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MENSURAÇÃO DE SUSTENTABILIDADE ATRAVÉS DO GRID DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL (GSE): UM ESTUDO NO SETOR VINÍCOLA aldocallado@yahoo.com.br APRESENTACAO ORAL-Agropecuária, Meio-Ambiente, e Desenvolvimento Sustentável ALDO LEONARDO CUNHA CALLADO 1 ; JAIME EVALDO FENSTERSEIFER 2. 1.PPG-AGRONEGÓCIOS/CEPAN/UFRGS, PORTO ALEGRE - RS - BRASIL; 2.PPGA/UCS (PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO, UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL) E CEPAN/UFRGS, CAXIAS - RS - BRASIL. Mensuração de Sustentabilidade através do Grid de Sustentabilidade Empresarial (GSE): Um Estudo no Setor Grupo de Pesquisa: Agropecuária, Meio-Ambiente, e Desenvolvimento Sustentável Resumo O presente artigo teve o objetivo de aplicar em empresas agroindustriais um modelo de mensuração de sustentabilidade empresarial por meio de uma integração de aspectos das dimensões ambiental, social e econômica. O objetivo do modelo utilizado é categorizar os resultados de sustentabilidade empresarial através de uma representação tri-dimensional da sustentabilidade, denominada Grid de Sustentabilidade Empresarial (GSE). A operacionalização do modelo é realizada a partir do desenvolvimento de seguintes etapas: cálculo de Escores Parciais de Sustentabilidade (EPS); cálculo de Escore Sustentabilidade Empresarial (ESE); e integração de Escores Parciais de Sustentabilidade por meio de localização da(s) empresa(s) investigada(s) no GSE. Para fins desta pesquisa, o modelo foi aplicado em três vinícolas localizadas na região do Vale do São Francisco. Após integração de resultados obtidos, foi observado que apenas uma agroindústria analisada apresentou um bom desempenho em aspectos econômicos e sociais de sustentabilidade, enquanto que as outras duas agroindústrias analisadas apresentaram baixos desempenhos em todos os três aspectos considerados. Palavras-Chave: Sustentabilidade empresarial. Modelo de mensuração. Teste empírico. Setor vinícola. Abstract This paper aims to apply a sustainability agricultural industries measurement model from a business perspective. The model integrates results from environmental, social and economic dimensions. Model s empirical application follows these steps: sustainability indicators selection; Partial Sustainability Scores quantifying (EPS); Corporate Sustainability Score quantifying (ESE); and score s Partial integration of Sustainability by location of each company surveyed in the Sustainability Grid Enterprise (GSE). The proposed model was applied in three Wineries located in the São Francisco river basin. 1

After results integration only one agribusiness sample has a good economic and social sustainability performance. Other two companies have low performance regarding environmental, social and economic aspects. Key-words: Corporate sustainability. Measuremeant model. Empirical test. Wine industry. 1. INTRODUÇÃO Um dos principais resultados da Conferência Eco-92 realizada na cidade do Rio de Janeiro em 1992 foi a elaboração de um documento chamado Agenda 21. Trata-se de um plano de ação que deve ser adotado global, nacional e localmente, por organizações do sistema das Nações Unidas, governos e pela sociedade civil em todas as áreas em que a ação humana impacta o meio ambiente. A Agenda 21 é considerada por muitos a mais abrangente tentativa já realizada para orientar a adoção de um novo padrão de desenvolvimento para o Século XXI, cujo alicerce é a sinergia entre aspectos ambientais, sociais e econômicos, ou seja, a sustentabilidade. Dentre inúmeros fatores que influenciam a adoção de comportamento e ações voltadas à sustentabilidade, Hart e Milstein (2004) apontam quatro importantes conjuntos de motivadores globais para a sustentabilidade. Um primeiro conjunto relaciona-se com a crescente industrialização e suas conseqüências correlatas, tais como um aumento no consumo de matérias-primas, na poluição e na geração de resíduos. Um segundo conjunto de fatores motivadores está associado à proliferação e interligação dos stakeholders da sociedade civil. Um terceiro conjunto relaciona-se às tecnologias emergentes que oferecem soluções que podem tornar obsoletas as bases de muitas das atuais indústrias que utilizam energia e matérias-primas de forma intensiva. Finalmente, um quarto conjunto de motivadores está associado ao aumento da população, da pobreza e da desigualdade associado à globalização. As empresas são desafiadas a minimizar as perdas das operações correntes (combate à poluição), reorientando seus portfólios de competências em direção a tecnologias e habilidades mais sustentáveis (tecnologia limpa), bem como a se engajarem em uma ampla interação e diálogo com os stakeholders externos, atentando para as ofertas atuais (responsabilidade por produto), assim como para o modo como poderiam desenvolver soluções economicamente interessantes para os problemas sociais e ambientais do futuro (HART e MILSTEIN, 2004; NESS et al., 2007). Investidores a procura de empresas que possuam uma boa governança corporativa, consumidores questionando empresas sobre origens de produtos, empregados em busca de empregos em empresas que consideram suas responsabilidades sociais e ambientais e a crescente pressão exercida por governantes e pela sociedade civil para que empresas apresentem relatórios com informações de desempenhos sociais e ambientais são exigências que dizem respeito às formas pelas quais as empresas estão alinhando as suas atividades com os princípios da sustentabilidade (KEEBLE, TOPIOL e BERKELEY, 2003). De acordo com Epstein e Roy (2001) e Krajnc e Glavic (2005), muitas empresas que até então apenas utilizavam indicadores financeiros para acompanhar os resultados de suas atividades operacionais, passaram a utilizar práticas sustentáveis devido às exigências de diferentes agentes, tais como, consumidores, fornecedores, empregados, agências 2

reguladoras nacionais e internacionais, bancos, companhias de seguros, acionistas, associações comerciais e comunidade local. Esse novo posicionamento foi motivado principalmente pelo fato de que o reconhecimento por parte das empresas de que a lucratividade por si só não mais garante a continuidade de suas atividades e que, através da adoção de princípios e ações de sustentabilidade, é possível estender suas atividades por um maior período e gerar, através de ações sustentáveis, um aumento no valor de mercado de suas ações. Através da criação e do acompanhamento de resultados de indicadores de sustentabilidade, torna-se possível analisar e acompanhar as mudanças que ocorreram no processo produtivo e identificar até que ponto estas mudanças estão sendo eficazes no que diz respeito ao alcance da sustentabilidade social, econômica e ambiental. Os indicadores de sustentabilidade são utilizados como ferramentas simplificadas de análise, monitoramento e comunicação. A sua utilização tem por objetivo avaliar um determinado sistema dentro de uma realidade conceitual e, dessa forma, permitir a quantificação de fenômenos complexos (CLARO e CLARO, 2004). De acordo com Veleva e Ellenbecker (2000) e Potts (2006), o desenvolvimento de indicadores de sustentabilidade que possam ser aplicados em empresas vem ganhando continuadamente espaço, visto que diversas organizações, independente do setor de atividade, têm direcionado esforços em avaliar o desempenho social, econômico e ambiental. A incorporação de sustentabilidade na gestão por empresas brasileiras é recente e ainda não está sendo igualmente implantada para todos os setores e regiões, uma vez que a demanda de partes interessadas sobre as empresas pode variar segundo o setor, o mercado e a localização da empresa (BARATA, 2007). A agroindústria ocupa um papel central no debate da sustentabilidade, segundo Bell e Morse (2008). Essa importância é atribuída principalmente a dois fatores: a extensão de área ocupada pelos sistemas agroindustriais e os produtos que são gerados por esses sistemas. Em relação à ocupação da terra, as atividades agroindustriais ocupam extensões de terra bem maiores que os demais setores industriais, gerando com isso atenção e cuidado nos possíveis impactos que essas atividades possam causar ao meio ambiente. E quanto ao produto fabricado, sendo geralmente o produto de suas atividades alimentos ou derivados, os resultados destas atividades são observados e acompanhados por diversos atores da sociedade. O objetivo deste artigo foi aplicar em agroindústrias um modelo que mensure a sustentabilidade empresarial por meio de uma integração de aspectos das dimensões ambiental, social e econômica. Como teste do modelo foi escolhida a agroindústria vitivinícola da região do Vale do São Francisco. O artigo possui mais quatro seções, além desta seção introdutória. Na seção seguinte são apresentados os aspectos metodológicos do desenvolvimento desta pesquisa. Na terceira seção é apresentado o modelo de mensuração de sustentabilidade empresarial, denominado Grid de Sustentabilidade Empresarial (GSE). Na quarta seção são apresentados e discutidos os resultados da pesquisa. E por fim são apresentadas as considerações finais desta pesquisa. 2. ASPECTOS METODOLÓGICOS 3

Essa seção apresenta os aspectos metodológicos que nortearam a realização desta pesquisa. Inicialmente é definido o escopo da pesquisa, em seguida são apresentadas as variáveis investigadas e, por ultimo, são apresentados os procedimentos utilizados na coleta de dados. 2.1 Escopo da pesquisa A delimitação deve ser utilizada para restringir o escopo de um estudo, que pode focar em variáveis específicas ou em um fenômeno central, delimitado, para participantes ou locais específicos, ou ser restrito a um tipo de projeto de pesquisa (CRESWELL, 2007). A Região do Vale do São Francisco foi escolhida devido à sua importância para a produção de vinhos do país. De acordo com o IBRAVIN (2010), essa é a principal região produtora de vinhos tropicais brasileira, apresentando cerca de 10.500 hectares de vinhedos, distribuídos nos Estados de Pernambuco e Bahia. Nesta região estão localizadas as vinícolas Garziera, Botticelli, Bianchetti, Ducos, Miolo e Vinibrasil. A região geográfica em que as vinícolas estão localizadas está apresentada na Figura 1. Figura 1 Mapa da região vinícola do Vale do São Francisco Fonte: www.sitedovinhobrasileiro.com.br A justificativa de escolha de vinícolas localizadas nesta região está associada à representatividade desta industria à região. Segundo dados publicados no Site do Vinho Brasileiro (2010), essa região do Vale do São Francisco caminha para ser uma importante produtora vitivinícola do país, pois além de ser responsável por 99% da uva de mesa exportada pelo Brasil e pela produção de 5 milhões de litros de vinho por ano, o Vale do São Francisco vem se destacando como modelo de desenvolvimento para o Nordeste. A vinicultura pernambucana/baiana já detém 15% do mercado nacional e emprega diretamente 30 mil pessoas no Vale do São Francisco. 2.2 Variáveis investigadas 4

Diante do objetivo proposto para esta pesquisa, foram investigados os seguintes indicadores de sustentabilidade: Indicadores ambientais (I 1 ) Sistemas de Gestão Ambiental (SGA), (I 2 ) quantidade de água utilizada, (I 3 ) processos decorrentes de infrações ambientais, (I 4 ) treinamento, educação de funcionários em aspectos associados ao meio ambiente, (I 5 ) economia de energia, (I 6 ) desenvolvimento de tecnologias equilibradas, (I 7 ) ciclos de vida de produtos e serviços, (I 8 ) quantidade de combustível fóssil utilizado por ano, (I 9 ) reciclagem e reutilização de água, (I 10 ) acidentes ambientais, (I 11 ) fontes de recursos utilizados, (I 12 ) redução de resíduos, (I 13 ) produção de resíduos tóxicos, (I 14 ) ISO 14001, (I 15 ) qualidade do solo e (I 16 ) qualidade de águas de superfície. Indicadores econômicos (I 17 ) Investimentos éticos, (I 18 ) gastos em saúde e em segurança, (I 19 ) investimento em tecnologias limpas, (I 20 ) nível de endividamento, (I 21 ) lucratividade, (I 22 ) participação de mercado, (I 23 ) passivo ambiental, (I 24 ) proteção ambiental, (I 25 ) auditoria, (I 26 ) avaliação de resultados da organização, (I 27 ) volume de vendas, (I 28 ) retorno sobre capital investido, (I 29 ) geração de trabalho e renda e (I 30 ) selos de qualidade. Indicadores sociais (I 31 ) Padrão de segurança de trabalho, (I 32 ) ética organizacional, (I 33 ) interação social, (I 34 ) empregabilidade e gerenciamento de fim de carreira, (I 35 ) políticas de distribuição de lucros e resultados entre funcionários, (I 36 ) conduta de padrão internacional, (I 37 ) projetos sociais, (I 38 ) acidentes fatais, (I 39 ) contratos legais, (I 40 ) stress de trabalho e (I 41 ) segurança do produto. 2.3 Procedimentos de coleta de dados Para a realização desta pesquisa foram coletados dados em 3 (três) vinícolas localizadas na região do Vale do São Francisco. Para a Coleta de dados foi utilizada a técnica de entrevista estruturada através de aplicação de questionários estruturados. A entrevista estruturada é um tipo de comunicação entre um pesquisador que pretende coletar informações sobre fenômenos e indivíduos que detenham essas informações e possam emiti-las (CHIZZOTTI, 1991). Ela se desenvolve a partir de uma relação fixa de perguntas conforme conforme um roteiro preestabelecido, que pode constituir-se de um formulário/questionário que será aplicado da mesma forma a todos os informantes/sujeitos da pesquisa, para que se obtenham respostas para as mesmas perguntas (GIL, 2002). O questionário, por sua vez, é um conjunto de questões pré-elaboradas, sistemáticas e seqüencialmente dispostas em itens que constituem o tema da pesquisa, com o objetivo de suscitar dos informantes respostas por escrito ou verbalmente sobre o assunto que os informantes saibam opinar (CHIZZOTTI, 1991). A elaboração do questionário consiste basicamente em traduzir os objetivos específicos da pesquisa em itens bem redigidos (GIL, (2002) A coleta de dados foi realizada através das seguintes etapas: 5

Seleção da amostra de vinícolas: os critérios utilizados para selecionar as empresas participantes desta pesquisa foram acessibilidade e disponibilidade de informações. Embora todas as 6 (seis) vinícolas localizadas na Região do Vale do São Francisco tenham sido contatadas, apenas 3 (três) aceitaram participar desta pesquisa; contato com as vinícolas: o primeiro contato feito com as vinícolas selecionadas foi conduzido por e-mail. Esse contato inicial teve a finalidade de conseguir a autorização para agendar uma visita para fins de entrevistar os diretores e proprietários das agroindústrias contatadas; realização de entrevistas: as entrevistas foram realizadas junto aos profissionais responsáveis pela gestão das vinícolas selecionadas durante o período entre 01/03/2010 e 05/03/2010, sendo conduzidas pelo próprio pesquisador e tiveram uma duração média de oitenta minutos. 3. GRID DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL (GSE) Esta seção apresenta a estrutura operacional do modelo de mensuração de sustentabilidade empresarial denominado Grid de Sustentabilidade Empresarial (GSE). A análise de sustentabilidade proposta pelo GSE considera uma perspectiva integradora de três dimensões (ambiental, econômica e social) da sustentabilidade. As dimensões ambiental, econômica e social, quando analisadas conjuntamente, assumem uma representação tri-dimensional que integra estes aspectos. A partir da tridimensionalidade destes componentes analisados, é possível localizar espacialmente uma ou mais empresas por meio de resultados de indicadores de desempenho. A Figura 2 apresenta a representação do GSE formada a partir das dimensões de sustentabilidade analisadas. Econômica Ambiental Social Representação tri-dimensional da sustentabilidade Representação do Grid de Sustentabilidade Empresarial (GSE) Figura 2 - Representações de sustentabilidade empresarial As empresas, quando analisadas através do GSE, são classificadas a partir de diferentes posicionamentos espaciais, que representam os resultados de ações empresariais em função do desenvolvimento sustentável. Essas ações são mensuradas por meio de indicadores ambientais, sociais e econômicos. 6

A operacionalização do GSE é realizada a partir do desenvolvimento das seguintes etapas: cálculo de Escores Parciais de Sustentabilidade (EPS); cálculo de Escore de Sustentabilidade Empresarial (ESE); integração de Escores Parciais de Sustentabilidade por meio de localização da(s) empresa(s) investigada(s) no GSE. Cálculo dos Escores Parciais de Sustentabilidade (EPS) Os Escores Parciais de Sustentabilidade (EPS) relativos às dimensões ambiental, econômica e social são obtidos através de somatórios de desempenhos do conjunto de indicadores. Esses escores são calculados através da seguinte equação: Escore Parcial de Sustentabilidade Onde: n = W p i=1 i i W i = indicador de desempenho i; p i = fator que representa o peso atribuído ao indicador i. Os fatores de pesos dos indicadores foram atribuídos por especialistas consultados através do método top-down. Após definição de fatores de pesos (p i ) aos indicadores, foram elaboradas categorias de resultados para os indicadores. As categorias de resultados são: valor mínimo, valor médio e valor máximo, onde valor mínimo é quando a empresa analisada apresenta resultados insatisfatórios em um determinado indicador, valor médio é quando a empresa está em uma situação intermediária, ou seja, apresenta bons resultados, mas ainda podem ser melhorados, e valor máximo é quando a empresa apresenta resultados plenamente satisfatórios em um determinado indicador. O Quadro 1 apresenta os indicadores de sustentabilidade que integram o modelo proposto, com os respectivos fatores de pesos e categorias de resultados dos indicadores (mínimo, médio e máximo). Quadro 1 Dimensões e indicadores do Grid de Sustentabilidade Empresarial (GSE) Indicadores (W i ) DIMENSÃO AMBIENTAL Fator de peso atribuído ao indicador (p i ) Categorias de resultados Médio (p i ) x 2 Mínimo (p i ) x 1 Máximo (p i ) x 3 Sistemas de Gestão Ambiental (SGA) 2,250 2,250 4,500 6,750 Quantidade de água utilizada 2,500 2,500 5,000 7,500 Processos decorrentes de infrações 2,250 2,250 4,500 6,750 ambientais Treinamento, educação de funcionários em aspectos associados ao meio ambiente 2,750 2,750 5,500 8,250 Economia de energia 2,250 2,250 4,500 6,750 Desenvolvimento de tecnologias 2,286 2,286 4,572 6,858 7

equilibradas Ciclos de vida de produtos e serviços 1,857 1,857 3,714 5,571 Quantidade de combustível 2,000 2,000 4,000 6,000 fóssil utilizado por ano Reciclagem e reutilização de água 2,500 2,500 2,500 5,000 Acidentes ambientais 2,571 2,571 5,142 7,713 Fontes de recursos utilizados 2,000 2,000 4,000 6,000 Redução de resíduos 2,000 2,000 4,000 6,000 Produção de resíduos tóxicos 2,143 2,143 4,286 6,429 ISO 14001 1,714 1,714 3,428 5,142 Qualidade do solo 2,286 2,286 4,572 6,858 Qualidade de águas de superfície 2,286 2,286 4,572 6,858 Indicadores (W i ) DIMENSÃO ECONÔMICA Fator de peso atribuído ao indicador (p i ) Categorias de resultados Médio (p i ) x 2 Mínimo (p i ) x 1 Máximo (p i ) x 3 Investimentos éticos 2,500 2,500 5,000 7,500 Gastos em saúde e em segurança 2,000 2,000 4,000 6,000 Investimento em tecnologias limpas 2,250 2,250 4,500 6,750 Nível de endividamento 1,857 1,857 3,714 5,571 Lucratividade 2,143 2,143 4,286 6,429 Participação de mercado 2,000 2,000 4,000 6,000 Passivo ambiental 2,000 2,000 4,000 6,000 Proteção ambiental 2,143 2,143 4,286 6,429 Auditoria 1,857 1,857 3,714 5,571 Avaliação de resultados da organização 2,286 2,286 4,572 6,858 Volume de vendas 2,000 2,000 4,000 6,000 Gastos com saúde e demais benefícios 2,000 2,000 4,000 6,000 Retorno sobre capital investido 2,143 2,143 4,286 6,429 Selos de qualidade 2,000 2,000 4,000 6,000 DIMENSÃO SOCIAL Indicadores (W i ) Fator de peso atribuído ao indicador (p i ) Categorias de resultados Médio (p i ) x 2 Mínimo (p i ) x 1 Máximo (p i ) x 3 Geração de trabalho e renda 2,429 2,429 4,858 7,287 Auxílio em educação e treinamento 2,000 2,000 4,000 6,000 Padrão de segurança de trabalho 2,250 2,250 4,500 6,750 Ética organizacional 2,375 2,375 4,750 7,125 Interação social 2,250 2,250 4,500 6,750 Empregabilidade e gerenciamento de fim 1,750 1,750 3,500 5,250 de carreira Políticas de distribuição de lucros e 2,429 2,429 4,858 7,287 resultados entre funcionários Conduta de padrão internacional 1,714 1,714 3,428 5,142 Capacitação e desenvolvimento de 2,429 2,429 4,858 7,287 funcionários Acidentes fatais 2,571 2,571 5,142 7,713 Contratos legais 2,286 2,286 4,572 6,858 Stress de trabalho 2,143 2,143 4,286 6,429 8

Segurança do produto 1,857 1,857 3,714 5,571 Fonte: Pesquisa de campo, 2010. Para cada dimensão de sustentabilidade considerada (ambiental, econômica e social), são propostos intervalos de valores associados aos respectivos Escores Parciais de Sustentabilidade (EPS). Estes intervalos têm três pontos referenciais relevantes, Escore mínimo (E mín ), Escore médio (E méd ) e Escore máximo (E mín ). Os Escores (mínimo, médio e máximo) referenciais são obtidos através da seguinte equação: Escores (mín;méd;máx ) Onde: = n i= 1 W i = indicador de desempenho i da dimensão d W i O Escore mínimo é calculado a partir de valores mínimos possíveis de indicadores de desempenho de uma determinada dimensão. O Escore médio é calculado a partir de valores médios possíveis, e o Escore máximo é calculado a partir de valores máximos assumidos pelos indicadores de uma determinada dimensão. Os grupos de Escores mínimos, médios e máximos são calculados independentemente do número de indicadores integrantes de uma determinada dimensão. Para cada dimensão de sustentabilidade investigada, o Escore Parcial de Sustentabilidade (EPS) calculado assumirá um valor que representa o resultado obtido por uma empresa em uma determinada dimensão. Os Escores Parciais de Sustentabilidade (EPS) assumirão dois valores: 0 (zero), quando a empresa analisada apresentar um desempenho menor ao Escore médio de uma determinada dimensão; e 1 (um), quando a empresa analisada apresentar um desempenho igual ou maior ao Escore médio de uma determinada dimensão. Cálculo do Escore de Sustentabilidade Empresarial (ESE) A construção de índices agregados de sustentabilidade apresenta resultados obtidos através de somatórios de indicadores de desempenho pertencentes às diferentes dimensões de sustentabilidade (ambiental, social, econômica, cultural, e outras.). Este modelo investigou as dimensões ambiental, econômica e social e propõe o cálculo de índice agregado de sustentabilidade, aqui denominado de Escore de Sustentabilidade Empresarial (ESE). O ESE é definido a partir da soma dos valores referentes aos Escores Parciais de Sustentabilidade (EPS) das dimensões ambiental, econômica e social. ESE = EPS A + EPS E + EPS S Onde, 9

ESE Escore de Sustentabilidade Empresarial; EPS A Escore Parcial de Sustentabilidade Ambiental; EPS E Escore Parcial de Sustentabilidade Econômica; EPS S Escore Parcial de Sustentabilidade Social. A Figura 3 apresenta a estrutura do Escore de Sustentabilidade Empresarial (ESE). ESE EPS A EPS E EPS S I 1 I 2 I n I 1 I 2 I n I 1 I 2 I n Figura 3 Escore de Sustentabilidade Empresarial O ESE classifica a Sustentabilidade Empresarial a partir de diferentes combinações entre os Escores Parciais de Sustentabilidade (EPS) das dimensões ambiental, social e econômica. O ESE é composto por 41 indicadores de sustentabilidade, sendo 16 ambientais, 14 econômicos e 11 sociais. O modelo proposto classifica as empresas analisadas por meio do ESE, a partir de quatro faixas distintas de sustentabilidade empresarial, a saber: Sustentabilidade Empresarial Satisfatória, Sustentabilidade Empresarial Relativa, Sustentabilidade Empresarial Fraca e Sustentabilidade Empresarial Insuficiente. O Quadro 2 apresenta os possíveis resultados do ESE, com os respectivos significados e interpretações. Quadro 2 Resultado, interpretação e significado dos Escores de Sustentabilidade Empresarial (ESE) Resultado Interpretação Significado 10

ESE = 3 ESE = 2 ESE = 1 ESE = 0 Sustentabilidade Empresarial Satisfatória Sustentabilidade Empresarial Relativa Sustentabilidade Empresarial Fraca Sustentabilidade Empresarial Insuficiente Empresas que conseguem conciliar bons desempenhos nas três dimensões de sustentabilidade, sugerindo certo equilíbrio de ações com relação ao desenvolvimento sustentável. Empresas que possuem bons resultados em duas das três dimensões sustentabilidade, mas que ainda precisam aprimorar seus esforços em busca de um melhor ajuste quanto ao desenvolvimento sustentável. Empresas que possuem bons resultados em apenas uma das três dimensões sustentabilidade, mas que precisam direcionar esforços para melhorar sua posição com relação ao desenvolvimento sustentável. Empresas que não possuem bons resultados em nenhuma das dimensões sustentabilidade e que precisam desenvolver ações significativas em busca do desenvolvimento sustentável. As distintas faixas de sustentabilidade propostas devem ser utilizadas como referências genéricas de reflexão para os responsáveis pelo processo de gestão, operação e tomada de decisão das empresas analisadas por este modelo, como critério de posicionamento destas empresas em relação ao desenvolvimento e como base para a elaboração e implementação de práticas sustentáveis. Integração dos Escores Parciais de Sustentabilidade: Grid de Sustentabilidade Empresarial (GSE) A mensuração da sustentabilidade empresarial proposta pelo Grid de Sustentabilidade Empresarial (GSE) considera uma perspectiva integradora de três dimensões (ambiental, econômica e social) da sustentabilidade, que, ao ser associada às quatro faixas distintas de sustentabilidade empresarial propostas, é utilizada para a concepção de um Grid de Sustentabilidade Empresarial (GSE). Através deste GSE torna-se possível posicionar espacialmente uma ou mais empresas, a partir de resultados de Escores de Sustentabilidade Empresarial (ESEs). A partir de interações entre os possíveis Escores Parciais de Sustentabilidade (EPSs) e das quatro faixas de sustentabilidade empresarial resultantes dos Escores de Sustentabilidade Empresarial (ESE), são obtidos 8 (oito) posicionamentos espaciais que compõem o Grid de Sustentabilidade Empresarial (GSE). O Quadro 3 apresenta as composições de resultados que definem os diferentes posicionamentos espaciais do GSE. 11

Escore Parcial de Sustentabilidade Econômica (EPS E ) Quadro 3 Composições de resultados e posicionamentos espaciais do Grid de Sustentabilidade Empresarial (GSE) Escore Parcial de Sustentabilidade Social (EPS S ) Resultados Escore Parcial de Sustentabilidade Ambiental (EPS A ) Escore de Sustentabilidade Empresarial (ESE) Posicionamento no Grid de Sustentabilidade Empresarial (GSE) 0 0 0 0 I 0 0 1 1 II 1 0 0 1 III 0 0 1 1 IV 1 1 0 2 V 0 1 1 2 VI 1 0 1 2 VII 1 1 1 3 VIII Os diferentes posicionamentos espaciais representados a partir do Grid de Sustentabilidade Empresarial (GSE) são apresentados na Figura 4. VII VIII III IV V VI I II Figura 4 Representação gráfica do Grid de Sustentabilidade Empresarial (GSE). As características que representam os posicionamentos espaciais que compõem o Grid de Sustentabilidade Empresarial (GSE) são as seguintes: posicionamento I representa empresas com baixo desempenho econômico que não possuem boa interação social e não estão comprometidas com aspectos ambientais; 12

posicionamento II representa empresas com baixo desempenho econômico que estão comprometidas com aspectos ambientais, mas possuem boa interação social; posicionamento III representa empresas com bom desempenho econômico, mas que não possuem boa interação sócia e que também não estão comprometidas com aspectos ambientais; posicionamento IV representa empresas com baixo desempenho econômico, que estão comprometidas com aspectos ambientais, mas não possuem boa interação social; posicionamento V representa empresas com bom desempenho econômico e que possuem boas interações sociais, mas não estão comprometidas com aspectos ambientais; posicionamento VI representa empresas com baixo desempenho econômico, mas possuem boa interação social e que também estão comprometidas com aspectos ambientais; posicionamento VII representa empresas com bom desempenho econômico, não possuem boa interação social, mas estão comprometidas com aspectos ambientais; posicionamento VIII representa empresas com bom desempenho econômico que possuem boa interação social e que estão comprometidas com aspectos ambientais. A perspectiva integradora deste modelo possibilita localizar empresas de acordo com os diferentes níveis de resultados de sustentabilidade apresentados, ou seja, empresas que ainda já possuem ações, práticas e programas associados a sustentabilidade serão classificadas com um bom desempenho, e empresas que ainda não possuem ou estão em fase de desenvolvimento de sustentabilidade deverão ser classificadas com baixo desempenho sustentável. 4. APLICAÇÃO DO GRID DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAl (GSE) Essa seção apresenta os resultados da aplicação do Grid de Sustentabilidade Empresarial (GSE) nas três vinícolas pesquisadas. Inicialmente são apresentadas as características das vinícolas e em seguida são apresentados seus respectivos desempenhos à luz do modelo analítico utilizado. 4.1 Apresentação das vinícolas investigadas 1 A 1 está localizada no município de Lagoa Grande, no Estado de Pernambuco. A estrutura societária desta empresa é Companhia Limitada, tendo iniciado suas atividades operacionais no ano de 1993. A empresa elabora seus vinhos a partir de uvas produzidas em fazendas próprias bem como de uvas produzidas por outros produtores da região do Vale do São Francisco, tendo produzido no último ano aproximadamente 350.000 litros de vinhos. Os vinhos produzidos são comercializados exclusivamente na região nordeste do Brasil. Atualmente a empresa possui 13 funcionários fixos. 2 13

A 2 também está localizada no município de Lagoa Grande, no Estado de Pernambuco. A estrutura societária desta empresa é Sociedade Anônima de capital fechado, tendo iniciado suas atividades operacionais no ano de 2005. A empresa utiliza unicamente uvas produzidas em fazendas próprias para a elaboração de seus vinhos, tendo produzido no último ano aproximadamente 1.200.000 litros de vinhos. Os vinhos são comercializados principalmente nas regiões sul, sudeste e nordeste do Brasil. Além destes mercados, esta vinícola comercializa seus produtos para outros países, como Portugal, Espanha, Angola, Estados Unidos e Canadá. Atualmente a empresa possui 95 funcionários fixos. 3 A 3 está localizada no município de Santa Maria da Boa Vista, no Estado de Pernambuco. A estrutura societária desta empresa é Sociedade Anônima de capital fechado, tendo iniciado suas atividades no ano de 1986. A empresa elabora seus vinhos utilizando unicamente uvas produzidas em fazendas próprias, tendo produzido no último ano aproximadamente 1.000.000 litros de vinhos. Os produtos são comercializados nas principais regiões do Brasil. Atualmente a empresa possui 60 funcionários fixos. 4.2 Resultados da pesquisa Esta seção apresenta os resultados das 3 (três) vinícolas analisadas segundo a metodologia proposta pelo Grid de Sustentabilidade Empresarial (GSE). Inicialmente são apresentados resultados associados aos indicadores de desempenho da dimensão ambiental. Os resultados de desempenhos das agroindústrias investigadas são apresentados no Quadro 4. Quadro 4 Pesos e categorias de resultados de indicadores ambientais e desempenhos de empresas analisadas. Indicadores (W i ) Fator de peso atribuído ao indicador (p i ) DIMENSÃO AMBIENTAL Categorias de resultados Mínimo (p i ) x 1 Médio (p i ) x 2 Máxim o (p i ) x 3 Desempenho de vinícolas 1 2 3 (I 1 ) 2,250 2,250 4,500 6,750 2,250 6,750 2,250 (I 2 ) 2,500 2,500 5,000 7,500 5,000 5,000 5,000 (I 3 ) 2,250 2,250 4,500 6,750 6,750 6,750 6,750 (I 4 ) 2,750 2,750 5,500 8,250 2,750 2,750 5,500 (I 5 ) 2,250 2,250 4,500 6,750 2,250 4,500 4,500 (I 6 ) 2,286 2,286 4,572 6,858 2,286 2,286 2,286 (I 7 ) 1,857 1,857 3,714 5,571 1,857 1,857 1,857 (I 8 ) 2,000 2,000 4,000 6,000 6,000 2,000 6,000 (I 9 ) 2,500 2,500 2,500 5,000 2,500 2,500 2,500 (I 10 ) 2,571 2,571 5,142 7,713 7,713 7,713 7,713 14

(I 11 ) 2,000 2,000 4,000 6,000 6,000 6,000 6,000 (I 12 ) 2,000 2,000 4,000 6,000 6,000 6,000 2,000 (I 13 ) 2,143 2,143 4,286 6,429 4,286 2,143 4,286 (I 14 ) 1,714 1,714 3,428 5,142 1,714 1,714 1,714 (I 15 ) 2,286 2,286 4,572 6,858 4,572 4,572 2,286 (I 16 ) 2,286 2,286 4,572 6,858 6,858 6,858 6,858 Fonte: Pesquisa de campo, 2010. Em relação aos resultados apresentados pelas empresas investigadas em indicadores da dimensão ambiental, as seguintes considerações podem ser feitas: as três vinícolas analisadas apresentaram desempenhos semelhantes em 9 (nove) indicadores ambientais; em 7 (sete) indicadores, cada vinícola analisada apresentou desempenho mínimo; e foram observados que a 1 e 2 apresentaram desempenhos máximos em 6 (seis) indicadores cada, enquanto que a 3 obteve desempenho máximo em 5 (cinco) indicadores ambientais. Em relação aos indicadores da dimensão econômica, o Quadro 5 apresenta os desempenhos das agroindústrias pesquisadas. Quadro 5 Pesos e categorias de resultados de indicadores econômicos e desempenhos de empresas analisadas. Indicadores (W i ) Fator de peso atribuído ao indicador (p i ) DIMENSÃO ECONÔMICA Categorias de resultados Mínimo Médio Máximo (p i ) x 1 (p i ) x 2 (p i ) x 3 Desempenho de vinícolas 2 1 3 (I 17 ) 2,500 2,500 5,000 7,500 2,500 5,000 2,500 (I 18 ) 2,000 2,000 4,000 6,000 2,000 2,000 2,000 (I 19 ) 2,250 2,250 4,500 6,750 2,250 2,250 2,250 (I 20 ) 1,857 1,857 3,714 5,571 1,857 1,857 3,714 (I 21 ) 2,143 2,143 4,286 6,429 6,429 4,286 4,286 (I 22 ) 2,000 2,000 4,000 6,000 4,000 6,000 2,000 (I 23 ) 2,000 2,000 4,000 6,000 2,000 6,000 2,000 (I 24 ) 2,143 2,143 4,286 6,429 2,143 2,143 4,286 (I 25 ) 1,857 1,857 3,714 5,571 3,714 5,571 1,857 (I 26 ) 2,286 2,286 4,572 6,858 4,572 6,858 6,858 (I 27 ) 2,000 2,000 4,000 6,000 2,000 6,000 4,000 (I 28 ) 2,143 2,143 4,286 6,429 2,143 2,143 2,143 (I 29 ) 2,429 2,429 4,858 7,287 7,287 7,287 7,287 (I 30 ) 2,000 2,000 4,000 6,000 2,000 6,000 2,000 Fonte: Pesquisa de campo, 2010. Em relação aos resultados apresentados pelas empresas investigadas em indicadores da dimensão econômica as seguintes considerações podem ser feitas: as três vinícolas analisadas apresentaram desempenhos semelhantes em 3 (três) indicadores econômicos; dentre os 14 (quatorze) indicadores analisados, a 1 obteve desempenho mínimo 15

em 9 (nove) indicadores, a 3 em 8 (oito) e a 2 em apenas 4 (quatro) indicadores; a vinícola que obteve um melhor desempenho em indicadores econômicos foi a 2, obtendo resultados máximos em 6 (seis) indicadores, enquanto que as outras duas vinícolas analisadas apresentaram resultados máximos em apenas 2 (dois) indicadores econômicos em cada vinícola. Por último foram investigados os indicadores sociais. O Quadro 6 apresenta os indicadores desta dimensão que integram o modelo proposto, com os respectivos fatores de pesos atribuídos, as categorias de resultados e o desempenho obtidos pelas vinícolas investigadas. Quadro 6 Pesos e categorias de resultados de indicadores sociais e desempenhos de empresas analisadas. Indicadores (W i ) Fator de peso atribuído ao indicador (p i ) DIMENSÃO SOCIAL Categorias de resultados Mínimo Mínimo Mínimo (p i ) x 1 (p i ) x 1 (p i ) x 1 Desempenho das vinícolas 2 1 3 (I 31 ) 2,250 2,250 4,500 6,750 2,250 6,750 4,500 (I 32 ) 2,375 2,375 4,750 7,125 2,375 2,375 4,750 (I 33 ) 2,250 2,250 4,500 6,750 4,500 6,750 4,500 (I 34 ) 1,750 1,750 3,500 5,250 1,750 1,750 1,750 (I 35 ) 2,429 2,429 4,858 7,287 2,429 7,287 2,429 (I 36 ) 1,714 1,714 3,428 5,142 1,714 1,714 1,714 (I 37 ) 2,286 2,286 4,572 6,858 6,858 6,858 6,858 (I 38 ) 2,571 2,571 5,142 7,713 2,571 7,713 7,713 (I 39 ) 2,286 2,286 4,572 6,858 6,858 6,858 6,858 (I 40 ) 2,143 2,143 4,286 6,429 2,143 2,143 2,143 (I 41 ) 1,857 1,857 3,714 5,571 3,174 5,571 3,714 Fonte: Pesquisa de campo, 2010. Em relação aos resultados apresentados pelas empresas investigadas em indicadores da dimensão social, as seguintes considerações podem ser feitas: as três vinícolas analisadas apresentaram desempenhos semelhantes em 5 (cinco) indicadores sociais; dentre os 11 (onze) indicadores analisados, a 1 obteve desempenho mínimo em 7 (sete) indicadores, enquanto que as s 2 e 3 obtiveram resultados mínimos em apenas 4 (quatro) indicadores sociais cada; a vinícola que obteve um melhor desempenho em indicadores sociais foi a 2, obtendo resultados máximos em 7 (seis) indicadores, a vinícola que apresentou o segundo melhor desempenho foi a 3, seguida pela 1, apresentando desempenhos superiores em 3 e 2 indicadores sociais, respectivamente. Em seguida foram calculados os Escores Parciais de Sustentabilidade (EPS) das dimensões consideradas a partir dos resultados apresentados pelas agroindústrias analisadas. O Quadro 7 apresenta os desempenhos das empresas investigadas, bem como os intervalos de valores de Escores Parciais de Sustentabilidade (EPS) das dimensões analisadas pelo Grid de Sustentabilidade Empresarial (GSE). 16

Quadro 7 Resultado de Escores Parciais das Dimensões da Sustentabilidade Dimensão Intervalos de Escores Parciais de Sustentabilidade (EPS) Escore Médio da dimensão Escore Mínimo da dimensão Escore Máximo da dimensão Desempenho das vinícolas 1 2 3 Ambiental 35,643 71,286 106,929 68,786 (zero) 69,393 (zero) 59,643 (zero) Econômica 29,608 59,216 88,824 44,895 (zero) 63,395 (um) 47,181 (Zero) Social 23,911 47,822 71,733 39,412 (zero) Fonte: Pesquisa de campo, 2010. 55,769 (um) 46,929 (zero) De acordo com os resultados apresentados, foi observado que as s 1 e 3 não apresentaram desempenhos satisfatórios nas dimensões ambiental, econômica e social, visto que os resultados obtidos foram inferiores aos Escores Médios das dimensões investigadas. Por outro lado, tem-se a 2 que apresentou desempenhos satisfatórios em duas dimensões de sustentabilidade analisadas, econômica e social. Quanto aos resultados obtidos pelas vinícolas investigadas, tem-se que apenas uma apresentou um bom resultado de sustentabilidade. Os resultados das empresas são apresentados no Quadro 8. s Escore Parcial Econômico (EPS E ) Quadro 8 Resultado das vinícolas analisadas Escore Parcial Social (EPS S ) Resultados Escore Parcial Ambiental (EPS A ) Escore de Sustentabilidade Empresarial (ESE) Posicionamento no Grid de Sustentabilidade Empresarial (GSE) 1 0 0 0 0 I 2 1 1 0 2 V 3 0 0 0 0 I Fonte: Pesquisa de campo, 2010. 17

Após a integração dos Escores Parciais de Sustentabilidade ambiental (EPS A ), social (EPS S ) e econômica (EPS E ) das vinícolas investigadas, por meio do cálculo do Escore de Sustentabilidade Empresarial (ESE), tem-se que as s 1 e 3 apresentaram o Escore de Sustentabilidade Empresarial igual a 0 (Sustentabilidade Empresarial Insuficiente), o que significa que estas empresas não possuem bons resultados em nenhuma das dimensões sustentabilidade e precisam portanto desenvolver ações significativas em busca do desenvolvimento sustentável. Por outro lado, a 2 apresentou o Escore de Sustentabilidade Empresarial igual 2 (Sustentabilidade Empresarial Relativa), sendo uma empresa que possui bons resultados em duas das três dimensões de sustentabilidade, mas que ainda precisa aprimorar seus esforços em busca de um melhor ajuste quanto ao desenvolvimento sustentável, particularmente na dimensão ambiental. O posicionamento das vinícolas investigadas a partir do Grid de Sustentabilidade Empresarial (GSE) é apresentado na Figura 5. I V Figura 5 Posicionamento das vinícolas investigadas Foi observado que as agroindústrias investigadas 1 e 3 estão localizadas no posicionamento I, visto que ambas apresentaram baixo desempenho em resultados econômicos, sociais e ambientais, logo, o Escore de Sustentabilidade Empresarial (ESE) alcançado por essas empresas foi 0 (zero). Já a agroindústria investigada 2 está localizada no posicionamento V, visto que essa empresa apresentou bom desempenho em aspectos econômicos e sociais, apenas não apresentando resultados satisfatórios em aspectos ambientais, sendo o Escore de Sustentabilidade Empresarial (ESE) apresentado por essa empresa foi 2 (dois). 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 18

O presente artigo propôs e aplicou, em agroindústrias vinícolas, um modelo para mensurar a sustentabilidade empresarial a partir de integração de aspectos ambientais, econômicos e sociais. A operacionalização do Grid de Sustentabilidade Empresarial (GSE) foi realizada a partir do desenvolvimento de seguintes etapas: cálculo de Escores Parciais de Sustentabilidade (EPS); cálculo de Escore Sustentabilidade Empresarial (ESE); integração de Escores Parciais de Sustentabilidade por meio de localização da(s) empresa(s) investigada(s) no Grid de Sustentabilidade Empresarial (GSE). Esse modelo pode ser aplicado em empresas de diferentes setores e com diferentes características. O GSE considerou 41 indicadores de sustentabilidade, sendo 16 indicadores ambientais, 14 econômicos e 11 sociais. A partir dos resultados obtidos, verificou-se que o modelo detectou diferentes níveis de resultados de sustentabilidade apresentados pelas empresas analisadas, visto que dentre as empresas investigadas, não foi identificado um padrão de resultados entre os diferentes indicadores de sustentabilidade. É importante ainda destacar que apesar de as empresas obterem resultados superiores em alguns indicadores de desempenho de uma determinada dimensão de sustentabilidade, os resultados parciais desta dimensão não foram considerados satisfatórios, visto que os diferentes Escores Parciais de Sustentabilidade (EPS) são calculados a partir de grupos de indicadores, não sendo influenciado por desempenhos superiores em indicadores isolados. Sugere-se que o modelo proposto seja aplicado em empresas que não sejam agroindustriais, para fins de confirmar a sensibilidade do modelo proposto às diferentes características existentes entre os setores industriais. Além disso, sugere-se que as aplicações realizadas sejam confrontadas aos resultados obtidos por esta pesquisa, buscando com isso comparar resultados de diferentes empresas de diferentes atividades ou que estejam localizadas em diferentes regiões geográficas. Apesar de os resultados gerados a partir da aplicação do Grid de Sustentabilidade Empresarial (GSE) serem considerados satisfatórios, espera-se que sejam propostas novas e diferentes possibilidades analíticas a partir dos resultados de sustentabilidade mensurados por este modelo. Desta forma, esta avaliação é considerada importante visto que o conhecimento associado à mensuração de sustentabilidade no contexto empresarial, ainda encontra-se em fase de amadurecimento e desenvolvimento científico. Finalmente, considerando que os aspectos teóricos associados à tridimensionalidade da sustentabilidade empresarial não foram amplamente discutidos e investigados, sugere-se que em futuras pesquisas sejam incorporados novos aportes teóricos relacionados a estes aspectos. REFERÊNCIAS BARATA, M. M. L. O setor empresarial e a sustentabilidade no Brasil. Revista Pensamento Contemporâneo em Administração, n.1, p.93-114, 2007. BELL, S.; MORSE, S. Sustainability indicators: measuring the immeasurable? London: Earthscan, 2008. 19

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