Indicador de Confiança do Micro e Pequeno Empresário. SPC Brasil e Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL)

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1 Indicador de Confiança do Micro e Pequeno Empresário SPC Brasil e Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL)

2 INDICADOR DE CONFIANÇA DO MICRO E PEQUENO EMPRESÁRIO DE VAREJO E SERVIÇOS RESUMO Em junho de 2015, o Indicador de Confiança do Micro e Pequeno Empresário de Varejo e Serviços registrou 36,38 pontos. O resultado ficou ligeiramente abaixo daquele observado no mês anterior (36,65) e mostra que a avaliação dos empresários sobre o presente e os próximo seis meses está levemente mais pessimista do que no mês anterior. O número é a composição de dois outros indicadores: o de Condições Gerais, através do qual se busca avaliar, do ponto de vista dos empresários, a evolução dos negócios e da economia nos últimos seis meses; e o de Expectativas, através do qual se busca captar o que esses empresários esperam a partir de junho em um horizonte de 6 meses. O estudo mostra que as condições gerais da economia e dos negócios piorou sensivelmente nos últimos seis meses. O indicador registrou 20,69 pontos em junho, abaixo dos 23,39 registrados no mês anterior. Isto quer dizer que, se em maio a avaliação da trajetória da economia e dos negócios já era ruim (23,39), em junho ela é ainda pior. O pessimismo do micro e pequeno empresário brasileiro se justifica quando analisamos os dados oficiais de conjuntura macroeconômica. Os dados de Comércio Varejista Ampliado divulgados pelo IBGE mostram que o setor já acumula quedas superiores a 4% nos últimos 12 meses até abril. A pesquisa que mostra o crescimento nominal da receita do setor de serviços vai na mesma direção: o crescimento em 12 meses até o mês de abril foi de apenas 4,3%, muito abaixo da inflação acumulada no período que se aproxima de 8%. A isso se somam os ajustes fiscais e os escândalos de corrupção. Em pesquisa recente o SPC Brasil apurou o entendimento dos empresários brasileiros sobre estes eventos. Quando olhamos apenas os micro e pequenos empresários, 82,4% deles acreditam que as medidas de ajuste fiscal tem impacto negativo na economia e 71,3% acreditam no impacto negativo sobre a própria empresa. Com relação aos escândalos de corrupção, 33,8% dos micro e pequenos empresários acreditam que eles afetam muito a empresa.

3 Em contrapartida, as expectativas com relação aos próximos seis meses melhoraram ligeiramente em relação a maio, embora ainda os empresários estejam pessimistas. Em junho, o índice registrou 48,15 pontos, resultado que mostra que há mais empresários pessimistas do que otimistas. Maio/15 Junho/15 INDICADOR DE CONFIANÇA 36,65 36,38 Indicador de Condições Gerais 23,39 20,69 Indicador de Condições Gerais dos Negócios 30,18 26,31 Indicador de Condições Gerais da Economia 16,60 15,07 Indicador de Expectativas 46,59 48,15 Indicador de Expectativas para os Negócios 1 54,91 55,00 Indicador de Expectativas para a Economia 38,27 41,30 INDICADORES Este relatório apresenta os resultados dos oito indicadores apurados pelo SPC Brasil com a finalidade de medir a confiança de micro e pequenos empresários do Varejo e de Serviços, a saber: 1. Indicador de Confiança; 1.1. Indicador de Condições Gerais; Indicador de Condições Gerais dos Negócios do MPE; Indicador de Condições Gerias da Economia; 2.2. Indicador de Expectativas; Indicador de Expectativas para a Economia; Indicador de Expectativas para os Negócios do MPE; INDICADOR DE CONFIANÇA O Indicador de Confiança considera as expectativas dos empresários para o futuro e a sua avaliação sobre as condições atuais. Em junho de 2015, o indicador de confiança registrou 36,38 pontos, numa escala que varia de 0 a 100. O resultado, abaixo dos 50 pontos, indica que, considerada a situação do seu negócio e a situação da economia, os micros e pequenos empresários estão com a confiança abalada. 1 Errata: Em maio, o Indicador de Expectativas para os Negócios foi divulgado registrando 55,11 pontos, o dado correto é 54,91

4 Esse indicador resulta de uma média ponderada dos indicadores de condições gerais e de expectativas. A piora das Condições Gerais, cujo indicador registrou 20,69 pontos, ante 23,69 no mês anterior, mostra uma clara percepção de que o ambiente econômico se deteriorou nos últimos meses. Essa percepção contamina a opinião dos empresários sobre o futuro. O Indicador de Expectativas registrou 48,15 pontos, mostrando que há mais empresários pessimistas ou muito pessimistas do que empresários confiantes ou muito confiantes quando se analisa em conjunto o quadro da economia e dos negócios. Com respeito à economia, 52,2% dos entrevistados estão pessimistas, ao passo que 30% estão confiantes. Confiança Pessimismo 1. Indicador de Condições Gerais O Indicador de Condições Gerais é uma média simples do Indicador de Condições Gerais da Economia e do Indicador de Condições Gerais do Negócio 2. Ele mede a percepção dos micro e pequenos empresários sobre como evoluiu a economia e o seu negócio nos últimos seis meses. Em todos os casos, o indicador mostra que houve melhora quando estiver acima do nível neutro de 50 pontos. Simetricamente, quando o indicador vier abaixo de 50, indica que houve percepção de piora por parte dos empresários. Em junho de 2015, o Indicador de Condições Gerais registrou 20,69 pontos, abaixo do dos 23,39 pontos observados no mês anterior. O resultado do último mês indica que, na média, os micro e pequenos empresários do Varejo e de Serviços perceberam uma piora das condições gerais e que, por estar abaixo do resultado de maio, a piora é cada vez mais sensível. 2 Indicador de Condições Gerais = ICG economia+icg negócios 2

5 A percepção encontra respaldo nos indicadores de atividade, emprego, renda e índices de preços. O índice de Atividade Econômica do Banco Central registrou uma queda de 0,84% com relação a março; os dados do Caged, referentes a maio, mostraram o fechamento de mais 115 mil vagas de empregos formais; o IPCA, índice de preços medido pelo IBGE, registrou crescimento mensal de 0,74% em maio e já acumula alta de 8,47% em 12 meses Condições Gerais da Economia Na opinião dos varejistas e prestadores de serviços entrevistados, a economia brasileira piorou nos últimos seis meses. O indicador de condições gerais da economia registrou 15,07 pontos, marca bastante distante dos 50 pontos, isto é, da situação em que entrevistados não sentem mudança alguma do quadro econômico. Esse resultado indica que, na opinião dos entrevistados, a economia brasileira piorou nos últimos seis meses. Em maio de 2015, este Indicador registrou 16,60 pontos. A avaliação da trajetória da economia que já era ruim e ficou um pouco pior Condições Gerais do Negócio A piora na situação dos negócios não foi tão sensível quanto a piora da economia. Em junho, o indicador de Condições Gerais do Negócio registrou 26,31pontos, abaixo dos 50 pontos que indicam que, para as empresas, as condições gerais não mudaram nos últimos seis meses. No mês anterior, a avaliação do desempenho dos negócios nos últimos seis meses marcou 30,18 pontos. Melhora Piora

6 2. Indicador de Expectativas O indicador de Expectativas é uma média simples do Indicador de Expectativas para os Negócios e de Expectativas para a Economia. Ele mede o quão confiantes os empresários estão, considerando-se um horizonte de seis meses, e varia de zero a 100 pontos, como no Indicador de Condições Gerais. Em junho de 2015, o Indicador de Expectativas registrou 48,15 pontos As expectativas, tanto para a economia como para os negócios, ficaram acima do que se observou no mês anterior, embora o número reflita o fato de haver mais empresários pessimistas do que empresários otimistas Expectativas para a Economia O Indicador de Expectativas para Economia marcou 41,30 pontos, indicando que os entrevistados estão ainda pessimistas com a trajetória da economia nos próximos seis meses, mas menos do que em maio, quando o indicador registrou 38,27 pontos. À despeito da melhora, seria precipitado esperar a volta da confiança empresarial. As projeções para as variáveis econômicas indicam que, até o final do ano, o cenário pode piorar Expectativas para os Negócios O Indicador de Expectativas para os Negócios registrou 55,00 pontos e vem confirmar que, apesar do ambiente adverso, a maioria dos empresários estão confiantes com relação ao seu negócio. Em maio de 2015, esse indicador registrou 54,91 pontos. O fato de haver mais empresários confiantes do que pessimistas pode estar associado às perspectivas de vendas de final de ano, dado que o horizonte das expectativas contempla os próximos seis meses. Confiança Pessimismo

7 3. Metodologia do Indicador de Confiança MPE O Indicador de Confiança (ICMPE) é uma média ponderada de dois outros indicadores: o Indicador de Condições Gerais e o Indicador de Expectativas. Por meio do Indicador de Condições Gerais, busca-se medir como os empresários avaliam a evolução da economia e do seu negócio nos últimos seis meses. Os entrevistados são instados a responder se o quadro atual da economia melhorou muito, melhorou, piorou, piorou muito ou não sofreu alteração. O mesmo vale para os negócios. Por meio do Indicador de Expectativas, busca-se medir o que os empresários esperam para a economia nos próximos seis meses. Nesse quesito, eles são chamados a responder se estão muito confiantes, confiantes, pessimistas, muito pessimistas ou se esperam que nada irá se alterar. Em ambos os casos, a escala dos indicadores varia de zero a 100, tendo como ponto neutro o valor de 50. Assim, para valores abaixo de 50, o Indicador de Condições Gerais da Economia mostra que, na percepção dos micro e pequenos empresários, as Condições Gerais da economia pioraram nos seis meses; para valores abaixo de 50, o Indicador de Expectativas para a Economia mostra que os empresários estão pessimistas com os rumos do país; valores acima de 50 indicam que os empresários estão confiantes. A mesma regra vale para os indicadores de negócios. Como média ponderada dos demais indicadores, o IC (Indicador de Confiança) também varia de zero a 100. O número irá refletir a avalição dos micro e pequenos empresários sobre o presente e o futuro da economia e de seus negócios. Abaixo de 50, indicará falta de confiança; acima de 50, indicará confiança. Para a construção do Indicador, foram consultados micro e pequenos empresários do Varejo e de Serviços com pelo menos um empregado. As entrevistas foram realizadas nos 26 estados da federação e no Distrito Federal. Os dados serão divulgados mensalmente.