Comunicado 08/2014 - ALIMENTAÇÃO NÃO DÁ CANCER Prezados Franqueados, Segue material publicada provando que alimentação não causa câncer. Alimentação Vínculo entre dieta e câncer não é tão claro como se pensava, diz cientista George Johnson The New York Times 29/04/201419h07 Embora alguns tipos de hortifrútis possam ter benefícios sutis, autores de um grande estudo concluíram que "em nenhum caso existe prova de uma proteção eficaz" contra o câncer Dar uma passada numa livraria ou navegar pela internet pode deixar a impressão que evitar o câncer é praticamente uma questão de observar o que se come. Várias fontes promovem os poderes protetores das "supercomidas", ricas em antioxidantes e outros
fitoquímicos ou aconselham os leitores a copiar as dietas de camponeses chineses ou dos moradores das cavernas do Paleolítico. Porém, existe uma divisão gritante entre o folclore nutricional e a ciência. Durante as últimas duas décadas a ligação entre os alimentos que ingerimos e a anarquia celular chamada câncer tem sido desemaranhada fio a fio. Esse mês, no encontro anual da Associação Americana para a Pesquisa do Câncer, evento enorme que atraiu mais de 18.500 pesquisadores e outros profissionais, os resultados mais recentes sobre dieta e câncer ficaram relegados a uma só sessão de pôsteres e algumas apresentações isoladas. Havia indícios de que o café pode reduzir o risco de alguns tipos de câncer e mais estudos sobre os possíveis efeitos da vitamina D. Tirando isso, não havia muito a ser dito. Na sessão plenária de abertura, Walter C. Willett, epidemiologista de Harvard que passou muitos anos estudando o câncer e a nutrição, soou quase pesaroso ao informar o status da situação. Embora seja verdade para outras doenças, quando se trata do câncer existem poucas provas de que frutas e verduras protejam ou que alimentos gordurosos ou carnes sejam ruins.
Tudo que pode ser dito com alguma certeza é que controlar a obesidade é importante, da mesma forma que para doença cardíaca, diabetes do tipo dois, hipertensão, derrame e outras ameaças à vida. Evitar o excesso de álcool tem benefícios claros. A situação parecia muito diferente de 1997, quando o Fundo Mundial de Pesquisa Contra o Câncer e a Associação Americana para a Pesquisa do Câncer publicaram um relatório, grosso como uma lista telefônica, concluindo que dietas ricas em frutas e hortaliças podem reduzir o risco total da incidência de câncer em mais de 20%. Após analisar mais de 4.000 estudos, os autores estavam convencidos de que os vegetais verdes evitavam câncer de pulmão e de estômago. O câncer de intestino e de tireoide pode ser evitado por brócolis, repolho e couve-de-bruxelas. Cebola, tomate, alho, cenoura e frutas cítricas pareciam desempenhar papéis importantes. Em 2007, um grande acompanhamento reverteu todas as descobertas. Embora alguns tipos de hortifrútis possam ter benefícios sutis, os autores concluíram que "em nenhum caso existe prova de uma proteção eficaz". O motivo para essa mudança se deu mais por meio da epidemiologia. Os primeiros estudos tendiam a ser "retrospectivos", valendo-se da memória das pessoas sobre sua dieta alimentar de um passado
distante. Esses resultados foram derrubados por protocolos "prospectivos" nos quais a saúde de grandes fatias da população foi acompanhada em tempo real. Carne vermelha A hipótese de que comidas gordurosas seja uma causa direta de câncer também foi esmagada, em conjunto com a defesa de se comer mais fibra. A ideia de que a carne vermelha cause câncer do intestino está envolta em ambiguidade. Duas metanálises publicadas em 2011 chegaram a conclusões contraditórias: uma encontrando um pequeno efeito e a outra, nenhum tipo de vínculo. Se hambúrgueres são carcinogênicos, o efeito parece ser brando. Um estudo sugere que um homem de 50 anos comendo uma quantidade grande de carne vermelha cerca de 150 gramas diárias aumenta as chances de ter câncer colorretal de 1,28% para 1,71% durante a década seguinte. Do ponto de vista individual, nem parece preocupar. Estudos Enquanto os epidemiologistas começam a acompanhar a saúde de populações mais jovens, Willett esperava que campanha contra o tabaco foi a coisa mais perto de um triunfo sobre o cancer. Contudo, agora que o cigarro está diminuindo nesse país, a obesidade cresce.
Para Willett, ser gordo (e não comer gordura) pode causar mais tipos de câncer fatais do que os cigarros. Atenciosamente, Dr. Edson Ramuth São Paulo, 30 abril, 2014