultado final. Com o maior fluxo de pessoas indo às compras, é comum que muitos empresários pensem em ampliar o estoque e a variedade de produtos disponíveis, invistam em divulgação, ampliem o espaço de vendas e/ou outras áreas estruturais das empresas e, principalmente, contratem mão de obra para atender ao aumento da demanda. Contudo, não é este o cenário que se desenha à frente dos empresários do comércio varejista e do setor de serviços no Brasil. O estudo do SPC Brasil e Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostra que apenas 27% dos entrevistados pretendem investir no estabelecimento para o Natal (caindo para 19% no caso das empresas de serviços), contra 71% que não o farão. A justificativa para conter os gastos, mesmo estando às portas da principal data do ano para o comércio em geral, tem a ver com necessidade: dentre aqueles que não vão investir, 58% não julgam necessário, seja porque estão desanimados com os resultados de vendas que tiveram até aqui, seja porque não veem perspectivas de aumento da demanda. Ao lado disso, há quem mencione a falta de capital para investimento (15%) e a falta de capital de giro (6%). 6

PRATICAMENTE NOVE EM CADA DEZ EMPRESÁRIOS NÃO PRETENDEM CONTRATAR MÃO DE OBRA PARA O FIM DO ANO 88% dos entrevistados não contrataram e não pretendem contratar funcionários para o final do ano O estudo revela que 88% dos entrevistados não contrataram e não pretendem contratar funcionários para o final do ano (diminuindo para 80% entre as empresas com 10 ou mais funcionários). Ao mesmo tempo, 7% afirmam que não contrataram, mas ainda o farão, enquanto 3% dizem que já contrataram e precisam de mais pessoas. Finalmente, 2% da amostra garantem já ter feito todas as contratações necessárias. Os motivos para deixar de contratar refletem a impressão geral dos empresários sobre a expectativa de vendas para este ano. Entre os empresários que não pretendem contratar, 49% alegam que não haverá necessidade, estão satisfeitos com a equipe, ela consegue atender perfeitamente o volume de clientes. Outros 11% mencionam insegurança devido às vendas estarem retraídas/o histórico deste ano não foi bom, inclusive em datas especiais, enquanto a mesma proporção (11%) argumenta que o movimento no final do ano diminui/não aumenta. Diante deste cenário em que as contratações serão exceção, como fazer para dar conta do volume de trabalho característico do Natal? A maior parte dos que não contrataram e nem pretendem contratar (52%) afirma que não será preciso alterar a forma de trabalho/não acredita que terá um aumento significativo de clientes. Há também os empresários que optarão por aumentar o número de horas trabalhadas por dia na atual equipe (15%), enquanto 6% não irão alterar a forma de trabalho/a qualidade do atendimento será comprometida. Entre os poucos respondentes que pretendem contratar novos funcionários, a principal justificativa apresentada é a de suprir a demanda que aumenta neste período do ano (71%). 7

Estima-se que somente 24.427 mil novas vagas temporárias serão abertas no final do ano Considerando apenas aqueles que contrataram ou pretendem contratar mão de obra para o final de ano, praticamente nove em cada dez (88%) têm a intenção de contratar entre um e cinco funcionários, com média geral de 2,21 pessoas por empresa. A pesquisa mostra ainda que do total de funcionários que serão contratados, 65% dos empresários ouvidos pretendem contratar de um a cinco funcionários temporários, com média de 1,43 temporários por empresa. Finalmente, levando em conta o número total de empresas, estima-se que serão criadas 24.427 mil vagas temporárias neste final de ano. Devido à baixa amostra estatística relativa à disposição dos empresários para contratação para o final de ano, não será possível apresentar dados relativos ao número de funcionários temporários que os empresários pretendem efetivar, volume de contratações informais e características das vagas temporárias (cargo, funções, remuneração, carga horária, perfil do profissional temporário). 8

CONCLUSÃO Em sua maioria, os empresários brasileiros dos setores de comércio varejista e serviços estão pessimistas com relação à economia do país. Inseguros quanto aos rumos da conjuntura macroeconômica, esses empresários imaginam que os resultados do período de vendas do Natal serão ruins, o que os desestimula a contratar mão de obra e investir na infraestrutura do estabelecimento. De acordo com o estudo do SPC Brasil e Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), quatro em cada dez empresários ouvidos (45%) esperam vendas piores em 2015, na comparação com 2014. Pouco menos de um terço (28%) acredita em níveis de venda iguais, enquanto 20% falam em expectativa de vendas melhores. A razão para o predomínio da baixa expectativa tem a ver, principalmente, com mudanças na política/cenário econômico atual (32%), mas também merecem destaque as menções ao desemprego (20%) e à inflação alta/diminuição no poder de compra das famílias (16%). O SPC Brasil mostrou essa situação no seu indicador de consultas para vendas para datas comemorativas em 2015, em comparação com o que se viu em 2014: -4,93% na Páscoa, -0,59% no Dia das Mães, -7,82% no Dia dos Namorados e -11,21% no Dia dos Pais. A pesquisa também indica que a expectativa média de vendas é de queda de 15,28%, na comparação com o ano anterior. Considerando o faturamento dos últimos três meses terminados em agosto, praticamente a metade da amostra (48%) afirma que os resultados ficaram abaixo do esperado, comprovando que o viés de queda já vem sendo anunciado há algum tempo. 9

71% dos empresários não pretendem investir para o Natal Para o empresariado brasileiro, os efeitos da crise econômica ficam evidentes quando se pensa nos investimentos que tipicamente são feitos no fim do ano. A fim de atender ao crescimento da demanda, muitos empresários aumentam o estoque e a variedade de produtos, incrementam as ações de marketing, contratam pessoas, realizam diversos investimentos estruturais etc. Entretanto, para a maioria deles, este não será o caso em 2015. A pesquisa mostra que apenas 27% dos entrevistados pretendem investir no estabelecimento para o Natal, contra 71% que não o farão. A perspectiva negativa do empresariado encontra seu auge nos dados sobre a contratação para o Natal: 88% dos entrevistados garantem que não contrataram e nem pretendem contratar funcionários para o final do ano. Entre os empresários que não pretendem contratar, 49% alegam que não haverá necessidade, estão satisfeitos com a equipe, ela consegue atender perfeitamente o volume de clientes. Para outros 11%, o problema é a insegurança devido às vendas estarem retraídas/o histórico deste ano não foi bom, inclusive em datas especiais, enquanto a mesma proporção (11%) garante que o movimento no final do ano diminui/não aumenta. Mediante esse contexto, a pesquisa indica que a boa parte dos entrevistados não mudará a rotina de trabalho: 52% dos que não vão contratar afirmam que não será preciso alterar a forma de trabalho/ não acreditam que haverá aumento significativo de clientes. 10

Por outro lado, considerando aqueles que, a despeito da perspectiva ruim de vendas e na contramão da maioria do empresariado, pretendem contratar, o objetivo principal é suprir a demanda que aumenta neste período do ano (71%). A pesquisa estima que serão criadas 24.427 vagas temporárias no final de 2015. Pode-se concluir que as perspectivas para o comércio em geral, no Natal de 2015, não são muito animadoras. Marcela Kawauti lembra que o Brasil se encontra em recessão 1, que já se prolonga por 5 trimestres consecutivos, e que a expectativa dos economistas apurada pelo Banco Central do Brasil é de uma queda significativa do PIB em 2015: -2,8%, seguida de um recuo de 1,0% em 2016. Neste contexto, a retração no emprego e a alta da inflação, ao lado das incertezas no panorama político interno e da necessidade de um severo ajuste fiscal, alimentam o clima de desalento geral entre os empresários. Eles sabem que os consumidores, que já retraíram o seu consumo ao longo de 2015 2, também se sentirão estimulados a gastar menos neste fim de ano, seja pela necessidade de se ajustarem a um orçamento mais apertado, seja por estarem temerosos de que a crise se agrave ainda mais. 1 De acordo com o Comitê de Datação de Ciclos Econômicos da FGV (CODACE), o pais entrou em recessão no segundo trimestre de 2014. 2 O volume de vendas no varejo ampliado, apurado pelo IBGE recuou 4,9% nos últimos 12 meses terminados em agosto. 11

METODOLOGIA Público alvo: empresários e gestores responsáveis pela contratação de mão de obra de empresas de serviços e comércio varejista localizadas nas capitais e interior do país. Método de coleta: pesquisa realizada via C.A.T.I. (Computer Assisted Telephone Interviewing Entrevista Telefônica Assistida por Computador). Tamanho amostral da Pesquisa: 1168 casos, gerando margem de erro no geral de 3,0 p.p. para um intervalo de confiança a 95%. Data de coleta dos dados: 1 de setembro a 18 de setembro de 2015. 12