EXPECTATIVAS DO EMPRESÁRIO DO COMÉRCIO MELHORAM EM DEZEMBRO

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1 (0-200) EXPECTATIVAS DO EMPRESÁRIO DO COMÉRCIO MELHORAM EM DEZEMBRO O de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) atingiu 79,9 pontos em dezembro, com queda de 1,4% em relação a novembro, descontados os ajustes sazonais. O resultado foi influenciado por variações opostas nos três subíndices que compõem o Icec: enquanto as avaliações negativas das condições correntes foram ampliadas (-12,2%), as expectativas e as intenções de investimentos apresentaram variações positivas na passagem de novembro para dezembro (+1,0% e +0,7%, respectivamente). O Icec reduziu-se 26,5% na base de comparação anual, refletindo as piores condições do mercado de trabalho em 2015, além da retração da atividade econômica no País. de Confiança do Empresário do Comércio 2012 a ICEC ICEC com ajuste sazonal Confiança do Empresário do Comércio e subíndices Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC) 37,7-12,2% -50,8% Expectativas do Empresário do Comércio (IEEC) 120,6 +1,0% -15,7% Investimentos do Empresário do Comércio (IIEC) 81,3 +0,7% -23,6% ICEC 79,9-1,4% -26,5% 1

2 Icaec: Comércio varejista continua pessimista em relação às condições da economia O subíndice que mede as condições correntes (Icaec) do Icec ampliou as quedas em dezembro, atingindo o menor nível da série histórica (37,7 pontos, no índice que varia de 0 a 200 pontos). A variação anual (-50,8%) é a maior já observada na série do Icaec, enquanto a queda na passagem de novembro para dezembro (-12,2%) é a segunda maior da série. A ampliação das taxas negativas indica deterioração da percepção dos varejistas quanto às condições atuais, especialmente concentradas na avaliação ruim da economia. ICAEC 37,7-12,2% -50,8% Economia 17,9-30,0% -68,7% Setor 37,4-12,6% -50,3% Empresa 57,8-6,6% -40,7% A apreciação negativa das condições correntes da economia brasileira é generalizada entre os segmentos de empresas de menor e maior porte. Na opinião de 95,7% dos comerciantes do varejo a economia piorou em dezembro, quando o item atingiu 17,9 pontos o mais baixo índice da série. No corte regional, o menor grau de satisfação com as condições correntes da economia, do setor e da empresa continua a ser observado na região Sudeste: 34,7 na escala que vai de 0 a 200 pontos. A avaliação ruim por parte dos comerciantes alinha-se à evolução negativa da economia brasileira em O volume de vendas do comércio varejista no conceito restrito acumulou recuo de 3,6% até outubro, segundo o IBGE. No comércio ampliado a queda nas vendas foi de 7,9%. Além disso, os resultados do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre mostraram a sexta queda consecutiva do PIB do comércio (-9,9% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior), o que mostra que o setor vem sofrendo perdas desde

3 IEEC: Aumento das expectativas em relação aos próximos meses O de Expectativas do Empresário do Comércio (IIEC) alcançou 120,6 pontos em dezembro, mantendo-se acima do nível de indiferença (100 pontos). Na passagem do mês as expectativas apresentaram aumento de 1,0%, quebrando uma sequência de cinco meses de reduções consecutivas. Na comparação anual, as expectativas dos varejistas acumulam queda de 15,7%: em dezembro de 2015 as perspectivas estão piores do que em dezembro de 2014, tanto para a economia (-22%) quanto para o setor (-14,9%) e o próprio negócio (-11,2%). IEEC 120,6 +1,0% -15,7% Economia 100,5 +0,6% -22,0% Setor 122,8 +1,7% -14,9% Empresa 138,4 +0,7% -11,2% A evolução positiva do IEEC em dezembro foi determinanda pela melhora dos três itens, sendo as perspectivas relativas ao desempenho do setor do comércio nos próximos meses o item que obteve a maior taxa positiva (+1,7%). No entanto, as variações negativas nos três itens na base de comparação anual mostram o menor grau de otimisto dos comerciantes em relação a dezembro do ano passado. O IEEC registrou variações positivas nos Estados das regiões Sul e Nordeste e estabilidade na região Sudeste, a de maior peso no subíndice. O índice de expectativas também cresceu, tanto para as empresas menores quanto para as de maior porte. Apesar do resultado positivo em dezembro, seguem ausentes fatores que permitiriam reverter/retomar o crescimento da atividade do comércio no curto prazo. A percepção de que o mercado de trabalho deverá se deteriorar nos próximos meses influencia as decisões do varejistas e está refletida nas estimativas da CNC: o volume de vendas do varejo deverá encerrar 2015 com quedas de -4,1% no conceito restrito e -7,5% no conceito ampliado. IIEC: Nível dos estoques continua elevado Em dezembro, o subíndice que mede as condições de investimentos (IIEC) registrou 81,3 pontos acima do resultado de novembro (80,3 pontos), influenciado positivamente pelas intenções de contratar no mês do Natal uma das principais datas para o varejo. Apesar do pequeno incremento na base de comparação mensal (+0,7%), o IIEC reduziu-se 23,6% no ano, especialmente influenciado pela redução nas intenções de investimentos. A 3

4 perspectiva de queda no volume de vendas do setor, associada ao elevado custo de captação de recursos, tem influenciado os empresários a reduzir seus planos de investimentos. IIEC 81,3 +0,7% -23,6% Funcionários 92,2 +6,6% -27,0% Investimentos 65,6-3,4% -34,9% Estoques 86,2-1,6% -6,7% Acirram-se as reduções anuais em relação tanto à contratação de funcionários (-27%) quanto a novos aportes para invetimentos (-34,9%). Para 72,7% dos empresários consultados as intenções de investimento no capital físico das empresas deverão ser menores nos próximos meses, o que reflete a trajetória de crescimento das taxas de juros e a elevação do custo de captação de recursos e financiamento. A percepção em relação ao nível dos estoques foi pior em dezembro, com queda de 1,6% no índice que mede a satisfação dos empresários com seus estoques. Para cerca de um terço dos empresários consultados os estoques estão acima do adequado neste fim de ano, o que reflete a queda das vendas do varejo. A CNC estima que neste Natal o volume de vendas no varejo deverá ser 4,8% menor que no Natal de Conclusão: A confiança do empresário do comércio segue em queda, apesar do aumento das expectativas dos comerciantes neste último mês do ano. A retração do Icec continua a ser influenciada pela percepção negativa quanto às condições correntes, principalmente da economia. Foram registrados em dezembro aumentos nos subíndices que medem as expectativas para os próximos meses e as intenções de investimentos dos varejistas. As taxas positivas na passagem mensal desses subíndices não indicam, entretanto, uma reversão no ritmo de atividade do comércio, que segue sem perspectivas de recuperação no médio prazo, especialmente em razão das condições do mercado de trabalho, que devem continuar se deteriorando em 2016 e mantendo a demanda em níveis historicamente baixos. 4

5 Sobre a pesquisa: O de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) é indicador antecedente apurado exclusivamente entre os tomadores de decisão das empresas do varejo, cujo objetivo é detectar as tendências das ações empresárias do setor do ponto de vista do empresário. A amostra é composta por aproximadamente 6 mil empresas situadas em todas as capitais do País, e os índices, apurados mensalmente, apresentam dispersões que variam de zero a duzentos pontos. O índice é construído a partir de nove questões. As três primeiras, que constituem o de Condições Atuais do Empresário do comércio (Icaec), comparam a situação econômica do País, do setor de atuação e da própria empresa em relação ao mesmo período do ano anterior. As três perguntas seguintes avaliam os mesmos aspectos, porém em relação ao futuro no curto prazo, e formam o de Expectativas do Empresário do Comércio (IEEC). Em todas as seis primeiras perguntas as opções de resposta são as seguintes: (i) Melhorou/Melhorará muito; (ii) Melhorou/Melhorará um pouco; (iii) Piorou/Piorará muito; e (iv) Piorou/Piorará um pouco. Além dos dados nacionais, os nove componentes do Icec também são divulgados segundo as cinco regiões geográficas do Brasil. As últimas três perguntas, que compõem o de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC), abordam questões mais específicas, relativas aos seguintes temas: (i) expectativa de contratação de funcionários para os próximos meses (aumentar muito, aumentar pouco, reduzir pouco ou reduzir muito); (ii) Nível de investimentos em relação ao mesmo período do ano anterior (muito maior, um pouco maior, um pouco menor ou muito menor); e (iii) Nível atual dos estoques diante da programação de vendas (abaixo do adequado, adequado ou acima do adequado). Ajuste sazonal: Sujeitas ao comportamento sazonal do nível de atividade do comércio e da atividade econômica em geral, a partir de fevereiro de 2014 as séries passaram a ser dessazonalizadas por meio do método X-12 aditivo, permitindo a comparação mensal (mês sobre o mês anterior) dos componentes do Icec. 5