A DEDUÇÃO DO IVA SUPORTADO NA IMPORTAÇÃO. Cadernos IVA
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- Inês Caldas Morais
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1 A DEDUÇÃO DO IVA SUPORTADO NA IMPORTAÇÃO Cadernos IVA
2 1 O DIREITO À DEDUÇÃO E A IMPORTAÇÃO
3 O DIREITO À DEDUÇÃO ENQUADRAMENTO O direito à dedução em sede de IVA é imprescindível ao adequado funcionamento do imposto e crucial à sua neutralidade. Este direito encontra consagração expressa desde a primeira Directiva IVA, referindo-se ao mesmo actualmente o artigo 1.º da Directiva IVA, constando o regime e os termos do exercício desse direito, incluindo quanto aos respectivos requisitos, dos artigos 167.º e ss. daquele mesmo instrumento de Direito Europeu, tudo quanto foi reflectido no Código do IVA. Em sede jurisprudencial, o TJUE vem consistentemente afirmando que o direito à dedução não pode, em princípio, ser limitado, excepto nos apertados casos expressamente previstos hoje na Directiva IVA, pelo que o direito à dedução deve aplicar-se de forma idêntica em todos os Estados-membros.
4 A IMPORTAÇÃO DE BENS ENQUADRAMENTO A importação de bens é uma das operações sobre as quais incide IVA, tributando-se aí qualquer introdução no território da União das mercadorias originárias ou provenientes de países ou territórios terceiros, mesmo que realizada por particulares e ainda que o seja para fins estritamente privados, a título ocasional e com vista ao consumo final. A qualidade do importador e o fim a que se destinam os bens são relevantes no que respeita ao preenchimento dos requisitos de certas isenções de IVA na importação e para o exercício do direito à dedução do imposto.
5 2 O EXERCÍCIO DO DIREITO À DEDUÇÃO
6 O EXERCÍCIO DO DIREITO À DEDUÇÃO REQUISITOS GERAIS Requisito subjectivo: o direito à dedução depende de o mesmo ser exercido por quem, de forma independente, se dedique a uma actividade económica continuada, qualquer que seja a respectiva natureza. Requisito objectivo: apenas será dedutível o IVA suportado na transmissão de bens ou na aquisição de serviços se estes bens ou serviços se destinarem a ser utilizados na actividade económica do sujeito passivo de imposto.
7 O EXERCÍCIO DO DIREITO À DEDUÇÃO REQUISITOS GERAIS Requisito respeitante à finalidade: é necessário que aos bens ou aos serviços seja dado uso para os fins das suas operações tributadas. Requisitos formais: o exercício do direito à dedução supõe que o imposto conste de factura emitida nos termos da Directiva IVA e do Código do IVA e que, como tal, cumpra determinadas formalidades.
8 3 O CASO DA IMPORTAÇÃO Dedução de 50% do IVA da sua aquisição, fabrico, importação, locação ou transformação de viaturas de turismo movidas a GPL ou GNV. Imposto sobre Veículos (taxas e redução).
9 O CASO DA IMPORTAÇÃO A IMPORTAÇÃO E O IMPORTADOR Estaremos face a uma importação relevante em sede de IVA quer pela mesma se opere uma transferência do poder de dispor de um bem corpóreo como proprietário, quer tal não se verifique. É essencialmente apenas a existência de um movimento físico de bens entre o território da União e o país (ou território terceiro).
10 O CASO DA IMPORTAÇÃO A IMPORTAÇÃO E O IMPORTADOR Artigo 201.º da Directiva IVA: O IVA é devido por quem seja reconhecido, de acordo com a legislação aduaneira, como devedor pelo Estado-Membro da importação. Artigo 2.º, n.º 1, alínea b) do Código do IVA: O imposto é devido por quem, segundo aquela legislação, realize a importação dos bens.
11 O CASO DA IMPORTAÇÃO A IMPORTAÇÃO E O IMPORTADOR Considerando as regras aduaneiras aplicáveis, o encargo do IVA impende, em princípio, sobre o declarante e, em caso de representação indirecta, sobre a pessoa por conta de quem este actua por serem efectivamente estes que são considerados devedores dos direitos de importação. Assim, o titular do direito à dedução do IVA da importação corresponderá, em regra, ao devedor daqueles direitos alínea e) do artigo 168.º da Directiva IVA e artigo 19.º, n.º 1, alínea b) do Código do IVA. Nos planos subjectivo e objectivo, é imprescindível que quem pretende deduzir o imposto se assuma como sujeito passivo de IVA e é necessário que o sujeito passivo, no contexto da prossecução da sua actividade, leve a cabo operações sujeitas a IVA e dele não isentas, a não ser que estejam em causa isenções completas.
12 O CASO DA IMPORTAÇÃO A IMPORTAÇÃO E O IMPORTADOR O sujeito só poderá deduzir o IVA mencionado no recibo de pagamento do IVA que faz parte das declarações de importação, bem como em documentos emitidos por via electrónica pela Autoridade Tributária e Aduaneira, nos quais constem o número e a data do movimento de caixa, que deverão figurar em nome e na posse do sujeito passivo cfr. artigo 178.º, alínea e), da Directiva IVA e artigo 19.º, n.º 2, alínea b) do Código do IVA. O IVA devido ou pago na importação é dedutível quando os bens em causa sejam utilizados para os fins das suas operações tributadas, encontrando-se o direito à dedução dissociado da aquisição de um direito de propriedade dos bens cfr. artigo 168.º, alínea e) da Directiva IVA, artigo 19.º, n.º 1, alínea b) do Código do IVA artigo 20.º, n.º 1 do Código do IVA.
13 O CASO DA IMPORTAÇÃO CASO PADRÃO Contrato de fabricação de produtos finais com recurso a componentes importados pelo fabricante. Os componentes e os bens finais que os integram são propriedade do cliente.
14 O CASO DA IMPORTAÇÃO CASO PADRÃO Os bens importados são fisicamente consumidos na execução de operações tributáveis executadas pelo sujeito passivo, sendo indispensáveis à concretização das mencionadas operações = conexão directa e imediata entre aquela importação a montante e as operações tributáveis surgidas a jusante. A aquisição do poder de dispor, como proprietário, dos bens trazidos para o território da União, não é característica definidora da importação, enquanto operação tributável em IVA. O sujeito passivo deve dispor do documento comprovativo da importação em que figure como destinatário ou importador, e aí deve mencionar-se o montante do IVA devido ou deve ser possível calculá-lo através desse documento. A ser assim, não restariam dúvidas quanto à validade do exercício do direito à dedução do IVA da importação.
15 Obrigada pela Vossa atenção. Andreia Gabriel Pereira
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