RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS TECNOLOGIAS GERADAS PELA EMBRAPA

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Transcrição:

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS TECNOLOGIAS GERADAS PELA EMBRAPA Data limite para o envio da Síntese do Relatório de Impactos: 30.01.2013 Data limite para envio do Relatório Completo: 04.03.2013 Nome da tecnologia: Variedades de Bananeira Resistentes à Sigatoka Negra (Mycosphaerella fijiensis) - Thap Maeo e Fhia 18 Ano de avaliação da tecnologia: 2012 Unidade: Embrapa Amazônia Ocidental Equipe de Avaliação: Indramara Lôbo de Araújo Manaus, março de 2013 1

1. IDENTIFICAÇÃO DA TECNOLOGIA 1.1. Variedades de Bananeira Resistentes à Sigatoka Negra (Mycosphaerella fijiensis) - Thap Maeo e Fhia 18 1.2. Objetivo Estratégico PDE/PDU Consolidar a gestão por resultados da Embrapa e aprimorar os processos de medição sistemática de seus resultados finalísticos e de avaliação dos impactos de sua atuação. 1.3. Descrição Sucinta A bananicultura constitui-se em uma das atividades de maior importância no agronegócio da Região Norte do Brasil, principalmente para o Amazonas, onde o consumo per capita oscila em torno de 60 kg/ano, sendo a banana, um dos principais itens da alimentação da população amazonense. Contudo, a cultura apresenta baixa produtividade, reflexo do conjunto de problemas fitotécnicos, como o manejo inadequado dos bananais, e problemas fitossanitários relacionados às doenças. Dentre estas doenças, destaca-se a sigatoka-negra, causada pelo fungo Mycosphaerella fijiensis, que entrou no Brasil, em 1998, pelo Estado do Amazonas, na fronteira Brasil/Colômbia/Peru. A sigatoka-negra é considerada a mais importante doença da bananeira no mundo, podendo as perdas, variar de 50% a 100% da produção. Visando prevenir a expansão da sigatoka-negra, bem como de outras doenças e, também aumentar a produtividade da cultura, desde 1998, a Embrapa vêm avaliando e, a partir de 2000, vem disponibilizando variedades de bananeira resistentes à sigatokanegra para diversos municípios do Estado e para os demais Estados produtores de banana do Brasil. Dentre as variedades resistentes recomendadas destacam-se a Caipira, Thap Maeo, FHIA 18, Prata Zulu, Pelipita. Prata Ken, BRS-Prata Caprichosa, BRS- Prata Garantida, BRS-Japira, BRS-Vitória e, a BRS-Conquista lançada em abril de 2009. Para a região amazônica, a substituição de variedades suscetíveis por variedades resistentes é a estratégia mais viável do ponto de vista socioeconômico e ambiental para controlar essa doença. Neste estudo foi avaliado um conjunto de duas variedades Thap Maeo e Fhia 18, devido à representatividade destas no Estado do Amazonas. A seguir, destacam-se suas principais características. A variedade Thap Maeo é do tipo triplóide (AAB) introduzida a partir da 2

Tailândia. Foi selecionada na Embrapa Mandioca e Fruticultura, Cruz das Almas-BA, é uma variante Mysore. Apresenta pseudocaule menos manchado, mais vigor e cachos maiores. Possui porte alto, ciclo vegetativo de 394 dias e perfilhamento bom. O cacho pode atingir 30 a 35 kg, com mais de dez pencas e 250 frutos. Os frutos se assemelham em formato aos da cultivar Maçã. Apresenta resistência alta e estável à sigatoka-negra, caracterizada pela baixa taxa de extensão das lesões, ocorrendo somente nas folhas mais velhas. A capacidade produtiva da cultivar é de 30 a 35 toneladas por hectare, quando cultivada em solos de boa fertilidade, sob condições de sequeiro, usando-se as práticas culturais recomendadas para a cultura. Em solos de baixa fertilidade na Amazônia tem apresentado elevada rusticidade e produtividade na faixa de 25 toneladas por hectare. Apesar de rústica, recomenda-se que seu cultivo seja feito em solos profundos, bem drenados e realizadas as adubações de rotina. Além de resistente à sigatoka-negra é resistente à sigatoka-amarela e ao mal do panamá, moderadamente resiste à broca do rizoma e ao nematóide cavernícola e susceptível ao moko. A variedade Fhia 18 é do tipo tetraplóide (AAAB) introduzida de Honduras resultante do cruzamento do diplóide (AA) Psang Jarí Buaya com a cultivar Prata Anã. Possui porte médio, ciclo vegetativo de 353 dias e perfilhamento bom. Os cachos podem atingir 40 kg com mais de 10 pencas. É uma cultivar que produz frutos cujos, formato e sabor, assemelham-se aos das cultivares do subgrupo Prata. A produtividade em solos profundos e bem drenados, de baixa a média fertilidade, em condições de sequeiro, variou de 27 a 32 t/ha/ano. Apresenta resistência alta, estável e não previsível caracterizada pelo reduzido número de lesões no limbo foliar e pela reduzida taxa de expansão das lesões. É resistente à sigatoka-negra, moderadamente resistente à sigatoka-amarela e suscetível ao moko. Segundo estimativas, a substituição dos plantios existentes pelas variedades recomendadas tem propiciado uma economia de cerca de R$1.100,00/ha/ano, que seriam gastos com fungicidas e mão-de-obra para controlar a referida doença. 1.4. Ano de lançamento: 2000. 1.5. Ano de início de adoção: 2002. 1.6. Abrangência: Estados com incidência da doença, principalmente a Região Norte (Amazonas, Acre, Pará, Rondônia e Roraima). 3

1.7. Beneficiários Partindo-se da cadeia produtiva da banana na mesoregião de estudo, identifica-se como os principais beneficiários dessa tecnologia: a) Segmento dos fornecedores Os produtores/fornecedores de mudas de banana e os fornecedores de insumos, ferramentas, máquinas e implementos agrícolas; b) Segmento produtivo Os agricultores (familiares e empresariais); c) Segmento de distribuição e comercialização Os atravessadores, os comerciantes de feiras livres ou de estabelecimentos comerciais das capitais. d) Segmento de consumo O consumidor que adquire a banana in natura. 2. IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS NA CADEIA No Brasil a cultura da bananeira ocupa o segundo lugar em volume de frutas produzidas, ou seja, a terceira posição em área colhida. Esta produção está distribuída por todo o território nacional, sendo a Região Nordeste a maior produtora (34%), seguida das Regiões Norte (26%), Sudeste (24%), Sul (10%) e Centro-Oeste (6%). Também, ocupa posição de destaque entre as frutas mais consumidas nos domicílios das principais regiões metropolitanas do País, sendo superada somente pela laranja. Consumida pelas mais diversas camadas da população, se faz presente na mesa dos brasileiros não apenas como sobremesa, mas como alimento, com consumo per capita em torno de 25 kg/ano. No Estado do Amazonas o consumo per capita é 60 kg/ano, representando 140% acima na média de consumo nacional. Segundo levantamento do IBGE, no Estado do Amazonas, em 2011, a área plantada foi de 9.107ha, com uma produtividade de 11.461Kg/ha, demonsrando que mesmo com a grande cheia que assolou o Estado na área de várzea, os bananais de terra forme responderam positivamente. Para efeitos dessa avaliação, foram levantados dados principalmente no município de Rio Preto da Eva, região metopolitana de Manaus, junto a produtores do Assentamento da Suframa - ZF 9. O município Rio Preto da Eva é um dos mais recentes municípios criados no estado do Amazonas, distante 80km da capital. Com área de 5. 813,197 Km 2, população de 25 758 habitantes (IBGE/2010), com uma densidade de 4,43 hab./km². 4

Faz parte da região metropolitana de Manaus. No Município, entre tantos cultivos, temse desenvolvido a citricultura, a mandiocultura e a bananicultura. Na região de estudo a cadeia produtiva da banana possui os principais segmentos de uma cadeia produtiva. Vale ressaltar que, principalmente, os produtores de Rio Preto da Eva estão organizados em cooperativas, a fim de atenderem os principais programas de compra da Prefitura Municipal e do Governo do Estado, sendo as frutas entregues para a merenda escolar, além de contarem com o apoio e o incentivo dos técnicos do Idam local, o que muito ajuda a fortalecer a cultura da banana naquela região. A seguir apresenta-se uma caracterização dos diversos segmentos envolvidos: 2.1. Segmento dos fornecedores Segmento composto pelos seguintes atores: a) Fornecedores/produtores de mudas; b) Fornecedores de insumos e ferramentas; e c) Fornecedores de Máquinas e Equipamentos. 2.2. Segmento produtivo A produção de banana no Amazonas distribui-se em quase todos os municípios do Estado, sendo cultivada em dois ecossistemas distintos: na várzea (áreas que sofrem alagações periódicas das águas dos rios), em sistemas de produção pouco desenvolvidos; e na terra firme (que se localiza em pontos mais altos das propriedades, livre de alagamentos ou inundações), em sistemas mais intensivos, notadamente, após a entrada da sigatoka-negra, que dizimou a maioria dos bananais nesse ecossistema e, ocasionou uma reestruturação produtiva da bananicultura, onde os agricultores passaram a se qualificar para a atividade e adotar técnicas para o cultivo. No ano de 2011, a enchente não fugiu à regra, dizimando inúmeros bananais em todo o Estado do Amazonas, o que influenciou, significativamente, na produtividade de 2012. Ressalta-se, que a diferença marcante desses dois ecossistemas, diz respeito à cobertura vegetal e a fertilidade dos solos. Os solos de várzea são mais férteis que os da terra firme e a vegetação da terra firme é mais exuberante que a da várzea. Desde 2009 há um incremento no incentivo à produção de banana no Estado do Amazonas, que culminou com a distribuição de mais de três milhões de mudas de bananeira das variedades Caipira, FHIA 18, THAP MAEO, Prata Zulu, Prata Caprichosa, Prata Garantida e Prata Ken, ação esta, cujos efeitos puderam ser observados na avaliação 5

de 2012 junto aos produtores locais. 2.3. Segmento de distribuição e comercialização Na região de estudo a venda da produção tem sido realizada por intermediários (20%), vendida a programas de merenda escolar (PREME) ou entidades de apoio à produção (CONAB) (60%) ou comercializada diretamente nas feiras (20%). Este sistema de venda possibilita ao produtor a venda de toda sua produção, onde há um destaque para a venda aos programas municipal e estadual, que garante a compra de praticamente a totalidade da produção, impactando diretamente na renda dos produtores que se dizem satisfeitos com a cultura. A venda aos atravessadores é somente realizada caso, haja excedente de produção, haja vista os esforços são somados para alcançarem a cota em toneladas, que atenda o contrato dos programas de regionalização da merenda escolar. Nesse caso, os cachos são vendidos por preços mais baixos que os praticados no mercado, caso vendessem o produto diretamente. Porém, a venda no montante permite uma rápida capitalização dos produtores que podem reinvestir seus proventos de maneira mais proveitosa. O transporte da fruta ao seu destino final é realizado por transportes da prefeitura ou do governo do estado caminhões haja vista, esta é uma região cujo tráfego é realizado via terrestre. Os custos com a colheita é por conta do agricultor, enquanto que o comprador se responsabiliza pela classificação e embarque da carga. Em alguns casos, o agricultor também exerce o papel de atravessador, adquirindo a produção daqueles que não possuem meio de transporte, para vendê-los na feira. Com a infestação do ácaro vermelho das palmeiras (Raoiella indica) que foi detectado em bananais e em oito quintais de residências de Roraima em 2010, demandando providências graves da defesa sanitária do Amazonas, impedindo a entrada de caminhões com carregamento de banana daquele Estado. Este fato gerou um impacto positivo no incremento da cultura que manteve seus índices produtivos, uma vez que Roraima fornecia cerca de 30% da banana consumida no Amazonas. Não sendo possível ao Estado de Roraima realizar suas entregas, o mercado manauara absorveu a produção local. Por conta do mesmo fato, houve reformulação na política pública que apoia o setor primário, que diante da possibilidade de faltar o produto no mercado local, foi necessário uma ação do Governo do Estado voltada ao escoamento da produção local, gerando incentivos, facilitando o transporte e criando estrutura de comercialização para 6

os produtores de banana de todo o Estado, inclusive para os produtores de Rio Preto da Eva, a fim de que o produto não faltasse nos supermercados e feiras. 2.4. Segmento de consumo Representado pelo consumidor final, que adquire a banana nas feiras e minimercados (na forma de cacho ou em pencas), ou nos supermercados (banana despencada). Embora se considere que o preço e o aspecto da fruta sejam critérios que determinam a escolha no momento da compra, o que se tem observado é que há grande resistência do consumidor quanto à aceitabilidade das bananas oriundas das cultivares resistentes, preferindo a banana prata, importada do Estado de Roraima. Analisando-se este comportamento do consumidor, entende-se que, este segmento deve ser focado com vistas a possível trabalho de marketing, ensejando mudanças no comportamento do consumidor final, que seja favorável ao produto, o que irá refletir diretamente no segmento produtivo. 7

3. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS 3.1. Avaliação dos Impactos Econômicos Tipo de Impacto: Incremento de produtividade. Nas Tabelas 3.1.1 e 3.1.2, são apresentados os ganhos líquidos unitários e os benefícios econômicos regionais, obtidos nos últimos 10 anos, com estimativa de ganhos para 2012, com o cultivo de variedades de bananeiras resistentes à sigatoka negra, respectivamente. Tabela 3.1.1 - Ganhos Líquidos Unitários Ano Unidade de Medida ( UM) Rendimento Anterior/UM (A) Rendimento Atual/UM (B) Preço Unitário R$/UM (C) Custo Adicional R$/UM (D) Ganho Unitário R$/UM E=[(B-A)xC]-D 2002 3.183 4.500 0,50 0 658,50 2003 10.871 12.000 0,49 0 553,21 2004 10.984 12.000 0,49 0 497,84 2005 10.900 12.000 0,35 0 385,00 2006 11.612 12.000 0,44 0 170,72 2007 Kg/hectare 10.743 12.000 0,48 0 603,36 2008 6.146 11.000 0,50 0 2.427,00 2009 6.146 12.000 0,80 0 4.683,20 2010 9.291 12.000 1,00 0 2.709,00 2011 11.461 20.000 1,10 0 9.392,90 2012 11.998 30.000 1,32 0 23.762,64 Tabela 3.1.2 - Benefícios Econômicos na Região Ano Participação da Embrapa % (F) Ganho Líquido Embrapa R$/UM G=(ExF) Área de Adoção: Unidade de Medida-UM Área de Adoção: QuantxUM (H) Benefício Econômico I=(GxH) 2002 70% 460,95 1.000 460.950,00 2003 70% 387,25 1.500 580.875,00 2004 70% 348,49 2.240 780.617,60 2005 70% 269,50 3.200 862.400,00 2006 70% 119,50 4.604 550.178,00 2007 70% 422,35 hectare 6.578 2.778.218,30 2008 70% 1.698,90 4.395 7.466.665,50 2009 70% 3.278,24 4.615 15.129.077,60 2010 70% 1.896,30 4.846 9.189.469,80 2011 70% 7.873,25 5.163 40.649.589,75 2012 70% 17.130,04 5.088 87.157.643,52 8

3.2. Análise dos Impactos Econômicos A produção de banana do Estado do Amazonas representa 10.99 do total produzidos na Região Norte. Na Tabela 3.1.1 observa-se que a produtividade média aumentou significativamente após o 1º ano de lançamento das variedades resistentes à sigatoka negra. A cultura da banana está presente em praticamente todos os municípios do Estado do Amazonas, constata-se uma redução significativa na área plantada no período de 2000 a 2006, conforme os dados do IBGE (Figura 1). Observa-se que a produtividade que era de 1.100 kg/ha, em 2000, elevou-se de forma significativa a partir de 2003, atingindo um patamar médio de 9.630 kg/ha. Grande parte desse incremento na produtividade se deve ao cultivo das novas variedades recomendadas pela Embrapa. Ainda de acordo com a Figura 1 observa também, um declínio na produtividade entre o período de 2007 e 2008, fazendo com que esta caísse em torno de 42,79%, este fato se deve à forte seca ocorrida neste período, sempre acarretada de uma grande cheia posteriormente, o que comprometeu todos os sistemas produtivos do Estado. No ano de 2009, a grande enchente foi quem comprometeu os bananais em termos de produtividade, porém, não em faturamento, posto que, sob ameaça de escassez do produto no mercado o preço ofertado pelos Programas de governo e até mesmo nas feiras da cidade compensaram a diminuição da área colhida. No ano de 2010, os incentivos aos produtores continuaram aumentando, visivelmente assinalados no valor pago pelo produto. Já em 2011, nas áreas em estudo, além da valorização monetária do produto, houve um incremento na produtividade. A enorme cheia que dizimou parte do bananal das áreas várzea, com reflexos intensos em 2012, trouxe oportunidade aos produtores de terra firme, instigando-os, em especial os da área alvo desta pesquisa, a investirem em seus plantios, aumentando-os de 0,5ha a 3,0ha, fazendo com que os órgãos que acompanham a produção da fruta no Estado, vislumbrem a possibilidade de dobrar a produtividade em 2013 na área de Rio Preto da Eva, uma vez que com a tecnologia bem manejada, pode-se chegar a 35 ton/ha/ano. A tecnologia avaliada foi testada e indicada para o Estado do Amazonas, onde o processo de desenvolvimento foi em parceira com a Embrapa Mandioca e Fruticultura, que neste ano de 2012, por meio do Analista de Transferência de Tecnologia - Cícero Lucena (CHTT/CNPMF) - veio auditar o desempenho das variedades adotadas pelos agricultores, no caso, a variedade Thap Maeo nas áreas avaliadas para efeitos deste 9

relatório, obtendo a seguinte constatação:... Atualmente, com a adoção das variedades de banana resistentes à Sigatoka-negra, Sigatoka-amarela e Mal-do- Panamá, lançadas pela Embrapa, a cultura da banana tornou-se a principal atividade destes agricultores, que passaram a ter acesso aos serviços de assistência técnica e ao crédito de custeio da produção de banana, sendo notória a melhoria da qualidade de vida das famílias desta comunidade. A Foto 2 ilustra a evolução das condições de vida das famílias, que vem substituindo suas casas feita com madeira por casas de alvenaria e aquisição de transporte (Foto 3 do Relatório de Viagem à Região Norte, Cícero Lucena Out/Nov - 2012). Foto 3. Substituição de casa de madeira por casa de alvenaria e aquisição de transporte. Esta realidade foi observada após a saída dos agricultores da exploração clandestina de carvão vegetal e tornaram-se produtores de banana, segundo a equipe técnica local do IDAM. Esta tecnologia foi financiada por instituições de fomento e apoio à pesquisa como o CNPq e FINEP, levou-se em consideração que a participação da Embrapa representou 70% dos esforços para geração da tecnologia. Como resultado, na Tabela 3.1.2 estimase ganho líquido de R$ 17.130,00, resultando em benefícios econômicos da ordem de R$ 87.157.623,17, justificáveis pelo aumento significativo no preço do produto pago tanto pelos programas de governo que pagaram em média R$1,32 por quilo, quanto pelo consumidor final que adquiriu o produto ao preço de R$ 2,00 a 3,50 a palma, nas feiras da cidade, carreando um vultoso aumento na renda dos produtores da área pesquisada, refletida em importantes aquisições e investimentos por parte deles, seja aumentando seus plantios em 0,5 ha a 3,0 ha, ou adquirindo meios de transporte (motos ou carros utilitários) para facilitar a entrega do produto nos pontos de venda, todos esses itens adquiridos com recursos advindo da comercialização da banana, que este ano trouxe a alguns produtores retorno entre 50% e 65% na área de pesquisa, podendo considerar-se que em outras áreas, que não a auditada, o retorno aos produtores possa 10

ser menor, por vários fatores, incluindo a não adoção das boas práticas de manejo da cultura. Área Colhida (ha) 50000 45000 40000 35000 30000 25000 20000 15000 10000 5000 0 14000 43574 11612 12000 10898 10871 11461 34861 10984 10900 10743 34083 35009 32357 9291 9775 10000 8000 23759 6146 6146 23441 6000 22605 14321 14650 14650 4000 3116 8042 2000 7747 1104 0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Período Produtividade (kg/ha) Área Colhida (ha) Produtividade (kg/ha) Figura 1. Área colhida e produtividade da cultura da banana no Estado do Amazonas, no período de 2000 a 2012. FonteS: IBGE (2012) e Idam (2012) Muito embora a cultura da banana no Estado do Amazonas tenha obtido altos índices de produtividade como mostra a figura 1, ratificando a alta capacidade produtiva da banana Thap Maeo, o plantio tem sofrido revezes por causa da forte estiagem e das enchentes que têm atingido o Estado e destruído a plantação. Este fato fez diminuir o total de área colhida como mostra a mesma figura, onde muitos produtores substituíram seus plantios por outras culturas, em que a mandioca desponta como a principal cultura que está substituindo os bananais.. 3.3. Fonte de Dados Os dados secundários (produção, área plantada, produtividade) foram coletados do IBGE e, também junto ao Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas - IDAM. Algumas informações qualitativas foram organizadas com base em conversas com os produtores. 11

4. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS SOCIAIS 4.1. Avaliação dos Impactos Sociais A Unidade utilizou a metodologia AMBITEC-Social (x) Sim ( ) Não 4.1.1. Tabela Impactos sociais aspecto Emprego Indicadores Se aplica (Sim/Não) Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) Geral Capacitação Sim 3,70-3,70 Oportunidade de emprego local Sim 0,32-0,32 qualificado Oferta de emprego e condição do Sim 0,96-0,96 trabalhador Qualidade do emprego Sim 0,12-0,12 *Tipo 1 Produtor Familiar (pequeno). **Tipo 2 Produtor patronal (médio, grande e comercial) Capacitação Para a região em estudo o indicador capacitação sofreu alteração de 76% em relação à região avaliada em anos anteriores, pois ela recebe assistência direta dos técnicos de extensão rural da localidade IDAM, que fomentam com muito vigor o programa voltado à bananicultura, com vistas a atender demanda do mercado local. De acordo com depoimento do Sr. Manoel Luiz de Almeida (reproduzido neste relatório, tal como foi falado, em 16/11/2011:... a gente trabalhava com o carvão, mas sabia que a fonte do carvão ía acabar. A coisa melhorou quando o pessoal do Idam chegou aqui oferecendo pra gente plantar banana e daí a gente vimos a possibilidade de sair do carvão. Daí, eles chegaram com os cursos, e a gente foi se animando. Eu fiz uma técnica assim... isso aqui tudo era mata virgem, no momento que eu derrubava um pé de mato, eu colocava um forno, dali eu fazia o carvão, tirava aquele aproveitamento do carvão, vendia, e quando eu ía vender, às vezes o camarada que vinha pegar meu carvão no caminhão, eu já pedia pra ele - me traz cinco saco de adubo orgânico, tanto de FTE, traz duas de fósforo, traz o potássio, eu já pedia pra ele, porque o meu desejo mesmo era trabalhar na agricultura, eu sabia que o carvão ía acabar, eu sabia que eu ía ficar cansado de levantar r uma tora de madeira e encher um forno, eu sabia que eu ia ficar abusado naquele pau de carvão e era difícil, desde o começo eu já vi que era difícil, chegou num ponto que eu entrei dentro do meu limite que podia desmatar, mas hoje graças a Deus, eu tô com 6 hectaria prantada, onde só de banana tem três. A adoção da tecnologia influenciou a mudança de comportamento dos produtores da região, em princípio mudando sua fonte de renda de produção de carvão para produção de 12

banana, em seguida incentivou-os a buscarem informações referentes à mesma nos cursos locais e de curta duração, oferecidos pelo órgão de Assistência Técnica e Extensão Rural do Amazonas, representado pelo Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Amazonas IDAM. Outro fator considerado importante pelos agricultores para geração de novos conhecimentos tecnológicos são os Dias de Campo, promovidos pela Embrapa, que são realizados muitas vezes em parceira com o IDAM e outras Instituições. Ainda neste aspecto, observou que estes treinamentos envolvem os membros da família, principalmente as esposas. Os cursos focados na banana, principalmente, aumentaram sua frequência que chega a seis vezes o número de realizações com abordagens variadas dentro do tema bananicultura. Neste sentindo, a Embrapa tem contribuído, significativamente, por meio de sua área de transferência de tecnologia, para a melhoria do sistema produtivo da cultura por meio de capacitações e dias de campo sobre o manejo adequado. Assim, por meio dessas ações, vários produtores e técnicos estão sendo capacitados, continuamente. Oportunidade de emprego local qualificado As propriedades visitadas que adotaram a tecnologia, utilizam, principalmente, mão de obra familiar, oferecendo também emprego local temporário, principalmente em época de plantio e colheita, além de atividades como capina do bananal, entre outras. Dependendo do tamanho da área de cultivo, são contratados em média de 1 a 2 diaristas braçais, já existe uma visão entre os produtores locais de que, com a expansão dos bananais, talvez seja necessário contratar em 2013, de 2 a 4 diaristas para as atividades pertinentes ao plantio. Para a área analisada, este indicador mediu 0,32, onde os trabalhadores exercem suas atividades na escala pontual, embora em alguns momentos realizassem trabalhos externos na escala local. Nestas propriedades a contratação de mão de obra permanente para a atividade é considerada inexistente. Chama-se atenção, para o fato de que este é o segundo ano que as propriedades desta região específica foram analisadas, onde o comparativo do ano anterior (2011) com este ano (2012) foi de progressão. Oferta de emprego e condição do trabalhador Embora não tenha ocorrido efeito na oferta de empregos permanentes, a tecnologia proporcionou a geração de empregos temporários na escala pontual. Maior 13

significância foi dada pelos produtores quanto ao envolvimento da família no sistema de produção, mantendo este indicador o índice 0,96. Qualidade do emprego O indicador qualidade do emprego apresenta um impacto de 0,12 positivo, porque apesar da tecnologia ser providencial agente de transformação dentro desta comunidade, junto aos proprietários, as pessoas que trabalham na produção de banana, ainda não conseguem ter seu trabalho formalizado, suas carteiras assinadas, nem serem registrados como trabalhadores nesta área, ou mesmo receberem qualquer benefício previdenciário. Por este motivo, o impacto com relação à qualidade de emprego é baixo. Os índices que notificam o trabalho infantil e outros benefícios como contratação de empregados com carteira assinada são inexistentes, tornando o índice inamovível. Segundo os entrevistados, a adoção da tecnologia, proporcionou a contratação de mão de obra temporária, favorecendo a saída dos filhos para o estudo. Em alguns casos são oferecidos auxílio moradia e auxílio alimentação como aos trabalhadores temporários. 4.1.2. Tabela Impactos sociais aspecto Renda Indicadores Se aplica (Sim/Não) Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) Geral Geração de renda do estabelecimento Sim 15,00-15,00 Diversidade de fonte de renda Sim 5,40-5,40 Valor da propriedade Sim 3,98-3,98 *Tipo 1 Produtor Familiar (pequeno). **Tipo 2 Produtor patronal (médio, grande e comercial) Geração de renda do estabelecimento No tocante aos aspectos de renda, constatou-se que a adoção da tecnologia proporcionou considerável melhoria na geração de renda para as famílias, em especial este ano dada a crescente valorização do produto no mercado, contribuindo para a ampliação das fontes de renda existentes na propriedade, como expansão da área de plantio de banana e implantação de outras culturas, de viveiros de criação de peixes resultando em um coeficiente de impacto positivo e favorável de 15,00 para esta área pesquisada, acima dos valores encontrados em 2009 (9,55) e de 2010 (10,12) em outras áreas, com tendência a manter-se. Os principais componentes deste indicador foram segurança, estabilidade e distribuição, e moderada influência positiva no montante da renda. É importante 14

destacar o impacto que ocorreu na importação da banana do Estado de Roraima, desde 2010, alavancou a procura pelo produto oriundo do próprio Estado do Amazonas, favorecendo um incremento na renda destes produtores e, considerado por eles um fator positivo na geração de renda desde aquele ano. Diversidade de fonte de renda A adoção da tecnologia favoreceu este indicador quanto à diversificação da renda agropecuária no estabelecimento, com impacto positivo igual a 3,69. Nos outros componentes a tecnologia não provocou efeitos. Valor da propriedade Constatou-se que as propriedades que se dedicam ao cultivo da banana empregando a tecnologia preconizada, possuem mais investimentos, principalmente no aumento significativo da área de plantio (de 0,5ha a 3,0ha), em conformidade com a legislação de preservação das áreas permanentes, e/ou melhoria de áreas para produção de banana, portanto, estão mais valorizadas. Tais fatores resultaram em um salto positivo de 3,98 para 6,50, onde constata-se que a maioria administra seus recursos de forma a que lhes tragam maiores benefícios, principalmente no tocante aos investimentos na propriedade. 4.1.3. Tabela Impactos sociais aspecto Saúde Indicadores Se aplica (Sim/Não) Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) Geral Saúde ambiental e pessoal Sim 0,00-0,00 Segurança e saúde ocupacional Sim -0,44 - -0,44 Segurança alimentar Sim 5,58-5,58 *Tipo 1 Produtor Familiar (pequeno). **Tipo 2 Produtor patronal (médio, grande e comercial) Saúde ambiental e pessoal / Segurança e saúde ocupacional Este ano não houve relatos de utilização de agrotóxicos como o Tamaron, que combate as brocas que atacam os filhos das bananeiras, deixando estável este indicador. Porém, quanto ao indicador segurança e saúde ocupacional, o pequeno desvio negativo ocorre devido ao uso dos insumos modernos inerentes ao bom manejo do cultivo, necessários para manter a produtividade da cultura. Segurança Alimentar 15

Ao longo da história da cultura no Estado do Amazonas, a banana constitui-se em uma das principais frutas da dieta alimentar da sua população. Além disso, representa uma fonte contínua de renda, por produzir durante todo o ano. Assim, a utilização de variedades de bananeira resistentes à sigatoka-negra, continua ao longo destes anos de avaliação, implicando em reflexos positivos nos indicadores de segurança alimentar, igual a 5,58, considerados, principalmente, na escala local. Os componentes garantia da produção, quantidade de alimentos e qualidade nutricional do alimento retratam impactos positivos crescentes para estes índices. 4.1.4. Tabela Impactos sociais aspecto Gestão e Administração Indicadores Se aplica (Sim/Não) Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) Geral Dedicação e perfil do responsável Sim 4,18-4,18 Condição de comercialização Sim 4,47-4,47 Reciclagem de resíduos Sim 3,40-3,40 Relacionamento institucional Sim 7,20-7,20 *Tipo 1 Produtor Familiar (pequeno). **Tipo 2 Produtor patronal (médio, grande e comercial) Dedicação e perfil do responsável Neste indicador constatou-se que os agricultores que adotam a tecnologia, buscam maiores oportunidades de capacitação, consequentemente, adotam algumas práticas de manejo para o cultivo. O principal componente identificado foi o engajamento familiar, devido a maior participação da família no sistema produtivo, o que resulta no significativo índice de 4,18. Quanto ao uso de sistema contábil e modelo formal de planejamento já é possível assinalar que, devido ao impacto financeiro positivo, muitos produtores já fazem uso de algum planejamento tentando controlar fluxo de caixa e planejamento para futuros investimentos como aumentar o tamanho da área plantada e realizar aquisições como meios de transporte (motos ou carros), o que denota e demanda um certo planejamento financeiro por parte dos produtores. Quanto ao sistema de certificação, permaneceram inalterados, embora os produtores reconheçam a importância que deve ser dada a este componente. Embora alguns já utilizem o acompanhamento do fluxo de caixa das propriedades, no indicador capacitação, tem-se priorizado a orientação e capacitação quanto ao uso destes instrumentos administrativos em um módulo específico denominado Administração Rural, para favorecer o controle da atividade, esperando-se assim, de alguma forma, contribuir para melhoria dos índices neste indicador. 16

Condição de comercialização No ano de 2012, um fator positivo foi que grande parte dos produtores entrevistados contou com incentivo do Governo para comercialização da sua produção, por meio da disponibilização de caminhões para o transporte. Também este ano, 60% dos entrevistados adquiriu algum meio de transporte para encaminhar seus produtos e, outro fator de grande importância, é que as feiras que foram criadas pelo governo do Estado permanecem vigentes, com a sinalização para abertura de novas feiras em zonas diferentes da cidade, oportunizando ao produtor garantia da possibilidade de comercialização do seu produto. Esse conjunto de ações favorece o impacto positivo de 4,47 para este componente na área entrevistada, tendendo a melhorar este indicador pelo implemento de mais incentivos como acesso aos serviços de assistência técnica, ao crédito de custeio da produção de banana, bem como, ao melhoramento do sistema de embalagem e transporte do produto. Reciclagem de Resíduos Os agricultores que adotam a tecnologia estão mais conscientes quanto à coleta seletiva e a destinação do lixo doméstico. Porém, o manejo dos resíduos como sacos plásticos de adubo, deixa a desejar, por ainda terem como destinação a queima juntamente com outros resíduos domésticos. Contudo, nota-se um esforço por parte do produtor em separar esse material refugado, buscando dar a ele um novo destino, o que favorece este índice com 3,47 com tendência a melhorar. Relacionamento Institucional Quanto ao indicador relacionamento institucional, observou-se que os componentes: utilização de assistência técnica, associativismo e cooperativismo e empregados especializados foram positivamente alterados pela adoção tecnológica, com coeficiente de alteração significante, onde o índice de impacto positivo foi igual a 7,20, com tendência a verticalizar, pela busca que o produtor faz junto ao órgão de ATER (Idam), com vistas a melhorar seus conhecimentos e tirar dúvidas com os técnicos do setor. 4.2. Índice de Impactos Sociais 17

Geral Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) 3,56-3,56 *Tipo 1 Produtor Familiar (pequeno). **Tipo 2 Produtor patronal (médio, grande e comercial) A avaliação dos impactos sociais da tecnologia variedades de bananeira resistentes à sigatoka-negra apresentou Índice de Impacto positivo de 3,56, superior ao do ano anterior. Se forem consideradas as avaliações da mesma tecnologia em anos, apenas como efeito comparativo, na localidade em pauta Rio Preto da Eva este índice é bem representativo da importância do impacto dessa cultura para os produtores da localidade. No entanto, deve-se considerar também, os vários indicadores que compõe este índice e impactos relevantes em alguns destes e, em alguns elos da cadeia produtiva no ano de 2012. Os principais indicadores que se destacaram na composição deste índice permaneceram os mesmos: capacitação, geração de renda no estabelecimento, segurança alimentar, e relacionamento institucional. Novamente, ressalta-se a importância que deve ser dada ao aspecto gestão e administração, que auxiliarão os produtores na gestão de seus proventos e negócios, bem como, quanto ao componente condição de comercialização, que ainda reflete o baixo envolvimento dos produtores com o cooperativismo, embora participem de associações. O fortalecimento do cooperativismo representa alternativa viável para o desenvolvimento da agricultura familiar, pois, facilita o processo de comercialização, aquisição de financiamentos e principalmente a integração social das famílias envolvidas. Quanto ao indicador de saúde, somente os relativos à segurança alimentar apresentaram impactos positivos devido à importância da banana na dieta alimentar das populações e na composição da renda das propriedades. 4.3. Impactos sobre o Emprego De acordo com o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Estado do Amazonas (Idam), atualmente, 90% de quem planta bananeiras no Estado, cultiva as variedades recomendadas pela Embrapa, salvo as áreas do Rio Madeira, especificamente no município de Manicoré e uma área pontual do entorno de Manaus, que seria Presidente Figueiredo, Rio Preto da Eva e Careiro da Várzea e Manaus que plantam banana Pacovan para atender a demanda dos cafés regionais que servem 18

banana frita, contudo estes plantios apenas tornam-se possíveis porque atendem à recomendação do Comunicado Técnico Nº 59 Deposição e Fungicidas na Axila da Segunda Folha da Bananeira: Nova Tecnologia para o controle da Sigatoka-Negra, o que não deixa de ser uma tecnologia da Embrapa, caso contrário, não há como defendêlas todas as variedades - das doenças que acometem a cultura. Portanto, essa atividade econômica no Estado do Amazonas acomoda cerca de 254 empregos diretos, somente no segmento produtivo, salto impactante se comparado ao ano de 2010, cuja geração de empregos foi de 231. Geração de empregos Quantidade Quantidade de emprego gerado 254* * Empregos diretos, considerando-se somente o segmento produtivo. 4.4. Fonte de Dados O levantamento dos dados primários foi realizado nos meses de julho, agosto e setembro, de 2012, tendo como ano base o ano de 2012. Optou-se por entrevistar produtores em diferentes comunidades, onde a seleção dos municípios e definição da amostragem foi realizada em reunião com a equipe de avaliação de impactos da Embrapa sob a indicação do IDAM. Foram selecionados os municípios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva, foram visitados 15 produtores dos quais foi selecionada uma amostra de 10 produtores familiares, principal característica da agricultura no Estado do Amazonas. O Instituto de Desenvolvimento do Estado do Amazonas IDAM entrou em contato com os produtores para agendamento das entrevistas e acompanhou os membros da equipe responsável pelo Relatório de Impacto aos locais. Além dos dados primários, também foram coletados dados secundários em fontes do IDAM, Secretarias Municipais de Agricultura e IBGE também para composição dos impactos econômicos. Tabela 3.3.1 Número de consultas realizadas por município Municípios Estado Produtor Familiar Produtor Patronal Pequeno Médio Grande Comercial P. Figueiredo AM 5 5 Rio Preto da Eva AM 10 10 Total 15 15 Total 19

5. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS A Unidade utilizou a metodologia AMBITEC-Agro (x) Sim ( ) Não 5.1. Avaliação dos Impactos Ambientais Os impactos ambientais foram avaliados quanto aos aspectos de eficiência tecnológica, conservação ambiental e recuperação ambiental e índice de impacto ambiental, conforme metodologia estabelecida no Ambitec-Agro. 5.1.1. Alcance da Tecnologia A tecnologia tem sido adotada, principalmente, nos Estados do Amazonas e Rondônia, destacando-se o primeiro estado onde ocorre maior infestação da cultura pela Sigatoka-Negra. Segundo o IBGE, o Estado do Amazonas em 2012 plantou 9.406 ha com a cultura da banana, que segundo informações do Idam, relatadas no item anterior, pelo menos 90% são cultivadas sob as recomendações da Embrapa. De acordo com os comentários no item da Cadeia Produtiva, esta área de adoção poderá aumentar no ano de 2013 com base nos investimentos de ampliação de plantio (de 0,5ha a 3,0ha) realizados em 2012. 5.1.2. Eficiência Tecnológica 5.1.2.1. Tabela Impactos ambientais aspecto Eficiência Tecnológica Indicadores Se aplica (Sim/Não) Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) Geral Uso de agroquímicos/ insumos Sim -4,05 - -4,05 químicos e/ou materiais Uso de energia Sim -0,06 - -0,06 Uso de recursos naturais Sim 0,75-0,75 *Tipo 1 Produtor Familiar (pequeno). **Tipo 2 Produtor patronal (médio, grande e comercial) Uso de Agroquímicos / insumos químicos e ou materiais A adoção da tecnologia resultou em grande diminuição no uso de pesticidas e, principalmente fungicida, devido à resistência a sigatoka-negra, porém, há quem use esses recursos para o controle de plantas invasoras e insetos que possam resultar em 20

qualquer tipo de dano ao plantio. Quanto ao uso de fertilizantes, a tecnologia exige o aumento no uso deste. Assim, aqueles produtores que seguem as recomendações propostas pela Embrapa, afirmam que passaram a utilizar os fertilizantes de forma eficiente e controlada após a adoção da tecnologia, reduzindo também os custos de produção. Os insumos mais citados pelos produtores foram NPK, calagem, FTE, superfosfato, magnésio, também o adubo natural foi citado por praticamente todos os produtores. Como na área avaliada, prima-se pelo que preconiza a técnica, há um importante impacto com índice de -4,05 para o uso de agroquímicos/insumos químicos e/ou materiais, que são necessários ao resultado excelente do final no processo, manifestado por meio da colheita abundante, destacando seu potencial produtivo, ressaltando-se que embora a capacidade produtiva das cultivares plantadas seja alta, os produtores estão entusiasmados em expandir seus plantios pela grande valorização do produto no mercado local, permitindo entende-se que os reflexos destas ações positivas serão sentidas em 2012. Uso de energia Este indicador permaneceu praticamente inalterado, demonstrando que a tecnologia não influenciou no aumento de consumo de energia, com valor negativo igual a -0,06, indica alguma atividade que o produtor praticava antes, como a utilização de restos vegetais, e que após a adoção mateve-se o consumo deste. Uso dos recursos naturais Verificou-se junto aos produtores que adotam a tecnologia, que a expansão da área de plantio dá-se mais por motivo de buscarem aumentar seus proventos, do que para reparar baixa produtividade, pois todos na área avaliada, são unânimes em registrar que são conscientes da alta produtividade de suas áreas plantadas, e que ao mesmo tempo em que gera bom retorno financeiro (de 50% a 65%), estimula o produtor a reinvestir e expandir o bananal, quanto a diversificar com outras culturas, onde a criação de peixes tem sido bastante cogitada por uns e já implantada por outros. Quem atesta este dado é o IBGE que registra aumento do rendimento médio no último ano e a área plantada foi reduzida praticamente pela metade. Os outros componentes água para irrigação e água para processamente sofreram uma alta de 0,75, pois alguns produtores irrigam seus bananais. Gostaríamos neste item de dar destaque para as anotações do Analista de Transferência 21

de Tecnologia, Cícero Lucena, já citado neste trabalho, durante a visita aos Estados da Região Norte, em específico no Amazonas, no período de outubro/novembro-2012 que registrou os seguintes apontamentos acerca dos plantios locais nas áreas retratadas neste relatório, validando nossas impressões sobre a área em análise: Outro fator importante nesta comunidade é a diversificação dos cultivos e a integração com a produção animal. Para alcançar este sistema que busca otimizar o máximo os recursos da propriedade e garantir a segurança alimentar dos agricultores, foram necessários a intervenção do IDAM através da capacitação dos agricultores visando transferir as recomendações técnicas de cultivo da bananeira, na recomendação de variedades da Embrapa resistentes às principais doenças (sigatoka-negra, sigatoka-amarela e mal-do- Panamá), no gerenciamento da propriedade e na organização dos agricultores através de associação, visando a comercialização do excedente da produção para os programa de aquisição de alimento para a merenda escolar, e assim garantindo uma fonte de renda para os agricultores. Foto 4. Plantio de banana consorciado com laranja (A). Diversificação da propriedade, observado pelo plantio de laranja com pimenta de cheiro nas entrelinhas (B). 5.1.3. Conservação Ambiental 5.1.3.1. Tabela Impactos ambientais aspecto Conservação Ambiental Indicadores Se aplica (Sim/Não) Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) Geral Atmosfera Sim 0,00-0,00 Capacidade produtiva do solo Sim 4,05-4,05 Biodiversidade Sim 0,40-0,40 Qualidade da água Sim 1,50-1,50 Geração de resíduos sólidos Sim - - - *Tipo 1 Produtor Familiar (pequeno). **Tipo 2 Produtor patronal (médio, grande e comercial) 22

Atmosfera Os produtores antes da adoção da tecnologia praticavam atividades que geravam poluentes atmosféricos como, por exemplo, exploração de carvão. Considerando que o CO 2 é gerado, tanto por atividades relacionadas com o uso de combustíveis fósseis, como por queima de resíduos da colheita, de pastagens, e da vegetação em geral, a adoção da tecnologia permitiu o abandono desta prática por estes produtores, permitindo que o ambiente não sofra alterações quanto a possíveis agressões. Além disso, a adoção da tecnologia aumenta a capacidade produtiva do solo o que gerou um índice de 4,05 de impacto positivo para este item. Capacidade produtiva do solo Verificou-se que os produtores que adotam a tecnologia, conseguem cultivar a mesma área por um período mais longo de tempo, ampliando a capacidade produtiva do solo. As Secretaria Municipais de Agricultura e IDAM estão articulando novas formas de apoio a estes agricultores para que ocorra um bom manejo da cultura e, para que esse prazo se prolongue, ou seja, por dez anos, ciclo de vida de um bananal. Qualidade da água A adoção da tecnologia praticamente não gerou alteração no indicador qualidade da água, principalmente, devido aos plantios não receberem irrigação, sendo que apenas alguns são irrigados durante o forte verão da região norte, porém, os produtores reconhecem que nesta época do ano deveriam irrigar seus plantios, por haver uma percepção de as plantas sofrem nesta época. Contudo, apesar de seus plantios estarem próximos a igarapés e leitos de água, eles ainda não se estruturaram para fazer funcionar sistemas de irrigação dentro dos bananais. Igualmente, observa-se que o uso da tecnologia não afeta os mananciais de água. Biodiversidade A expansão de áreas plantadas, como já se disse no item uso de recursos naturais, mais para aumento de proventos do que por necessidade de compensar produtividade, ocasionou em perdas da biodiversidade pontual e local, contribuindo para um pequeno impacto de vegetação nativa, porém sem efeito para corredores de fauna e extinção de espécies ou variedade caboclas. O índice aponta um comedido 23

aumento para este indicador, igual a 0,40, o que para para o tamanho da área de cada produtor não é muito significativo. Vale ressaltar também que existem políticas públicas para o Estado do Amazonas diferenciadas de outras regiões, ou seja, desmatamento praticamente zero, fazendo com que a prática no cultura da banana, possa ser uma alternativa de atividade rural bastante promissora para estes agricultores, vindo ao encontro dos ideais conservacionistas do Estado. Geração de resíduos sólidos O cultivo de banana não acarreta geração de resíduos sólidos. 5.1.4. Recuperação Ambiental Os produtores que adotam a tecnologia recebem orientação técnica para implantarem o cultivo em áreas anteriormente cultivadas ou em áreas de capoeira, evitando-se a derrubada de floresta primária. Na área em estudo, os agricultores puderam aproveitar a área já desbastada pela prática do carvão, por isso o baixíssimo impacto de 0,40. 5.1.4.1. Tabela Impactos ambientais aspecto Recuperação Ambiental Indicadores Se aplica (Sim/Não) Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) Geral Recuperação ambiental Sim 0,42-0,42 *Tipo 1 Produtor Familiar (pequeno). **Tipo 2 Produtor patronal (médio, grande e comercial) 5.2. Índice de Impacto Ambiental Geral Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) 0,37-0,37 *Tipo 1 Produtor Familiar (pequeno). **Tipo 2 Produtor patronal (médio, grande e comercial) O Índice de Impacto Ambiental da integração tecnológica do uso de variedades de bananeira resistentes à sigatoka-negra nas propriedades visitadas, nos municípios de Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo, foi igual a 0,37 de um valor máximo possível de 15, o que representa que na área pesquisada, o impacto ambiental que a adoção da tecnologia causa é mínimo, além de os bananais serem plantios perenes, praticados em 24

áreas alteradas ou em áreas de capoeira, o que contribui para evitar a derrubada de floresta, demonstrando que o cultivo de variedades de bananeiras resistentes à Sigatoka- Negra, gerou impactos insignificantes no tocante a alteração do meio ambiente onde se encontra instalado, uma vez que a atividade é primária, sem grandes demandas impactantes. Mesmo com a intenção de ampliar dos plantios, os produtores continuarão usando áreas alteradas, indicando que este índice, no que dependa das recomendações ao cultivo da cultura, continuará sem alterações por muito tempo. 5.3. Fonte de Dados O levantamento dos dados primários foi realizado no mês de agosto de 2012, tendo como ano base o referido ano. Optou-se por entrevistar produtores dos municípios de Rio Preto da Eva e de Presidente Figueiredo, onde a maioria que compõe o relatório são de Rio Preto da Eva. Foram selecionados os municípios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva e uma amostragem de 15 produtores familiares, sendo escolhidos 10 para servirem de fonte à elaboração deste Relatório de Impacto. O Instituto de Desenvolvimento do Estado do Amazonas IDAM entrou em contato para agendamento das entrevistas. A entrevista/vistoria também foi realizada com o apoio de um técnico do IDAM, que acompanha o desempenho da cultura em cada município. Além dos dados primários, também foram coletados dados secundários junto ao IDAM, Secretarias Municipais de Produção e IBGE. composição dos impactos econômicos. Tabela 5.3.1 Número de consultas realizadas por município Municípios Estado Produtor Familiar Esses dados também auxiliaram na Produtor Patronal Pequeno Médio Grande Comercial P. Figueiredo AM 5 - - - 5 Rio Preto da Eva AM 10 - - - 10 Total 15 - - - 15 Total 6. AVALIAÇÃO INTEGRADA E COMPARATIVA DOS IMPACTOS GERADOS Desde 2009 a área plantada da cultura da banana vem sendo significativamente alterada por fatores ambientais, como estiagens severas e as grandes enchentes que vêm 25

se abatendo sobre o Estado do Amazonas, nos últimos anos. Apesar do cenário da cultura da banana no Estado como um todo apresentar-se em queda de 52,16%, tendo uma área colhida 54,30% menor (3.675ha) em 2012 em relação (8.042ha) a 2011 - (dados do IBGE/2012), a cultura da banana conseguiu obter uma produtividade de 11.998kg/ha, representando um acréscimo acima de 4,68% em relação ao ano anterior. Além disso, devido à grande procura pelo produto em épocas de baixa oferta, houve melhora no preço de venda, sendo comercializado em média a R$1,32/kg. Observou-se ao longo de 2012, que a tecnologia possui potencial de crescimento e vem contando com o apoio do Órgão de Assistência Técnica do Estado Idam, que tem dado atenção especial quanto à indicação e distribuição de mudas das variedades de bananeiras geradas pela Embrapa. Em 2009 foram 3 milhões de mudas, o que tem-se refletido em produtividade para os anos seguintes. Além disso, este e outros órgãos como o próprio IBGE buscou o apoio da Embrapa Amazônia Ocidental para formalização de parcerias visando o fortalecimento da cultura no Estado. Com estas parcerias e ações em favorecimento da cultura, espera-se um ambiente cada vez mais favorável tanto no âmbito estadual como no nacional. Vale destacar a necessidade de serem desenvolvidos todos os elos da cadeia produtiva, a fim de que se favoreça o crescimento e fortalecimento do produtor rural. Com a análise dos índices de impactos econômicos, sociais e ambientais da tecnologia Variedade de bananeiras resistentes a sigatoka-negra, pode-se observar que esta tecnologia trouxe grande contribuição para o aprimoramento da agricultura familiar no Estado do Amazonas. Para a Amazônia, é imprescindível que se gere tecnologias, em especial para a agricultura, visando a sustentabilidade do seu desenvolvimento econômico, social e ambiental. Para que esse processo flua de maneira mais uniforme, alguns dos aspectos como Emprego, bem como, Gestão e Administração, auditados no índice de impacto social necessitam ser potencializados. Entende-se, que a partir da identificação dos principais impactos positivos e negativos será possível apontar as oportunidades de melhorias para que a tecnologia possa alcançar todo o seu potencial de contribuição para o desenvolvimento destas três dimensões. De maneira geral, os índices apresentados nas dimensões sociais (3,56) e 26