CENTRO TECNOLÓGICO DA ZONA LESTE FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE VALTEIR FERREIRA DA SILVA ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS ESSENCIAIS NA REDE DE ATENÇÃO BÁSICA MUNICÍPIO DE SÃO PAULO São Paulo 2009
CENTRO TECNOLÓGICO DA ZONA LESTE FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE VALTEIR FERREIRA DA SILVA ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS ESSENCIAIS NA REDE DE ATENÇÃO BÁSICA MUNICÍPIO DE SÃO PAULO Monografia apresentada no curso de Tecnologia em Logística com ênfase em transporte na FATEC ZL como requerido parcial para obter o Título de Tecnólogo em Logística com ênfase em Transporte Orientador: Prof. José Abel de Andrade Baptista. São Paulo 2009
Silva, Valteir Ferreira da Análise da distribuição de medicamentos essências na rede de atenção básica / Valteir Ferreira da Silva São Paulo, SP : [s.n], 2009. 86f. Orientador: Prof. José Ênio FernandesAbel de Andrade Baptista. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) Faculdade de Tecnologia da Zona Leste Bibliografia: A. 1.Logística. 2. Logística Medicamentos. 3. Distribuição Física. I. José Ênio FernandesAbel de Andrade Baptista (nome Orientador). II. Faculdade de Tecnologia da Zona Leste.
CENTRO TECNOLÓGICO DA ZONA LESTE FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE VALTEIR FERREIRA DA SILVA ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS ESSENCIAIS NA REDE DE ATENÇÃO BÁSICA MUNICÍPIO DE SÃO PAULO Monografia apresentada no curso de Tecnologia em Logística com ênfase em transporte na FATEC ZL como requerido parcial para obter o Título de Tecnólogo em Logística com ênfase em Transporte. COMISSÃO EXAMINADORA Prof. José Ênio FernandesAbel de Andrade Baptista. Faculdade de Tecnologia da Zona Leste Prof. Georgette Ferrari Prioli Faculdade de Tecnologia da Zona Leste Prof. Marco Antonio Yamamoto Universidade Camilo Castelo Branco
São Paulo, 22 de Maio de 2009. A Deus, meus pais, minha esposa e aos meus amigos... companheiros de todas as horas...
AGRADECIMENTOS Ao Professor. Dr. Orientador, que com muita dedicação e paciência, me ajudou a achar e trilhar o caminho das pedras. A minha família e principalmente minha esposa, pela confiança e motivação. Aos amigos e colegas, pela força e pela vibração em relação a esta jornada. Aos professores que compartilhar conosco seus conhecimentos nos dando alicerce para continuar nossa jornada. Aos amigos e companheiros de Curso, pois juntos como uma grande família, em meio a tantas dificuldades, conseguimos galgar mais um importante degrau, muitos que ainda nos esperam na escada de nossa vidas. Aos profissionais entrevistados, pela concessão de informações valiosas para a realização deste estudo. A todos que de alguma forma, contribuíram para a realização e finalização deste trabalho. E a todos que tentaram, porém não conseguiram impedir a conclusão deste estudo.
A verdadeira medida de um homem, não se vê na forma como. se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas em como se mantém em tempos de controvérsia e desafio. Martin Luther King Jr.
PRAZERESSILVA, Yara Maria P. CValteir Ferreira. Análise da Busca de informaçãodistribuição de medicamentos essenciais na rede de atenção básica: comportamento dos docentes/pesquisadores da Universidade Estadual de Londrina Centro de distribuição de medicamentos do município de São Paulo. 19892009. Dissertação Projeto de Graduação (Mestrado em Biblioteconomiatecnólogo em Logística) - Pontifícia Universidade Católica de CampinasFaculdade de Tecnologia da Zona Leste. RESUMO Este estudo analisa o processo de distribuição de medicamentos essências na rede de atenção básica da Prefeitura do Município de São Paulo (PMSP), com a finalidade de identificar possíveis entraves que possam originar a quebra no fornecimento dos mesmos. Para o levantamento dos dados foi realizada uma visita técnica ao centro de distribuição de medicamentos do município de São Paulo. Apontando como principais resultados problemas de ordem burocrática nas esferas superiores da PMSP e problemas operacionais no centro de distribuição, que não propiciam uma melhor gestão de sua cadeia de suprimentos. Conclui que algumas mudanças na legislação municipal no tocante a gestão de compras e distribuição de medicamentos, aliada a correta aplicação das ferramentas de tecnologia da informação disponíveis no mercado, propiciará além de evitar a quebra no fornecimento de medicamentos as unidades de atenção básica, uma redução dos custos oriundos destas transações. Palavras-chave: logística; logística de Medicamentos; distribuição física
SILVA, Yara Maria P. CValteir Ferreira. Information seeking: Analysis of distribution of essential drugs in primary care network: Center of distribution of drugs in the São Paulo City. 2009. Projeto de Graduação (Mestrado em Biblioteconomiatecnólogo em Logística) - Pontifícia Universidade Católica de CampinasFaculdade de Tecnologia da Zona Leste. ABSTRACT This study examines the distribution process of essential drugs in primary care network of the São Paulo City (PMSP), in order to identify possible barriers that may lead to a drop in the supply of them. For the survey data was a technical visit to the center of distribution of drugs in the São Paulo City. Pointing to major problems in the bureaucracy results in higher levels of PMSP and operational problems in the distribution center, which does not provide better management of their supply chain. Concluded that some changes in municipal legislation regarding the management of purchasing and distribution of drugs, combined with correct application of the tools of information technology on the market, will addition to avoiding the drop in the supply of medicinal plants for the primary care, a reduction costs from these transactions. Key-words: Logistics, drugs logistics; physical distribution.
SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 11 1.1 OBJETIVO... 12 1.2 JUSTIFICATIVA... 12 1.3 METODOLOGIA... 13 2 LOGÍSTICA... 14 2.1 COMPETÊNCIA LOGÍSTICA... 16 2.1.1 PROJETO DE REDE... 17 2.1.2 INFORMAÇÃO... 17 2.1.3 TRANSPORTE... 18 2.1.4 MODALIDADES DE TRANSPORTE... 19 2.1.4.1 RODOVIÁRIO... 19 2.1.4.2 FERROVIÁRIO... 20 2.1.4.3 MARÍTIMO... 21 2.1.4.4 AÉREO... 21 2.1.5 ESTOQUE... 22 2.1.6 ARMAZENAGEM, MANUSEIO DE MATERIAIS E EMBALAGEM... 23 3 PROCESSOS LOGÍSTICOS... 24 3.1 LOGÍSTICA DE ABASTECIMENTO (INBOUND LOGISTICS)... 24 3.2 LOGÍSTICA INTERNA... 25 3.3 LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO (OUTBOND LOGISTICS)... 26 4 SUPPLY CHAIN MANAGEMENT... 27 5 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES LOGÍSTICAS... 29 5.1 WAREHOUSE MANAGEMENT SYSTEM (WMS)... 29 5.2 CÓDIGO DE BARRAS... 30 5.3 ELETRONIC DATE INTERCHANGE (EDI)... 30 5.4 RADIO FREQUENCY IDENTIFICATION (RFID)... 31 5.5 CUSTOMER RELATIONSHIP MANAGEMENT (CRM)... 32 5.6 EFFICIENTE CONSUMER RESPONSE (ECR)... 33 5.7 JUST IN TIME (JIT)... 33 6 ESTUDO DE CASO... 35 6.1 MINISTÉRIO DA SAÚDE - DO SANITARISMO À MUNICIPALIZAÇÃO... 35 6.2 SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE... 38 6.3 CENTRAL DE DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS... 39 6.4 LOGÍSTICA... 40 6.5 LOGÍSTICA DE RECEBIMENTO... 40 6.6 LOGÍSTICA INTERNA... 41 6.7 LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO... 42 6.8 SUPPLY CHAIN NO CDMED... 42 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 44 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 46 ANEXOS... 49 LEGISLAÇÃO ESTRUTURANTE DO SUS... 49 CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988... 49 LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990 - LEI ORGÂNICA DA SAÚDE 080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990... 52
11 1 INTRODUÇÃO A falta de Este estudo visa abordar a problemática da distribuição de Medicamentos Essenciais que segundo a Organização Pan-Americana de Saúde e Organização Mundial de Saúde são aqueles com eficácia e segurança comprovadas, com menor custo, usados no tratamento dos principais problemas de saúde da população., nas dependências da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), especificamente, as Unidades Básicas de Saúde (UBS s) da Região Leste do município de São Paulo.nas unidades da rede de Atenção Básica à Saúde no município de São Paulo, atinge diretamente o principal cliente deste sistema: grande parte da população deste município, uma vez que a maior parte desta parcela da população, não possui condições financeiras para adquirir os medicamentos fora da rede e estes são de imensa importância para a manutenção do tratamento das enfermidades destes pacientes, sendo de uso diário e contínuo. Esta interrupção no fornecimento de medicamentos tem um reflexo negativo dentro do sistema de saúde do município, uma vez que o não uso destes medicamentos pode chegar a provocar alterações no quadro clínico destes pacientes, aumentando em contrapartida o número de atendimentos emergenciais e internações nos hospitais e pronto-socorros. Uma gestão correta desta cadeia de suprimentos pode gerar inúmeros benefícios, sejam eles tangíveis ou intangíveis, pois a satisfação do cliente, por exemplo, pode ser considerado um benefício intangível, já a otimização dos processos logísticos desta operação, são benefícios que podem ser considerados tangíveis, já que podem minimizar os custos operacionais da organização, um melhor aproveitamento das ferramentas de T.I (Tecnologia da
12 Informação) existentes na organização ou o incremento de ferramentas tais como: WMS (Warehouse Management System), sistema de gerenciamento de Armazéns e depósitos; TMS (Transportation Management System), sistema de gerenciamento de transportes; ERP (Enterprise Resource Planning), Sistema de gestão empresarial, ganhos à organização. Podem melhorar o desempenho dos processos e proporcionar 1.1 Objetivo O objetivo deste trabalho é identificar os motivos pelos quais, o almoxarifado Central tem dificuldade em atender o seu cliente final, ou seja, o usuário do Sistema Único de Saúde ( SUS )a pesquisa é analisar o processo logístico da distribuição de medicamentos essenciais no município de São Paulo e identificar possíveis gargalos, que possam causar a quebra de fornecimento destes medicamentos, deixando de atender ao seu cliente final, ou seja, a população usuária dos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) na zona Leste de São Paulo. 1.2 Justificativa Este estudo tem por justificativa identificar na extensão desta cadeia
13 de suprimentos, possíveis falhas que possam interferir no bom andamento do sistema, suas dificuldades e limitações operacionais, que impossibilitam que o cliente final desta operação, obtenha um melhor atendimento. 1.3 Metodologia Para a realização deste trabalho será utilizada a metodologia de pesquisa de campo na Central de Distribuição de Medicamentos da Prefeitura do Município de São Paulo e ainda será realizada uma pesquisa bibliográfica em diversos suportes como livros, teses, dissertações, artigos, entre outros para revisão de literatura.
14 2 LOGÍSTICA A palavra logística tem uma de suas origens etimológicas do verbo francês Loger, que significa alojar, sendo um termo de uso militar, coincidentemente, o campo onde no decorrer da história obteve papel fundamental, sendo sua aplicabilidade um diferencial entre sair vencedor ou perdedor de uma guerra, uma vez que a necessidade de ressuprimento das tropas durante uma batalha, pode ser cruciar para o seu desfecho. A logística durante muito tempo foi associada à atividade de transporte físico, mas com o passar dos tempos este termo vem evoluindo e englobando diversas outras atividades tais como produção, dimensionamento de armazéns, qualificação de fornecedores. Em 1991, o Council of Logistics Management modificou sua definição (de 1976) de administração da distribuição física, alterando primeiro o termo para logística e, em seguida, alterando a definição para: logística é o processo de planejamento, implementação e controle eficiente e eficaz do fluxo e armazenagem de mercadorias, serviços e informações relacionadas desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender às necessidades do cliente. (BOWERSOX e CLOSS 2001, p. 20) A logística é importante componente do custo total de operação das organizações, pois desde a origem dos processos, como por exemplo, a produção da matéria-prima até a chegada ao consumidor final, todos dependem de uma boa gestão logística para reduzirem seus custos e aumentarem a eficiência e competitividade dentro de seus segmentos, foi pensando nesta integração que surgiu o conceito de Supply Chain Management (Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos), que viabiliza o sincronismo entre os diversos setores da empresa e com seus fornecedores e clientes. Outros autores como Ballou (1993, p. 24),
15 definem este integração como logística empresarial, todavia ressaltando que esta tem o objetivo providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a um custo razoável. Segundo a Aslog (Associação brasileira de logística) apud (GUIADOTRC, 2009), o mercado brasileiro de logística está estimado em aproximadamente em US$ 70 bilhões e movimenta cerca 20% do PIB (Produto Interno Bruto) do país. Podemos então, no gráfico que se segue, visualizar a distribuição brasileira de cargas classificadas por tipo de modal. Figura 1 Distribuição brasileira de cargas por modal. Fonte: Central de Logística (2009). Devido à globalização da economia, as instituições começaram a sentir a necessidade de expansão dos negócios para além dos limites da empresa, sejam eles estruturais, tais como fábricas e escritórios, ou geográficos, atendendo clientes fora de suas fronteiras.
16 Para garantir um bom desempenho destas atividades faz-se necessário um maior controle sobre todo o processo, para isto uma ferramenta fundamental é a informação ou a gestão desta, pois ela nos fornece condições para analisar com um maior embasamento, o perfil mercadológico e montar estratégias e objetivos, que possam tornar as instituições mais competitivas e eficientes dentro do seu mercado de atuação. Existem diversas ferramentas tecnológicas disponíveis no mercado, que devido ao seu grau de evolução, podem fornecer uma melhor qualidade de informação e auxiliar gestores de todos os níveis hierárquicos nas tomadas de decisão, favorecendo também a integração entre os diversos personagens da cadeia de suprimento. 2.1 Competência Logística Segundo Bowersox e Closs (2001), a logística dentro das organizações é uma das responsáveis pelo processo de criação de valor para o cliente e quando considerada como competência-chave pode servir como base para obtenção de vantagens estratégicas. Segundo Ballou (1993), a escolha do cliente é influenciada pela qualidade dos serviço logísticos oferecidos, o que pode ser um grande diferencial, tal como a concessão de descontos no preço ou a realização de propagandas. Muitos empresários ainda hoje associam a logística ao trasporte físico, o que os impedem de visualiza-lá como um diferencial competitivo, que pode tornar o seu produto mais acessível ao cliente, pela disponibilidade alcançada e por fim aumentar seu volume de vendas entre os concorrentes do mesmo segmento.
17 2.1.1 Projeto de Rede O objetivo do projeto de rede é determinar a quantidade e a localização de todos os tipos de instalações necessárias para a execução do processo logístico. (BOWERSOX e CLOSS 2001, p. 39). Já segundo Fleury (2000), a definição das instalações de uma rede logística é uma das atividades de maior importância para os profissionais da área, pois incorre em altos investimentos e tem impacto direto no custo da operação logística. As decisões de um projeto de rede são irreversíveis pois demandam um grande investimento e se não realizado um correto estudo para se identificar à disponibilidade de acesso tanto aos clientes, tanto aos fornecedores a empresa pode vir a se prejudicar, pois poderá incorrer no aumento dos seus custos, principalmente os oriundos do transporte físico. 2.1.2 Informação Um dos principais motivos pelos quais os executivos utilizam informação para a obtenção de controle efetivo das operações logísticas é seu desejo de substituir a imprecisão das projeções por uma resposta mais rápida às necessidades do cliente...quanto mais eficiente for o projeto do sistema logístico de uma empresa, mais precisas deverão ser as informações. Sistemas logísticos bem elaborados, baseados no tempo, não tem excessos de estoque para compensar erros operacionais, pois os estoques de segurança são mantidos em um nível mínimo. (BOWERSOX e CLOSS 2001, p. 40). Já segundo Fleury (2000), antigamente o fluxo de informação dentro das organizações era lento, pouco confiável e propensa a erros, pois
18 baseava-se principalmente em papel. Com o surgimento de novas tecnologias e a facilidade do acesso e operação dos sistemas, os executivos contam agora com meios mais eficientes para coletar, armazenar, transferir e processar dados com maior eficiência, eficácia e rapidez. Uma correta captação e utilização da informação, traz para clientes e vendedores uma maior precisão quanto a disponibilidade de materiais e posição de pedidos. O que aumenta o grau de confiança do cliente e possibilita a empresa, uma substancial diminuição de seus custos, uma que vez que tendo em mão informações precisas, como por exemplo posição deste estoques em tempo real, pode vir a reduzir o tamanho dos mesmos, diminuindo seus custos armazenagem e movimentação de materiais. 2.1.3 Transporte Segundo Bowersox e Closs (2001), o transporte é a área operacional da logística que posiciona geograficamente o estoque. O transporte normalmente representa o elemento mais importante em termos de custos logísticos para inúmeras empresas. A movimentação de cargas absorve de um a dois terços dos custos logísticos totais. Por isso, o operador logístico precisa ser um grande conhecedor da gestão de transportes. (BALLOU 2006, p 149). O transporte devido ao seu grau de importância dentro da atividade logística deve receber especial atenção por parte dos gestores, pois a incorreta escolha do modal de transporte a ser utilizado ou a não exploração da intermodadalidade quando disponível pode resultar em um custo elevado da operação, tornando a empresa menos competitiva dentro do seu segmento.
19 2.1.4 Modalidades de Transporte 2.1.4.1 Rodoviário O modo rodoviário é o mais expressivo no transporte de cargas no Brasil, e atinge praticamente todos os pontos de território nacional. Com a implantação da indústria automobilística na década de 50, e com a pavimentação das principais rodovias, o modo rodoviário se expandiu de tal forma que hoje domina amplamente o transporte de mercadorias no País. (ALVARENGA...[et al] 2000, p. 82). O transporte rodoviário na América do Sul é regido pelo Convênio sobre Transporte Internacional Terrestre firmado entre Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai, Uruguai e Peru em Santiago do Chile, 1989. Esse convênio regulamenta os direitos e obrigações no tráfego regular de caminhões em viagens entre os países consignatários. No Brasil algumas rodovias ainda apresentam estado de conservação ruim, o que aumenta os custos com manutenção dos veículos. Além disso, a frota é antiga e sujeita a roubo de cargas. (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR, 2009, p. 13). O Brasil com suas dimensões continentais possui uma gigantesca malha rodoviária, de acordo com estas características o modal rodoviário acaba por ser o mais utilizado no Páis, seja pela sua flexibilidade, pois transporta os mais diferentes tipos de carga, seja pela disponibilidade, pois têm fácil acesso à praticamente todos os locais da Brasil, praticamente todos os modais dependem dos serviços do modal rodoviário, pois o mesmo é o único com capacidade de realizar a operação logística completa, ou seja, porta a porta. O modal rodoviário destaca-se entre os demais modais, mas apesar dessas vantagens não é o modal mais seguro, pois dependendo da região, nem mesmo os serviços de monitoramento ou segurança patrimonial conseguem garantir a integridade da carga devido o elevado índice de roubo, nem com o menor custo, pois este pode tornar-se alto, de acordo com o tipo ou local de origem da mercadoria/material a ser transportado, possui também um considerável risco de avaria, pelo péssimo grau de
20 conservação de algumas de nossas rodovias. 2.1.4.2 Ferroviário Segundo Alvarenga...[et al] (2000), as ferrovias brasileiras foram implantas em fins do século passado e início deste, com a finalidade de escolar a produção agrícola e transportar os produtos para o interior do País e passou a ser utilizado principalmente no deslocamento de grandes massas de produtos homogêneos tais como minérios, carvão mineral, derivados de petróleo, cereais em grãos, entre tantos outros, em distâncias relativamente extensas. O transporte ferroviário é adequado para o transporte de mercadorias de baixo valor agregado e grandes quantidades tais como produtos agrícolas, derivados de petróleo, minérios de ferro, produtos siderúrgicos, fertilizantes, entre outros. Este modal não é tão ágil como o rodoviário no acesso as cargas uma vez que estas têm que ser levadas aos terminais ferroviários para embarque. (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR, 2009, p. 15). O modal ferroviário é ainda hoje um importante meio para escoamento das produções tanto agrícolas, como as de minerais no país, pois consegue transportar grandes quantidades de materiais a um custo relativamente baixo, é um transporte considerado seguro e com baixo índice de avarias. Assim como é o caso do modal marítimo, deixa ser muitas vezes utilizado pelas empresas, pela sua baixa disponibilidade e freqüência.
21 2.1.4.3 Marítimo A costa brasileira é dotada de um número apreciável de portos marítimos, além de alguns portos fluviais que atendem navios costeiros (Porto Alegre, Manaus, Belém, por exemplo). O transporte de cabotagem está fortemente atado, infelizmente, à operação portuária que, no Brasil, deixa muito a desejar. Adicionalmente, o transporte complementar entre as origens da carga e o porto e, no sentido inverso, do porto aos destinos finais, está sujeito a restrições diversas, tais como congestionamentos, excesso de burocracia, atrasos nas chegadas e saídas dos navios, greves freqüentes, etc. (ALVARENGA...[et al] 2000, p. 83). O transporte marítimo é o modal mais utilizado no comércio internacional. No Brasil responde por mais de 90% do transporte internacional Possibilidade de navegação interior através de rios e lagos. Os portos desempenham um papel importante como elo de ligação entre os modais terrestres e marítimos. Tem uma função adicional de amortecer o impacto do fluxo de cargas no sistema viário local, através da armazenagem e da distribuição física. (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR, 2009, p. 05). O modal marítimo é o mais utilizado no comércio internacional brasileiro, principalmente nas exportações de produtos a granel (açúcar, trigo, soja, minérios, etc...) devido sua imensa capacidade de transporte, todavia não muito utilizado no transporte de âmbito nacional devido sua baixa disponibilidade e dificuldade de acesso, pois os portos ficam em sua grande maioria afastados dos grandes centros produtivos. 2.1.4.4 Aéreo O frete, para transporte de carga aérea, é significativamente mais elevado que o correspondente rodoviário, Mas em compensação, os tempos de deslocamento porta a porta podem ser bastante reduzidos, abrindo um mercado específico para essa modalidade.de um lado, mercadorias de elevado valor unitário (artigos eletrônicos, relógios, alta moda, etc...) têm condições de pagar frete mais
22 elevado, se forem levados em conta o custo do dinheiro ( estoque, inclusive em trânsito), os riscos envolvidos no transporte terrestre (roubos, extravios, danos à carga) e os prazos de entrega exigidos pelo mercado. (ALVARENGA...[et al] 2000, p. 84). É o transporte adequado para mercadorias de alto valor agregado, pequenos volumes ou com urgência na entrega. As empresas e agentes de todo o mundo formam uma associação de caráter comercial que é a IATA International Air Transport Association, que é o principal órgão regulador do transporte aéreo internacional. No Brasil, o órgão regulador é o Departamento de Aviação Civil DAC, do Comando da Aeronáutica. (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR, 2009, p. 11). O transporte aéreo é de longe o mais seguro, em se tratando de incidência de roubos e avarias, todavia é o de maior custo dentre os modais estudados, sendo utilizado em sua maior por produtos de maior valor agregado como jóias e equipamentos tecnológicos, ou perecíveis como flores, os quais têm condições de custear um frete mais elevado. O modal aéreo é muito utilizado no envio de encomendas expressas e também no transporte de animais. 2.1.5 Estoque As necessidades de estoque de uma empresa dependem da estrutura da rede e do nível desejado de serviço ao cliente... As estratégias logísticas são projetadas para manter o mínimo possível de recursos financeiros em estoque. O objetivo básico da gerência de estoque é obter máxima rotatividade satisfazendo, ao mesmo tempo, os compromissos com o cliente. (BOWERSOX e CLOSS 2001, p. 41) Já Ballou (2006), diz que existem diversos motivos que justificam a existência de estoques, mesmo assim nos últimos anos estas políticas vem sendo criticadas e julgadas desnecessárias e aponta razões contra e a favor dos estoques:
23 As razões para manutenção de estoques estão nos serviços aos clientes e na economia de custos indiretamente resultantes...os críticos contestam a necessidade de estoques a partir de várias linhas de argumentação. Consideram os estoques, por exemplo, desperdício, pois absorvem capital que teria utilização mais rentável se destinado a incrementar a produtividade e a competitividade. Além disso, os estoques não contribuem com qualquer valor direto para os produtos da empresa, apesar de armazenarem valor. (BALLOU 2006, p. 272 e 273). 2.1.6 Armazenagem, Manuseio de Materiais e Embalagem De fato, a armazenagem, o manuseio de materiais e a embalagem fazem parte de outras áreas da logística. Geralmente as mercadorias ser armazenadas e momentos específicos durante o processo logístico. Os veículos de transporte exigem manuseio de materiais para carregá-los e descarregá-los eficientemente. Por fim, os produtos são manuseados de uma maneira mas eficiente quando embalados em quantidade, em caixas de papelão ou em outros tipos de embalagem. (BOWERSOX e CLOSS 2001, p. 42) O manuseio de materiais dentro de um armazém ou área de estocagem é uma atividade típica de mão-de-obra intensiva, pois grande parte do manuseio de materiais no mundo inteiro é realizada manualmente, ou no máximo, por processo semi-automatizado. O leiaute das mercadorias, a extensão da utilização de equipamentos e o grau de automação são, todos, fatores que se refletem no custo do manuseio de materiais. (BALLOU 2006, P. 411) Estas atividade buscam tornar mais eficiente a operação logística. Uma embalagem precisa ter por finalidades proteger o produto e facilitar o manuseio dos materiais, tornando mais fácil a consolidação da carga para realização da armazenagem, principalmente de itens de pequenas dimensões.
24 3 PROCESSOS LOGÍSTICOS Segundo Faria (2007), A logística é um grande processo, composto de vários subprocessos e tarefas, todas estas inter-relacionadas que tem por finalidade, agregar valor à atividade. Os gestores devem empreender seus esforços na busca do desenvolvimento e da otimização dos processos logísticos - value drivres operacionais -, buscando assim reduzir custos e gerar mais valor. Por outro lado também devem atuar sobre os outros value drivers, na tentativa de reduzir o montante do capital (reduzir custo de capital) por exemplo, através de uma otimização e redução nos estoques - e procurando racionalizar seus investimentos através de uma racionalização das atividades logísticas. ( MATHEUS 2002, p. 03). Os processos logísticos em uma empresa, têm por finalidade agregar valor a operação, reduzindo custos e consequentemente maximizando os lucros. Uma boa gestão destas atividades pode tornar a empresa mais competitiva, reduzindo seus níveis de estoque, o que impacta numa maior disponibilidade de capital para a realização de investimentos, melhorando seu desempenho operacional e obtendo um melhor aproveitamento de sua distribuição física. 3.1 Logística de Abastecimento (Inbound logistics) Segundo Faria (2007), a logística de abastecimento engloba todas as atividades que tenham por finalidade disponibilizar os materiais e componentes sejam eles nacionais ou importados, para o setor produtivo ou para a distribuição, utilizando para isto, técnicas de armazenagem, movimentação, estocagem, transporte e fluxo de informações.
25 Segundo Moura (1997), a atividade recebimento inclui todas as atividades envolvidas no fato de aceitar materiais para serem adotados e tem como objetivo principal o processamento imediato dos pedidos. A logística de recebimento é uma atividade essêncial, pois é a partir da qual, resultam todos os demais processos dentro de um armazém, é no recebimento que as mercadorias são preparadas e identificadas para toda a movimentação interna e para a armazenagem, de onde resultara depois, a distribuição física, tanto para clientes internos, tanto para os clientes externos. 3.2 Logística Interna Segundo Faria (2007), a logística interna, envolve todas as atividades de suporte logístico ao setor produtivo, abrangendo todo o fluxo de materiais e componentes na manufatura de produtos em processo, até a disponibilização dos produtos acabados à logística de distribuição. Logística interna são atividades associadas ao recebimento, armazenamento e distribuição de insumos no produto, como manuseio de material, armazenagem, controle de estoque, programação de frotas, veículos e devolução para fornecedores. (PORTER apud COIMBRA 2005, p. 03). A logística interna busca otimizar todos os processos que ocorrem dentro das organizações, sejam eles na manutenção dos estoques em níveis baixos, layout das instalações, movimentação de materiais ou atendimento aos clientes internos, ou seja, fornecimento de insumos ao setor produtivo e demais setores da empresa.
26 3.3 Logística de distribuição (Outbond Logistics) Segundo Faria (2007), a logística de distribuição inicia-se na armazenagem, recebendo e estocando os produtos acabados provenientes da fábrica. Destinando-os posteriormente ao transporte e consequentemente à entrega do pedido ao cliente....a logística de distribuição trata das relações empresa-clienteconsumidor, sendo responsável pela distribuição física do produto acabado até os pontos-de-venda ao consumidor e deve assegurar que os pedidos sejam pontualmente entregues, precisos e completos. (CHING 2001, p. 147). A distribuição é uma peça fundamental para a empresa ou industrial, uma vez que é uma das partes mais tangíveis do processo, pois muitas vezes como é o caso do comércio eletrônico, é a única parte da empresa com a qual o cliente entra em contato diretamente. A ineficiência ou má qualidade na execução da distribuição pode levar o cliente a um pré-julgamento com relação à instituição, vinculando a sensação que ele obteve através deste serviço, com a imagem da empresa.