Cooperação para a Competitividade Empresarial



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Orientação de Gestão nº 06/POFC/2008

Transcrição:

R EVISTA Cooperação para a Competitividade Empresarial N.º 3 TRIMESTRAL A COOPERAÇÃO EMPRESARIAL NA MACRO REGIÃO DO NORDESTE PENINSULAR MACRO-REGIÃO DO SUDOESTE EUROPEU RESOE A INTERIORIDADE NO TEMPO E NO ESPAÇO Pág. 8 Pág. 15 Pág. 18

NOTA DE ABERTURA Em primeiro lugar, gostaria de enaltecer e saudar a grande visão dos principais mentores desta feliz e inédita parceria promovida pelas associações empresariais dos Distritos de Bragança, Vila Real, Guarda e Castelo Branco, neste momento em que surge o terceiro número da revista Coopetir. Numa economia cada vez mais globalizada, competitiva e concorrencial, esta rede de cooperação para a competitividade empresarial, constituída no âmbito de uma candidatura apresentada ao sistema de incentivos às acções colectivas do Compete, sendo cofinancida pelo QREN E FEDER, representa uma verdadeira lufada de ar fresco pelas sinergias e pelas competências que gera para um extenso território do interior. Na verdade, não é muito comum e muito habitual agregar vontades e unir projectos, numa sociedade como a nossa, onde impera ainda uma cultura de individualismo e de pequenos interesses. Em segundo lugar, salientaria igualmente as janelas de oportunidade que se podem abrir através da criação de redes de cooperação, em matéria de dinamização e promoção das economias regionais desta importante fachada Ibérica. Esta corrida de fundo, caracterizada por desafios, estratégias e dinâmicas de desenvolvimento regional sustentável, cuja estafeta também me cabe agora a mim transportar, com o mesmo empenho e dedicação de quem me antecedeu na presidência do Nerba, terá que premiar com um lugar no pódio do sucesso, toda uma grande equipa que se encontra focada e se esforça no dia a dia em prol de um objectivo comum. Em terceiro e último lugar, sublinho aquele que deve ser o principal objectivo de qualquer rede de cooperação pública ou privada: a criação de valor. Quer dizer, sensibilizar os diversos agentes para a importância da cooperação e da criação de redes e parcerias estratégicas é fundamental, mas tal não passa de um pequeno detalhe perante o objectivo principal de em conjunto fazermos alguma coisa com impacto directo na actividade das nossas instituições e no desenvolvimento das regiões onde elas estão inseridas. S ó c o m b o a s l i d e r a n ç a s, v i s ã o e responsabilidade moral trilharemos o caminho do futuro, que há-de ser aquilo que cada um de nós quiser que seja. Camões, um dos nossos maiores poetas deixou-nos esta frase, embora lapidar e sintética, mas de grande significado e alcance, Um Rei fraco faz fraca a forte gente. Eduardo Malhão Presidente do Nerba COOP 3

ÍNDICE L ARTIGIANO IN FIERA 5 ENCONTRO IBÉRICO DE COOPERAÇÃO EMPRESARIAL 6 A COOPERAÇÃO EMPRESARIAL TRANSFRONTEIRIÇA NA MACRO REGIÃO DO NORDESTE PENINSULAR: POTENCIALIDADE E DESAFIOS 8 INOVAÇÃO 12 MACRO-REGIÃO DO SUDOESTE EUROPEU RESOE 15 A INTERIORIDADE NO TEMPO E NO ESPAÇO 18 FACTORY PLAY, LDA. - Bragança 23 GRANITOS RIBEIRO, LDA. - Vila Pouca de Aguiar 25 PABI - PRODUTOS ALIMENTARES DA BEIRA INTERIOR, S.A. 28 30 PARQUE DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO 32 ROTEIRO GASTRONÓMICO 34 Edição e Coordenação: NERBA - Associação Empresarial do Distrito de Bragança Paginação e Impressão: Bringráfica - Indústrias Gráficas, Lda. COOP 4 Colaboração: NERBA - Associação Empresarial do Distrito de Bragança NERCAB - Associação Empresarial da Região de Castelo Branco NERGA - Associação Empresarial da Região da Guarda NERVIR - Associação Empresarial da Região de Vila Real Adriano Moreira ADSI José Adriano (IPB) José de Barros Silva Peneda Periodicidade: Trimestral Tiragem: 4000 exemplares Distribuição: Gratuita Depósito Legal: 99877/96

Associação Empresarial FEIRA DE MILÃO L Artigiano in Fiera 16º MOSTRA MERCADO INTERNACIONAL DE ARTESANATO MILÃO - ITÁLIA O NERBA - Associação Empresarial da Região de Bragança, em parceria com NERVIR Vila Real, NERGA - Guarda e NERCAB Castelo Branco, participou, no âmbito do projeto COOPETIR - Cooperação para a Competitividade Empresarial, na Feira L'Artigiano in Fiera - 16ª Mostra Mercado Internacional de Artesanato, que decorreu em Milão, Itália entre os dias 3 a 11 de Dezembro de 2011. Esta participação teve por objetivo promover o espaço geográfico do interior norte e centro de Portugal e dos seus produtos junto de mercados com elevado potencial. Foram realizadas sessões de apresentação do território, direcionadas para as suas principais produções, mostras e provas de degustação de produtos. L Artigiano in Fiera 16º MOSTRA MERCADO INTERNACIONAL DE ARTESANATO MILÃO - ITÁLIA PARCEIROS APOIO N E R V I R Núcleo Empresarial da Região de Bragança UNIÃO EUROPEIA Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional COOP 5

SEMINÁRIO Encontro Ibérico de Cooperação Empresarial Bragança, 16 de Novembro de 2011 Dando cumprimento a um dos objetivos traçados no encontro realizado em Bragança no mês de Maio, entre as organizações empresariais de Bragança e Léon, teve lugar no último dia 16 de Novembro, nas instalações do CEB/NERBA um Encontro Ibérico de Cooperação Empresarial. Esta ação, promovida pelo NERBA, em colaboração com a ACISB, Turismo do Porto e Norte de Portugal, Câmara Municipal de Bragança e do CEL Círculo Empresarial de León, no âmbito do projeto Coopetir Cooperação para a Competitividade Empresarial, teve como objetivo aprofundar as relações comerciais e de investimento com empresas e entidades dos sectores da indústria, comércio e turismo. Programa: 15h00 Conferência em Plenário A cooperação empresarial transfronteiriça na Macro Região do Nordeste Peninsular: potencialidades e desafios - Dr. José Albino da Silva Peneda Presidente do CES Conselho Económico e Social 16h30 Conclusões dos Grupos de trabalho - Indústria Comércio e Serviços Turismo 16h30 Encerramento Dr. Sérgio Silva Monteiro Secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações O Encontro contou ainda com a presença do Presidente do Conselho Económico e Social, José Albino da Silva Peneda que fez uma abordagem às Potencialidades e Desafios da Cooperação empresarial transfronteiriça na Macro Região do Nordeste Peninsular e com o Secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Sérgio Silva Monteiro que fez o encerramento da Sessão COOP 6

NERBA AO SERVIÇO DAS EMPRESAS E DA REGIÃO Senhor(a) Empresário(a): Ser sócio do NERBA, é antes de mais lutar pelos seus interesses, reivindicar os seus direitos e contribuir para o desenvolvimento da sua empresa e da nossa região. No atual contexto de elevada incerteza, em que grandes desafios se levantam às empresas, só juntos poderemos ser mais fortes. Faça-se sócio. Participe e faça ouvir a sua voz! Conheça algumas das vantagens de ser sócio do NERBA: Acesso privilegiado a informação; Preferência na participação em projetos, Feiras e outras ações organizadas pelo NERBA; Integração em redes de cooperação empresarial; Apoio a projetos de internacionalização; Organização de Planos de estágios; Desenvolvimento de processos de RVC; Descontos na participação e entrada gratuita em Feiras organizadas pelo NERBA; Descontos no aluguer de instalações; Apoio em processos de recrutamento e seleção, Qualificação e Formação de RH. Ao tornar-se sócio NERBA poderá obter ainda dupla filiação na AIP Associação Industrial Portuguesa, sem qualquer custo adicional e usufruir de um vasto conjunto de regalias. Junte-se a nós! NERBA Associação Empresarial do Distrito de Bragança Alto das Cantarias Saída Sul 5300-107 Bragança T: +351 273 304 630 F: +351 273 312 018 E: nerba@nerba.pt W: www.nerba.pt COOP 7

POTENCIALIDADE E DESAFIOS A COOPERAÇÃO EMPRESARIAL TRANSFRONTEIRIÇA NA MACRO REGIÃO DO NORDESTE PENINSULAR: POTENCIALIDADE E DESAFIOS Numa região em que a hemorragia demográfica é a pior debilidade de todas, o Projeto COOPETIR Cooperação para a Competitividade Empresarial é um bom exemplo do caminho que deve ser seguido para contrariar esta tendência, para que a Região ganhe urbanidade, atratividade e notoriedade. José Albino da Silva Peneda Presidente do CES (Conselho Económico e Social) Presidente da FRAH (Fundação Rei Afonso Henriques) ideia de que os decisores políticos geriam um dado território, delimitado por fronteiras Afísicas, pertence definitivamente ao passado. Hoje, mais do que divisão o conceito de fronteira é de união. Embora a vizinhança entre os dois povos peninsulares tenha potenciado, ao longo da história, mais conflitualidade do que aproximação, isso não foi impeditivo de, em certo momento, ter existido um entendimento através dum Tratado, o de Tordesilhas, em que os dois impérios dividiram entre si o mundo em duas metades, para concretizarem as suas estratégias expansionistas. Há que reconhecer aos olhos de hoje que se tratou de uma atitude superiormente inteligente da qual beneficiaram os dois países e que de certo modo marcaram, não só as suas histórias, mas também a história do Mundo. O Tratado de Tordesilhas foi o primeiro acto de cooperação transfronteiriça. Com a adesão simultânea à União Europeia aconteceu um novo reencontro. Para além das consequências políticas que a adesão à União Europeia arrastou, nomeadamente no compromisso pela observância dos valores associados à democracia, liberdade, solidariedade, respeito pelo Estado de direito e de igualdade de tratamento perante a lei e a justiça, aconteceu também uma certa libertação das empresas, que levou a que as relações entre os dois países ganhassem um grande impulso, nomeadamente quanto ao acréscimo das relações comerciais. Evolução do peso das exportações para Espanha no total das exportações Portuguesas: Ano 1960 1973 2000 2010 % 1 % 2,2 % 20,1 % 27,2 % Aconteceu o mesmo com as importações provenientes de Espanha que hoje representam 36,4% das nossas importações, quando antes da adesão esse valor não chegava sequer a 1%! Em pouco mais de trinta anos a Espanha passou de uma situação de insignificância como cliente e fornecedor de Portugal para ser hoje o maior parceiro comercial, quase duplicando as suas exportações para o nosso país, que hoje são superiores às que a Espanha coloca em toda a América Latina! Também nas regiões da raia se verifica uma notável COOP 8

POTENCIALIDADE E DESAFIOS evolução no relacionamento económico. As trocas comerciais nestas regiões representam actualmente mais de 40% das exportações portuguesas para a Espanha e mais de 30% das compras que Portugal faz a Espanha. Ainda como resultado da adesão dos dois países à União Europeia muitas coisas aconteceram. Assim, a nova programação financeira dos fundos estruturais da União Europeia para 2007-2013 veio ajudar a reforçar o papel da cooperação, ao consagrar a chamada Cooperação Territorial Europeia como uma das prioridades da União Europeia. Até 31 de Maio de 2010 (últimos dados que disponho) e para a Região do Norte tinham sido aprovados, pelas instâncias oficiais competentes, 64 projetos respeitantes á área de cooperação com a Galiza no montante de cerca de 95 milhões de euros e 31 projetos na área de cooperação com Castela - Leão no valor de 37 milhões de euros. Entretanto, a União Europeia começou a incentivar a criação de Agrupamentos Europeus de Cooperação Territorial. Sobre isto quero dizer que quando se multiplicam iniciativas deste género corre-se o risco da dispersão e até muitas vezes de um tipo de competição doentia que, em vez de criar valor, destrói valor e, por isso, andaram bem as autoridades das regiões fronteiriças do Norte de Portugal ao procurar enquadrar toda a cooperação transfronteiriça, nos três agrupamentos existentes. Até aqui concluo três coisas. Primeiro, nestas regiões tem havido uma hemorragia demográfica que a não ser estancada, pode criar a m a i o r d a s d i f i c u l d a d e s a o p r o c e s s o d e desenvolvimento sustentável e duradouro. Segundo, tem havido uma dinâmica clara entre as regiões transfronteiriças marcada pela proximidade entre os dois países da Península, especialmente após a adesão à União Europeia. Terceiro, estamos perante um enorme potencial que resulta do ainda número de residentes e do nível de riqueza produzida. Portugal vende hoje mais para a Galiza do que para o Reino Unido, a Itália ou a Holanda. Se considerarmos a Galiza isoladamente esta região é o 5º maior cliente de Portugal! Um terço das empresas portuguesas que estão instaladas em Espanha optam por fazê-lo nas regiões transfronteiriças, com especial destaque para a Galiza, onde estão presentes cerca de 50 empresas portuguesas. Castela Leão conta com 15 empresas espanholas com capitais portugueses, merecendo destaque a presença da Sonae Indústria, um dos maiores produtores do mundo de painéis derivados da madeira, com quatro empresas na região. Cerca de 30% do total das empresas espanholas com capitais portugueses estão localizadas nas regiões transfronteiriças.. Quando olhamos para a produção de riqueza dos dois lados da fronteira verificamos que qualquer das regiões espanholas é mais rica que as portuguesas. Apresentam um PIB per capita superior a 20 mil euros, enquanto as regiões do lado de Portugal se situam nos 12/13 mil euros.. Em relação à média do respectivo país e ainda em termos de riqueza produzida, tanto a Galiza como Castela Leão estão mais próximas da média nacional de Espanha. A Galiza está com 86% da média nacional, enquanto Castela Leão está com 97%. As regiões Norte e Centro de Portugal estão apenas pouco acima de 80% da média nacional.. Nas quatro regiões a que nos estamos a referir residem mais de 11 milhões de pessoas, 5 milhões nas duas regiões de Espanha e um pouco mais de 6 milhões nas regiões Norte e Centro de Portugal. Trata-se de um total que é um pouco maior do que a população residente em Portugal. Nas quatro regiões vive 21% da população da Península Ibérica! Perante esta conclusão a pergunta impõe-se. O que fazer? A primeira recomendação que me apetece fazer é que se deve continuar a cooperar trabalhando soluções e metodologias que, em conjunto, possam contribuir para a criação de valor e de emprego produtivo para as regiões dos dois lados da fronteira. A segunda tem a ver com a seriedade e verdade. Sem seriedade e verdade não há cooperação que resista. A COOP 9

POTENCIALIDADE E DESAFIOS não haver seriedade, a confiança entre as partes vai-se deteriorando e daí até à indiferença e à ruptura é um pequeno passo. E todos sabemos que perdida a confiança num parceiro é muito difícil voltar a recuperála. Nos tempos actuais a verdade e a realidade é que podem ser factores mobilizadores para a subida dos níveis de confiança. Eu sei que trabalhar em conjunto dá mais trabalho e mais canseiras mas é a forma que possibilita ir mais longe. A terceira tem a ver com um factor que pode ajudar a uma cooperação com resultados o recato. Resistir a anúncios de projectos ou iniciativas sem se ter assegurado todos os meios que permitem a sua concretização deve ser a postura adequada porque, a não ser assim, podem surgir factores imponderáveis que fazem com que as ideias anunciadas se esboroem como castelos de areia e isso só provoca perda de credibilidade nas instituições e nas pessoas que as dirigem. A quarta é o resultado da constatação que vivemos num mundo de interdependências que são cada vez mais intensas. Interdependências financeiras, de mercados, de processos de produção, etc. A cooperação transfronteiriça não dispensa, por isso, o funcionamento em rede com outras instituições e poderes, mesmo que se localizem fora das regiões cooperantes. A quinta tem a ver com o facto dos centros de decisão política serem apenas mais um entre vários centros de decisão que com eles interagem nos processos de concepção e implementação de políticas públicas. Nos nossos dias os governos têm a noção de que a legitimidade democrática dada pelo voto precisa de ser complementada com formas de diálogo e de consulta com as várias instituições, nomeadamente de carácter regional. A cooperação com regiões dos dois lados da fronteira potencia aspectos de valorização política que têm de ser aproveitados e, no caso concreto, beneficiam de um aliado de muito peso, a Comissão Europeia. Fala-se na revisão do QREN. Ora aí está uma oportunidade para tentar modificar algum tipo de prioridades de modo a serem obtidos mais meios financeiros para as regiões transfronteiriças a serem aplicados em projectos que criem riqueza e emprego. Outro aspecto muito relevante que pode condicionar a cooperação transfronteiriça é a acção dos governos centrais, porque a acção ou a não acção dos governos centrais pode beneficiar ou prejudicar a atitude dos cooperantes. Tomemos como exemplo da acção do governo português o facto de estar previsto na Proposta de Orçamento de Estado para 2012, o fim das isenções fiscais nos investimentos feitos nas zonas do interior do país. Em termos de receita orçamental trata-se seguramente de um valor pequeno, mas esta decisão, a ir para a frente, significa acabar com o muito pouco que existe em termos de discriminação positiva a favor das terras do interior. É difícil de perceber e ainda é mais difícil de aceitar, porque uma decisão como esta transmite o pior dos sinais, o sinal do abandono, o sinal da quebra de solidariedade das regiões mais ricas para com as mais pobres e o sinal de que as políticas públicas não parecem ter nada a ver com a situação das terras do interior do país. O Conselho Económico e Social a que presido chamou no Parecer sobre o Orçamento de Estado aprovado em Novembro, sem qualquer voto contra, a atenção para este facto. N ã o s e p o d e e n c a ra r o s p r o b l e m a s d o desenvolvimento do interior sem políticas públicas orientadas para esse objectivo. A busca de mais coesão regional e social não se obtém através do funcionamento do mercado. Receio bem que esta ideia não seja hoje muito clara nos processos de decisão política. Gostaria de falar de uma ideia que é um exemplo da não acção por parte do governo central de Portugal e que penso que ganharia sentido em ir para a frente, no enquadramento da reforma do aparelho do Estado, com a anunciada eliminação e fusão de serviços públicos. A ideia tem a ver com a transferência de serviços da administração central de Lisboa para outras cidades incluindo, naturalmente, as localizadas no interior. Porque é que tudo que é sede nacional de serviço público tem de estar localizado em Lisboa? Porquê? COOP 10

POTENCIALIDADE E DESAFIOS A outra condicionante: O Euro Há uma condicionante que influencia a acção dos cooperantes e que não podemos ignorar. Tem a ver com a crise da zona euro. A f r a g i l i d a d e e a desorientação que os dirigentes europeus têm dado mostras na gestão dos problemas da zona euro afectam todas as economias e de forma muito mais sensível as que são mais débeis, como é o caso das regiões do Norte e Centro de Portugal, Galiza e Castela Leão. Por vezes confunde-se crise da zona euro com crise do euro como moeda. Essa comparação não é correcta. O euro, como moeda, está bem, desde logo pela estabilidade da taxa de câmbio que apresenta há muito tempo. Se analisarmos os valores médios dos principais indicadores da zona euro, como seja balança de transações correntes, dívida, deficit orçamental e taxa de desemprego a zona euro apresenta melhores resultados do que, por exemplo, os Estados Unidos o Japão e até o Reino Unido. A crise do euro não tem assim nada a ver com a moeda em si, mas com o facto de ela ter sido criada apenas na base de uma perna, a política monetária. O projecto europeu sempre se baseou na base do equilíbrio e da liberdade. Estes princípios não podem deixar de estar presentes num novo modelo de governação económica em que solidariedade e coesão devem caminhar lado a lado na base dum processo de cooperação, que tenha em atenção as diferenças entre Estados membros. Temos que pensar mais europeu e, nesse sentido, compreender que a disciplina fiscal não pode ser imposta ao ponto de por em causa o crescimento económico. Uma só ideia não mudará os nossos países nem as nossas regiões. A mudança desejável obriga à mobilização de muitas e diferentes ideias e será da interacção entre elas que as coisas poderão melhorar. A criação de novas ideias vive da colaboração saudável e sem temor e eu tenho a consciência que no nosso caso as coisas não são fáceis, desde logo porque parece que sofremos de uma espécie de falta de confiança crónica nas relações interpessoais. Esta é mais uma razão para que se reforce a cooperação transfronteiriça. A história ensina-nos que a Península Ibérica construiu o seu sucesso na base da informação. Foi o domínio da informação dos mares, das grandes massas de terra e da forma de percorrer grandes distâncias com segurança que possibilitou o sucesso dos nossos países. A história parece estar a repetir-se. COOP 11

INOVAÇÃO JOSÉ ADRIANO GOMES PIRES Pró-Presidente do Instituto Politécnico de Bragança para o Empreendedorismo As empresas vivem um novo paradigma de competitividade que, seguramente, vai induzir num processo selectivo, muito semelhante ao apresentado por Charles Darwin, relativamente à selecção natural das espécies. As empresas que conseguirem sobreviver no quadro do actual contexto socio-económico deverão apresentar-se no futuro muito mais fortes enquanto que, as empresas menos aptas, simplesmente, desaparecerão. Para sobreviver neste contexto competitivo, as empresas para além de eficientes Doing the right things têm, sobretudo que ser eficientes, Doing the things right, ou seja : Não basta tomar iniciativas e atingir objectivos, mas, sobretudo, concretizá-los da forma mais rápida, barata e adequada. A década de 90 realçou a noção da Qualidade. As empresas na busca da eficiência apostaram nos processos de certificação de qualidade, apoiados na família das normas ISO 9001, como forma de ganharem notoriedade junto do mercado, ao mesmo tempo que aproveitaram a oportunidade para melhorar os seus processos internos e sistematizar um conjunto de práticas eficientes. Neste momento, os desafios tendo em vista a sobrevivência no quadro do processo natural de selecção empresarial vão mais além da qualidade. A qualidade deixou de ser uma meta para passar a ser uma característica de qualquer empresa de sucesso. Hoje, a qualidade deve ser natura à empresa ou seja deve incorporar a própria génese da empresa. As empresas que não procederem desta forma deverão ter muita dificuldade de resistência ao processo de selecção natural que agora recai sobre os ambientes de negócios, como resultado da crise económica e financeira que se vive. As novas metas e os novos desafios assentam agora nos processos de Inovação. O termo Inovação tal como é apresentado na 3ª edição do Manual de Oslo, e no conjunto de normas portuguesas de IDI, a referir: a NP 4456:2007, a NP 4457 2007, a NP 4458 2007 e a NP 4461 2007, define-se da seguinte forma: Inovação corresponde à implementação de uma nova ou significativamente melhorada solução para a empresa, novo produto, processo, método organizacional ou de marketing, com o objectivo de reforçar a sua posição competitiva, aumentar o desempenho, ou o conhecimento De acordo com a definição proposta, a Inovação pode ser encarado na perspectiva de um processo que assenta em três dimensões: 1. O objecto de inovação, que pode ser a criação de um novo produto, serviço, prática organizacional ou estratégia de marketing; 2. A tipologia de inovação: que pode ser do tipo radical ou incremental; As inovações radicais apresentam-se como algo inexistente, sem paralelo, e que surge para dar resposta a uma necessidade, antes inexistente no mercado, rompendo, desta forma, com os paradigmas vigentes. As inovações do tipo incremental, assentam, por norma, em produtos que já existem e são posteriormente subvertidos, alterados ou adaptados para fazer face a novas e específicas necessidades do mercado. 3. O processo de inovação: que assenta por norma em três grandes grupos de actividades, vulgarmente designadas por I+D+I ou, simplesmente, IDI. COOP 12

INOVAÇÃO Em termos lógicos, os processos de inovação s e q u e n c i a m - s e n a s fa s e s d e i nvest i ga ção, desenvolvimento e inovação. A fase de desenvolvimento constitui o momento da materialização do objecto inovador e, por norma, refere a construção de um protótipo, uma instalação piloto, um conceito de marketing ou uma nova abordagem organizacional. É nesta fase que se pretende proceder à validação do objecto de inovação, em termos operacionais e funcionais, efectuando-se a denominada prova de conceito. Qualquer que seja o objecto de inovação, este só é considerado como tal se tiver interesse comercial e for direccionado para uma determinada necessidade, latente ou eminente de mercado, não tendo, no entanto, que ser necessariamente um sucesso de vendas. O interesse do objecto inovador, independentemente do seu valor comercial, pode residir também no seu registo ou licenciamento, nomeadamente por recurso aos esquemas de patentes e modelos de utilidade tratandose de invenções no domínio Industrial. Mas, o rótulo de empresa inovadora não é algo que esteja apenas ao alcance de um grupo restrito de organizações. Qualquer empresa, pode aspirar a ser considerada inovadora, desde que se proponha estabelecer de forma sistematizada um conjunto de práticas inovadoras conforme estabelecido na Norma NP 4457:2007. De acordo com esta norma as organizações inovadoras podem ser divididas em dois grandes grupos: As que desenvolvem processos de inovação, ou seja aquelas que desenvolveram inovações por si só, em colaboração com outras firmas, ou organizações públicas de investigação, As que adoptam inovações, ou seja aquelas que incorporam resultados e práticas inovadoras desenvolvidas no exterior. A NP 4457:2007 estabelece um sistema de gestão para lidar com ambas. Contudo, a certificação de acordo com a esta norma implica que a organização demonstre que desenvolve inovação, ou seja exclui organizações que apenas demonstram que adoptam inovações. Na sequência de projectos inovadores, ou de investigação científica, surgem normalmente projectos empreendedores. O exemplo que se relata de seguida constitui um testemunho disso mesmo. No Instituto Politécnico de Bragança foi desenvolvido um processo de investigação, no âmbito da tese de doutoramento do autor, do qual resultou uma Spin-Off, denominada RuralNet e que constitui um excelente exemplo de uma Inovação Organizacional do tipo Radical. As Inovações Organizacionais resultam, por norma, em novas formas e abordagens para a concretização de um determinado serviço e são vulgarmente comercializadas sob a forma da prestação de serviços de consultoria. O Modelo de Negócio Ruralnet resultou da associação de dois conceitos do domínio empresarial, nomeadamente as Redes de Cooperação e o e- commerce com o objectivo de melhorar a competitividade dos pequenos produtores da região por via de uma revisão do seu processo comercial à luz das novas tecnologias de informação. O Projecto RuralNet, como qualquer outro projecto de e-commerce, possibilitou a prestação de um serviço misto B2B Business to Business e B2C Business to Consummer, promovendo a criação de um canal de distribuição alternativo, para a comercialização de produtos e bens alimentares de elevada qualidade e excepção. Na sequência deste projecto foram prestados serviços de consultoria a empresas congéneres e foi registada a marca RuralNet. Este projecto arrancou em Novembro de 1998 e em Dezembro de 1999, com todas as restrições existentes à data, nomeadamente pouca confiança nos meios de pagamento electrónico, poucos utilizadores de internet, já tinha satisfeito 454 encomendas para todo o território nacional, conforme demonstrado nas figuras seguintes. Enc. % Grande Porto 32 7,0% Grande Lisboa 131 28,9% Local 112 24,7% Nacional 156 34,4% Internacional 23 5,1% TOTAL 454 100,0% Nichos de Mercado Figura 1. Mercado da RuralNet, com um ano de serviço. Grande Porto Grande Lisboa Local Nacional Internacional A par da sua vertente comercial, a Spin-Off RuralNet teve, ainda, o mérito de: Promover a c o m p e t i t i v i d a d e d a s p e q u e n a s e m p r e s a s transformadoras do mundo rural, por via da abertura de novos canais para escoamento de produtos; Promover a adopção das novas tecnologias de informação ao nível das pequenas e médias empresas rurais; Evidenciar as potencialidades de um novo modelo de organização cooperativo, suportado por tecnologias de informação; Formar os empresários e quadros administrativos no âmbito dos novos serviços de comunicações, em suma: Preparar as empresas rurais para a Sociedade da Informação. COOP 13

RESOE A História da nova Macro-Região: A política europeia de desenvolvimento regional ter-seá iniciado em 1975, com a criação do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, ERDF. Esta política viria a ser reforçada com a adesão conjunta de Portugal e da Espanha à Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1986. O Acto Único, em 1987, viria reforçar aquelas políticas procurando esbater as disparidades entre as diversas regiões e, sobretudo, reduzir as diferenças com as regiões menos favorecidas. Com o Tratado de Maastricht reforçam-se as políticas de coesão económica e social e é criado o Fundo de Coesão, do qual irão beneficiar particularmente Portugal e a Espanha. No início dos anos 90 surgia o primeiro programa INTERREG para reforçar a cooperação transfronteiriça, muito centrado em infra-estruturas. JOSÉ ANTÓNIO BARROS Presidente da AEP -Associação Empresarial de Portugal MACRO-REGIÃO DO SUDOESTE EUROPEU RESOE Em 1994 aparecia o programa INTERREG II, no qual novas formas de cooperação transfronteiriça foram incluídas. Seguiu-se o programa INTERREG III, a partir de 2000, visando fortalecer a coesão e a cooperação transfronteiriças entre a Região Norte de Portugal e a Galiza. A Xunta de Galicia e a Região Norte de Portugal constituíram uma Comunidade de Trabalho, em 31 de Outubro de 1991. Em 24 de Fevereiro de 2006 procedeu-se à adaptação dos seus conteúdos ao disposto no Tratado entre o Reino de Espanha e a R e p ú b l i c a Po r t u g u e s a s o b r e c o o p e ra ç ã o transfronteiriça entre Instâncias e Entidades Territoriais, assinado em Valência no dia 3 de Outubro de 2002. Por seu turno, a Junta de Castilla y León e a Região Norte de Portugal têm vindo a desenvolver as suas actividades de cooperação através de uma Comunidade de Trabalho constituída em Bragança, em 19 de Janeiro de 2000. Em 27 de Janeiro de 2009 procedeu-se à adaptação dos seus conteúdos ao disposto no referido Tratado de Valência. COOP 15

RESOE Na sequência destes acordos, e com o objectivo de favorecer e de aumentar a cooperação entre aquelas três regiões, agora na perspectiva das macro-regiões europeias, reunidos em Valladolid, em 17 de Setembro de 2010, os Presidentes da Xunta de Galicia, da Junta de Castilla y Léon e da CCDRN acordaram constituir um organismo sem personalidade jurídica, a Macro-Região Regiões do Sudoeste Europeu, adiante denominada abreviadamente por RESOE. As especiais relações, históricas, culturais e de vizinhança existentes entre Galicia, Castilla y León e a Região Norte de Portugal têm permitido estabelecer múltiplos e sólidos laços entre aquelas Comunidades de Espanha e a Região Norte de Portugal. Castilla y León, Galicia e a Região Norte de Portugal partilham a fronteira entre Espanha e Portugal e esta situação geográfica constitui um dos aspectos comuns que caracterizam as respectivas identidades regionais. Tendo sido convidados a participar nas primeiras reuniões sobre este tema, na CCDRN, em 28 de Dezembro de 2010, e em 24 e 25 de Janeiro de 2011, a Associação Industrial do Minho e a AEP deram-se de imediato conta da importância desta nova organização europeia, designadamente pela capacidade de concorrer aos fundos comunitários, no horizonte do novo Quadro Comunitário 2014 / 2020. De imediato, foi promovida uma reunião na sede da AEP, no Porto, na qual participaram os Presidentes de todas as grandes associações da Região Norte, a AEVC (Viana do Castelo), a Associação Comercial de Braga, a AIMinho (Braga e Viana), o NERBA (Bragança), o NERVIR (Vila Real) e até o NERGA (Guarda) que, apesar de formalmente estar já na Região Centro, foi por todos reconhecido como parceiro essencial e interessado, pela sua importância e localização geográfica face à região espanhola de Castilla y Léon. Nessa reunião debateram o interesse em conjugar os seus esforços para o desenvolvimento de projectos de interesse para o bem comum e deliberaram mandatar o Presidente da AEP para representar todos nos contactos subsequentes. Decidiram, ainda, passar a reunir mensalmente, por rotação, na sede de cada uma destas associações, para desenvolver o seu relacionamento e analisar os desenvolvimentos desta problemática tendo, em reunião posterior, em Viana de Castelo, deliberado constituir um grupo informal, o Fórum das Associações Empresarias do Norte FAEN, para este efeito. Recorde-se que existem já as Macro-Regiões do Báltico e do Danúbio, criadas com diferentes objectivos, mas visando a mesma finalidade, e foi recentemente criada a Macro-Região Adriático-Jónica, com idêntica finalidade. Como se verifica na figura, a nossa Macro-Região (cor violeta) é ainda muito pequena, e seria importante que ganhasse maior dimensão e escala, anexando outras regiões, as Astúrias e a Cantábria, em Espanha, a região Centro de Portugal, Pointou-Charentes, a Aquitânia do Sul, a Bretanha e até a Baixa Normandia, em França, a Irlanda e a própria Grã-Bretanha (South West). Os Presidentes das três Regiões signatárias da RESOE acordaram ainda solicitar às instâncias competentes o aumento dos fundos comunitários destinados à cooperação territorial, tendo como referência os montantes disponíveis durante a última década do século XX, visando algumas áreas onde foram já detectados interesses comuns, a saber: Economia e Indústria; Educação, Universidades e Investigação; Âmbito laboral; Ambiente; Cultura e Turismo; Transportes e Logística. Na sequência dos estudos e propostas acima referidos, resultantes da acção dos grupos de trabalho que foram constituídos para o efeito, em 21 de Fevereiro reunimos COOP 16

RESOE (AEP, NERBA e NERGA) com a CECALE Confederação das Organizações Empresariais de Castela-Leão, tendo constatado que o tema era bem conhecido, havia já reuniões em curso com o governo autónomo de Castela-Leão, e onde percebemos que o interlocutor mais bem posicionado na Galiza era a CEG- Confederação de Empresários da Galiza. Nesta reunião deliberámos solicitar de imediato três reuniões com os Presidentes dos governos das três Regiões subscritoras da RESOE, Juan Vicente Herrera, de Castilla y Léon, Alberto Nunes Feijó, da Galicia e Carlos Lage, da CCDRN. Em Valladolid, foi explicada a vontade da liderança política do projecto, embora acolhendo com interesse as nossas propostas e apoio. Nesta reunião ficou absolutamente claro que os 6 temas estavam já distribuídos, sem qualquer dúvida, pelas três regiões interessadas, tendo Castela Leão ficado com 1. Economia e Indústria e 2. Transportes e Logística. Finalmente, em 3 de Março, reunimos em Santiago de Compostela, com a CEG-Confederação de Empresários da Galiza. Assim, os Presidentes das Confederações Empresarias da Galiza (CEG) e de Castela Leão (CECALE), D. Antonio Fontenla e D. Jesús Maria Terciado, e o Presidente da AEP, José António Barros, foram recebidos, no dia 21 de Março, pelo Presidente da CCDRN Região Norte, Dr. Carlos Lage, acompanhado pela Vice-Presidente Professora Doutora Ana Teresa Lehmann, no Porto; no dia 30 de Março, em Valladolid, pelo Presidente da Junta de Castela Leão, D. Juan Vicente Herrera, acompanhado pelo Conselheiro Provincial da Economia; e no dia 1 de Abril, em Santiago de Compostela, pelo Presidente da Junta da Galiza, D. Alberto Nunes Feijó, acompanhado pelo Conselheiro da Presidência, D. Alfonso Rueda, e pelo Conselheiro da Economia. Em Santiago de Compostela, com o Presidente Alberto Nunes Feijó e o Conselheiro da Presidência Alfonso Rueda, foi igualmente confirmado que os 6 temas estavam já distribuídos, ficando para a Galiza o tema 3. Universidades e Investigação e 4. Emprego, Relações e Mobilidade Laboral, e, para o Norte de Portugal, os dois temas restantes, 5. Cultura e Turismo e 6. Ambiente e Energia. Nesta reunião foi, ainda, confirmada uma afirmação feita na reunião de Valladolid, que o projecto da RESOE tinha sido formalmente apresentado em Bruxelas, dois dias antes, pelo Conselheiro Alfonso Rueda, em nome e em representação das três regiões, ou seja, da RESOE, que nos relatou a reunião. O seu principal interlocutor foi um Comissário Europeu, da Letónia, que participou na elaboração do projecto da macro-região do Báltico, e, portanto, favorável ao nosso projecto. Foi referido que a nossa Macro-Região era ainda muito pequena, e seria importante que ganhasse maior dimensão e escala, anexando outras regiões, as Astúrias e a Cantábria, em Espanha, a região Centro de Portugal, Pointou-Charentes, a Aquitânia do Sul, a Bretanha e até a Baixa Normandia, em França, a Irlanda e a própria Grã-Bretanha. Foi referido que, no horizonte de 2014 2020 os fundos comunitários centrar-se-ão fundamentalmente nas novas macro-regiões, e em grandes projectos transversais, estando fora do horizonte os apoios comunitários a pequenos projectos ou regionais, como no actual modelo. E que a Europa não teria espaço para mais de 5 ou 6 macro-regiões. Foi, ainda, discutida a situação do Arco Atlântico, em desmembramento pelo desinteresse manifesto do Reino Unido, e que a nossa macro-região poderia ser a resultante do Arco Atlântico, englobando as regiões atrás referidas, e com o peso político de quatro ou cinco estados europeus, em vez de apenas Portugal e Espanha. Assim, em todas as reuniões foi consensual a urgência do alargamento, em Portugal, à região Centro, pelas razões acima, alargamento que é bem visto pelos espanhóis. Sem este alargamento e sem a desejável adesão de outros estados membros da EU, França, Irlanda e até, talvez, o Reino Unido, o futuro da RESOE poderá estar seriamente comprometido ou, pelo menos, a sua capacidade de lobbying, na concorrência pelos fundos estruturais, no horizonte de 2014 2020, estará fortemente diminuída, com consequências gravosas para as três regiões até agora envolvidas, o Norte de Portugal, a Galiza e Castela Leão. COOP 17

DESTAQUE ADRIANO MOREIRA Presidente do Instituto de Altos Estudos da Academia das Ciências de Lisboa Presidente do Conselho Geral da Universidade Técnica de Lisboa A INTERIORIDADE NO TEMPO E NO ESPAÇO Este tema da interioridade, no tempo e no espaço, começa por exigir alguma atenção ao estatuto do próprio país, na cena internacional, antes de podermos meditar sobre os efeitos desse condicionamento nas regiões nacionais. Começando portanto pela circunstância de Portugal, agora envolvido no globalismo multifacetado dos nossos tempos, recordaremos que o qualificativo mais generalizado, que acompanhou o processo de adesão à Europa, foi o de o considerar um país periférico. Parece difícil conciliar o conceito de periferia com o de globalismo, e talvez devamos admitir que tal conceito teve mais que ver, restritiva e excessivamente, com uma visão liberal da economia europeia, do que com o fenómeno novo da interdependência global em todas as áreas do relacionamento que continuou a ser chamado internacional. Em primeiro lugar recordarei que o processo da Europa em formação, ainda hoje de contornos incertos, começou por atingir Portugal com a desmobilização do Império Euromundista, ao preço de uma guerra de catorze anos, e esgotamento do conceito estratégico nacional secular. Inevitavelmente, quando, em curto prazo, a Ordem definida juridicamente pela Carta da ONU foi substituída pela Ordem dos Pactos Militares NATO e VARSÓVIA, Portugal foi envolvido por esta nova definição em termos muito afastados do conceito de periferia, porque o Atlântico Norte se tornou o teatro estratégico geográfico principal da defesa ocidental, e as responsabilidades atlânticas portuguesas exigiram um comprometimento exigente e fundamental. Começando portanto pela circunstância de Portugal, agora envolvido no globalismo multifacetado dos nossos tempos, recordaremos que o qualificativo mais generalizado, que acompanhou o processo de adesão à Europa, foi o de o considerar um país periférico. Depois da queda do Muro de Berlim, o tufão em que se traduz a crise económica e financeira nesta entrada no III Milénio, acompanhada pelo turbilhão do Mediterrâneo e pela deslocação da COOP 18

DESTAQUE fronteira da pobreza para o Norte desse Mar que ameaça transformar-se em cemitério, atingiram tão severamente o nosso território e o nosso povo, que a periferia não é seguramente a definição geográfica mais apropriada. É com Portugal no centro de uma complexa soma de desafios, e não em situação periférica, que a nova interioridade tem de ser avaliada. O traço mais saliente e marcante dessa interioridade, moldada pelo turbilhão do III Milénio, é que, tratando-se de um povo que viveu longamente afastado dos padrões de vida europeia, teve certamente uma aproximação importante a tais padrões depois da Revolução de 1974, mas aconteceu-lhe estar agora abrangido pela fronteira da pobreza que, no século passado, que foi ontem, os Relatórios anuais do PNUD colocavam ao Sul do Sara, e formalmente incluíram nos Objectivos do Milénio. Não apenas considerarmos altamente comprometida a possibilidade de tais objectivos do Milénio serem cumpridos, porque o financiamento anunciado e prometido não é compatível com a crise financeira actual, como a nova fronteira exigirá razoavelmente uma redefinição de tais objectivos para considerar exigências novas dos povos mediterrânicos. É com Portugal no centro de uma complexa soma de desafios, e não em situação periférica, que a nova interioridade tem de ser avaliada. É esta condição emergente e premente da geografia da pobreza que torna evidente a necessidade de avaliar, com profundidade e criatividade, se o objectivo de uma estratégia governativa de resposta, se deve concentrar em reparar o sistema que levou à catástrofe actual, ou organizar um novo sistema que aprenda a evitar os erros do credo do mercado que levou à crise global em que nos encontramos. Até esta data, as intervenções são de ordem contabilística, colhendo recursos fiscais onde faltam recursos para o desenvolvimento sustentado, este à espera de que a ciência da economia de mercado comece a escrever um capítulo inovador da economia da pobreza, porque entre esta e interioridade existe uma coincidência de fronteiras com desvios apenas ocasionais. Uma das consequências seculares da interioridade pobre foi a emigração, quer interna que continua a dirigir-se para a orla marítima, quer externa para destinos que foram crescendo de importância: o Brasil, os EUA, a Europa designadamente durante a guerra do Ultramar, e menos a própria África quando ainda em regime colonial. Mas essa emigração foi de gente pouco qualificada, partindo de um país marcado pelo analfabetismo, e que tinha no serviço militar obrigatório um instrumento importante de alfabetização, profissionalização, e de civismo. Depois do 25 de Abril, a diversidade da rede pública e privada, universitária e politécnica, é indiscutível que cresceu exponencialmente, mas faltou aceitar o conceito de rede nacional para que a racionalização fosse integral, e para que a multiplicação de centros de ensino pelo interior tivessem uma planificação eficaz, de modo a que, agredindo a passividade local, despertasse iniciativas, fixação das criatividades, crescimento económico. Esta falta de conceito governativo, mais fiados os responsáveis no que chamaram as novas caravelas que vinham da Europa, do que na necessidade de fabricar aqui as caravelas, fez com que o despovoamento não parasse, com que o conceito estratégico de reserva alimentar nacional fosse esquecido, com que desaparecesse a frota de pesca, e definhasse a agricultura. Com a consequência inquietante e dramática de que a crise económica e financeira veio encontrar muitas das unidades de ensino em situação financeira deficitária, sem que a economia tenha correspondido ao esforço, mas ainda com uma novidade inquietante; é que a emigração, cuja última forma importante ficou chamada emigração a salto, foi substituída pela emigração dos melhores para os países mais ricos ou em crescimento visível. Este facto traduz-se em se acentuar uma ameaça ao desenvolvimento sustentado de qualquer país pobre: ter o técnico, precisar do técnico, e não ter emprego para o técnico. COOP 19

DESTAQUE O d e s p o voamento t ra d i c i o n a l d a interioridade, que era causado pela partida de a comunidade viveu dispersa, e o seu número é incerto. O despovoamento tradicional da interioridade, que era causado pela partida de homens com poucas habilitações e deixava o interior entregue à responsabilidade das viúvas de homens vivos que asseguravam a retaguarda, é agora fortalecido pelos melhores que procuram em diferentes paragens um futuro aceitável. Mas o que não é incerto é que ou a leitura dos livros santos assegura a paz, ou o fanatismo terá difícil convívio com a democratização. A tese do choque das civilizações, que a ONU procura remeter para os arquivos em nome do respeito recíproco, e não da simples tolerância, ganha de novo uma relevância que só agrava as condições anárquicas do Mediterrâneo, que enfraquece o projecto da Euráfrica solidária, que acentua a difícil problemática da coexistência entre os princípios da democracia ocidental e os dogmatismos muçulmanos. E que alerta os governos europeus para a eventual exigência de reorganizar os orçamentos para responder à imprevisibilidade da situação. Porque o civismo e o amor ao país e às pequenas pátrias que são as terras de origem, não admitem passividade perante uma moldura tão desafiante, tentarei enumerar algumas tarefas inadiáveis: 1) As finanças do Estado, exigem certamente uma contabilidade exigente, mas ao serviço de uma economia que saiba lutar contra a pobreza; 2) O fortalecimento do civismo, que exige uma defesa prévia dos valores da maneira portuguesa de estar no mundo, não consente c o m p l a c ê n c i a c o m o re l a t i v i s m o, confundindo tolerância com respeito; 3) Nesta questão dos valores está a urgência de implantar, entre os melhores, a decisão de ficar e não a de imigrar; 4) A implantação do conceito de reserva COOP 20

DESTAQUE estratégica alimentar, obriga a que todos os recursos de uma agricultura desprotegida COOP 21

EMPRESA Entrevista com PEDRO SANTOS Sócio-Gerente - Origem da empresa Como surgiu Principais produtos/serviços da empresa? Mercados? A empresa Factory Play, Lda surge em 2005 no seguimento da empresa Animalogia, Lda, que após anos de experiência em eventos tanto em Portugal como em Espanha denota a necessidade de um produto de qualidade na área dos insufláveis de diversão para o mercado Europeu Aproveitando todo o know-how da empresa Animalogia, surge o projecto de uma fábrica de Insufláveis em Bragança direcionado para a exportação de produtos insufláveis principalmente para Espanha e França. Sendo que as principais áreas de negócio são: Insufláveis diversão para empresas de eventos, feirantes e parques temáticos Insufláveis publicitários Design e concepção Parques temáticos Tematização de Parques diversões Sinalética e decoração D Quanto aos principais mercados destacamos desde logo a Espanha e a França, Itália, Alemanha, o médio oriente e o norte de África. - Qual o segredo do sucesso? Acreditamos que a nossa postura profissional, know-how e imagem forte estão na base de grande parte do nosso sucesso, de salientar que somos a marca de referência na Europa em termos de inovação e desenvolvimento de produto. Todos estes factores aliados a um atendimento personalizado de todos os nossos clientes e uma equipa de trabalho dinâmica permitiu-nos criar uma marca de elevada credibilidade e notoriedade. - No futuro, quais são os próximos passos da empresa? De momento a empresa tem em mãos uma estratégia muito ambiciosa que passa pela introdução do nosso produto em novos mercados espalhados pelos cinco continentes até 2014, projectando a nossa marca para o mundo inteiro. Essa estratégia passa ainda pela consolidação de alguns mercados no espaço europeu e pela manutenção da posição de líder em inovação na Europa. COOP 23

EMPRESA - É difícil ser empresário no interior? Quais os maiores problemas que as empresas enfrentam na nossa Região? Penso que para nós cidadãos transmontanos habituados desde sempre a grandes esforços e sacrifícios, ser empresário é apenas mais um desafio Obviamente que para conseguirmos competir de igual para igual temos grandes dificuldades que todos os dias enfrentamos. Desde logo gostaria de salientar a logística, que em termos de soluções de transporte para exportar o nosso produto é desajustada e muitas vezes dispendiosa. Em segundo lugar a manutenção e assistência técnica industrial não existe a nível local, tornando-se mais complexo em tempo útil solucionar problemas com que uma unidade fabril se depara diariamente. Terceiro ponto que influi bastante na competividade das nossas empresas no interior prende-se com a falta de qualificação dos nossos recursos humanos, contribuindo para o efeito a fraca eficácia das entidades competentes para a formação dos mesmos, muitas vezes verificamos que se realizam inúmeros cursos de formação que em centenas de pessoas formadas não produziram nenhuma contratação por parte das nossas empresas. - Qual a importância da Cooperação empresarial no desenvolvimento competitivo da empresa? Desde o início sempre consideramos que a cooperação estratégica entre empresas é fundamental para o sucesso e obtenção dos nossos objectivos. Procuramos continuamente protocolos e parcerias que nos permitam melhorar a produtividade e qualidade dos nossos produtos. Temos alguns exemplos de empresas de referência a nível nacional e internacional que nos apoiam nomeadamente na produção de matérias primas, desenvolvimento de produto e área comercial. Continuamos a considerar importante fomentar sinergias entre empresas locais, de áreas de negócio distintas, no sentido de em determinados contextos tais como Feiras, Exposições e prospecção de mercados conseguir reduzir o custo das operações. A criação de centros de investigação direcionados para o apoio às empresas no desenvolvimento de novos produtos, em parceria com o ensino superior local, entidades formadoras e autarquias poderia ser um factor de competividade decisivo permitindo uma investigação orientada para as necessidades de cada mercado. FACTORY PLAY Zona Industrial de Mós, Lote 5 5300-692 MÓS - Bragança www.factoryplay.com info@factoryplay.com COOP 24