Qualidade ds aliments: nvs desafis Bragança, 2012 16-19 Setembr SBN 978-972-745-141-8
11 ~Encntr de Química ds Aliments Efeit da adubaçã aztada na cmpsiçã química de sementes de clza da cultivar Hydrmel Di na Csta", Clementina M.M Sant/'', Artur MS. Si/van, Manuel A. Rdrigues" c aescla Superir Agrária, nstitut Plitécnic de Bragança, Prtugal bdepartament de Química & QOPNA, Universidade de Aveir, Prtugal ccmo, nstitut Plitécnic de Bragança, Prtugal * e-mail d autr crrespndente: clems@ipb.pt Palavras chave: clza, Brassica napus L., adubaçã aztada, cmpsiçã química, RMN RESUMO Neste trabalh pretendeu-se avaliar efeit da adubaçã aztada na cmpsiçã química de sementes de clza da cultivar Hydrmel. As amstras de semente de clza fram btidas num ensai de camp que decrreu em Bragança, em que a clza fi cultivada em cicl de utn/invern, na estaçã de cresciment de 2009/201 O. N que diz respeit à cmpsiçã química determinu-se ter em humidade, cmzas, prteína, grdura e fibras (NDF e ADF) e prcedeu-se à quantificaçã ds ácids grds pr crmatgrafia gassa (GC/FD). As sementes de clza sã mairitariamente cnstituídas pr grdura (45-47%), caracterizada pr um elevad ter em ácids grds mninsaturads, send ácid leic mais abundante (cerca de 60%). A análise ds espectrs de ressnância magnética nuclear (RMN) ds extrats de clza cnfinna estes dads. O ter em prteína awnentu à medida que nível de adubaçã aztada aumentu (14-1 7%) e ter em NDF fi similar em tdas as amstras (cerca de 34%). Pr seu lad, aument da adubaçã aztada cnduziu a uma diminuiçã d ter em ADF. O ter em cinzas e em humidade nã apresentu variações significativas nas diferentes amstras estudadas. Em suma, a variaçã da adubaçã aztada na cultura da clza induziu alterações significativas na cmpsiçã química das sementes pel que esta infrmaçã pde ajudar agricultres e técnics a ajustar a fertilizaçã aztada em funçã d destin a dar à semente.. NTRODUÇÃO A clza é uma planta leaginsa da família Brassicaceae, em que a principal espécie cultivada é classificada cm Brassica napus. Tmu-se wna imprtante cultura em váris países de clima temperad fri, nde a mairia das utras plantas leaginsas nã se desenvlve adequadamente. A clza cupa atualmente segund lugar entre as culturas de leaginsas mais prduzidas n mw1d, lg a seguir à sja [1]. O aument das áreas semeadas de clza deve-se sbretud a uma melhria prgressiva da qualidade d óle para fins alimentares e ds bagaçs para alimentaçã animal e, também,
11 Q Encntr de Química ds Aliments devid a fact da clza estar a ser prmvida em td mund cm cultura energética para fabric de bicmbustíveis [2]. Muits estuds têm mstrad que cresciment e a prduçã de clza sã prmvids de frma significativa pela aplicaçã de dses elevadas de azt. N entant, azt em excess pde reduzir a qualidade nutricinal d óle, para além de ser um cust adicinal desnecessári e pder causar efeits adverss n mei ambiente [3,4]. Neste trabalh discute-se efeit da adubaçã aztada na cmpsiçã química de sementes de clza da cultivar Hydrmel. 2. MATERAS E MÉTODOS As amstras de semente de clza fram btidas num ensai de camp que decrreu em Bragança, em que a clza fi cultivada cm sementeira de nvern, na estaçã de cresciment de 2009/201 O. Fram ensaiadas várias dses de azt, das quais fram usadas neste trabalh as crrespndentes a O (N), 50 (N 5 ) e 150 (N 1 s) kg de azt pr hectare, aplicadas em cbertura. As diferentes dses de azt fram aplicadas em macr-talhões de 630m 2, cm sementeira mecânica, tend as repetições de camp (três) sid efetuadas dentr de cada macr-talhã. O delineament experimental cmplet e s principais resultads agrnómics btids fram previamente descrits em Rdrigues et a!. [5]. N labratóri fram ainda feits duplicads de cada uma das amstras. As sementes fram previamente limpas de quaisquer rests de palhas e peiras resultantes da debulha. Os teres em humidade, cinza, prteína e grdura fram determinads segund s métds descrits pela Assciatin f Official Analytical Chemists (AOAC). A determinaçã d ter em fibra baseu-se n métd de Van Sest, também designad pr sistema detergente, nde se btém a fibra em detergente neutr (NDF) e a fibra em detergente ácid (ADF). A deternünaçã d perfil em ácids grds fi realizada após extraçã da grdura ttal em sxhlet, e psterir transesterificaçã ds seus ácids grds para análise pr crmatgrafia gassa (GC/FD). Os espectrs de ressnância magnética nuclear (RMN) de 1 H e de 13 C das amstras de clza fram adquirids em sluções de clrfórmi deuterad. 3. RESULTADOS E DSCUSSÃO Analisand a tabela, pdems verificar que s teres em humidade e cmzas nã apresentaram variações significativas nas amstras testadas. O ter em prteína apresentu seu mair valr na amstra N 150 (17, 1 %), crrespndente à mair dse de azt aplicada cm fertilizante, enquant menr ter em prteína fi encntrad na amstra sem adubaçã (13,9%). Estes resultads sã crrbrads pr utrs estuds envlvend utras variedades de clza [4] e, em geral, s teres de prteína na cultivar Hydrmel sã inferires as de utras cultivares de clza [6]. A grdura é cmpnente mairitári em tdas as amstras de clza da cultivar Hydrmel. A amstra N apresentu na sua cmpsiçã a mair quantidade de grdura cm 47,4%, seguid da amstra N 50 (45,8%) e pr fim, a amstra N 150 (44,6%). Verifica-se que quant mair a
11 º Encntr de Química ds Aliments dse aplicada de fertilizaçã aztada, menr é ter em grdura e que a clza cntém um mair ter em grdura que utras plantas leaginsas estudadas [7], tais cm sja, girassl e milh, demnstrand ser uma mais-valia para a prduçã de óle de clza. Os valres d ter em hidrats de carbn de tdas as amstras N, Ns e N1 s fram semelhantes, variand entre 29,5-30,0%. Os valres energétics btids para as amstras N, Ns e N 15 fram 601,8 kcal, 592,9 kcal e 589,1 kcal, respetivamente. Observand s resultads btids verifica-se que a amstra cm mair valr energétic fi a amstra N0, a qual tem na sua cmpsiçã um mair ter em grdura. A fibra em detergente neutr (NDF) e a fibra em detergente ácid (ADF) fram calculads tend em cnta a percentagem em matéria seca nas respetivas amstras. Os valres btids para a NDF fram muit similares para as diferentes amstras (34,1-34,8%) e s valres relativs à ADF diminuíram à medida que aumentu nível de fertilizaçã aztada, send de 31,1% (N), 27,4% (Ns) e 25,5% CNts). Tabela 1. Cmpsiçã química das sementes de clza da cultivar Hydrmel para as diferentes dses de adubaçã aztada (média± desvi padrã) Humidade(%) Cinzas(%) Prteína (%) Grdura(%) Hidrats de carbn (%!) Energia (kcal) 4,64±0;04 4,78±b,09 4,10±0,10 4,21±0.1 0 13,93±0 42 15,74±0, 15 47,36±0,61 45,78±0,51 29,97±1,83 29}49± 1,34 601,8 592,9 4,54±0,25 3,95±0,05 17,08±0,65 44,62±0,89 29,81±2,78 589,1 NDF (%) ADF (%) 34,81 ± 1,68 31,08±3,76 34,47±!,69 27,38±2,81 34,06±1,08 25,45±2,84 Analisand perfil em ácids grds das diferentes amstras de clza bserva-se que estas sã cnstituídas mairitariamente pel ácid leic (C18:1). A amstra N surge cm valr mais elevad em ácid leic (59,8%), seguind-se a amstra N5 (58,8%) e, pr fim, a amstra N 150 (57,8%). O ácid linleic (C18:2) surge cm segund mair cnstituinte, seguind-se ácid linlénic (Cl8:3). Verifica-se que à medida que a dse de adubaçã aztada aumenta, ter em ácid leic diminui, enquant ter em ácid linleic e linlénic aumenta. O ter de ácid cápric (ClO:O), laúric (Cl2:0), mirístic (C l 4:0), pentadecanóic (C l5:0), margáric (Cl7:0) e eicsadienóic (C20:2) apresenta-se residual nas diferentes amstras. A fraçã de ácids grds mais abundante nas amstras de clza fi a fraçã ds ácids grds mninsaturads, em que as amstras N 0, N 50 e N 1s btiveram valres de 61,8%, 60,1% e 59,1 %, respetivamente. As amstras de clza apresentaram baix ter em ácids grds saturads (6,7-6,8%), enquant s ácids grds plinsaturads apresentaram valres superires entre 31,4% (N 0 ) e 34,2% (N150). Uma análise exaustiva ds espectrs de RMN mn e bidimensinais da fraçã lipídica das amstras de clza permitiram identificar triglicérid mairitári, cnstituíd pr duas
11 2 Encntr de Quím ica ds Aliments unidades de ácid leic e uma de ácid linleic (Figura ). Assim send, pdems cncluir que s dads btids pr GC sã crrbrads pela espectrscpia de RMN. Figura 1. Estrutura d trigliceríde mairitári presente nas amstras de clza. 12 14 16 lg tc-hllu-'jt li H,c--c l i 11 15 11 11) 12 n 15 11 li Hc- -c (C'- tl.2 n~.li-'jj li 14 (, R 10 12 14 li "' tc'-th u-'j) H:C-0-C 11 11 15 11 4. CONCLUSÕES A adubaçã aztada aumentu ter de prteína e reduziu ter em óle, aspet que deve ser tid em cnta na definiçã da estratégia de fertilizaçã da cultura. Na fraçã lipídica predminam s ácids grds mninsaturads, send ácid leic mais abundante. A análise ds espectrs de RMN da fraçã lipídica das amstras de clza permitiram identificar triglicérid mairitári, cnstituíd pr duas unidades de ácid leic e uma de ácid linleic. Admitind que a clza é cultivada para btençã de óle, parece ser de recmendar as agricultres que utilizem dses mderadas de azt para evitar decréscims n ter em grdura. Cntud, a prteína é também um cmpnente imprtante nas sementes, pis após extraçã d óle resulta um bagaç ric em prteína que é utilizad nas rações para s animais. Agradeciments A nstitut Plitécnic de Bragança, FCT, Universidade de Aveir e à Rede Nacinal de RMN (RNRMN) pels financiaments cncedids. Referências [ ] M Bckisch, Fats and ils handbk, 1998, AOCS PRESS, 25 1-260. [2] W Kêirbitz, Brassica ilseeds. Prductin and utilizatin, 995, D Kimber, D McGregr Eds. Wallingfrd, UK: Cab nternatinal, 195-2 13. [3] O Oztürk, Chilean J Agric Res, 2010,70, 132-1 4 l. [4] H Ozer, Eur J Agrn, 2003, 19,453-463. [5] MA Rdrigues, A Almeida, J Ferreira, T Ribeir, M Arrbas, 2011. Prc. 4 11 1nternatinal Cngress n Energy and Envirnment Engineering and Management, Mérida, Spain. [6] -u Haq, MK Saeed, 1 Ahmed, M Ashraf, N Ejaz, 2009. nternatinal Cnference n Cmplex Medical Engineering, 1-4. [7] EE Perez, AA Careli, GH Crapiste, J Am O il Chem Se, 2004, 81, 245-249.