Keywords: Hypertension. Children. Risk factors. Artigo Original/Original Article. http://dx.doi.org/10.4322/nutrire.2012.020

Documentos relacionados
INDICE ANTROPOMÉTRICO-NUTRICIONAL DE CRIANÇAS DE BAIXA RENDA INCLUSAS EM PROGRAMAS GOVERNAMENTAIS

Incorporação da curvas de crescimento da Organização Mundial da Saúde de 2006 e 2007 no SISVAN

10º Congreso Argentino y 5º Latinoamericano de Educación Física y Ciencias

AÇÕES EDUCATIVAS COM UNIVERSITÁRIOS SOBRE FATORES DE RISCO PARA SÍNDROME METABÓLICA

DIAGNÓSTICO DA OBESIDADE INFANTIL

Efeitos da Ampla Modificação no Estilo de Vida como Dieta, Peso, Atividade Física e Controle da Pressão Arterial: Resultado de 18 Meses de Estudo

1. Tabela de peso e estatura (percentil 50) utilizando como referencial o NCHS 77/8 - gênero masculino

NTRODUÇÃO MATERIAL E MÉTODOS

CORRELAÇÃO DA INSUFICIÊNCIA RENAL E ANEMIA EM PACIENTES NORMOGLICEMICOS E HIPERGLICEMICOS EM UM LABORATÓRIO DA CIDADE DE JUAZEIRO DO NORTE, CE

Autores: Cristina Somariva Leandro Jacson Schacht. SESI Serviço Social da Indústria Cidade: Concórdia Estado: Santa Catarina 27/10/2015

ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS DE 0 A 10 ANOS COM CÂNCER ASSISTIDAS EM UM HOSPITAL FILANTRÓPICO

Linha de Cuidado da Obesidade. Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas

PALAVRAS CHAVES: Perfil antropométrico. Crianças. Ginástica Artística. INTRODUÇÃO

Avaliação do Programa de Alimentação do Trabalhador na Região Metropolitana do Recife ( )

MONITORAMENTO DO ESTADO NUTRICIONAL DE PRÉ-ESCOLARES DE UM CENTRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL

Art. 2º - São diretrizes da Política Municipal de Educação Alimentar e Combate à Obesidade:

Prevalência, Conhecimento, Tratamento e Controle da Hipertensão em Adultos dos Estados Unidos, 1999 a 2004.

Comportamento Da Pressão Arterial De Jovens Normotensos Após Realização Dos Testes De 1rm E 10rm

FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO DA ANTROPOMETRIA REALIZADA NA ATENÇÃO BÁSICA

05/05/2014 NOTA TÉCNICA

M E D I D A D O P E S O. _ Identificar as gestantes com déficit nutricional ou sobrepeso, no início da gestação;

PROMOÇÃO DE HÁBITOS ALIMENTARES SAUDÁVEIS EM UM NÚCLEO INTEGRADO DE SAÚDE DA CIDADE DE MARINGÁ-PR

PERFIL NUTRICIONAL DE PRÉ - ESCOLARES E ESCOLARES DE UMA INSTITUIÇÃO FILANTRÓPICA DA CIDADE DE MARINGÁ, PR

PERFIL NUTRICIONAL DE PACIENTES INTERNADOS EM UM HOSPITAL DE LONDRINA-PARANÁ

Avaliação antropométrica de idosas participantes de grupos de atividades físicas para a terceira idade.

PERFIL NUTRICIONAL DE INDIVÍDUOS DIABÉTICOS ATENDIDOS PELA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA DE UM MUNICÍPIO DO NORTE DO PARANÁ

Atividade física. Sexo Capital Total n % IC 95%

RESUMOS SIMPLES...156

Avaliações Pós Periódicos Ferramenta utilizada como melhoria da saúde dos empregados da Coelba

I ENCONTRO DE EXPERIÊNCIAS BEM SUCEDIDAS EM PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

O resultado de uma boa causa. Apresentação de resultados da campanha pela Obesidade do programa Saúde mais Próxima

CARACTERÍSTICAS POSTURAIS DE IDOSOS

Vigilância Alimentar e Nutricional SISVAN. Orientações para a coleta e análise de dados antropométricos em serviços de saúde

1. RESUMO EXECUTIVO. Data: 19/03/2014 NOTA TÉCNICA 48/2014. Medicamento Material Procedimento Cobertura

Aumento dos custos no sistema de saúde. Saúde Suplementar - Lei nº 9.656/98

Avaliaç o antropométrica de idosas participantes de grupos de atividades físicas para a terceira idade

ANÁLISE DE RELATOS DE PAIS E PROFESSORES DE ALUNOS COM DIAGNÓSTICO DE TDAH

Apresentação. Introdução. Francine Leite. Luiz Augusto Carneiro Superintendente Executivo

Perfil nutricional de crianças de 6 a 10 anos de idade das escolas municipais na cidade de Picos/PI.

Palavras-chave: Aptidão Física. Saúde. Projeto Esporte Brasil.

Saúde da mulher em idade fértil e de crianças com até 5 anos de idade dados da PNDS 2006

"ANÁLISE DO CUSTO COM MEDICAMENTOS E DO RISCO CARDIOVASCULAR EM PACIENTES MORBIDAMENTE OBESOS ANTES E APÓS A REALIZAÇÃO DA CIRURGIA BARIÁTRICA"

PROMOVENDO A REEDUCAÇÃO ALIMENTAR EM ESCOLAS NOS MUNICÍPIOS DE UBÁ E TOCANTINS-MG RESUMO

Diretoria de Pesquisas. Pesquisa de Orçamentos Familiares crianças, adolescentes e adultos no Brasil

Área: CV ( ) CHSA ( ) ECET ( )

Pesquisa Nacional de Saúde

Consulta de Enfermagem para Pessoas com Hipertensão Arterial Sistêmica. Ms. Enf. Sandra R. S. Ferreira

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE MENINAS DO INTERIOR DO ESTADO DE SÃO PAULO Uyeda, Mari*

ATIVIDADE FÍSICA, HÁBITOS ALIMENTARES E SÍNDROME METABÓLICA EM ADOLESCENTES.

PROGRAMA (Ação cofinanciada pelo Fundo Social Europeu PRO-EMPREGO) Nutrição Pediátrica da Primeira Infância à Adolescência

CRS Leste/ST Guaianases UBS Jd. Aurora

TÍTULO: "SE TOCA MULHER" CONHECIMENTO DAS UNIVERSITÁRIAS SOBRE O CÂNCER DE MAMA

EPIDEMIOLOGIA DO USO DE MEDICAMENTOS NO BAIRRO SANTA FELICIDADE, CASCAVEL PR.

Pesquisa Mensal de Emprego

ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS MATRICULADAS EM DUAS ESCOLAS MUNICIPAIS DA CIDADE DE MARIALVA PR

ANS Longevidade - Custo ou Oportunidade. Modelos de Cuidados à Saúde do Idoso Rio de Janeiro/RJ 25/09/2014

Fatores que interferem na qualidade de vida de pacientes de um centro de referência em hipertensão arterial

HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA: HÁ DIFERENÇA NA DISTRIBUIÇÃO ENTRE IDOSOS POR SEXO?

QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE E SUA ASSOCIAÇÃO COM EXCESSO DE PESO EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES

OBESIDADE INFANTIL ESCOLAR

Rua Antônia Lara de Resende, 325 Centro CEP: Fone: (0xx32) / 2151 Fax: (0xx32)

DIMENSÕES DO TRABAHO INFANTIL NO MUNICÍPIO DE PRESIDENTE PRUDENTE: O ENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM SITUAÇÕES DE TRABALHO PRECOCE

MULHERES NO CLIMATÉRIO: FATORES RELACIONADOS AO SOBREPESO/OBESIDADE

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES CADASTRADOS NO SISTEMA HIPERDIA DO MUNICÍPIO DE SANTA MARIA, RS

EXCESSO DE PESO E SUA ASSOCIAÇÃO COM A ALIMENTAÇÃO ESCOLAR ENTRE CRIANÇAS DE UMA ESCOLA MUNICIPAL DE MINAS GERAIS 1

PERFIL NUTRICIONAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES PARTICIPANTES DO PROJETO GURI DA CIDADE DE MARINGÁ-PR

Floripa Saudável 2040: Impacto do monitoramento e da educação em saúde nos indicadores nutricionais de crianças de 2 a 6 anos.

Elevação dos custos do setor saúde

Assessment of nutritional status in children attending of CREI Dra. Rita Gadelha de Sá, located in the city of João Pessoa/PB.

Ações Educativas Em Nutrição: Testando a Efetividade de um Modelo para Reduzir a Obesidade Infantil

TÍTULO: AUTORES: INSTITUIÇÃO: ÁREA TEMÁTICA 1-INTRODUÇÃO (1) (1).

DIABETES MELLITUS NO BRASIL

SAÚDE DO ESCOLAR. Profa.Andrea Polo Galante

Descobrindo o Cartão da Criança. Uma breve história - do lançamento do Cartão da Criança à criação da Caderneta de Saúde da Criança

INFLUÊNCIA DOS ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS NO RESULTADO DA TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL

LEIA ATENTAMENTE AS SEGUINTES INSTRUÇÕES:

VIGITEL 2014 Periodicidade Parceria: População monitorada entrevistas

1. OUTROS INDICADORES DEMOGRÁFICOS E DE SAÚDE

ANALISAR A QUALIDADE ALIMENTAR DE CRIANÇAS DE 3 A 5 ANOS DE IDADE, NO MEIO FAMILIAR, DE UMA INSTITUIÇÃO PRIVADA E DE UMA PÚBLICA DE APUCARANA-PARANÁ

O TRABALHO DA ENFERMAGEM NO RASTREAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES DE UMA ESCOLA DA REDE PUBLICA DE GOIÂNIA-GOIÁS

A AMAMENTAÇÃO PODE PREVENIR A OBESIDADE INFANTIL?

QUESTIONÁRIO SOBRE SISTEMATIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO DO MUNICÍPIO QUANTO À VIGILÂNCIA ALIMENTAR E NUTRICIONAL

PREVALÊNCIA DOS FATORES DE RISCO PARA DIABETES MELLITUS TIPO 2 EM POPULAÇÃO ATENDIDA EM APARECIDA DE GOIÂNIA PELA LIGA ACADÊMICA DE DIABETES DA UFG

ANÁLISE DE ASPECTOS NUTRICIONAIS EM IDOSOS ADMITIDOS NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

EVOLUÇÃO DO NÍVEL DE DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR DE CRIANÇAS PRÉ ESCOLARES

PROGRAMA DE INTERVENÇÃO EM OBESIDADE INFANTIL. Centro de Saúde da Marinha Grande Ana Laura Baridó

Adultos Jovens no Trabalho em Micro e Pequenas Empresas e Política Pública

Título do Projeto: CAMPANHA DE RASTREAMENTO, EDUCAÇÃO E SÔNIA MARIA HOLANDA ALMEIDA ARAÚJO

MINISTÉRIO DA SAÚDE SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO BÁSICA COORDENAÇÃO NACIONAL DE HIPERTENSÃO E DIABETES

Identificar como funciona o sistema de gestão da rede (espaços de pactuação colegiado de gestão, PPI, CIR, CIB, entre outros);

Avaliação do Programa de Alimentação do Trabalhador na Região Metropolitana do Recife ( ) Tema 4: Segurança Alimentar e Nutricional

MANUAL. Campanha de incentivo ao consumo de Frutas, Legumes e Verduras nas Centrais de Abastecimento. [Digite texto]

PERFIL ANTROPOMÉTRICO DE ADULTOS E IDOSOS EM UMA UBS DE APUCARANA-PR

Análise Exploratória de Dados

PEDAGOGIA HOSPITALAR: as politícas públicas que norteiam à implementação das classes hospitalares.

HÁBITOS ALIMENTARES E ESTADO NUTRICIONAL DE ADOLESCENTES

PNAD - Segurança Alimentar Insegurança alimentar diminui, mas ainda atinge 30,2% dos domicílios brasileiros

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS DE 7 A 10 ANOS DE UMA ESCOLA ESTADUAL DE ERECHIM-RS

INDICADORES SOCIAIS E CLÍNICOS DE IDOSOS EM TRATAMENTO HEMODIALÍTICO

Transcrição:

Artigo Original/Original Article http://dx.doi.org/10.4322/nutrire.2012.020 Avaliação do estado nutricional e da prevalência de hipertensão arterial em crianças entre 6-10 anos Assessment of nutritional status and prevalence of hypertension in children between 6 and 10 years old ABSTRACT BORGES, E. C. C.; SILVA, S. A. Assessment of nutritional status and prevalence of hypertension in children between 6 and 10 years old. Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr. = J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP, v. 37, n. 3, p. 259-268, dez. 2012. The purpose of this study was to evaluate the nutritional status and prevalence of hypertension and associated factors in a sample of children. This is a cross-sectional study carried out with the children population assisted in a private pediatric clinic, with data collection conducted between June-October 2011. Blood pressure was assessed according to the table of percentiles of blood pressure for height-for-age of children, following the parameters of the Update on the 1987 Task Force Report on High Blood Pressure in Children and Adolescents. The weight/age and BMI/age proposed by the World Health Organization (WHO) were used to evaluate the nutritional status of patients. Participants were 60 children aged 6-10 years old, 46 (76.7%) female and 14 (23.3%) male. They were prevalently Caucasians (83.3%), not engaged in physical activity (91.7%), economic class C (50%), and with positive family history of hypertension (83.3%). Nutritional status was classified as eutrophic in most children. However, BMI/age found a high number of overweight/obesity in the sample (36.7%). Regarding blood pressure, 80.1% presented normal ABP. It was possible to observe that most normal children presented normal ABP, and all overweigh/obese children were classified with high ABP or hypertension (p=0.000). Overweight was associated with hypertension. It is important to raise awareness of health professionals, educators and families about the importance of lifestyle modification for preventing and treating obesity. ELAINE CRISTINA DE CARVALHO BORGES 1 ; SILVIA ALVES SILVA 2 1 Nutricionista, Faculdade do Vale do Ipojuca FAVIP. Pósgraduanda em Nutrição Clínica Ambulatorial e Hospitalar, Instituto AVM - Faculdade Integrada do Rio de Janeiro. 2 Doutoranda, Universidade Federal de Pernambuco UFPE, Pós-graduação em Saúde da Criança e do Adolescente. Docente do Curso de Nutrição, Faculdade do Vale do Ipojuca FAVIP. Endereço para correspondência: Elaine Cristina de Carvalho Borges. Universidade do Vale do Ipojuca. Faculdade do Vale do Ipojuca FAVIP. Av. Adjair Casé, 800, Indianópolis. CEP 55024-740. Caruaru - PE - Brasil. E-mail: nutricionista.elaine@ hotmail.com. Departamento de realização do trabalho: Faculdade do Vale do Ipojuca FAVIP. Av. Adjair Casé, 800, Indianópolis. CEP 55024-740. Caruaru - PE - Brasil. Keywords: Hypertension. Children. Risk factors. 259

RESUMEN RESUMO El objetivo de este estudio fue evaluar el estado nutricional y la prevalencia de hipertensión arterial, así como de factores asociados, en una muestra de niños. Se trata de un estudio transversal con pacientes de una clínica pediátrica privada; los datos se recolectaron entre junio y octubre de 2011. Se evaluó la presión arterial de acuerdo a la tabla de percentiles según la talla para la edad de los niños, dentro de los parámetros del Update on the 1987 Task Force Report on High Blood Pressure in Children and Adolescents. Para evaluar el estado nutricional se utilizaron los indicadores peso/edad y el IMC/ edad, propuestos por la Organización Mundial de la Salud. Participaron del estudio 60 niños de entre 6 y 10 años, siendo 46 (76,7%) mujeres y 14 (23,3%) varones. Fueron más frecuentes los blancos (83,3%), no practicantes de actividad física (91,7%), de clase económica C (50%) y con historia familiar positiva de hipertensión (83,3%). La mayoría de los niños tuvieron su estado nutricional clasificado como eutrófico. Sin embargo, el IMC/edad indicó un porcentaje elevado (36,7%) de sobrepeso/obesidad. El 80,1% de los niños tuvieron presión arterial normal; los niños eutróficos tuvieron presión arterial normal y todos los niños con sobrepeso/obesidad tuvieron presión arterial alta o hipertensión (p=0,000). Identificamos que el exceso de peso está asociado con la hipertensión, por lo que es importante la concientización de los profesionales sanitarios, educadores y familiares sobre la importancia de modificar el estilo de vida de los niños para prevenir y tratar la obesidad. Palabras clave: Hipertensión. Niños. Factores de riesgo. Avaliar o estado nutricional e a prevalência de hipertensão arterial, bem como alguns fatores associados em uma amostra de crianças. Estudo transversal, com a população infantil, assistida em uma clínica pediátrica privada; com coleta de dados realizada entre junho e outubro de 2011. A pressão arterial foi avaliada de acordo com a tabela de percentis de pressão arterial segundo a estatura para idade das crianças, nos parâmetros do Update on the 1987 Task Force Report on High Blood Pressure in Children and Adolescents. Para avaliação do estado nutricional, foram utilizados os indicadores peso/idade e IMC/ idade propostos pela Organização Mundial de Saúde. Participaram 60 crianças entre 6 e 10 anos, sendo 46 (76,7%) do sexo feminino e 14 (23,3%) do sexo masculino. Foi mais prevalente a cor da pele branca (83,3%), não praticantes de atividade física (91,7%), classe econômica C (50%) e história familiar positiva de hipertensão (83,3%). O estado nutricional foi classificado como eutrófico na maior parte das crianças. No entanto, o IMC/idade encontrou um elevado número de sobrepeso/obesidade na amostra (36,7%). Com relação aos níveis pressóricos, 80,1% apresentavam PA normal. Observouse que a maior parte das crianças eutróficas apresentou PA normal e todas as crianças com sobrepeso/obesidade foram classificadas como PA alta ou hipertensão (p=0,000). O excesso de peso esteve associado à presença de hipertensão, sendo importante a sensibilização dos profissionais de saúde, educadores e familiares a respeito da importância da modificação do estilo de vida para prevenção e tratamento da obesidade. Palavras-chave: Hipertensão. Criança. Fatores de risco. 260

INTRODUÇÃO Na última década, o panorama brasileiro de doenças crônicas não transmissíveis tem se revelado como um novo desafio para a saúde pública. A prevalência de casos de desnutrição foi reduzida de forma significativa. No entanto, os casos de sobrepeso e obesidade aumentaram, fato observado em todas as faixas etárias incluindo a infância. A obesidade se destaca por ser simultaneamente uma doença e um fator de risco para outras doenças, como a hipertensão arterial sistêmica (HAS), cuja incidência no país é elevada, com cerca de 17 milhões de portadores dessa patologia, número esse em franca ascensão. Além disso, observa-se que seu aparecimento está cada vez mais precoce entre crianças e adolescentes (BRASIL, 2006). Em toda avaliação clínica em crianças, após os três anos de idade ou em circunstâncias especiais de risco antes desta idade, é aconselhável a aferição da pressão arterial. A incidência de HAS infantil relatada na literatura varia de 2% a 13%, sendo 5% dessa elevação composta pela população obesa, com diminuição dessa prevalência após a repetição das medidas. Quanto menor a idade, maior a probabilidade de essa patologia ser secundária à obesidade (SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2006). Pela definição mais recente, pressão arterial normal em crianças é definida como pressão sistólica e diastólica menor que o percentil 90 para a idade e sexo. Pressão normal alta é definida como uma pressão sistólica ou diastólica, entre os percentis 90 e 95 para a idade e sexo. Hipertensão arterial é uma pressão sistólica ou diastólica, maior que o percentil 95 para a idade e sexo (TASK FORCE, 1996). Os níveis pressóricos e a presença ou não de HAS são determinados por vários fatores: genéticos, biológicos, comportamentais e ambientais. Evidências científicas ressaltam que doenças típicas do adulto, como aterosclerose e HAS, são processos que começam na infância e na adolescência (OLIVEIRA et al., 1999). O estudo de crianças com aumento dos níveis pressóricos e, sobretudo, a associação de fatores de risco, como a obesidade e a hiperlipidemia, tem trazido uma nova dimensão acerca das medidas preventivas já estabelecidas na população infantil, bem como sua incorporação na rotina dos serviços de saúde (RESENDE et al., 2003). Uma série de estudos epidemiológicos longitudinais em adultos demonstrou que níveis pressóricos persistentemente elevados constituíam um importante fator de risco para diversas doenças do adulto, que poderiam ser prevenidas na infância, principalmente acidentes vasculares cerebrais, coronariopatias agudas, insuficiência cardíaca por miocardiopatia hipertensiva, disfunção renal e retinopatia. Estes fatores de alta prevalência e grande morbimortalidade da população mundial fazem da hipertensão uma prioridade e um enorme desafio de saúde pública, pois engloba vários fatores de risco modificáveis para as possíveis doenças do adulto (JOINT NATIONAL COMMITTEE, 1997). Dessa forma, o presente estudo teve por objetivo avaliar o estado nutricional e a prevalência de hipertensão arterial, bem como alguns fatores associados em uma amostra de crianças de 6 a 10 anos. 261

MÉTODOS Trata-se de um estudo epidemiológico, de caráter transversal, com a população infantil de 6 a 10 anos, atendida em uma clínica particular especializada em pediatria. A amostra constou de 60 crianças de ambos os sexos, selecionadas por conveniência. A coleta de dados foi realizada de julho a setembro de 2011. Os critérios de exclusão adotados foram: crianças portadoras de deficiência física; portadores de patologias que interferissem no estudo como diabetes, doenças renais, doenças cardíacas, doenças mentais ou com condição psicológica que alterasse os níveis pressóricos como: síndrome do avental branco, inquietação e agitação e crianças com dados incompletos nos prontuários. A coleta de dados constou da avaliação física realizada diretamente com o paciente pelo pediatra e analisada na consulta dos prontuários que constam na clínica com os seguintes dados: pressão arterial, medidas de peso e estatura. A entrevista contou com questionário respondido pelos responsáveis das crianças e centrado na investigação de dados pessoais, como a identificação da criança quanto ao sexo, idade em anos e meses, cor da pele (branca, parda, amarela e negra), prática de atividade física programada, condição socioeconômica, classificada de acordo com os critérios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e história familiar de hipertensão arterial. Para medida do peso, foi utilizada uma balança antropométrica do tipo plataforma com capacidade máxima de 150kg e com precisão de leitura de cerca de 100g. Para pesagem, a criança permaneceu ereta, em pé, com um mínimo de roupa e descalça, mantida o mais imóvel possível, para que o peso ficasse uniformemente distribuído sobre a balança. A medida do peso foi realizada em quilogramas com variação em gramas. Para medida da estatura, foi utilizado estadiômetro. A criança posicionada de pé, ereta, imóvel com os braços estendidos ao longo do corpo e com a cabeça mantida no plano de Frankfurt, que consiste numa medida padrão aceita universalmente, em que o plano auriculotemporal, passa pela borda superior do conduto auditivo externo e pelo bordo inferior da cavidade orbitária, paralelo ao plano horizontal (solo) e o plano sagital mediano, plano imaginário que divide o corpo em metades aparentemente simétricas, direita e esquerda, perpendicular ao plano horizontal (SIESL; FARIAS; VIEIRA, 2007). A nuca, os ombros, as nádegas e os calcanhares permaneceram encostados no centro do estadiômetro e os joelhos permaneceram unidos. A aferição da estatura foi feita em centímetros, com precisão de 0,1cm. Para diagnóstico de estado nutricional, foram analisados os indicadores Peso/Idade e Índice de Massa Corporal para idade (IMC/Idade), utilizando-se os pontos de corte propostos pela Organização Mundial de Saúde em 2007. A interpretação dos resultados foi realizada com auxílio do software Anthro Plus da OMS. Para a medida da pressão arterial, foi realizada a preparação apropriada do paciente, adotando o método indireto, com técnica auscultatória e esfigmomanômetro de coluna de mercúrio ou aneroide, ambos calibrados. A medida ocorreu em posição sentada, realizada de acordo com manguitos de tamanho adequado à circunferência do braço, respeitando a proporção largura/comprimento de 1:2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2006). A pressão arterial foi verificada três vezes pelo pediatra, com intervalos de um minuto entre cada verificação, e foi 262

calculada a média aritmética das medidas, sendo a média do valor aferido em três ocasiões distintas a considerada para análise (SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2006). Para a interpretação dos valores da pressão arterial em crianças, adotou-se como referência a tabela de percentis de pressão arterial. Neste estudo, foram considerados como portadores de hipertensão arterial aqueles com pressão sistólica ou diastólica, maior que o percentil 95 para a idade e sexo (TASK FORCE, 2004). Para a análise e processamento dos dados, foi criado um banco de dados no Programa Microsoft Office Excel, versão 2007. A análise estatística realizou-se com auxílio do programa Statistical Package for Social Sciences (SPSS), versão 13.0 (SPSS Inc., Chicago, IL, USA). Os dados são apresentados em tabelas e figuras, em frequências simples e percentual. A comparação entre as variáveis categóricas foi realizada com o teste quiquadrado de Pearson ou Exato de Fisher, quando necessário. O nível de significância adotado para os testes foi de 5%. Em observância aos princípios éticos, o projeto de pesquisa foi submetido à aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da instituição de ensino vinculada à pesquisa e aprovado sob número 004/2011. As mães que consentiram em participar da pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre Esclarecido. RESULTADOS Na Tabela 1, são apresentadas as variáveis socioeconômicas, história familiar de HAS e prática de atividade física. Pode-se observar que foram mais frequentes, na amostra estudada, crianças do sexo feminino, cor da pele branca, faixa etária de 6 a 8 anos, classe econômica C, com história familiar de hipertensão e não praticantes de atividade física. A Figura 1 apresenta a classificação do estado nutricional segundo os indicadores peso/idade e IMC/idade, demonstrando que, segundo o peso/idade, foi mais frequente a eutrofia. Embora se observe uma frequência pequena de desnutrição e sobrepeso/obesidade. Por outro lado, o indicador IMC/idade encontrou também uma grande frequência de eutrofia, mas o sobrepeso/ obesidade foi expressivo, correspondendo a ¼ da população. Na Figura 2, é apresentada a classificação dos níveis pressóricos da amostra, observando-se que a maior parte apresenta pressão arterial normal. No entanto, merece atenção o percentual de crianças com pressão normal alta e hipertensas; esses valores somados atingem cerca de 20% da amostra. Na Tabela 2 observa-se a distribuição dos níveis pressóricos segundo o sexo e faixa etária não apresentaram diferença estatisticamente significante. No entanto, observa-se que a maior parte das crianças eutróficas apresentou pressão arterial normal e todas as crianças com sobrepeso/ obesidade apresentaram pressão arterial alta ou hipertensão, com diferença significativa. Na Tabela 3, observa-se que 83,3% das crianças apresentaram história familiar de hipertensão. A pressão arterial foi significativamente maior entre filhos de pais com pressão elevada e a pressão aumentada em crianças foi associada à pressão aumentada dos pais. Observa-se que a prevalência de pressão aumentada em crianças apresentou concordância com a pressão aumentada dos pais. 263

Tabela 1 - Características sociodemográficas e atividade física (n=60) Variáveis N % Sexo Masculino 14 23,3 Feminino 46 76,7 Cor da Pele Branca 50 83,3 Parda 10 16,7 Faixa etária (em anos) 6-8 37 61,7 9-10 23 38,3 Classe socioeconômica B 4 6,7 C 30 50,0 D 17 28,3 E 9 15,0 História familiar de hipertensão Sim 50 83,3 Não 10 16,7 Atividade Física Sim 5 8,3 Não 55 91,7 Figura 1 - Estado nutricional das crianças segundo Peso/idade e IMC/idade. 264

Tabela 2 - Classificação dos níveis pressóricos das crianças segundo o sexo, faixa etária e estado nutricional segundo o IMC/Idade Variáveis PA* normal PA* alta e hipertensão Total n % n % n % p Sexo Masculino 12 25 2 16,7 14 23,3 0,426** Feminino 36 75 10 83,3 46 76,7 Total 48 100,0 12 100,0 60 100,0 Faixa etária 6 a 8 anos 32 66,7 5 41,7 37 61,7 0,111** 9 a 10 anos 16 33,3 7 58,3 23 38,3 Total 48 100,0 12 100,0 50 100 Estado nutricional Eutrofia 38 79,2 0 0 38 63,3 0,000*** Sobrepeso/obesidade 10 20,8 12 100 12 36,7 Total 48 100,0 12 100,0 50 100,0 *PA = pressão arterial **Teste Quiquadrado de Pearson ***Teste Exato de Fisher. Figura 2 - Distribuição das crianças segundo os níveis pressóricos. DISCUSSÃO A faixa etária escolhida para análise (6 a 10 anos) remete à idade pré-escolar das crianças, fase esta que corresponde à formação dos hábitos alimentares e inclusão da merenda lanche escolar. No presente estudo, a influência de fatores ambientais é fortemente sugerida, uma vez que se observou menor nível socioeconômico e diminuição da frequência de atividade física. Sugere-se também a influência de fatores hereditários, uma vez que 83,3% dos participantes apresentaram história familiar de HAS. 265

Tabela 3 - Características do estado nutricional das crianças e história familiar de hipertensão (n= 60) Variáveis PA* Normal PA* Alta e HAS** Sexo Masculino N % N % Com história familiar de hipertensão Eutróficos 9 75 0 0 Sobrepeso/obesidade 0 0 2 100 Sem história familiar de hipertensão Eutróficos 3 25 0 0 Sobrepeso/obesidade 0 0 0 0 Total 12 100,0 2 100,0 Sexo Feminino Com história familiar de hipertensão Eutróficos 19 52,8 0 0 Sobrepeso/obesidade 10 27,8 10 100 Sem história familiar de hipertensão Eutróficos 7 19,4 0 0 Sobrepeso/obesidade 0 0 0 0 Total 36 100,0 10 100,0 *PA = pressão arterial **HAS = hipertensão arterial sistêmica. Em conjunto, esses resultados mostram que, desde a infância, o sobrepeso e a obesidade desempenham um fator deletério para o sistema cardiovascular. Sendo a HAS infantil uma patologia com alta morbimortalidade e é importante preditor de HAS na vida adulta. São fundamentais o seu diagnóstico precoce e a prevenção nas primeiras etapas da vida, através do controle dos seus fatores de risco (TAVARES; BATISTA, 1997). A prevalência de HAS em crianças varia entre 2% e 13%, sendo que alguns estudos epidemiológicos brasileiros têm demonstrado prevalência entre 6% e 8% (MOURA et al., 2004). Em pesquisa realizada com 1000 jovens de São Paulo, na faixa etária de 6 a 18 anos, encontraram se 6,9% de hipertensos (SIMONATTO et al., 1991). Valor semelhante foi obtido por Brandão em 3109 crianças do Rio de Janeiro com idades entre 6 e 9 anos (BRANDÃO, 1987). No entanto, em estudo realizado por Dutra, 7,2% dos escolares de Salvador apresentam hipertensão, após média de três medidas (DUTRA, 1988). A ampla variação na prevalência de HAS pode decorrer da utilização de métodos inadequados, o que conduz à superestimação da taxa de crianças hipertensas. O rigor metodológico na avaliação da pressão arterial, como o empregado no presente estudo, tende a minimizar estas diferenças. Recentemente, Sorof e Daniels ressaltaram a importância da hipertensão por obesidade em crianças e a proporção epidêmica que esta doença tem representado (SOROF; DANIELS, 2002). 266

Sinaiko et al., em estudo prospectivo no qual 679 crianças foram acompanhadas até a idade de 23 anos, com medidas seriadas de pressão arterial e medidas antropométricas, demonstraram que o ganho de peso e o aumento do IMC durante a infância estiveram significativamente associados à pressão arterial dos adultos jovens, além da associação aos níveis de insulina e de lipídios (SINAIKO et al., 1999). Na população estudada, a frequência de hipertensão arterial infantil, mostrou-se dentro dos parâmetros em relação a outros estudos nacionais e internacionais que varia amplamente de 0,4% a 13,2%, dependendo, principalmente, da metodologia utilizada, correlacionando-se com o IMC acima do limite normal, fato que está de acordo com a literatura pesquisada (SINAIKO et al., 1999; SOROF; DANIELS, 2002). Garcia et al.(2004) indicam que, para a prevenção da HAS na infância e surgimento de futuros eventos cardiovasculares, é importante a identificação precoce dos fatores de risco. Além da modificação do estilo de vida, incluindo o controle do peso corporal, realização de exercícios de forma regular, melhora da qualidade da alimentação por meio de orientação dietética adequada, bem como monitoração rotineira dos níveis pressóricos e estado nutricional das crianças (GARCIA et al., 2004). CONCLUSÃO Conforme os resultados indicam, a faixa etária apresentou fatores de risco para HAS, enfatizando a importância da verificação das medidas antropométricas e dos níveis pressóricos na infância. O excesso de peso esteve associado à presença de HAS, sendo importante a sensibilização dos profissionais de saúde, educadores e familiares a respeito da importância da modificação do estilo de vida para prevenção e tratamento da obesidade e eventos cardiovasculares no futuro. A associação entre a pressão das crianças com a pressão de seus pais reforça o valor de ações direcionadas a toda a família, com especial atenção à obesidade. Deve ser ressaltada, ainda, a necessidade de estudos subsequentes, com o objetivo de identificar outros fatores determinantes de HAS na faixa etária infantil. REFERÊNCIAS/REFERENCES BRANDÃO, A. P. A importância do desenvolvimento físico no comportamento da curva de pressão arterial em crianças de 6 a 9 anos de idade. Arq Bras Cardiol., v. 4, n. 48, p. 203-9, 1987. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Obesidade. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. (Cadernos de Atenção Básica, n. 12. Série A). DUTRA, M. M. D. Estudo epidemiológico da pressão arterial em escolares de Salvador. 1988. 65 f. Tese (Doutorado)- Universidade Federal da Bahia, Salvador, 1988. GARCIA, F. D.; TERRA, A. F.; QUEIROZ, A. M.; CORREIA, C. A.; RAMOS, O.S.; FERREIRA, Q. T.; ROCHA, R. L.; OLIVEIRA, E. A. Avaliação de fatores de risco associados com elevação da pressão arterial em crianças. J Pediatr (Rio), v. 80, p. 29-34, Sept./Oct. 2004. http://dx.doi.org/10.2223/jped.1130 JOINT NATIONAL COMMITTEE. The sixth report of the Joint National Committee on prevention, detection, evaluation and treatment of high blood pressure. Arch Intern Med., v. 157, p. 2413-46, Nov. 1997. PMid:9385294. http://dx.doi.org/10.1001/ archinte.1997.00440420033005 267

MOURA, A. A.; SILVA, M. A. M.; FERRAZ, M. R. M. T.; RIVERA, I. R. Prevalência de pressão arterial elevada em escolares de Maceió. J Pediatr (Rio), v. 80, n. 1, p. 35-40, jan./fev. 2004. http://dx.doi.org/10.1590/ S0021-75572004000100008 OLIVEIRA, R. G.; LAMOUNIER, J. A.; OLIVEIRA, A. D.; CASTRO, D. R.; OLIVEIRA, J. S. Pressão arterial em escolares e adolescentes o estudo de Belo Horizonte. J Pediatr (Rio J), v. 75, p. 256-66, set./ out. 1999. http://dx.doi.org/10.2223/jped.317 RESENDE, D. F.; SCARPELLI, R. A. B.; SOUZA, G. F.; DA COSTA, J. O.; SCARPELLI, A. M. B.; SCARPELLI, P. A.; CARVALHO, G. B.; D AGOSTINI, H. M.; PEDROSA, J. C. Prevalência da Hipertensão Arterial Sistêmica em Escolares de 7 a 14 anos do Município de Barbacena. Arq Bras Cardiol., v. 81, p. 375-80, 2003. SIESL, M. L.; FARIAS, S. R.; VIEIRA, M. M. Respiração oral: relação entre o tipo facial e a oclusão dentária em Adolescentes. Rev Soc Bras Fonoaudiol., v. 12, n. 3, p. 191-8, jul./ago. 2007. SIMONATTO, D. M.; DIAS, M. D.; MACHADO, R. L.; ABENSUR, H.; CRUZ, J. Hipertensão arterial em escolares da grande São Paulo. Rev Assoc Med Bras., v. 3, n. 37, p. 109-14, 1991. SINAIKO, A. R.; DONAHUE, R. P.; JACOBS, D. R.; PRINEAS, R. J. Relation of weight and rate of increase in weight during childhood and adolescence to body size, blood pressure, fasting insulin, and lipids in young adults. The Minneapolis Children s Blood Pressure Study. Circulation, v. 99, p. 1471-6, 1999. PMid:10086972. http://dx.doi.org/10.1161/01.cir.99.11.1471 SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA. V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Campos do Jordão: SBH, 2006. SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Arq Bras Cardiol., v. 95, n. 1, p. 1-51, 2010. Suplemento. SOROF, J.; DANIELS S. Obesity hypertension in children: a problem of epidemic proportions. Hypertension, v. 40, p. 441-7, Aug. 2002. PMid:12364344. http:// dx.doi.org/10.1161/01.hyp.0000032940.33466.12 TASK FORCE. Update on the 1987 Task Force Report on High Blood Pressure in Children and Adolescents: a working group report from the National High Blood Pressure Education Program. National High Blood Pressure Education Program Working Group on Hypertension Control in Children And Adolescentes. Pediatrics, v. 98, p. 649-58, 1996. PMid:8885941. TASK FORCE. Update on the 1987 Task Force Report on High Blood Pressure in Children and Adolescents: The fourth report on the diagnosis, evaluation and treatment of high blood pressure in children and adolescents. Pediatrics, v. 114, p. 555-76, 2004. PMid:15286277. TAVARES, A.; BATISTA, M. C. Hipertensão arterial. Rev Bras Med., v. 54, p. 119-29, 1997 Recebido para publicação em 17/07/12. Aprovado em 02/10/12. 268