Tema: Informações técnicas sobre o NUTRI-RENAL para pacientes em tratamento dialítico 1. ANÁLISE CLÍNICA DA SOLICITAÇÃO 3. 1.1. Pergunta estruturada 3



Documentos relacionados
TEMA: Dieta enteral de soja para paciente portadora de doença de Alzheimer e de adenocarcinoma gástrico.

RESOLUÇÃO DE DIRETORIA COLEGIADA - RDC Nº. 269, DE 22 DE SETEMBRO DE 2005.

FICHA TÉCNICA ISO WHEY V3

SHAKEASY. Bases Prontas para Shakes Funcionais

VITAMINAS. Valores retirados de Tabela da composição de Alimentos. Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge

prorrogada(o) por:resolução RDC nº 182, de 03 de outubro de 2006

VITAMINAS. Valores retirados de Tabela da composição de Alimentos. Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge

Valores diários recomendados de nutrientes, vitaminas e minerais.

Multivitamínicos Minerais. Regulamentação no Brasil

NUTRICIUM INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA FICHA DE ESPECIFICAÇÃO SUSTEMIL BAUNILHA

VI CURSO DE ATUALIZAÇÃO EM DIABETES DIETOTERAPIA ACADÊMICA LIGA DE DIABETES ÂNGELA MENDONÇA

NUTRICIUM INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA FICHA DE ESPECIFICAÇÃO SUSTEMIL KIDS MORANGO

05/05/2014 NOTA TÉCNICA

1. RESUMO EXECUTIVO. Data: 19/03/2014 NOTA TÉCNICA 48/2014. Medicamento Material Procedimento Cobertura

VIVER BEM OS RINS DO SEU FABRÍCIO AGENOR DOENÇAS RENAIS

A ARTE DE PROMOVER A VIDA.

Anvisa - Alimentos - Informes Técnicos

Biomassa de Banana Verde Integral- BBVI

VEGESOY ISOLATED. Proteína Isolada da Soja. Informações Técnicas

TEMA: CINACALCETE SEVELAMER NO TRATAMENTO DO DISTÚRBIO DO METABOLISMO ÓSSEO E MINERAL DA DOENÇA RENAL CRÔNICA

Profa Tânia Maria Leite da Silveira

Convivendo bem com a doença renal. Guia de Nutrição e Diabetes Você é capaz, alimente-se bem!

TEMA: Uso de Calcitriol no hipoparatireoidismo após cirurgia de tireóide

Aumentar o Consumo dos Hortofrutícolas

Nutrição. tica (SND) Disciplina:Nutrição para Enfermagem Curso: Enfermagem Semestre: 4º. Profa. Dra. Andréia Madruga de Oliveira Nutricionista

Nutrição e Insuficiência Renal Crônica

Sybelle de Araujo Cavalcante Nutricionista

FICHA TÉCNICA MASS GFF 27000

revogada(o) por: Resolução RDC nº 269, de 22 de setembro de 2005 atos relacionados: Resolução nº 18, 1994

A RODA DOS ALIMENTOS E OS NOVOS VALORES NUTRICIONAIS Mafra, 14 de Março de Ana Leonor DataPerdigão Nutricionista

Nome do Produto: 100% Whey Protein Gold Standard - Optimum Nutrition

FICHA TÉCNICA WHEY ISO FAST 100% ISOLADA HIGH PROTEIN FAT FREE LOW SODIUM ZERO CARBOIDRATOS

O desafio hoje para o Pediatra e também para sociedade é cuidar das crianças que vão viver 100 anos ou mais e que precisam viver com qualidade de

CENTRUM Materna, apresenta-se em embalagens de 30 comprimidos revestidos e fáceis de engolir.

PREFEITURA MUNICIPAL DE FRANCA SECRETARIA DE PLANEJAMENTO E GESTÃO ECONÔMICA Divisão de Licitações e Compras

MATERNA. Comprimido revestido

Comissão apresenta proposta sobre alegações nutricionais e de saúde para informar melhor os consumidores e harmonizar o mercado

FICHA TÉCNICA. 45g PROTEÍNAS POR DOSE ALTO VALOR BIOLÓGICO WPC + WPI 25 VITAMINAS E MINERAIS CARBOIDRATOS SIMPLES E COMPLEXOS

adota a seguinte Resolução de Diretoria Colegiada e eu, Diretor-Presidente, determino a sua publicação:

FICHA TÉCNICA 3 WHEY GAINERS. 25g de PROTEINAS POR DOSE WPI + WPC HIGH PROTEIN PROTEÍNAS DE ALTO VALOR BIOLÓGICO

VITAMINAS. COMPOSTOS ORGÂNICOS, NECESSÁRIOS EM QUANTIDADES PEQUENAS -mg, µg/ DIA;

Suplemento de Crescimento e Nutrição para Frangos de Corte. frangos de corte. cobb-vantress.com

BEM-VINDO! #myntlife

ÍNDICE. Trophic Basic. 06 Trophic 1.5. Trophic EP Trophic Fiber Trophic Bio + SABOR! Trophic Infant. Diamax Peptimax HDmax. Bemmax.

Ingredientes: Óleo de castanha do pará e vitamina E. Cápsula: gelatina (gelificante) e glicerina (umectante).

Prescrição Dietética

MATERNA Wyeth Indústria Farmacêutica Ltda. Comprimidos revestidos polivitamínico e poliminerais

Eliane Petean Arena Nutricionista - CRN Rua Conselheiro Antônio Prado 9-29 Higienópolis Bauru - SP Telefone : (14)

VALOR NUTRITIVO DA CARNE

Manter este produto em local fresco, seco e ao abrigo de luz solar.

Atuação do Nutricionista no Desenvolvimento de Produtos Mais Saudáveis

Dermfix - Colágeno Hidrolisado em Pó 200g Funciona?

Apresentação. O que significam os itens da Tabela de Informação Nutricional dos rótulos

BEM-VINDO! COM A GENTE VOCÊ PODE SE SENTIR EM CASA.

Aspectos legais da prescrição fitoterápica pelo Nutricionista

Tema: Boceprevir para tratamento da hepatite viral crônica C associada a cirrose hepática

ALTERAÇÕES RENAIS. Texto extraído do Editorial do Endocrinologia&Diabetes clínica e experimental vol. 7 número 3, julho/2007.

ROTULAGEM DE ALIMENTOS

Peso do Filhote. 1Kg 2Kg 3 a 5Kg 5 a 7Kg 7 a 10Kg 10 a 14 Kg 14 a 18 Kg 18 a 22Kg. 432 a 556g. 288 a 371g. 371 a 484g

RESPOSTA RÁPIDA 154/2014 Alfapoetina na IRC

BOLO, CHOCOLATE, NEGA MALUCA

TEMA: Neovite Luteim para tratamento de descolamento de retina congênito

Avaliação do rótulo e rotulagem de diferentes variedades de leites em pó comercializados na cidade de Juiz de Fora - Minas Gerais

ROTULAGEM DE ALIMENTOS

FICHA TÉCNICA MASS GAINERS 4400 AGE SYN SYNERGIC MASS GROWTH

SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MÉDICA EM NEFROLOGIA

L 314/36 Jornal Oficial da União Europeia

Especificação Unid. Fornecedor Marca Ofer. Descto. (%) Preço Unitário NUTRIR NUTRIÇÃO ENTERAL E SUPLEMENTAÇÃO LTDA ME (4722)

O manipulador de alimentos tem que conferir todas as informações do rótulo?

ISO WHEY V3 AGE ISO WHEY V3 AGE

ALBUMINA. Proteína do ovo como suplemento

Data: 25/11/2013. Nota Técnica: 234/2013 Solicitante: Juiz Eduardo Monção Nascimento Numeração:

RESOLUÇÃO - RDC Nº. 18, DE 27 DE ABRIL DE Dispõe sobre alimentos para atletas.

Qualidade e valor nutricional da carne de coelho. Óscar Cerqueira Nutricionista ACES Douro I

Élsio Paiva Nº 11 Rui Gomes Nº 20 Tiago Santos Nº21. Disciplina : Área de Projecto Professora : Sandra Vitória Escola Básica e Secundária de Fajões

CLIRE CLÍNICA DE DOENÇAS RENAIS LTDA. PROGRAMA DE ESTÁGIO EM NUTRIÇÃO RENAL (HEMODIÁLISE E DIÁLISE PERITONEAL)

RESPOSTA RÁPIDA 396/2013 Naprix, Vastarel, Lasix, Carvedilol, Atorvastatina, Aspirina

Como nosso corpo está organizado

REGISTRO: Isento de Registro no M.S. conforme Resolução RDC n 27/10. CÓDIGO DE BARRAS N : (Frutas vermelhas) (Abacaxi)

ÍNDICE PADRÃO ESPECIALIZADA ORAL MÓDULOS

Perspectivas legais de alegações de propriedades funcionais e ou de saúde

Nutrição completa para equinos. Linha Equinos. Rações Suplementos Minerais

Data: 07/04/2014 NTRR 67/2014. Medicamento x Material Procedimento Cobertura

Ingredientes: Óleo de açaí e vitamina E. Cápsula: gelatina (gelificante) e glicerina (umectante).

PREVENÇÃO E FORÇA NUTRILITE PACOTE A COMBINAÇÃO PERFEITA PARA AS NECESSIDADES FEMININAS

Ingredientes: Óleo de chia. Cápsula: gelatina (gelificante) e glicerina (umectante).

Dieta de hemodiálise. Avitum

Unidade: GUIA ALIMENTAR PARA A POPULAÇÃO

GUIA DE BOLSO. Está na hora de incluir a fruta e os hortícolas na alimentação! SAIBA PORQUÊ

Programa de Controle de Peso Corporal

ACTONEL,DEPURA E OSSEOPROT PARA RECUPERAÇÃO DE ARTROSCOPIA DE OMBRO

APTAMIL PROEXPERT PEPTI

FICHA TÉCNICA. PROTEIN BAR AGE é uma barra prática e saborosa que apresenta 39% de proteínas em sua formulação, além de 22 vitaminas e minerais.

N u t r i ç ã o E N t E r a l Linha Pediátrica

American Dietetic Association

TERAPIA NUTRICIONAL NUTRIÇÃO ENTERAL

WORKSHOP PARTICULARIDADES NA DOENÇA RENAL CRÔNICA EM GATOS ADULTOS X IDOSOS

Em termos comparativos a chlorella possui proporcionalmente mais proteínas do que a soja, a carne bovina e o trigo.

ÍNDICE BRAVEWHEY WHEY PROTEIN BRAVEWK2 PRÉ-TREINO BRAVECARBUS CARBO AMINOBRAVE BCAA BRAVEPURE CREATINA GLUTABRAVE L-GLUTAMINA OXYBRAVE TERMOGÊNICO

TEMA: Seretide, para Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC).

Transcrição:

Consultoria 06/2012 Solicitante Dr. Enismar Kelley de Souza e Freitas Juiz de Direito - Comarca de Cristina MG Data:22/10/2012 Medicamento Material Procedimento Cobertura X Tema: Informações técnicas sobre o NUTRI-RENAL para pacientes em tratamento dialítico SUMARIO 1. ANÁLISE CLÍNICA DA SOLICITAÇÃO 3 1.1. Pergunta estruturada 3 1.2. QUESITOS (perguntas que possibilitariam uma resposta mais precisa para a tomada de decisão) 3 1.3. CONTEXTO: 4 2. DESCRIÇÃO DA TECNOLOGIA A SER AVALIADA(1) 4 2.1. Nome comercial 4 2.2. Princípio ativo 4 2.3. Fabricante 5 2.4. Apresentação 5 2.5. Indicações de Bula 5 2.6. Valor 5 3. RESULTADOS 6 4. RECOMENDAÇÃO 8 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 8 1

Resumo executivo: Há alternativas terapêuticas que tem a mesma efetividade dos remédios requeridos pela parte e fornecidos pelo SUS. De acordo com a Resolução d a Dir et oria Colegiad a d a Agên cia Nacional d e Vigilância Sanit ár ia (RDC) 154/2004, t odos os pacientes portadores de insuficiência renal crônica em tratamento dialítico devem receber aconselhamento e planejamento alimentar individualizados pelo seu médico nefrologista e por uma nutricionista. O uso de dieta suplementar não é comprovadamente superior à dieta padrão orientada por um médico ou nutricionista. Para aqueles poucos pacientes que não apresentam boa resposta às intervenções nutricionais e estão em acompanhamento regular com o nutricionista e nefrologista, o uso de suplemento pode ser uma alternativa temporária para recuperação do estado nutricional. Para esta avaliação seria necessário responder aos quesitos do item 2.1 Recomendação O suplemento alimentar Nutri-Renal tem indicação de bula como suplemento alimentar para o paciente portador de insuficiência renal crônica em tratamento dialítico. No entanto, não há trabalhos na literatura que comprovem a superioridade do uso de suplementos alimentares quando comparados com a dieta padrão orientada por um médico ou nutricionista. A fórmula Nutri Renal é mais indicada, quando necessária, para pacientes renais em tratamento conservador (não dialítico) por apresentar baixo teor protéico em sua composição (7%), apesar de descrito pelo fabricante a sua indicação como suplemento para paciente em diálise. No entanto, alguns poucos pacientes em tratamento dialítico, podem não apresentar boa resposta as intervenções nutricionais realizadas pela equipe multidisciplinar 2

para recuperação do estado nutricional podendo apresentar melhor benefício com a utilização de outras fórmulas com maior teor protéico existentes no mercado. Não sendo a primeira alternativa de prescrição, uma vez que a literatura não demonstra superioridade ao uso da dieta padrão orientada. A maioria dos pacientes em acompanhamento regular com o nefrologista e nutricionista dos centros dialíticos apresenta boa resposta as intervenções nutricionais individualizadas realizadas com o objetivo de recuperação do estado nutricional, sem a utilização de suplementos específicos. 1. ANÁLISE CLÍNICA DA SOLICITAÇÃO 1.1. PERGUNTA ESTRUTURADA População: Portadores de insuficiência renal crônica em tratamento dialítico Intervenção: Nutri Renal Comparação: Dieta padrão orientada por médico ou nutricionista Desfecho: Efetividade terapêutica 1.2. QUESITOS (PERGUNTAS QUE POSSIBILITARIAM UMA RESPOSTA MAIS PRECISA PARA A TOMADA DE DECISÃO) 1. Qual a idade do paciente? 2. Quanto tempo tem de doença? Qual o tempo de diálise? 3. Fora a doença renal, o paciente tem alguma outra doença crônica, ou agravo? 4. Quais são os medicamentos em uso? 5. Motivo da indicação do suplemento alimentar (Avaliação nutricional, ingestão alimentar, tratamentos já realizados para recuperação do estado nutricional) 6. Resultados dos exames bioquímicos do último semestre (Ex: Hemograma completo, fósforo, potássio, cálcio total, PTH, proteína total e frações) 7. Se possível anexar relatório médico ou petição inicial. 3

1.3. CONTEXTO Os prejuízos causados pela insuficiência renal crônica em pacientes dialíticos resultam em redução na capacidade de excreção de substâncias que quando em excesso são tóxicas ao organismo. Por este motivo, o paciente portador de doença renal crônica dialítica se vê obrigado a restringir a ingestão de alimentos ricos em determinados elementos como o potássio, sódio, fósforo e água. Como consequência diferentes graus de desnutrição se instalam nestes pacientes, fato que resulta no aumento no número de complicações e eleva as taxas de mortalidade. 2. DESCRIÇÃO DA TECNOLOGIA A SER AVALIADA(1) 2.1. NOME COMERCIAL Nutri Renal 2.2. PRINCÍPIO ATIVO Nutrientes 100ml Valor Energético 200kcal = 840kJ Carboidratos (g) 31 Proteínas (g) 4 Gorduras Totais (g) 7 Gorduras Saturadas (g) 1,5 Gorduras Trans (g) 0 Colesterol (mg) 0 Fibra Alimentar (g) 0 Sódio (mg) 60 Cálcio (mg) 65 Ferro (mg) 2 Cloro(mg) 15 Potássio (mg) 55 Fósforo (mg) 65 Magnésio (mg) 25 Iodo (mcg) 20 Cobre (mg) 0,2 Zinco (mg) 1,5 Manganês (mg) 0,5 Selênio (mcg) 4 Cromo (mcg) 10 Molibdênio (mcg) 145 Vitamina A (mcg RE) 27 Vitamina D (mcg) 0,2 4

Vitamina E (mg) 4 Vitamina K (mcg) 7,5 Vitamina C (mg) 9,5 Vitamina B1 (mg) 0,2 Vitamina B2 (mg) 0,2 Niacina (mg) 3 Vitamina B6 (mg) 0,2 Ácido fólico (mcg) 55 Ácido Pantotênico (mg) 1,5 Vitamina B12 (mcg) 0,4 Biotina (mcg) 0,4 Colina (mg) 40 Carnitina (mg) 15 Taurina (mg) 65 2.3. FABRICANTE Nutri Med 2.4. APRESENTAÇÃO Envelope de 92g (caixa com 20) Diluição: 1 envelope + 170ml de água = 220ml 2.5. INDICAÇÕES DE BULA Está indicado para pacientes portadores de insuficiência renal aguda ou crônica, como suplemento para paciente renal dialisado ou nutrição completa em tratamento conservador. Disponibilidade no SUS: Não Tem diretriz de utilização no SUS?Não 2.6. VALOR R$41,97 1 litro/dia RS1.259,10 mês 5

3. RESULTADOS Em 2004, a Dir et oria Colegiad a d a Agência Nacional d e Vigilância Sanit ár ia est ab eleceu o Regulam ent o Técnico p ar a Fun cionam ent o d o Ser viço d e Diálise, na f o r m a d a Resolução d a Dir et oria Colegiad a (RDC) 154(2). Est a r esolução d ef iniu q ue: t odo serviço de diálise deve fornecer, sob orientação do nutricionista e com base na prescrição médica, um aporte nutricional ao paciente no dia do procedimento dialítico, em local apropriado. Alem disso, ficou estabelecido que: todos os pacientes devem ser submetidos à consulta ambulatorial pelo nefrologista responsável pelo tratamento dialítico, mediante realização de, no mínimo, um exame clínico mensal com ênfase na avaliação cardiológica e nutricional, sendo encaminhado ao especialista quando indicado. A National Kidney Foundation's Kidney Disease Outcomes Quality Initiative (NKF- KDOQI ) (3) recomenda que a orientação dietética fornecida por estes profissionais siga os seguintes preceitos resumidos na tabela 1: Recomenda-se que uma dieta pobre em sódio faça parte do plano alimentar do paciente portador de doença renal. Nos pacientes com doença renal avançada a ingestão diária de sódio deve manter-se entre 2 a 3 g. Como o descontrole dos níveis sanguíneos de potássio resulta em eventos cardiovasculares graves todo paciente portador de doença renal deve fazer restrição rigorosa de potássio na dieta. No caso de pacientes em tratamento dialítico, a ingestão de potássio não deve ultrapassar 2 g/dia. À medida que a função renal declina ocorre redução na excreção urinária de fósforo e na produção da vitamina D. Como consequência ocorre aumento nas reservas de fósforo, redução na absorção de cálcio. Por este motivo, nos pacientes com doença renal crônica recomenda-se a restrição dietética de fósforo. As proteínas são substâncias ricas em fósforo. No entanto, é necessário cuidado para não diminuir excessivamente a oferta de proteínas, fato que levaria a uma desnutrição protéica. Nos quadros avançados deve-se 6

manter uma ingestão diária de fósforo entre 800 a 1000 mg. A ingestão total de cálcio elemento, incluindo o cálcio da dieta, não deve exceder 2000 mg/dia. Tabela 1 - Dose recomendada de nutrientes para pacientes adultos portadores de doença renal crônica em tratamento dialítico (4) Descrição Sódio Potássio Cálcio Fósforo Ferro Calorias Proteínas Ácido fólico Biotina Vitamina A Vitamina B1 (tiamina) Vitamina B12 (cobalamina) Vitamina B2(riboflavina) Vitamina B3 (niacina) Vitamina B5 (acido pantotênico) Vitamina B6 (piridoxina) Vitamina C Vitamina D Vitamina E Vitamina K Dose 2-3 g/dia 2 g/dia 2g de cálcio elemento/dia 800-1000 mg Dose individualizada Pacientes 60 anos: 30 35 kcal/ kg peso seco/dia Pacientes < 60 anos: 35 kcal/ kg peso seco/dia Hemodiálise: 1,2 g/kg peso seco/dia Diálise peritoneal: 1,2-1,3 g/kg peso seco/dia Diabéticos pré-dialíticos: 0,8 g/kg peso seco/dia 1-10 mg/dia 30 mcg/dia Não há necessidade de suplementação 1,2-1,5 mg/dia 2-3 mcg/dia 1,1-1,3 mg 20 mg/dia 5-10 mg/dia 10 mg/dia 60-100 mg/dia Dose individualizada Não há necessidade de suplementação Não há necessidade de suplementação 7

4. RECOMENDAÇÃO O medicamento Nutri-Renal tem indicação de bula como suplemento alimentar para o paciente portador de insuficiência renal crônica em tratamento dialítico. No entanto, não há trabalhos na literatura que comprovem a superioridade do uso de suplementos alimentares quando comparados com a dieta padrão orientada por um médico ou nutricionista. Todos os pacientes portadores de insuficiência renal crônica em tratamento dialítico devem receber aconselhamento e planejamento alimentar individualizados pelo seu médico nefrologista e por uma nutricionista. O uso de dieta suplementar não é comprovadamente superior à dieta padrão orientada por um médico ou nutricionista. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Nutrimed [Internet]. [cited 2012 Oct 23]. Available from: http://www.nutrimed.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=37 &Itemid=11 2. resolucaordc - no 154-2004 - regulamentoservicos dialise.pdf (application/pdf Object) [Internet]. [cited 2012 Oct 23]. Available from: http://www.mp.sc.gov.br/portal/site/conteudo/cao/ccf/quadro sinoticosus/resolucaordc - n%c2%ba 154-2004 - regulamentoservicos dialise.pdf 3. 11-50-1205_KAI_PatBro_NutritionAndCKD_3-5_Pharmanet_Portuguese_Nov08_LR.pdf (application/pdf Object) [Internet]. [cited 2012 Oct 23]. Available from: http://www.kidney.org/atoz/pdf/international/portuguese/11-50- 1205_KAI_PatBro_NutritionAndCKD_3-5_Pharmanet_Portuguese_Nov08_LR.pdf 4. SANTOS JUNIOR, A.C.S. Dietética. Medicina renal, hidroeletrolítica e ácidobase : iniciação e consulta. [recurso eletrônico] / Eduardo Rubens F. Távora. Belo Horizonte : E. R. F. Távora, 2011; 47:369-373. 8