2. DADOS TÉCNICOS DO PROJETO Descrição Geral da Obra

Documentos relacionados
2. DADOS TÉCNICOS DO PROJETO

ANEXO 1 GLOSSÁRIO. Vegetação de Restinga

Ilustração 1 - Vista Geral da Área de Implantação da Futura ETE - Sítio Floresta - Pelotas, RS PROJETO BÁSICO

1. Escolhendo o local certo para o plantio.

Comparação entre lei 4771 e PL relatado pelo Dep.Aldo Rebelo preparado por Zeze Zakia Versão preliminar ( Definições)

TERMO DE REFERÊNCIA PARA LICENCIAMENTO AMBIENTAL DO PROGRAMA MUNICIPAL DE AÇUDAGEM

RELATÓRIO DE PLANTIO DO PROJETO PLANTE BONITO

III Congresso Brasileiro de Eucalipto

Vegetação de Restinga

RELATÓRIO DE PLANTIO DE FLORESTA

Localização do Programa na cidade de Vera Cruz- RS

CARACTERIZAÇÃO DO SUBSTRATO E ETAPAS DA RAD

RELATÓRIO DE PLANTIO. Código: 04/2011

Prefeitura Municipal de Arroio do Meio - Departamento do Meio Ambiente/DMA Formulário para Licenciamento Ambiental

AULÃO UDESC 2013 GEOGRAFIA DE SANTA CATARINA PROF. ANDRÉ TOMASINI Aula: Aspectos físicos.

Os OITO Elementos da Restauração. Sergius Gandolfi LERF/LCB/ESALQ/USP

ANEXO III PROJETOS EXECUTIVOS DE ENGENHARIA DOS LAGOS ARTIFICIAIS E DAS OBRAS DE INFRAESTRUTURA DA FASE 01 DO SAPIENS PARQUE

os pressupostos para o manejo sustentável da área de entorno dos reservatórios artificiais ocupados por plantas

TERMO DE REFERÊNCIA LICENÇA PRÉVIA E DE INSTALAÇÃO (LPI) PARA ATIVIDADES DE INDÚSTRIA, COMÉRCIO E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

PROGRAMA DE REFLORESTAMENTO

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 01 DE 2015

6 Campanha de medições

Enquadramento Especializado

RECUPERAÇÃO DA MATA CILIAR Bacia do Rio do Peixe

Lagoa Urussanga Velha Lagoa Mãe Luzia

Formulário para Licenciamento de CONSTRUÇÃO DE AÇUDES OU TANQUES

Disciplina: BI63 B ECOSSISTEMAS. Tema da aula - Distúrbios: Sucessão Ecológica: principais conceitos e aplicações.

RELATÓRIO ACOMPANHAMENTO ATIVIDADES ÁREA DE EMPRÉSTIMO DE MATERIAIS MINERAÇÃO

DECRETO Nº DE

2º RELATÓRIO DE ANDAMENTO - PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS (PRAD)

Portaria CBRN 01/2015

RELATÓRIO DE PLANTIO. Código: 09/2011

As práticas de restauração florestal dos empreendimentos rodoviários da DERSA Bióloga Dra. Karina Cavalheiro Barbosa

Metodologia adotada pelas iniciativas de monitoramento do Atlas da Mata Atlântica e do MapBiomas

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE SEMENTES DE MYRTÁCEAS NA REGIÃO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ, SANTA CATARINA

RELATÓRIO DO PROJETO PLANTE BONITO

Deliberação Normativa COPAM nº., de XX de janeiro de 2010

ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE - APP -

Planos de Manejo INSTITUTO FLORESTAL. Estação Ecológica de Itapeva

REVEGETAÇÃO - PLANTIO E TRATOS CULTURAIS - PLANO DIRETOR RECONFORMAÇÃO E DRENAGEM DA PILHA DE ESTÉRIL IMA - MIGUEL BURNIER

FUNDAÇÃO CARMELITANA MÁRIO PALMÉRIO FACIHUS - FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS. Degradação de Biomas. Prof. Me. Cássio Resende de Morais

TERMO DE REFERÊNCIA RELATÓRIO AMBIENTAL SIMPLIFICADO (RAS) PARA EMPREENDIMENTOS DESTINADOS À CONSTRUÇÃO DE HABITAÇÕES DE INTERESSE SOCIAL

Termo de Referência para Elaboração dos Planos de Manejo de Recursos Naturais TR GERAL

PROGRAMA PLANTE BONITO

Rua do Horto, 931 Horto Florestal São Paulo CEP Tel.:

2º RELATÓRIO DE MONITORAMENTO DO PROJETO PLANTE BONITO

ANEXO XIII RELATÓRIO ARBÓRIO DA FUTURA ÁREA DA MORADIA ESTUDANTIL CAMPUS SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO SECRETARIA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE


Restauração Florestal com Alta Diversidade: Vinte Anos de Experiências

2º - Para o Bioma Cerrado, deverão ser considerados os parâmetros definidos na Resolução SMA 64, de


BIOMA CERRADO Resolução SMA 64/2009. Ilustração: José Felipe Ribeiro

AVALIAÇÃO DE ÁREAS DE ALTO VALOR DE CONSERVAÇÃO NAS FAZENDAS BARRA LONGA E CANHAMBOLA

A PODA DAS ÁRVORES PODA DRÁSTICA

Issáo Ishimura Eng. Agr., Dr., PqC da Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento em Agricultura Ecológica /APTA

Adequação Ambiental e Restauração Florestal. Pedro H. S. Brancalion Laboratório de Silvicultura Tropical (LASTROP/ESALQ/USP)

Poda experimental de Schinus terebinthifolius Raddi (pimenta-rosa) em área de Cerrado

Restauração de Matas Ciliares e Áreas Degradadas. LCB 0217 Prof. Flávio Gandara Prof. Sergius Gandolfi

Graduando em Engenharia Ambiental e Sanitária do Centro Universitário de Patos de Minas - UNIPAM. (2)

Escolha da área para plantio Talhonamento Construção de aceiros e estradas

VIABILIDADE ECONÔMICA DE PLANTIOS FLORESTAIS SOLTEIROS E DE SISTEMAS AGROFLORESTAIS

6 Práticas Culturais

Praias Antropizadas Conforme citado anteriormente, os perfis 1, 5, 7, 9 (Passo de Torres), 13, 14, (Balneário Gaivota), 19, 21, 24, 25, 27 (Balneário

PAISAGENS DO PANTANAL

AVALIAÇÕES AMBIENTAIS

FRAGMENTOS FLORESTAIS

9º. Curso de Atualização em Eucaliptocultura

10ª. Reunião de Atualização em Eucaliptocultura

file://e:\arquivos\poster\451.htm

Silvicultura de nativas aplicada a restauração de APP e RL

ESCOLA SENAI CELSO CHARURI CFP 5.12 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE MATA NATIVA

Atribuições da FATMA no município de Florianópolis

Experiências em Recuperação Ambiental. Código Florestal. Recuperação de área degradada com o uso de lodo de esgoto

ARBORIZAÇÃO URBANA DE ARARAQUARA

FATORES DE SUCESSO PARA A ALTA PRODUTIVIDADE DE FLORESTAS

3. LEGISLAÇÃO FLORESTAL:

SECRETARIA MUNICIPAL DA AGRICULTURA, DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E MEIO AMBIENTE

Aula Bioma e Vegetação. Prof. Diogo

DECRETO Nº DE 26 DE ABRIL DE

Disciplina: EB68 C Conservação e Recuperação Ambiental

LEI Nº 1.286/2005. LIDIO LEDESMA, Prefeito Municipal de IGUATEMI, Estado de Mato Grosso do Sul, no uso de suas atribuições legais,

Esgoto Doméstico: Sistemas de Tratamento

USO DO GVSIG PARA ELABORAÇÃO DE SISLEG NO ESTADO DO PARANÁ

GESTÃO DA ARBORIZAÇÃO URBANA. Eng.Ambiental. Bruna de Souza Otoni Prefeitura Municipal de Araçuaí -MG

UTILIZAÇÃO DE RESÍDUO FLORESTAL PARA A RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS EM EMPREENDIMENTOS RODOVIÁRIOS - ESTUDO DE CASO DA BR-448

FIGURA 18 -! Estação Total Utilizada no Levantamento Topográfico. FIGURA 19 -! Área de Alagamento, Antigo Rio Carahá. Fonte: Acervo do Autor (2016)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS - UFPEL CENTRO DE ENGENHARIAS - CENG DISCIPLINA: SISTEMAS URBANOS DE ÁGUA E ESGOTO

Roteiro de Solicitação

Avaliação preliminar das nascentes do Rio Mundaú inserida na zona urbana do município de Garanhuns

Experiências em Recuperação Ambiental. Código Florestal. Proteção e restauração ecológica de nascentes utilizando talhão facilitador diversificado

COBERTURA VEGETAL COMO FATOR DE PROTEÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS

Relatório Técnico Descritivo das áreas objeto de TCRA e TAC para regularização da Hípica - Residencial Porta do Sol - Mairinque

Produção Florestal e SAFs

POLÍGONO ELVOLVENTE LAT 2: ,01 LONG 2: ,74 PROPRIETÁRIO: Preservar Madeira Reflorestada Ltda. CPF/CNPJ:

Arborização Urbana ENCONTRO ANUAL DOS DIRIGENTES DE MEIO AMBIENTE- CONDIMMA 2016

Manejo da Arborização Urbana

Biomas do Brasil. Ciências Humanas e suas Tecnologias. Professor Alexson Costa Geografia

Protocolo de identificação de áreas de soltura Proposta preliminar

Transcrição:

1. IDENTIFICAÇÃO SANEP, Serviço Autônomo de Saneamento de Pelotas, Autarquia Municipal de Saneamento, CNPJ 92.220.862/0001-48, localizada à Rua Félix da Cunha, nº649 Pelotas, Fone (53) 30261144, e-mail sanep@pelotas.com.br, vem por meio deste solicitar a V. Sª. análise e aprovação do Projeto de Manejo de Vegetação para a área de instalação da Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) dos Balneários Santo Antônio e Valverde, da Praia do Laranjal. O terreno em tela situa-se à Rua Nova Prata, s/n, Balneário Valverde, Bairro Laranjal, Município de Pelotas RS, e possui uma área total de 9,0645 hectares, conforme mapa e contrato de compra e venda anexos. O Responsável Técnico pelo Projeto e execução do Manejo e Recuperação da Área, bem como do corte da vegetação, é o Engº Agrônomo Edson Plá Monterosso, CREA RS nº 51.587-D, estabelecido à Rua Félix da Cunha, nº 649, Pelotas, Fone (53) 3026-1144, e-mail: edson.monterosso@hotmail.com 2. DADOS TÉCNICOS DO PROJETO 2.1. Descrição Geral da Obra 2.1.1. Obra Civil A Estação de Tratamento (ETE) será implantada em duas etapas, estando projetada para uma população final máxima de 33.130 habitantes, nos meses de verão, correspondendo a vazões máxima e média de 117,3 e 72,0 l/s, respectivamente, compõe-se de três unidades: a) Pré-tratamento: gradeamento, desarenação e medição de vazão; b) Tratamento Primário Avançado: reatores UASB; c) Tratamento Secundário: filtros biológicos; d) Tratamento Terciário: banhados construídos; e) Leitos de Secagem. 1

O projeto da ETE objetiva, juntamente com as redes de esgoto, a redução dos impactos ambientais da ocupação humana, através do saneamento dos balneários Santo Antônio e Valverde, com a redução da contaminação do lençol freático e da Lagoa dos Patos no local, uma vez que o sistema atualmente existente compõe-se de fossas sépticas individuais e sumidouros, que contribuem para as valetas de escoamento pluvial, e que por sua vez deságuam na Lagoa dos Patos, em área balneária. O efluente tratado pela ETE verterá para o canal de drenagem da Rua Nova Prata, que drena em direção ao Canal São Gonçalo. 2.1.2. Caracterização Ambiental sucinta da área Trata-se de área plana, com 9,0645 ha, situada entre o loteamento Pontal da Barra e a região das dunas do Laranjal, Bacia Hidrográfica Mirim-São Gonçalo, sendo caracterizada por terreno plano e constituída basicamente por planossolo hidromórfico. O terreno possui canais de drenagem antigos e uso histórico pela pecuária, estando, portanto, bastante antropizado. A cobertura vegetal atual do terreno pode ser caracterizada fisionomicamente como campo úmido (figura 1), com nítida predominância de vegetação herbácea graminóide, onde gramíneas e ciperáceas apresentam-se como os tipos mais abundantes. 2

Fig. 1 Vista parcial da área, mostrado campos úmidos antrópicos A vegetação arborescente (figura 2) está concentrada num único minúsculo caponete encontrado na área, contendo exemplares das seguintes espécies: aguaí (Chrysophyllum marginatum); aroeira-da-praia (Schinus terebinthifolius), coronilha (Scutia buxifolia), unha-de-gato (Acacia bonariensis), veludinho (Guettarda uruguensis), acáciado-banhado (Sesbania punicea), pitangueira (Eugenia uniflora), molho (Schinus polygamus), figueira (Ficus organensis), Chal-Chal (Allophylus edulis), Quebra-foice (Calliandra tweediei), maricá (Mimosa bimucronata), salso-crioulo (Salix humboldtiana), fumo-bravo (Solanun erianthum), embira (Daphnopsis racemosa) e coração-de-bugre (Maytenus cassineformis). 3

Fig. 2 Vista dos campos úmidos e do pequeno caponete, ao fundo Medições realizadas nesse caponete apontaram um volume de madeira próximo a 3,0 m³ A vegetação herbácea deste caponete é formada, principalmente, por população de bananinha-do-mato (Bromelia antiacantha). A única espécie legalmente protegida encontrada no caponete é a figueira (Ficus organensis), considerada como imune ao corte pelo Código Florestal Estadual (Lei 9519/92). Deve-se, entretanto, levar em conta o artigo 2 da lei municipal 4428/99, que dispõe sobre a flora nativa e exótica do município de Pelotas: Art. 2º - As florestas, bosques, árvores, arbustos e demais formas de vegetação de domínio público, situadas no território do município, são imunes ao corte, não podendo ser derrubadas, podadas, removidas ou danificadas, salvo nos casos expressos em lei. 4

Assim sendo, no rigor da lei, a vegetação presente em áreas públicas, seja ela qual for, tem o status de intocável, podendo, entretanto, supressão, poda ou transplantes serem autorizados pelo poder público em casos especiais. No presente caso tem-se uma obra de grande utilidade pública projetada sobre terreno com vegetação altamente alterada pela agropecuária e pelas drenagens realizadas. Dessa forma não existem mais, no local, charcos capazes de abrigar peixesanuais (charcos formados por Eryngium pandanifolium e/ou Eryngium eburneum, com formação de lâmina d água rasa por certo período de tempo), nem vegetação de banhado grosso (áreas cobertas por vegetação cespitosa, como juncais, palhas, tifais, importantes como áreas de alimentação, abrigo e nidificação de várias espécies da fauna); tem-se apenas um campo úmido altamente descaracterizado e um único caponete remanescente, composto de espécies muito comuns em toda a restinga intralitorânea. 3. MEDIDAS PROPOSTAS arborescentes 3.1. Supressão do caponete e transplante de exemplares O fragmento florestal existente não poderá ser preservado na implantação da ETE, visto que estão previstas construções sobre o local onde o mesmo se situa. Assim haverá necessidade de supressão de árvores, bem como do transplante de algumas delas. O transplante será realizado para trecho da periferia do terreno. Com base no levantamento botânico lá realizado e na avaliação de indivíduos passíveis de transplante, chegou-se a conclusão da viabilidade de realizar tal prática em exemplares de Ficus organensis (1), Allophylus edulis (2), Maytenus cassineformis (1), podendo outras espécies ser incluídas durante a execução. A retirada dos indivíduos será efetuada escavando, com o auxílio de uma retro-escavadeira, ao redor dos mesmos, numa profundidade adequada para que as raízes laterais secundárias não sejam prejudicadas e levando o indivíduo arbóreo diretamente para uma cova previamente aberta na periferia do terreno. 5

Quando do transplante, deverá ser executada uma poda nos indivíduos, de modo a remover as raízes em excesso, bem como reduzir a copa. A figueira deverá sofrer poda drástica dos troncos, devendo os mesmo serem enterrados visando a obtenção de novos indivíduos por propagação vegetativa. Espécies frutíferas nativas regionais, como araçá (Psidium cattleyanum); pessegueiro-do-campo (Hexachlamys edulis), entre outras, poderão ser plantadas como forma de enriquecimento do novo caponete a ser formado na área do transplante, podendo a aquisição destas mudas ser feita junto ao Horto Municipal da Secretaria da Qualidade Ambiental (SQA). 3.2. Projeto de Cortina Vegetal Tendo em vista a necessidade de proteção da área dos ventos predominantes, minimizando assim problemas com odores durante a operação da ETE; considerando ainda a necessidade de atender ao aspecto estético, bem como também de criar ambiente propício para uma futura implantação de árvores nativas no perímetro do terreno, far-se-á necessário a implantação de uma cortina-vegetal. Propõe-se a implantação desta cortina inicialmente empregando no mínimo 2 linhas de acácia-negra (Acacia mearnsii) com espaçamento de 1,5 m x 1,5 m, cobrindo as faces oeste, leste e norte do terreno; e uma linha de acácia, na face sul. Esta espécie, por seu rápido crescimento, proporcionará rápido efeito de cortinamento e permitirá a implantação de mudas bem desenvolvidas de espécies nativas, que substituirão gradualmente a cortina de acácias. Mudas de gerivá (Arecastrum romazoffianum = Syagrus romanzoffiana) poderão ser plantadas no meio do renque de acácia, criando um bonito efeito. Na face sul propõe-se, em conjunto com a linha de acácias, a implantação de renque com corticeiras-do-banhado (Erythrina crista-galli) espaçadas em 5 m, podendo ser plantados indivíduos de palmeira-gerivá entre este intervalo ou ainda de capororoca-da-praia (Rapanea parvifolia = Myrsine parvifolia). 6

Na face leste, em conjunto com o renque de acácias, sugere-se o plantio consorciado de aroeira-da-praia (Schinus terebinthifolius), a ser plantado na linha mais interna. Na face Norte, também na linha mais interna, além da acácias, sugere-se o plantio de capororocas (Rapanea umbellata; Rapanea parvifolia). Na face oeste, em conjunto com as acácias, nas linhas mais internas, sugere-se o plantio de capororocas (Rapanea umbellata; Rapanea parvifolia) e pitangueiras (Eugenia uniflora). Numericamente, o plantio será configurado como na descrição a seguir: * Face Sul (250 m de comprimento) 170 mudas de acácia-negra 051 mudas de gerivá 051 mudas de corticeira * Face Leste (340 m de comprimento) 456 mudas de acácia-negra 228 mudas de aroeira-da-praia * Face Oeste (338 m de comprimento) 456 mudas de acácia-negra 100 mudas de capororoca 100 mudas de pitanga * Face Norte (295 m de comprimento) 400 mudas de acácia-negra 200 mudas de capororoca 3.2.1. Plantio e Manejo As mudas de acácia deverão vir acondicionadas em laminados de madeira, podendo ser plantadas diretamente em pequenas covas. Recomenda-se a execução de aração e gradagem, ou uma subsolagem, antes do plantio, visando criar melhores condições físicas para a recepção das plântulas. 7

Apenas na face sul, onde serão empregadas mudas de corticeira e de gerivá já bem desenvolvidas, recomenda-se a abertura de covas grandes, com dimensões equivalentes a 0,60 m x 0,60 m x 0,60 m. 3.2.2. Isolamento do local Para que sejam evitadas danos às mudas, considerando a vizinhança do terreno com áreas de ocupação humana e a áreas de pecuária, a área toda deve ser isolada e constantemente vigiada para que não haja circulação de gado e de pessoas não autorizadas após o início do projeto. No período anterior ao início dos plantios, entretanto, seria salutar a presença de gado no terreno, o qual concorreria para manter a vegetação baixa e de fácil manejo por ocasião da implantação da cortina vegetal. Como medida preventiva, por ocasião do início dos plantios e transplantes, deverão ser colocadas placas de identificação do local, contendo o nome do empreendimento, os riscos para a população e dizeres proibitivos de acesso não autorizado ao local. 3.2.3. Parâmetros de Monitoramento Será feito conforme do fluxograma de atividades. Será avaliado o índice de pega dos indivíduos transplantados e das mudas plantadas. Deverá ser previsto um índice de replantio de 30%. Onde houver baixas, será feita a reposição imediata, caso a identificação seja feita na época adequada ao plantio. 3.2.4. Tratos Culturais O transplante da figueira, único exemplar de maior porte, necessita de um estaqueamento com varas de eucalipto e amarrações adequadas, até que as raízes se estabeleçam novamente e possam por si sustentar a planta. Demais atividades estão previstas no fluxograma do projeto. 8

Para o plantio de mudas, os tratos culturais consistem em capinas periódicas no entorno das mudas, controle de formigas, regas e replantios, se necessário. O controle de formigas será realizado com a distribuição de iscas ao longo do perímetro do terreno, utilizando para tanto um recipiente pet previamente preparado para servir de porta-isca (figura 3), com aplicação de no mínimo quatro vezes ao longo do ano, sendo a primeira no preparo de solo, a segunda no plantio das mudas e mais duas até o mês de fevereiro. O modelo de porta-isca empregado tem a vantagem de minimizar a degradação do formicida pela umidade, bem como de evitar a contaminação do solo no local onde serão instalados. Experimentalmente serão plantados trechos com gergelim (Sesamum indicum), considerada planta formicida eficaz na literatura agronômica. Fig. 3 Modelo de porta-isca formicida 9

Fluxograma de atividades TAREFAS MESES 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º Isolamento X Preparo do solo X Transplante X Plantios Cortina Veg. X X Plantio Gergelim X Formicida X X X X Tratos culturais X X X X X X Replantio X X X X X X Monitoramento X X X X X 10