UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PRÓ - REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO A VEZ DO MESTRE



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Transcrição:

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PRÓ - REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO A VEZ DO MESTRE A PSICOMOTRICIDADE E A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR WILSON CARLOS DE MIRANDA TRINDADE ORIENTADOR PROF: ANTÔNIO NEY RIO DE JANEIRO MARÇO / 2003

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PRÓ - REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO A VEZ DO MESTRE A Psicomotricidade e a importância do brincar Por: Wilson Carlos de Miranda Trindade Trabalho monográfico apresentado como requisito parcial para obtenção do Grau de Especialista em Educação Infantil e Especial RIO DE JANEIRO MARÇO/2003

AGRADECIMENTO Agradeço em primeiro lugar a Deus por estar sempre comigo nas horas que mais preciso, e neste trabalho mais uma vez ele esteve ao meu lado. Agradeço também a todos os meus professores que durante toda minha vida acadêmica, sempre tiveram bastante paciência comigo e puderam me proporcionar o melhor que eles poderiam oferecer. II

DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a minha família que sempre buscou proporcionar para mim a melhor educação, e que mesmo com todas as dificuldades, puderam me dar todo suporte, depositando em mim toda confiança e apoio. III

RESUMO Visamos com este trabalho estabelecer as relações entre o brincar e a sua importância para a Psicomotricidade. Através de vários conceitos vamos obter o conhecimento a respeito do que nos diz a Psicomotricidade, a evolução histórica do seu estudo, seus principais objetivos, abordando todas as noções pertinentes ao estudo da Psicomotricidade. Com o nosso estudo iremos tratar de questões que dizem respeito a educação, reeducação e terapia Psicomotora, conceituando- as e aplicando-as onde se faz necessária. A abordagem principal do estudo da Psicomotricidade é o corpo, ou seja, o corpo vivido, o corpo em suas várias abordagens, explorando ao máximo o seu significado e a sua totalidade. Em nosso trabalho, abordaremos uma fase do desenvolvimento infantil que será de grande importância para o desenvolvimento e aplicação do nosso estudo, a primeira infância. É na primeira infância que ocorrem as aquisições e adaptações evolutivas necessárias, para que essa criança possa obter um pleno desenvolvimento, e conhecer as suas principais tarefas evolutivas. A partir daí, entraremos na importância do brincar para o desenvolvimento infantil. Como podemos através de técnicas específicas e abordagens Psicomotoras influenciar no desenvolvimento infantil, apresentando diferentes propostas de jogos e brincadeiras e sua real aplicabilidade em relação a cada faixa etária. IV

Com a aplicação dos diferentes tipos de jogos, estaremos distinguindoos de acordo com cada objetivo proposto, mostrando as suas principais características, a sua real aplicabilidade, mostrando as sua variações e os seus objetivos específicos. V

METODOLOGIA A metodologia utilizada, foi a de tentar esclarecer algumas dúvidas acerca de alguns conceitos pertinentes ao nosso estudo. A coleta de dados para o nosso trabalho, foi baseada principalmente através de pesquisas bibliográficas, utilizando bastante materiais impressos e de vários autores. Foram utilizadas também a vivência de situações apresentadas no cotidiano de trabalho. No que diz respeito a elaboração e a formatação, foram utilizadas as normas técnicas da ABNT, bem como o padrão exigido pela UCAM. VI

SUMÁRIO Introdução 8 Capitulo I- Psicomotricidade: Conceito 9 Capítulo II- Educação, reeducação e terapia Psicomotora 11 Capítulo III- O estudo da Psicomotricidade 14 Capítulo IV- A primeira infância 21 Capítulo V- A importância do brincar 24 Capítulos VI- Jogos e brincadeiras: Aplicações práticas 27 Capítulo VII- Conclusão 33 Referências bibliográficas 35 Anexos 36 VII

INTRODUÇÃO A partir das dificuldades de aprendizagem que algumas crianças apresentam no início da idade escolar, procuramos mostrar nesse trabalho a influência da prática Psicomotora no desenvolvimento infantil, bem como a importância da recreação e dos jogos infantis para o desenvolvimento Psicomotora dessas crianças. Ao abordarmos esse tema, procuramos estabelecer algumas considerações que dizem respeito ao estudo da Psicomotricidade. Esse estudo poderá ser bastante útil a todos aqueles que pretendem possuir alguma familiarização com os tópicos abordados em nosso estudo. O nosso estudo está voltado principalmente para aqueles que desejam trabalhar ou já trabalham na educação, podendo ser um grande instrumento em suas práticas pedagógicas. Com esse trabalho, queremos estabelecer padrões que possam auxiliar pais e profissionais que lidam com essa área, a ter um suporte para melhorar o rendimento dessas crianças assim como ajuda- los a superar as dificuldades dessas crianças. Abordaremos a Psicomotricidade, seus conceito, como onde aplica- la assim como também abordaremos a recreação e os jogos, como instrumento de utilização prático- objetiva. VIII

Capitulo I Psicomotricidade - Conceito A Psicomotricidade consiste na unidade dinâmica das atividades, dos gestos, e posturas, enquanto sistema expressivo, realizador representativo do ser em ação e da coexistência com outrem. ( CHAUZAD, 1976, pag: 8 ). A Psicomotricidade parte de uma experiência simples, de origem motora onde a criança recebe informações e as classifica como um conjunto de indicações recebidas em outras circunstâncias. Portanto, a Psicomotricidade quer destacar a relação existente entre a motricidade, a mente e a afetividade, facilitando a abordagem global da criança por meio de uma técnica que se dirige pelo exercício do corpo e do movimento, considerando o ser em sua totalidade. 1.1- Evolução da noção de Psicomotricidade: O estudo da Psicomotricidade é recente. No início do século passado, o assunto era abordado excepcionalmente. Em uma primeira fase, a pesquisa teórica fixou-se principalmente no desenvolvimento motor da criança. Logo após foi estudada a relação entre o atraso no desenvolvimento motor e o atraso intelectual da criança. Seguiram-se estudos sobre o desenvolvimento da habilidade manual e aptidões motoras em IX

10 função da faixa etária. Atualmente, sabemos que o estudo da Psicomotricidade ultrapassa os problemas motores, pesquisando também as dificuldades escolares da criança com inteligência normal. 1.2-Objetivo da Psicomotricidade: O objetivo da Psicomotricidade é desenvolver o aspecto comunicativo do corpo, o que equivale a dar ao indivíduo a possibilidade de dominar o seu corpo, de economizar sua energia, de pensar seus gestos afim de aumentar-lhes a eficácia e a estética de aperfeiçoar e completar seu equilíbrio. Em nosso estudo procuramos entender e explicar a importância da Psicomotricidade, sua aplicabilidade e como podemos fazer uso de todos os seus principais aspectos. 10

11 Capitulo II Educação, Reeducação e Terapia Psicomotora São técnicas que devem ser utilizadas dependendo dos objetivos que se quer alcançar. Cada técnica tem um objetivo específico, olhares, papeis e ações pertinentes a cada uma dessas áreas. 2.1- Educação Psicomotora: É uma ação educativa, partindo de um olhar de formação de base da criança, estando inserida em várias etapas do desenvolvimento escolar e préescolar. A sua ação é a educação pelo movimento, partindo do pré- suposto que a criança só aprende através de experiências já vivenciadas. Através do brincar, a criança entra em contato com o meio e com os outros, havendo assim uma troca que irá proporcionar uma série de experiências que serão muito úteis em seu desenvolvimento cognitivo, afetivo e psicomotora. A Educação Psicomotora abrange todas as aprendizagens da criancinha. ( LAPIERRE, 1979, pag: 21 ) 11

12 A educação psicomotora tem um papel formador, sendo um agente facilitador do desenvolvimento psicomotora através principalmente do movimento. A Educação Psicomotora é uma técnica que deve ser utilizada para que a criança adquira noções indispensáveis para o seu desenvolvimento. 2.2- Reeducação Psicomotora: A reeducação psicomotora pode ser considerada tanto uma ação educativa, quanto uma ação terapêutica. Essas ações partem de uma visão de observação dos sintomas apresentados pela criança. A sua ação deverá ser uma reeducação pelo corpo, mas não o corpo de uma forma total em que haja uma integração de todas as partes desse corpo e sim, uma reeducação do corpo fragmentado seguindo basicamente um modelo cartesiano, deixando de fazer uma observação holística do corpo como um todo, para somente se ater nas áreas que apresentarem alguma debilidade ou deficiência que deverá ser tratada. É através do treinamento e do condicionamento que essa reeducação psicomotora irá tentar restabelecer as funções dessas áreas debilitarias. Como já dissemos, essa reeducação psicomotora vai tentar ser um agente, com um papel que irá tentar reeducar as carências apresentadas por 12

13 esse indivíduo, através de técnicas específicas recomendadas para cada deficiência. 2.3-Terapia Psicomotora: É uma ação exclusivamente terapêutica, que deverá achar os sintomas responsáveis por essa deficiência e assim tentar encontrar soluções para tais problemas apresentados. A sua ação deverá ser um olhar que tentara revelar o distúrbio do movimento e com isso, procurar tratá- lo. Deverá fazer isso, através de uma interação entre o corpo (simbólico) e o sujeito (unidade). Essa portanto, deverá ser uma ação relacional, através do movimento livre e espontâneo. Esse movimento pode ser feito através de uma troca entre o outro e o meio, devendo assim haver uma relação entre o brincar, o lúdico com as pessoas inseridas nesse contexto. O papel terapêutico pressupõe a utilização do movimento como relação simbólica elaborando as expressões de tudo que aflige esse indivíduo procurando assim uma melhor maneira para que se atinjam os resultados dessa terapia 13

14 Capítulo III O estudo da Psicomotricidade Fazem parte do estudo da Psicomotricidade cinco tópicos bem distintos que serão abordados em nosso estudo. São eles: * Esquema corporal; * Lateralidade; * Estruturação espacial; * Estruturação temporal; * Discriminação visual e auiditiva; 3.1-Esquema corporal: 14

15 O esquema corporal é um elemento básico indispensável para a formação da personalidade da criança. ( WALLON, 1968, pag: 10 ). O esquema corporal, diz respeito a percepção global do corpo, de sua unidade, de sua posição no espaço. As primeiras relações espaciais, só deverão ser apresentadas após a criança ter assimilado os dados anteriores. O esquema corporal, corresponde a formação do eu, da personalidade da criança, isto é, é o desenvolvimento do esquema corporal, quando a criança toma conhecimento do seu corpo e das possibilidades de expressar- se por meio desse corpo. A criança deve ter o conhecimento do próprio corpo, ter a imagem de si mesmo. Esta área refere-se a percepção e ao controle do corpo. Os seus interesses devem estar voltados para o mundo exterior. Não que haja uma construção exclusiva do mundo externo, partindo de uma atividade de exploração do mundo externo para a formação de um mundo interno. O esquema corporal deve estar voltado para a exploração do corpo, ligada as experiências afetivo-emocionais, fazendo assim com que a criança tome consciência do próprio corpo, relacionando as partes entre si, das possibilidades de movimento, com referência aos dados do mundo exterior. 3.1.1- Imagem corporal: 15

16 É a percepção e o sentimento que o indivíduo tem do seu próprio corpo. Ela está intimamente ligada a aspectos relacionais e envolve experiências interiores, expectativas sociais e emoções. A imagem corporal, é tudo aquilo que foi vivido pela criança durante a sua vida. A descoberta da imagem corporal, é de grande importância para se trabalhar e desenvolver o seu esquema corporal. 3.2- Lateralidade: Corresponde a idéia que a criança tem de si mesma, e influencia na formação do seu esquema corporal, assim como a percepção da simetria do seu corpo. A lateralidade corresponde a dados neurológicos, mas também é influenciada por certos hábitos sociais. A lateralidade contribui para determinar a estruturação espacial, com a percepção do eixo do seu corpo. A criança percebe também seu meio ambiente em relação a esse eixo. Existe uma grande diferença entre lateralidade (dominância de um lado em relação ao outro) e conhecimento esquerda e direita (domínio dos termos esquerda e direita). O conhecimento esquerda e direita ocorre de uma noção de dominância lateral. Corresponde a generalização, da percepção do seu eixo corporal. 16

17 A lateralidade é de grande importância na evolução dessa criança, podendo ser: * Homogênea=> a criança pode ser destra ou canhota do olho, da mão e do pé. * Cruzada=> a criança pode ser destra do olho e da mão e canhota do pé ou vice-versa. * Ambidestra=> a criança apresenta o mesmo nível de destreza de ambos os lados. 3.2.1- Dominância lateral: Durante o crescimento, naturalmente se define uma dominância lateral na criança. Em uma criança cuja a lateralidade não esteja bem definida, poderá ocorrer problemas de ordem espacial, fazendo com que essa criança não consiga diferenciar o lado direito do esquerdo, apresentando também uma incapacidade de seguir a direção gráfica. Poderá apresentar também uma incapacidade de acompanhar e reconhecer a ordem de um quadro. 3.3- Estruturação espacial: É a orientação, a estruturação do mundo exterior referindo-se primeiro ao eu referencial, depois a objetos ou pessoas em posição estática ou em movimento. (LAPIERRE, 1979, pag: 13) 17

18 A estruturação espacial é a tomada de consciência de situação do seu próprio corpo em um meio ambiente, isto é o lugar da orientação que pode ter em relação as pessoas e as coisas. É uma tomada de consciência da situação das coisas entre si, podendo ser a possibilidade para um sujeito de se organizar perante o mundo que o cerca, organizando as coisas entre si, as colocando em um lugar onde possa movimentá-las. A estruturação espacial não nasce com indivíduo. Ela é uma elaboração e uma construção mental que se opera através de seus movimentos em relação aos objetos que estão em seu meio. Muitas dificuldades são decorrentes de um mau desenvolvimento da orientação espacial. Eis algumas: * Dificuldade de representar mentalmente diversas noções. * Crianças que não conseguiram estabelecer a dominância lateral e nem a assimilação de direita e esquerda, fazendo uma internalização do seu eixo corporal. * Crianças que ainda não desenvolveram a noção de esquema corporal, acarretando um prejuízo na função de interiorização. * Limitação do seu desenvolvimento mental e psicomotor. * Crianças que sofrem alguma limitação em suas experiências corporais e espaciais que não têm a oportunidade de manipulação dos objetos ao seu redor. 3.4- Estruturação temporal: 18

19 Estruturação temporal, é a capacidade que o ser humano tem de situarse em função : * Da sucessão dos acontecimentos: antes, durante, após; * Da duração dos intervalos: tempo, ritmo, cadência; - Noções de tempo: longo, curto (hora, minuto, etc...) - Noções de ritmo: regular, irregular (aceleração, freada, etc...) - Noções de cadência: rápida, lenta (corrida, andar, etc...) * Renovação cíclica dos períodos: dias, meses, estações; * Caráter irreversível do tempo: - Noção de envelhecimento: plantas, pessoas, animais, etc... Não podemos conceber a idéia de espaço, sem anteriormente abordarmos a noção de tempo. O espaço é um instante tomado sobre o curso do tempo, sendo o tempo o espaço em movimento. As noções de corpo, espaço e tempo têm que estar intimamente ligados se quisermos entender o movimento humano. Na existência de dois acontecimentos independentes entre si, eles estarão difíceis de rememorar, sendo uma das soluções conseguir um arranjo entre a ordem temporal desses acontecimentos e a casualidade anterior entre eles. 19

20 A constução temporal não é um conceito inato. Tem que ser construído e exige um esforço, um trabalho mental da criança que ela só conseguira realizar, quando tiver um desenvolvimento cognitivo bem avançado. 3.5- Discriminação visual e auditiva: A importância da discriminação visual e auditiva consiste na aquisição e compreensão de noções especiais para a aprendizagem da leitura e da escrita. A leitura de um texto exige uma sucessão de movimentos oculares coordenados, ritimados e orientados da esquerda para a direita. Possuir um aparelho visual e auditivo íntegro, é um impotante prérequisito para a aprendizagem da leitura e da escrita. 3.5.1- Discriminação visual: Consiste na capacidade de ver e diferenciar objetos que aparecem no seu campo visual, podendo classifica-los e atribuindo significado e precisão. 3.5.2- Discriminação auditiva: Significa a capacidade que a criança tem responder aos estímulos auditivos, sendo o resultado de uma integração das experiências com a organização neurológica. A discriminação auditiva está muito ligada à atividade motora, particularmente com a escrita, no que diz respeito a parte de ditado, que requer uma atenção muito grande para a captação de informações. Os nossos receptores auditivos têm que ser capazes de mandar os estímulos sonoros ao cérebro que irá processar, selecionar e armazenar as 20

21 informações na memória. Se estas informações forem distorcidas, o cérebro também processará informações distorcidas. 21

22 Capítulo IV A primeira infância A primeira infância é uma fase do processo evolutivo caracterizada por uma série de ajustamentos que o organismo deve fazer em função do meio. Desde que nasce, a criança está em contato com os adultos e esses irão mediar a relação dela com o mundo. ( MARANHÃO, 2001, pag: 30) O processo de adaptação do organismo não se limita à primeira infância, mas o que acontece ao indivíduo nessa fase de vida é de extrema importância para o seu desenvolvimento. Em nosso estudo, viemos estabelecer as relações existentes da primeira infância com à pratica Psicomotora. 4.1- Tarefas evolutivas da primeira infância: A primeira infância, é o período da vida humana que vai desde o nascimento do indivíduo até mais ou menos dois anos de sua existência pósnatal. A construção do eu corporal é condição para construção do eu psíquico, tarefa central do estado personalista. ( GALVÃO, 2001, pag: 51). Podem ser consideradas as principais tarefas da primeira infância as seguintes: 22

23 * aprender a andar => entre nove e quinze meses de idade, o ser humano se encontra maturacionalmente pronto para andar. Em geral, a aquisição dessa habilidade conta com a ajuda de outras pessoas e é de fundamental importância em todo o processo evolutivo do indivíduo. * aprender a tomar alimentos sólidos => o sistema digestivo da criança se torna gradualmente capaz de assimilar alimentos sólidos e ela vai deixando de usar o reflexo sugatório que desempenhou importante papel no seu desenvolvimento. * aprender a controlar o processo de eliminação dos produtos excretórios => essa tarefa tem aspectos biológicos, psicológico e culturais. Essa fase é a base do treinamento moral da criança, visto que é nessa fase que ela toma conhecimento do que é certo e errado * aprender a diferença básica entre os sexos => é nessa fase que a criança começa a tomar ciência da polaridade sexual do indivíduo, percebendo as diferenças anatômicas entre homem e mulher, tendo que se comportar de acordo com as expectativas relativas à sua anatomia. * formar conceitos ainda que elementares da realidade física e social => para a criança, o mundo externo não passa de enorme confusão para a criança. Porém, pouco a pouco as coisas ao seu redor vão tomando formas mais definidas e recebendo nomes apropriados sendo a partir desses conceitos que a vida mental da criança se desenvolver. 23

24 * alcançar certa estabilidade fisiológica => os mecanismos de homeostase que regulam o organismo adulto, não encontram-se em pleno funcionamento na primeira infância, sendo necessário que ela alcance certa estabilidade principalmente em relação ao alimento e ao sono. * aprender a relacionar- se emocionalmente => deve aprender a lidar com seus pais, irmãos e outras pessoas ao invés de limitar-se a si. * aprender a falar => a grande importância da linguagem articulada para desenvolver o ser humano, tornando-o parte do mundo em que vive, fazendo com que se relacione e se expresse. Com todas essas informações, podemos estabelecer parâmetros para uma boa prática psicomotora, atribuindo para cada situação uma metodologia de trabalho que possa englobar cada uma dessas tarefas, havendo assim uma especificidade do trabalho. 24

25 Capítulo V A Importância do brincar Analisar a importância do brincar, do brinquedo e do jogo nesse processo, nos auxilia a entender a importância do uso de tais recursos em nossas atividades pedagógicas do dia- a- dia. O brinquedo estimula a representação da realidade. Ao representa- la, ela estará vivendo alguma situação remota e irreal naquele momento. Através da brincadeira e dos jogos, a criança poderá tomar conhecimento do meio em que se encontra, podendo fazer assim uma analogia entre o brincar e o real. 5.1 A Psicomotricidade e a influência do brincar no desenvolvimento da criança: É através dos movimentos, como o exercícios e as brincadeiras que se apresenta a fundamental importância no desenvolvimento do físico, do intelecto 25

26 e do emocional da criança. A importância do movimento para a criança ajuda a explorar o mundo exterior através de experiências concretas, construindo assim uma base para o desenvolvimento intelectual. O esquema do desenvolvimento é comum a todas as crianças, mas ocorrem diferenças de caráter e possibilidades físicas que podem interferir nesse desenvolvimento. No brinquedo, a criança opera com um significado alienado em uma situação real. 5.2- Os jogos recreativos: As atividades recreativas têm a responsabilidade na formação e no desenvolvimento da responsabilidade humana, agindo eficientemente na vida cooperativa do grupo e ajudando a criar uma ordem social plena de vida. A alegria e a felicidade que derivam da recreação enriquecem a vida e são essenciais para harmonia social. Os jogos recreativos constituem uma atividadeprimária do ser humano. É principalmente a criança que se manifesta de maneira espontânea, aliviam a tensão interior e permitem a reeducação do comportamento, elevando o sentimento da auto-confiança e expansão do seu eu. O jogo é um meio da criança reconhecer a realidade que a cerca e da qual faz parte: brincar/jogando, ela manipula a realidade, explora, modifica, cria 26

27 e recria, interpreta e nesse processo desenvolve suas estruturas mentais, progride socialmente e realiza experiências do conteúdo emocional. 5.2.1- Atividades pedagógicas em face das atividades recreativas: Para que haja um real aproveitamento do exercício, é de extrema importância a atitude do professor em relação a isso é conveniente tecer algumas considerações: * não dar muitas instruções à criança. Lembrando- se que o excesso de informações e explicações podem limitar e direcionar a experiência pessoal da criança. * deixar a criança usar os seus próprios recursos, buscando soluções ao seu nível. O mais importante no brincar, é fazer com que através do lúdico, a criança possa ter artifícios necessários para poder desenvolver todas as suas potencialidades sem que se torne uma coisa chata e uma obrigação. 5.3- De que forma os jogos podem auxiliar no desenvolvimento psicomotor? Através de uma vivência prática de situações, observando as necessidades encontradas em cada indivíduo com a criação de um ambiente mais alegre e saudável, principalmente através do lúdico que é uma forma prazerosa de aprendizagem em que as pessoas podem tomar 27

27 conhecimento de suas potencialidades e desenvolver maneiras de captar os estímulos que lhes são apresentados. Capítulo VI Jogos e brincadeiras: aplicações práticas Neste capítulo, apresentaremos alguns exemplos de jogos que poderão ser de bastante utilidade para quem quer desenvolver uma prática psicomotora através do brincar. Dividiremos esses jogos em três tópicos principais em nosso estudo: jogos ativos, brinquedos cantados e jogos de adivinhação. 27

28 6.1- Jogos ativos: São jogos que necessitam de um espaço mais amplo e servem para promover um integração maior dos participantes. Necessitam de uma boa expressão corporal e geralmente são jogos que necessitam de cooperação e atenção. Podem ser utilizados também bolas e cordas para desenvolvimento desses jogos. Abaixo seguem alguns desses jogos. 6.1.1- baleias: Preparação: As crianças enfileiram- se atrás de uma linha de partida demarcada no chão. Do outro lado do campo, traça- se uma linha paralela de chegada. Desenvolvimento: Para iniciar o jogo, o professor põe- se a dizer uma série de palavras começando por ba, bananas, batatas, balas, etc. quando porém ele diz baleias, todos deverão correr para a linha de chegada. Variações: Pode- se variar o jogo apresentando palavras de sons diferentes. Objetivos: Atenção, percepção e discriminação auditiva, velocidade de reação, coordenação motora ampla. 6.1.2- Coelhinho na toca: Preparação: Forma- se um círculo e divide- se o grupo em trios. dois dão as mãos e o terceiro fica no meio, este deverá ser o Coelhinho. 28

29 Desenvolvimento: No centro do círculo, ficara uma criança que deverá ao sinal: Coelhinho na toca 1,2,3"! Tentar ocupar o lugar de um dos Coelhinho que estão em suas tocas e neste momento deverão trocar de toca. Objetivos: Desenvolver a coordenação motora ampla, atenção, percepção e discriminação auditiva, socialização, além de conhecimentos matemáticos. 6.1.3- Alerta cor: Preparação: Forma-se um círculo e é oferecida uma bola a um participante do grupo. Desenvolvimento: Os participantes do grupo deverão jogar a bola entre si, sem deixar que ela caia no chão. O participante que deixar a bola cair no chão devera pegar a bola dizer: alerta cor, os outros participantes deverão responder: que cor, neste exato momento quem está com a bola dirá uma cor e os outros participantes deverão tocar em algo com essa cor senão, o pegador (que está com a bola) poderá acertar a bola em quem não conseguiu tovar a cor a tempo e este estará eliminado. Objetivos: atenção, percepção, discriminação auditiva e visual, coordenação motora ampla. 6.2- jogos musicados: São os jogos que devem unir em uma mesma atividade, música, letra e movimentação. 29

30 Este trabalho favorece principalmente o esquema corporal, a localização das diferentes partes do corpo, a coordenação motora, além de ser uma forma bastante prazerosa de se trabalhar, principalmente com faixas etárias menores. São divididos em :brinquedos cantados, versinhos musicados e cantigas de roda. 6.2.1- Brinquedos cantados: Atividade: Cabeça, ombro, joelho e pé Desenvolvimento: Cabeça, ombro, joelho e pé, joelho e pé. Cabeça, ombro, joelho e pé, joelho e pé. Olhos, ouvidos, boca e nariz. Cabeça, ombro, joelho e pé. Objetivos: Através dessa canção, poderemos explorar as diferentes funções e partes do corpo e também os orgãos e sentidos. 6.2.2-Versinhos musicados: São variações dos brinquedos cantados. Além de favorecer a linguagem pois, poderemos explorar o som inicial até o som final igual. É muito importante que as atividades sejam exploradas de diversas formas, mas que não se deixe perder o sentido lúdico da atividade. Atividade: Palminhas 30

31 Desenvolvimento: Palminhas, palminhas, nós vamos bater. Depois as mãozinhas, pra trás esconder. Pra frente, pra trás, nós vamos bater. Depois as mãozinhas, pra trás esconder. Pra cima, pra baixo, nós vamos bater, depois as mãozinhas, pra trás esconder. Objetivos: Orientação espacial, esquema corporal, estruturação temporal, linguagem oral, coordenação motora. 6.2.3- Cantigas de roda: As cantigas de roda, levam as crianças a mexerem com o corpo e representarem as situações sugeridas pela letra das músicas. Atividade: Ciranda, cirandinha Desenvolvimento: Ciranda, cirandinha, 31

32 vamos todos cirandar! Vamos dar a meia volta, volta e meia vamos dar! O anel que tu me deste, era vidro e se quebrou. O amor que tu me tinhas, era pouco e se acabou. Por isso dona (seu) fulana (o)... Faz favor de entrar na roda, diga um verso bem bonito, diga adeus e vá embora. Nessa última estrofe a criança vai ao centro da roda, diz um verso e volta para o seu lugar. Objetivos: Desenvolvimento de áreas afetivas, social e cognitiva. Linguagem escrita, oral, aspectos gramaticais, etc... 6.3- Jogos de adivinhação: São jogos onde as crianças deverão através de uma prévia observação, poder dar continuidade a uma brincadeira, utilizando principalmente a memória. Atividade 1: Adivinhe quem ( ou o que) mudou de lugar? 32

33 Preparação: as crianças em círculos devem observar umas as outras, prestar atenção em alguns detalhes, onde sentadas, como estão vestidas, os acessórios que estão utilizando, etc... Desenvolvimento: Será escolhida uma criança para sair da sala, e enquanto ela está fora escolheremos alguém ou alguma coisa para ser modificado. Chamamos a criança de volta e ela deverá descobrir e indicar as mudanças. Objetivos: Esta atividade favorece a percepção visual, atenção, linguagem oral, memorização. Atividade 2: Quem é o mestre? Preparação: As crianças deverão estar dispostas sentadas em círculos. Desenvolvimento: Será escolhida uma criança que deverá ficar de olhos vendados. O professor deverá escolher um líder que começar a fazer um determinado movimento e todos os outros deverão acompanha- lo. Logo em seguida o aluno que estava vendado ficará sem a venda e observará todos os participantes para saber quem é o líder, que por sua vez deve variar os movimentos sem que seja percebido pela criança que estava de olhos vendados. Objetivos: percepção visual e auditiva, atenção, coordenação motora. 33

34 Capítulo VII Conclusão Até o presente momento de nosso estudo, podemos concluir que a Psicomotricidade é de grande importância para o desenvolvimento do processo de aprendizagem. Podemos destacar também, que a Psicomotricidade é uma área do conhecimento que engloba três áreas bem distintas: educação, reeducação e terapia psicomotora. Através do conhecimento dessas três áreas podemos estabelecer parâmetros para aplicarmos as diferentes metodologias de abordagens psicomotoras, de acordo com o objetivo apresentado por cada aluno, fazendo o encaminhamento necessário a cada área que melhor satisfaz as suas necessidades apresentadas. 34

34 Entramos nas diferentes áreas do estudo da Psicomotricidade, onde a criança poderá desenvolver melhor as suas carências e podemos conhecer um pouco melhor cada uma dessas áreas, as suas principais características. Tudo isso é levado ainda mais em conta quando abordamos uma fase primordial para o desenvolvimento dessas áreas psicomotoras, que é a fase da primeira infância. É na primeira infância que a criança toma conhecimento das mais diversas situações que dizem respeito as suas tarefas evolutivas. Oque isto significa? Significa que é na primeira infância que a criança entra em contato com as mais diversas experiências não só em seu mundo interior, mais principalmente com o mundo externo, com o outro. Nessa fase a criança deverá ter vários estímulos, pois é só através dos estímulos que a criança pode absorver melhor o contato com o meio e observar várias situações e sentimentos através da troca com outras pessoas no meio externo. O saber de um ser humano é construído através de trocas e essas experiências que farão a diferença na aquisição ou manutenção das sua atividades motoras. Traçamos um paralelo entre a importância do brincar e sua real necessidade para o pleno desenvolvimento das mais variadas atividades que englobam a Psicomotricidade no desenvolvimento da criança também o papel de destaque que têm os jogos recreativos nesse desenvolvimento. Destacamos também a inter- relação das atividades recreativas em função da prática pedagógica apresentada em cada situação destacada. Abordamos também o grande instrumento de auxílio que pode nos proporcionar os jogos recreativos. 34

35 Finalmente chegamos nas aplicações práticas dos diferentes tipos de jogos que avaliam através de todos os princípios da Psicomotricidade, a real necessidade, a preparação o desenvolvimento, os objetivos e as suas variações. Com todas essas informações podemos concluir que a prática de jogos é de grande importância para a Psicomotricidade. Devemos levar em conta a especificidade que pede cada caso e a sua real aplicação. Isso tudo servirá no auxilio dos profissionais das mais variadas áreas que trabalham com crianças, sendo um importante instrumento na lida com essas criança, tornando a sua prática pedagógica muito mais agradavel. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CARNAVAL, P. E - Medidas e avaliação em ciências do esporte. Rio de Janeiro: Sprint, 2000. CHAUZAD, J - Introdução à psicomotricidade. São Paulo: Manole, 1976. GALVÃO, I - Henri Wallon: uma concepção dialética do desenvolvimento infantil. Petrópolis: Vozes, 2001. 35

36 LAPIERRE, A - Psicomotricidade: educação e reeducação. Paris: Manole, 1979. LAROSA, M. A e AYRES, F. A - Como produzir uma monografia. Rio de Janeiro: Wak, 2002. MARANHÃO, D - Ensinar brincando: a aprendizagem pode ser uma grande brincadeira. Rio de Janeiro: Wak, 2001. OLIVEIRA, G. C - Psicomotricidade Educação e reeducação num enfoque Psicopedagógico. Rio de Janeiro: Vozes, 1999. WALLON, H - Evolução psicológica da criança. Paris: Manole, 1968. ANEXOS 36

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