III Seminário: Sistemas de Produção Agropecuária - Engenharia Florestal

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Transcrição:

EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A TRILHA ECOLÓGICA DA UTFPR CAMPUS DOIS VIZINHOS José Dias de Castro Júnior 2, Daniela Macedo de Lima 1*, Graziele Bertoldo 2, Renan Zunta Raia 2, Iris Cristina Bertolini 2, Michele Potrich 1 1 Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Dois Vizinhos, danielamlima@utfpr.com.br* 2 Alunos do curso Engenharia Florestal da Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Campus Dois Vizinhos juniorcastropp@hotmail.com Resumo: A educação ambiental visa a integração sócio-ambiental através do conhecimento dos recursos naturais e valorização do meio ambiente. O objetivo deste trabalho foi e é o de reestruturar, revitalizar e fomentar pesquisas, bem como coordenar o manejo, a utilização sustentável, o desenvolvimento de atividades de educação ambiental e as visitações monitoradas a Trilha Ecológica da UEP Floresta Nativa, UTFPR-DV. O presente projeto constitui-se em quatro eixos: educação ambiental, revitalização, reestruturação e pesquisa. A educação ambiental inclui recepção de visitantes, desenvolvimento de palestras, oficinas e dinâmicas sócio-educacionais relacionadas ao ambiente e visitações monitoradas à Trilha Ecológica. A revitalização engloba o manejo de espécies exóticas e o plantio de mudas de espécies nativas. Já a reestruturação envolve a adequação das estruturas do percurso em geral, mapeamento e definição de pontos de interpretação e dispositivos de informação. A pesquisa envolve o monitoramento da fauna por meio de plots, para o registro e identificação de pegadas de animais, possíveis habitantes da trilha, bem como o levantamento de espécies vegetais. Verificou-se que as atividades de educação ambiental realizadas contribuem para a sensibilização ambiental de alunos, sendo uma complementação prática das atividades teóricas desenvolvidas em sala. Palavras-chave: UEP Floresta Nativa, Educação Ambiental, Reestruturação de trilhas, Revitalização, Pesquisa de fauna e flora Introdução A educação ambiental visa a integração sócio-ambiental através do conhecimento dos recursos naturais e da valorização do meio ambiente, da transformação do ser humano em agente transformador e multiplicador das concepções obtidas e absorvidas e da melhoria da qualidade de vida. Neste contexto, a interpretação ambiental se fundamenta na captação e tradução das informações do ambiente. Contudo, não lida apenas com a obtenção de informações, mas com significados, buscando firmar conhecimentos e despertar para novas perspectivas, fomentando a participação da comunidade e trabalhando a percepção, a curiosidade e a criatividade humana. Segundo Muller, (1973), a interpretação da natureza revela significados, relações e fenômenos naturais por meio de experiências práticas. Ainda Silva (1996) reforça a importância dessas experiências levando as pessoas a apreciar, entender e cooperar com a conservação dos recursos naturais. Portanto, reconhecemos que a trilha ecológica explora temas temáticos, conscientizando os visitantes, além de ser uma atividade de lazer, turística e cultural. A trilha possibilita, ao ser utilizada como instrumento pedagógico, a descoberta e o interesse pela conservação de áreas naturais, a exemplo tem-se a Floresta Nativa da Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Campus Dois Vizinhos (UTFPR-DV), sendo considerada como uma área de mata em estágio de regeneração, destinada à preservação e às atividades de ensino, pesquisa e extensão desenvolvida por professores e alunos. Portanto, o objetivo deste trabalho foi e é o de revitalizar a Floresta Nativa da UTFPR-DV, bem como coordenar o manejo de espécies exóticas, a utilização sustentável dos recursos naturais, o desenvolvimento de atividades de educação ambiental e as visitações monitoradas, aproximando a comunidade da natureza e mantendo protegido esse ecossistema.

Material e Métodos A UTFPR-DV apresenta uma área de 191,5 ha -1, próxima à área urbana do município de Dois Vizinhos, na comunidade São Cristovão, contando com diversas Unidades de Ensino e Pesquisa (UEP). A Floresta Nativa é uma dessas unidades, sendo uma área em estágio de regeneração, destinada à preservação e às atividades de ensino e pesquisa desenvolvidas por professores e alunos, bem como à visitação monitorada. A UEP Floresta Nativa ocupa uma área de 3.500,37 m², em uma região com altitude média de 525,00 m, limitada pelas seguintes coordenadas geográficas: latitude 1 289.345, longitude 1 7.156.012 (limite sul); latitude 2 289.350, longitude 2 7.157.428 (limite norte); latitude 3 289.485, longitude 3 7.157.794 (limite leste) e latitude 4 288.678, longitude 4 7.156.497 (limite oeste). Nessa UEP existe a Trilha Ecológica que também é destinada à visitação, onde durante o percurso podemse observar diversas espécies vegetais nativas, algumas em risco de extinção, da região e do estado, identificadas por placas. Além disso, sabe-se da existência de animais típicos das matas da região, principalmente répteis, aves, mamíferos, além de grande diversidade de insetos e artrópodes em geral. O trajeto da trilha acompanha o curso de dois rios, tendo em seu percurso 11 pontes (passarelas) de madeira de reflorestamento, atualmente sem proteção lateral, e uma ponte suspensa. Também, passa por três nascentes de água, sendo que em duas o trajeto é feito sobre a própria nascente. O presente projeto constitui-se em quatro eixos principais: educação ambiental, revitalização, reestruturação e pesquisa. A educação ambiental inclui a recepção de visitantes, preparação de palestras, elaboração de oficinas e seleção de dinâmicas sócio-educacionais relacionadas ao ambiente. As visitações à Trilha Ecológica são acompanhadas por alunos monitores do curso de Engenharia Florestal (UTFPR-DV) associadas a apresentação de palestras e a realização de atividades e dinâmicas de sensibilização ambiental. A revitalização engloba o processo de recuperação de áreas degradadas, onde se realiza a seleção de espécies nativas e a retirada das espécies exóticas, promovendo o restabelecimento da mata ciliar, cuidando da água e das nascentes, evitando assoreamento, aumentando a reserva de água e filtrando a enxurrada. Foram realizadas ações importantes na reestruturação da UEP Floresta Nativa, com manutenção das pontes, retirada de arames das árvores, coletas de lixo da mata e conservação do percurso, além do mapeamento do mesmo, com definições dos pontos de interpretação e dispositivos de informação. As pesquisas na área de Zoologia incluem o monitoramento de espécies animais, realizada por meio de plots, seguindo as etapas: confecção das molduras de madeira (50 50 10 cm), encaixe destas no solo e preenchimento com areia, resultando numa armadilha de pegadas. Estas armadilhas foram distribuídas aleatoriamente a direita e a esquerda do trajeto da trilha, sendo as pegadas monitoradas diariamente por fotografias, classificadas e identificadas. Na área de Botânica têm sido realizados levantamentos fitossociológicos, que incluem coletas de material vegetal, identificação e catalogação das principais espécies nativas e exóticas, encontradas na Trilha Ecológica da Floresta Nativa. As informações preliminares obtidas nos levantamentos servirão de base para estudos de manejo de espécies exóticas e recomposição da flora com espécies nativas.

Resultados e Discussão Em educação ambiental foram monitoradas visitas de vários colégios da rede municipal, estadual e particular de Dois Vizinhos e região, sendo recepcionados aproximadamente 200 alunos na faixa etária de 3 a 17 anos de idade (Figura 1). Estes alunos puderam observar no percurso espécies vegetais nativas, algumas em risco de extinção e alguns representantes de artrópodes, como aranhas e borboletas. A percepção em relação a visitação a Trilha Ecológica foi positiva no sentido de promover sensibilização sobre as questões ambientais e o compromisso em relação as ações ambientais preventivas. Percebeu-se o interesse dos alunos pela participação das atividades propostas: caça-palavras, desenho livre, apresentação de slides entre outras, todas abordando a concepção de educação ambiental. Houve, também, a preocupação em contextualizar as discussões teorizadas pelos docentes nas salas de aula, como por exemplo: desmatamento, assoreamento, extinção de espécies, conservação da água e do solo, mata ciliar, lixo, contaminação, entre outros. Em relação a revitalização e a reestruturação realizadas na Trilha Ecológica, foram retiradas restos de madeira abandonados de antigas pontes que se encontravam no leito dos rios. Realizou-se ainda a reestruturação de pontes em deterioração e também a retirada de arames, os quais danificavam os troncos das arvores, tendo sido ainda coletada significativa quantidade de lixo não biodegradável no trajeto e fora do trajeto da trilha (Figura 2). Sendo a UEP Floresta Nativa um laboratório natural de pesquisas da flora e da fauna, vem-se buscando, com o monitoramento de espécies animais, a confirmação da existência de possíveis habitantes da Floresta Nativa (Figura 3). Segundo informações fornecidas por moradores da região, até a década de 70, os representantes dos mamíferos que habitavam a Floresta Nativa eram onças, bugios, tatetos, veados, tatus, gatosdo-mato, cotias, pacas, quatis, mãos-peladas, capivaras, lontras. Dentre os representantes de aves observava-se a presença de jacus, jacutingas, macucos e inhambus. Já nos últimos 10 anos foram observados tatus, quatis, gatosdo-mato, jacus, mãos-peladas, furões, tucanos e corujas. Assim sendo, a pesquisa com o uso de plots, que se encontra em fase de instalação, permitirá realizar o registro e identificação de diferentes pegadas de animais encontrados atualmente nesse local. O primeiro levantamento realizado foi o de espécies nativas que se encontram no trajeto da Trilha Ecológica ou estão próximas ao mesmo. Verificou-se a presença de representantes de araucária, açoita-cavalo, angico, cabreúva, canela, cedro, guajuvira, louro, mamica-de-cadela, marfim, peroba, dentre outras. Atualmente também foi realizada uma monografia para o levantamento de representantes de uva-do-japão na Floresta Nativa, que servirá de subsídio para a realização do manejo dessa espécie exótica, permitindo a recomposição da mata nativa. Conclusão Verificou-se que a visitação à Trilha Ecológica da Floresta Nativa, bem como a realização de atividades de educação ambiental contribuem para a sensibilização ambiental de crianças e adolescentes, sendo uma complementação prática das atividades teóricas desenvolvidas em sala. Faz-se importante a implementação de ações em prol da educação ambiental, que traduzam possibilidades de uma vida mais consciente e saudável, promovendo a mudança de hábitos e atitudes na interação com o ecossistema e, contribuindo, portanto, com a formação sociocultural do sujeito, tornando-o capaz de mobilizar-se na concretude de projetos e pesquisas para a manutenção do equilíbrio ecológico da UEP Floresta Nativa.

III Seminário: Sistemas de Produção Agropecuária - Engenharia Florestal Referências DIAS, G. Educação ambiental: princípios e práticas. São Paulo: Gaia, 2000. SILVA, L.L Ecologia: manejo de áreas silvestres. Santa Maria: UFSM, 1996. p. 153-167. B A D C E Figura 1. Recepção de visitantes. A. Recepção de alunos de Cruzeiro do Iguaçu. B. Atividades realizadas sobre educação ambiental. C. Comentários e explicações durante a visitação à Trilha. D. Placas de orientação no início da Trilha. E. Atividade resultante da percepção e sensibilização ambiental Figura 2. Revitalização da Trilha Ecológica com a retirada de materiais inadequados

III Seminário: Sistemas de Produção Agropecuária - Engenharia Florestal Figura 3. Instalação de plots (armadilhas de pegadas) para monitoramento da fauna local