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Transcrição:

Síntese de diversas matérias fiscais de maior relevo ocorridas na 2.ª quinzena de novembro de 2016 1 1 - IVA Doações a entidades integradas na Rede Portuguesa de Museus: - Lei n.º 36/2016, de 21 de novembro. Isenta de imposto sobre o valor acrescentado as transmissões de bens a título gratuito efetuadas a entidades integradas na Rede Portuguesa de Museus e destinadas a integrar as respetivas coleções. Nota: - Para o efeito, altera o n.º 10 do artigo 15.º do Código do IRS, passando a referida isenção a constar da sua alínea c). 2 - Limites máximos das perdas por imparidade e outras correções de valor para risco específico de crédito: - Decreto Regulamentar n.º 5/2016, de 18 de novembro. Estabelece os limites máximos das perdas por imparidade e outras correções de valor para risco específico de crédito dedutíveis para efeitos do apuramento do lucro tributável em imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas. Nota: - De acordo com o seu preâmbulo, no que respeita às entidades sujeitas à supervisão do Banco de Portugal, a determinação dos montantes anuais das perdas por imparidade em ativos dedutíveis, em especial nos créditos, apresenta especificidades que justificam a previsão de normas próprias, estando a possibilidade de fixação de regras sobre esta matéria por decreto regulamentar, consagrada no n.º 1 do artigo 28.º -C do CIRC. 3 - Declaração modelo 52 - Tributação Autónoma Especial: - Despacho n.º 14076/2016, de 23 de novembro, do Ministro das finanças. Nos termos do n.º 2 do artigo 9.º do Decreto -Lei n.º 66/2016, de 3 de novembro, aprova o modelo de declaração e respetivas instruções, designado por Reavaliação de Ativos Fixos Tangíveis (AFT) e Propriedades de Investimento (PI) Tributação Autónoma Especial Modelo 52 e respetivas instruções de preenchimento. Nota: - O Decreto -Lei n.º 66/2016, de 3 de novembro, veio estabelecer um regime facultativo de reavaliação do ativo fixo tangível e propriedades de investimento, sendo que, em caso de opção pelo regime, é devida uma tributação autónoma especial correspondente a 14 % do valor da reserva de reavaliação, sem possibilidade de qualquer dedução. 4 - Imposto do Selo - Verba 28 da Tabela Geral: - Acórdão do Tribunal Constitucional n.º 227/2016, de 25 de novembro. 1 Destina-se apenas a que os nossos associados tenham conhecimento, em tempo útil, da existência da norma ou instrução administrativa e fiquem com uma ideia sucinta do seu conteúdo. Não dispensa a leitura cuidada dos próprios documentos, aquando da sua aplicação prática.

Não julga inconstitucional a norma da verba 28 da Tabela Geral do Imposto do Selo, na redação introduzida pela Lei n.º 55-A/2012, de 29 de outubro, e alterada pela Lei n.º 83-C/2013, de 31 de dezembro, que impõe a tributação anual sobre a propriedade de prédio habitacional ou de terreno para construção cuja edificação, autorizada ou prevista, seja para habitação, cujo valor patrimonial tributário seja igual ou superior a EUR 1 000 000,00. 5 - IVA Atividades desenvolvidas por estabelecimentos termais: - Ofício Circulado n.º 30184. De 2016.11.14. Esclarece o enquadramento para efeitos de IVA, das atividades desenvolvidas por estabelecimentos termais, conforme estejam em causa prestações de serviços fundamentais, serviços complementares ou serviços acrescentados ou colaterais, beneficiando apenas da isenção prevista na alínea 2) do artigo 9.º do Código do IVA os dois primeiros tipos de serviços que visem a prevenção, tratamento e, se possível, a cura da doença ou outros distúrbios de saúda e que sejam efetuados por prescrição médica que estabeleça a terapêutica à patologia do termalista. Nota: - Os sujeitos passivos que explorem os referidos estabelecimentos termais enquadrados na alínea 2) do artigo 9.º do CIVA, podem renunciar à isenção, nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 12.º do mesmo diploma. 6 - Regulamento (CE) n.º 1126/200: - Regulamento (UE) 2016/2067 da Comissão de 22 de novembro de 2016, publicado no JOUE n.º L 323. De 2016.11.29, na página 1. Altera o Regulamento (CE) n.º 1126/2008, que adota determinadas normas internacionais de contabilidade nos termos do Regulamento (CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho, no que diz respeito à Norma Internacional de Relato Financeiro 9. 7 - IVA Diretiva 2006/112/CE Isenções a favor de certas atividades de interesse geral Artigo 132.º, n.º 1, alínea d) Entregas de órgãos, de sangue e de leite humanos Alcance Plasma de sangue humano transformado e utilizado para fins industriais: - Acórdão do TJUE, de 2016.10.05 Processo n.º C-412/15, publicado no JOUE n.º C 441, de 2016-11-28, na página 3. O artigo 132.º, n.º 1, alínea d), da Diretiva 2006/112/CE do Conselho, de 28 de novembro de 2006, relativa ao sistema comum do imposto sobre o valor acrescentado, deve ser interpretado no sentido de que as entregas de sangue humano que os Estados-Membros estão obrigados a isentar por força desta disposição, não visam as entregas de plasma obtido a partir de sangue humano, quando esse plasma não se destine diretamente a uma utilização terapêutica, mas exclusivamente à produção de medicamentos. 8 - IVA Diretiva 2006/112/CE Artigo 2.º, n.º 1, alínea a) Artigo 9.º, n.º 1 Artigo 14.º, n.º 1 Artigos 73.º, 80.º e 273.º Princípios da neutralidade fiscal e da proporcionalidade Fraude fiscal Irregularidades na contabilidade Dissimulação de entregas e de receitas Determinação do valor tributável: - Acórdão do TJUE, de 2016.10.05 Processo n.º C-441/07, publicado no JOUE n.º C 441, de 2016-11-28, na página 5. Os artigos 2 º, n.º 1, alínea a), 9.º, n.º 1, 14.º, n.º 1, 73.º e 273.º da Diretiva 2006/112/CE do Conselho, de 28 de novembro de 2006, relativa ao sistema comum do imposto sobre o valor acrescentado, bem como o

princípio da neutralidade fiscal, devem ser interpretados no sentido de que não se opõem a uma regulamentação nacional, como a que está em causa no processo principal, nos termos da qual, não se encontrando no armazém de um sujeito passivo as mercadorias que lhe foram fornecidas e na falta de registo, na contabilidade desse sujeito passivo, dos correspondentes documentos fiscais, a Administração Fiscal pode presumir que o referido sujeito passivo vendeu posteriormente essas mercadorias a terceiros e determinar o valor tributável das vendas das referidas mercadorias em função dos elementos de facto de que dispõe, em aplicação de regras não previstas por essa diretiva. Cabe, todavia, ao órgão jurisdicional de reenvio verificar se as disposições dessa regulamentação nacional não vão além do que é necessário para assegurar a cobrança exata do IVA e evitar a fraude. 9 - Conflito de competência - Competência material - Imposto Municipal sobre Imóveis - Prédio devoluto: - Acórdão do STA, de 2016.11.03 Processo n.º 0508/16. O Tribunal Tributário de Lisboa é materialmente competente para conhecer da impugnação da declaração de prédio devoluto emitida pelo Município de Lisboa nos termos do Decreto-Lei n.º 159/2006, de 8 de agosto, para os efeitos do artigo 112.º, n.º 3 do Código do Imposto Municipal sobre Imóveis. 10 - IRS - Impugnação judicial- Prescrição: - Acórdão do STA, de 2016.11.09 Processo n.º 01189/16. I - O efeito interruptivo da prescrição decorrente da instauração de impugnação judicial cessava na vigência do nº 2 do artigo 49 da LGT pela paragem do processo por período superior a um ano por facto não imputável ao sujeito passivo, somando-se o tempo que decorrer após esse período que tiver decorrido até à data da autuação. II - Porém embora o efeito interruptivo por tal causa tenha cessado, reiniciando-se a sua contagem nos termos referidos em I, tal efeito suspende-se por força da instauração da execução fiscal com prestação de garantia enquanto não houver decisão no processo de impugnação onde se discute a legalidade da liquidação donde deriva a dívida em cobrança. III - Transitada que seja a sentença na contagem do tempo para aferir da prescrição ter-se-á em conta o tempo decorrido até à data da autuação do processo de impugnação a que acrescerá (somando-se) o tempo decorrido a partir do termo do ano em que ocorreu a paragem relevante do processo. 11 - Execução fiscal Prazo - Extinção da execução- Prazo ordenador - Indeferimento liminar - Manifesta improcedência: - Acórdão do STA, de 2016.11.09 Processo n.º 01176/16. I - O indeferimento liminar, por manifesta improcedência, só deve decretar-se quando tal improcedência for evidente em termos de o seguimento do respectivo processo carecer, em absoluto, de razão de ser. II - O prazo de um ano previsto no art. 177º do CPPT (extinção da execução) reveste natureza ordenadora e disciplinar pelo que o seu decurso não determina a extinção da execução fiscal. 12 - Impugnação judicial Notificação RGIT - Erro na forma de processo Convolação: - Acórdão do STA, de 2016.11.09 Processo n.º 01013/16. I - O processo de impugnação judicial sendo uma forma de processo especial apenas pode ser utilizado para impugnar os actos tributários discriminados no artigo 95 da LGT e 97 nº1 alíneas a) a g) do CPPT. II - Tendo o impugnante em sede de impugnação alegado factos compatíveis com o processo de oposição à execução fiscal deve o juiz curar da possibilidade de convolação do processo de impugnação judicial em processo de oposição.

III - Sendo o impugnante, no caso, responsável subsidiário, a convolação do processo de impugnação para oposição só seria possível se, tendo sido instaurada execução contra o devedor originário, a mesma tivesse sido revertida contra o responsável. IV - Não sendo possível a convolação deveria a petição inicial ser indeferida liminarmente por erro na forma do processo. Todavia, se o processo prosseguir, tal erro determina a anulação de todo o processado e a absolvição da instância da entidade demandada. 13 - Embargos de terceiro Penhora Imóvel - Separação de pessoas e bens Convolação: - Acórdão do STA, de 2016.11.09 Processo n.º 0972/16. Face ao disposto no art. 1795º-A do CCivil, nos termos do qual, relativamente aos bens, a separação de pessoas e bens produz os efeitos que produziria a dissolução do casamento (extinguindo-se, consequentemente, qualquer regime de bens existente), ficará afastada a obrigatoriedade legal de citação do cônjuge do executado à luz do disposto no art. 239º do CPPT, podendo ser admitido a deduzir embargos de terceiro, em caso de posterior penhora sobre bem imóvel de que é proprietário. 14 - Faturas falsas Acordo Custos - Desconsideração de custos: - Acórdão do STA, de 2016.11.16 Processo n.º 0600/15. I - É de admitir o recurso por oposição de acórdãos em que se verifique uma identidade substancial (entendida não como uma total identidade dos factos mas apenas como a sua subsunção às mesmas normas legais) das situações fácticas em confronto, que determine divergência de soluções quanto à mesma questão de direito. II - Para que a AT proceda à correcção do lucro tributável por desconsideração dos custos suportados por facturas existentes na escrita do contribuinte e relativamente às quais considera não se terem efectivamente realizado as operações nelas consubstanciadas, não tem de fazer prova da existência de acordo simulatório (existência de divergência entre a declaração e a vontade negocial das partes por força de acordo entre o declarante e o declaratário, no intuito de enganar terceiros cfr. art. 240.º do CC) para satisfazer o ónus de prova que sobre si impende. III - Basta à AT provar a factualidade que a levou a não aceitar esses custos, factualidade essa que tem de ser susceptível de abalar a presunção de veracidade das operações constantes da escrita do contribuinte e dos respectivos documentos de suporte, só então passando a competir ao contribuinte o ónus de prova do direito de que se arroga (o de exercer o direito de deduzir os custos ao lucro tributável) e que não é reconhecido pela AT, ou seja, o ónus de prova de que as operações se realizaram efectivamente e ocorrem os pressupostos de que depende o seu direito àquela dedução. 15 - Execução fiscal Apensação - Exceção dilatória - Código de Processo Civil: - Acórdão do STA, de 2016.11.16 Processo n.º 01012/16. I - Apesar de ser legalmente permitida a apensação de processos de execução, nos termos do art. 179º do CPPT (desde que corram contra o mesmo executado e se encontrem na mesma fase), essa decisão de apensação inscreve-se na competência do órgão da execução fiscal, não obstante a natureza judicial do processo de execução fiscal (nº 1 do art. 103º da LGT). II - A dedução de uma única oposição a diversas execuções fiscais que não estão apensadas, apreciada em fase de sentença, constitui excepção dilatória inominada que obsta ao conhecimento do mérito daquela (art. 576º do novo CPC). III - No entanto, em caso de absolvição da instância, sempre pode o oponente prevalecer-se do disposto no art. 279.º do CPC.

16 - Garantia Caducidade Indemnização Limites: - Acórdão do STA, de 2016.11.16 Processo n.º 0192/14. Verificada a caducidade da garantia, tem a impugnante direito a ser indemnizada pelos encargos suportados com a sua prestação, até ao seu efectivo cancelamento, sempre nos limites do nº 3 do art. 53º da LGT. 17 - Impugnação Caducidade - Suspensão de prazo Inspeção: - Acórdão do STA, de 2016.11.16 Processo n.º 01147/15. I - O prazo de caducidade do direito à liquidação suspende-se com a notificação ao contribuinte de início de acção inspectiva externa, mas esse efeito suspensivo cessa, e o prazo conta-se do seu início, caso a inspecção ultrapasse seis meses contados a partir daquela notificação. II - Nos casos em que a inspecção externa tem uma duração inferior a seis meses, o efeito suspensivo do prazo de caducidade, previsto no artigo 46º, nº 1, da LGT, mantém-se até à notificação ao contribuinte da conclusão do procedimento inspectivo, pela elaboração do relatório final. III - Esta interpretação não viola os princípios constitucionais da legalidade, da segurança jurídica, da igualdade, da boa-fé e da proporcionalidade. 18 - IRS - União de facto: - Acórdão do STA, de 2016.11.16 Processo n.º 0761/15. O incumprimento do disposto no artigo 14º, n.º 2 do CIRS, na redacção em vigor à data dos factos, não impedia os interessados de optar pelo regime da tributação própria dos contribuintes unidos pelo casamento. 19 - Prestação de serviços - Rendimento coletável: - Acórdão do STA, de 2016.11.16 Processo n.º 0379/16. Na aplicação dos coeficientes previstos nas als. a) a c) do nº 1 do art. 31º do CIRS não há que efectuar a distinção entre o valor dos materiais incorporados na obra e o valor da mão-de-obra, se a actividade desenvolvida se traduz numa uma única actividade de prestação de serviços. 20 - Impugnação judicial - Omissão de pronúncia - Falta de fundamentação: - Acórdão do STA, de 2016.11.16 Processo n.º 0954/16. I - Ocorre nulidade da sentença por omissão de pronúncia se nesta se deixaram de conhecer questões suscitadas na petição inicial cujo conhecimento não deva ter-se como prejudicado em face da solução dada ao litígio (cfr. art. 125.º do CPPT). II - Os actos tributários estão sujeitos a fundamentação (art. 268.º, n.º 3, da CRP e art. 77.º da LGT), a qual deve permitir aos seus destinatários ficar a conhecer os motivos por que a Administração os praticou e habilitá-los a optar conscientemente entre conformarem-se com os mesmos ou contra eles reagirem. III - Não pode ter-se como fundamentada a liquidação de juros compensatórios da qual, com referência à mesma liquidação de IRS, constam dois valores base sem que se justifique o porquê, e não se faz alusão alguma ao motivo por que os valores das taxas de juros são os aí referidos, designadamente indicando as disposições legais que os suportam e prevêem.