A contribuição das empresas de edificações e incorporação para o crescimento econômico do Brasil. Crescimento e carga tributária

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Transcrição:

A contribuição das empresas de edificações e incorporação para o crescimento econômico do Brasil Crescimento e carga tributária 05 de junho de 2014 1

Evolução recente da construção PIB, taxas reais trimestre contra trimestre anterior 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0-0,5 I/13 II/13 III/13 IV/13 I/14 0,2-1,0-1,5-2,0-2,5-3,0 Construção Brasil -2,3 Fonte: IBGE 2

dez/11 jan/12 fev/12 mar/12 abr/12 mai/12 jun/12 jul/12 ago/12 set/12 out/12 nov/12 dez/12 jan/13 fev/13 mar/13 abr/13 mai/13 jun/13 jul/13 ago/13 set/13 out/13 nov/13 dez/13 jan/14 fev/14 mar/14 abr/14 Emprego, evolução recente Taxas reais 12 meses 12,0% 10,0% 8,0% 6,0% 4,0% 2,0% 0,0% -2,0% -4,0% Imobiliário Total Fonte: MTE e FGV/SindusCon-SP 3

Qual a importância do investimento do segmento imobiliário dos últimos anos para a economia Como recuperar o crescimento do setor 4

Sumário A cadeia produtiva da construção A contribuição da construção para o crescimento econômico (2008 a 2011) Tributação na construção: perfil e propostas Considerações finais 5

A cadeia da construção, 2011 A cadeia da construção responde por cerca de 9% do PIB brasileiro, o que representou R$ 315 bilhões Elos da cadeia, participação % 17 Construção 18 Ind. de materiais 65 Outros elos Comércio, serviços e outros fornecedores Fonte: FGV/Abramat 6

O setor da construção, 2011 O setor da construção pode ser considerado o elo principal da cadeia e é bastante heterogêneo: seus produtos resultam da produção das empresas a maior parte - e das famílias e auto gestores. Distribuição do PIB da construção Edificações e incorporações Famílias; 33,9% Empresas; 66,1% Infraestrutura Serviços especializados Fonte: IBGE. Elaboração FGV 7

O setor da construção, 2011 As empresas de edificações e incorporação foram responsáveis por 25% de todo a produção setorial ou 37% da produção resultante das empresas % 25 34 Edificações e incorp. Demais segmentos 41 Famílias Fonte: IBGE. Elaboração FGV 8

Os investimentos, 2011 Os investimentos totais (FBKF) somaram R$ 798,7 bilhões (19% do PIB brasileiro). A parte relativa à construção alcançou R$ 315,5 bilhões (40% do investimento) e os investimentos no mercado imobiliário representaram 36% desse total, o equivalente a R$ 114,2 bilhões 14% Mercado imobiliário formal 61% 25% Demais segmentos da costruçao Máquinas e equip. Fonte: IBGE/FGV 9

O contexto histórico recente Cenário macroeconômico favorável, com estabilidade dos preços, retomada do nível de atividade econômica e aumento da renda das famílias Aperfeiçoamentos regulatórios: mais segurança institucional Abertura de capital Expansão do crédito O setor da construção passa a integrar círculo virtuoso de crescimento do País

Evolução recente da construção VA, variação real entre 2008 e 2011 Crescimento acumulado do PIB brasileiro: 15,8% (3% a.a.) (*) Corrigido pelo INCC-DI Fonte: IBGE e FGV 11

Valor adicionado (PIB) da construção A maior formalização da produção habitacional 2008 2011 Famílias; 40,8% Empresas; 59,2% Famílias; 33,9% Empresas; 66,1% Fonte: IBGE

A contribuição para o crescimento Efeitos dos investimentos do segmento de edificações e incorporações 2007 a 2011 Ef. diretos Ef. indiretos Total Renda (R$ bilhões) 202,2 157,5 359,7 Emprego (mil trabalhadores) 529,5 571,0 1.100,5 Tributos 58,8 47,5 106,3 Federal 42,3 37,8 80,1 Equivalente a 41% dos postos gerados pelas empresas da construção no mesmo período Estadual 14,3 7,2 21,6 Municipal 2,1 2,5 4,7 13

A contribuição para o crescimento Ao crescer, na média, 11,35% ao ano (a.a.), o setor de edificações e incorporações contribuiu com 1,52% a.a. para a formação da taxa de crescimento da cadeia da construção (24% do crescimento do PIB); Em termos de emprego cuja taxa de variação foi, em média, de 9,34 % a.a., a contribuição desse segmento foi de 0,81% a.a. (8,8% do crescimento do emprego) Para o aumento médio de 6,72 % a.a. dos impostos em toda a cadeia, edificações e incorporações contribuíram com 1,96% a.a. (29% do crescimento da arrecadação).

Carga tributária da construção, 2011 O ICMS representa 50% dos tributos sobre a produção R$ milhão Edificações Incorp. Outros segmentos Total empresas Famílias Construção Imp. s/ produção e importação 5.629 172 10.011 15.813 5.634 21.447 Imp. s/ renda e propriedade 7.643 526 15.114 23.284 2.881 26.165 Receita tributária 13.273 699 25.125 39.096 8.516 47.612 Carga tributária sobre o valor adicionado 28,7% 16,2% 29,8% 29,0% 12,3% 23,3% Fonte: IBGE e FGV O IR representa 29% As empresas respondem por 82% dos tributos arrecadados no setor 15

Efeitos de desonerações sobre a atividade econômica Pressupostos: Redução da alíquota do ICMS de 18% (uma média nacional) para 12%; Redução da alíquota da contribuição para o INSS de 20% para 10%; Elevação das alíquotas do PIS/PASEP e da Cofins de 3,65% para 9,25%, caso a construção passasse a ser tributada no regime não cumulativo; Fim das desonerações dos materiais; 16

Impactos das mudanças dos impostos Com a redução do INSS, o valor agregado da construção cresceria 0,51% e o PIB brasileiro 0,55%. A arrecadação tributária do governo aumentaria 0,53%, ou seja, o que o governo deixaria de recolher ao diminuir a alíquota do INSS de 20% para 10%, ele mais do que compensaria com uma arrecadação maior obtida em razão do próprio crescimento econômico. 17

A recuperação do crescimento O setor teve um papel preponderante no ciclo de crescimento recente da economia brasileira A retomada do crescimento passa indiscutivelmente pela recuperação da infraestrutura brasileira, pela eliminação do déficit habitacional e pela produção de moradias para as novas famílias que se formam