O processo de ajustamento da economia Portuguesa, e a consequente política orçamental restritiva, conduziram a um agravamento da contracção da procura interna e uma queda ainda mais expressiva no consumo privado e no rendimento disponível. Esta conjuntura macroeconómica desfavorável influenciou muito negativamente o tráfego na rede concessionada. Em 2012, o Tráfego Médio Diário Anual (TMDA) na Brisa Concessão Rodoviária (BCR) diminuiu 14,0%. Ao nível dos quilómetros percorridos na rede (circulação), essa variação foi de -13,7% em virtude do dia a mais de Fevereiro de 2012. Receitas Operacionais Os proveitos operacionais ascenderam a 447,1 M, elevando-se as receitas de portagem a 432,9 M, sendo 11,4% inferiores a 2011. Custos operacionais Os custos operacionais relevados no exercício ascenderam a 277,9 M. A rubrica de Fornecimentos e Serviços Externos (122,5 M ) reflecte essencialmente os custos de subcontratação dos serviços de operação e manutenção da rede de auto-estradas concessionadas, bem como os custos de cobrança electrónica de portagens. A rubrica de Amortizações e Provisões (151,2 M ) inclui 15,2 M de provisões relacionadas com custos em que a BCR irá incorrer no futuro, relacionados com grandes reparações a efectuar na rede. Em Dezembro de 2012, o número de colaboradores da BCR era de 16, mantendo-se inalterado face a 2011, reflectindo-se numa despesa de 2,9 M. Resultados operacionais A margem EBITDA foi de 71,7%, verificando-se uma diminuição de 2,8pp relativamente a 2011. O resultado operacional, de 169,2 M, diminui 43,3 M comparativamente a 2011. www.brisaconcessao.pt Pág 1 de 6
Investimento O investimento na rede concessionada totalizou 44,2 M, mantendo-se a maior fatia afecta a alargamentos de sublanços, no montante de 20 M. Considerado aqui como investimento, as grandes reparações (10,5 M ) são contabilisticamente consideradas como custos operacionais (provisões). Foram igualmente realizados outros investimentos na rede barreiras acústicas, equipamentos, novos nós e ligações no valor de 13,7 M. Resultados Financeiros Os Resultados Financeiros da BCR registaram em 2012 um valor negativo de 127,2 M, representando um agravamento em 21,7 M em relação ao período homólogo. Os Proveitos Financeiros, que correspondem inteiramente à rubrica de Juros Obtidos, atingiram 6,0 M, diminuindo assim 1,9 M face ao montante registado em 2011 e reflectindo a redução ao longo de 2012 na remuneração de depósitos pelas instituições bancárias. Os Custos Financeiros ascenderam a 133,4 M, o que compara com 113,3 M em 2011, com parte desse aumento proveniente da componente de Juros Suportados (mais 11,8 M resultantes principalmente de taxas de juro mais elevadas), sendo o restante originado pela rubrica Outros Juros e Custos Financeiros (mais 8,2 M, os quais resultam, em particular, de maiores custos bancários). Dívida Financeira Apesar do enquadramento adverso vivido em Portugal, com condições de mercado extremamente difíceis, a BCR conseguiu ao longo de 2012 fortalecer a sua posição de liquidez, aumentar a maturidade da sua dívida e reduzir o risco de financiamento, essencialmente através da realização de quatro emissões de obrigações no montante total de 688,5 M e da negociação/renovação de linhas de crédito curto prazo e programas para emissão de papel comercial com garantia de subscrição, as quais ascendem a um montante total de 349,4 M. www.brisaconcessao.pt Pág 2 de 6
No final de 2012 a dívida líquida da BCR ascendia a 2 154,4 M tendo diminuído 98 M em relação ao final do ano anterior. A BCR finalizou o ano com cerca de 310 M de liquidez, estando 276 M colocados em depósitos bancários junto de instituições financeiras e os restantes 34 M investidos em obrigações. No final de 2012 cerca de 79% da dívida da BCR estava sujeito ao regime de taxa de juro fixa e cerca de 21% ao regime de taxa de juro variável. O custo médio ponderado da dívida (incluindo o impacto dos instrumentos financeiros derivados) era de 4,39%. As notações de Rating atribuídas à BCR são de BBB (Negative Outlook) pela Fitch Ratings e de Ba2 (Negative Outlook) pela Moody s. Existem também quatro covenants sob a forma de rácios financeiros (designados de Net Senior Debt/EBITDA, Historic ICR, Forward Looking ICR e CLCR), relativamente aos quais estão definidos dois limites - um sob forma de trigger event e outro sob forma de event of default - com dois níveis distintos de condições impostas à BCR no caso de algum dos rácios ultrapassar esses mesmos limites. De referir que todos estes rácios se encontram, à data de 31/12/2012, dentro dos limites estabelecidos, com excepção do rácio Net Senior Debt/EBITDA, cujo cálculo resultou num valor de 7,01, ultrapassando assim o limite máximo de 6,50 definido para o respectivo nível de trigger event. Considerando que a BCR já se encontrava em trigger event desde 29 de Novembro de 2011 (na sequência da descida de rating para Ba1), não decorrem deste novo facto quaisquer outras consequências contratuais para a BCR, que não fossem já aplicáveis desde 29 de Novembro de 2011. Resultado Líquido O resultado líquido ascendeu a 27,7 M positivos, derivado de resultado antes de impostos de 42 M, uma diminuição de 48,2 M relativamente a 2011. www.brisaconcessao.pt Pág 3 de 6
Posição Financeira No final de 2012, o Activo Líquido total ascendia a 3 362,3 M, sendo tal montante, essencialmente, relativo ao activo intangível respeitante à rede de auto-estradas da BCR. O Capital Próprio no final de 2012 ascendia a 655 M, sendo o Passivo Total de 2 707,3 M. Em relação a 2011, o passivo total aumentou em 35 M e o capital próprio aumentou 22,6 M. www.brisaconcessao.pt Pág 4 de 6
Anexo I Demonstração sintética da Posição Financeira Milhões 31 Dez 11 31 Dez 12 Var.(%) Activos não Correntes Activos Intangíveis 3.033,9 2.943,7 3,0% Activos Fixos Tangíveis 25,4 20,7 18,5% Activos por Impostos Diferidos 65,4 46,1 29,6% Outros 6,2 6,3 0,6% Total Activos não Correntes 3.131,0 3.051,0 2,6% Activos Correntes Caixa e Equivalentes 141,1 276,3 95,9% Outros 32,6 35,0 7,3% Total Activos Correntes 173,7 311,3 79,2% Total do Activo 3.304,7 3.362,3 1,7% Capital Próprio e Int. sem controlo 632,4 655,0 3,6% Passivos não Correntes Empréstimos MLP 2.061,6 1.907,2 7,5% Outros 203,4 214,4 5,4% Total Passivos não Correntes 2.265,0 2.121,6 6,3% Passivos Correntes Empréstimos CP 331,9 557,6 68,0% Outros 75,4 28,2 62,6% Total Passivos Correntes 407,3 585,7 43,8% Total do Capital Próprio e do Passivo 3.304,7 3.362,3 1,7% www.brisaconcessao.pt Pág 5 de 6
Anexo II Demonstração sintética dos Resultados Milhões 31 Dez 11 31 Dez 12 Var.(%) Proveitos Operacionais 502,9 447,1 11,1% Receitas de Portagem 488,3 432,9 11,4% Áreas de Serviço 10,4 9,0 13,8% Outros Proveitos Operacionais 4,2 5,3 26,0% Custos Operacionais 128,4 126,8 1,3% FSEs 125,4 122,5 2,3% Custos com Pessoal 1,8 2,9 64,3% Outros Custos Operacionais 1,3 1,3 0,8% EBITDA 374,5 320,4 14,4% Amortizações, Provisões, Prov. Revers. 162,0 151,2 6,7% EBIT 212,5 169,2 20,4% Proveitos Construção (IAS11/IFRIC12) 61,0 32,8 46,3% Custos Construção (IAS11/IFRIC12) 61,0 32,8 46,3% Resultados Financeiros 105,5 127,2 20,6% Custos Financeiros 113,3 133,4 17,7% Proveitos Financeiros 7,9 6,0 24,2% Investimentos Financeiros 0,0 0,2 Resultado antes Imposto 107,1 42,0 60,8% Imposto 31,2 14,3 54,2% Resultado Líquido 75,9 27,7 63,5% www.brisaconcessao.pt Pág 6 de 6