RELATÓRIO DE PESQUISA EDUCAÇÃO FÍSICA NAS ESCOLAS PÚBLICAS BRASILEIRAS



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Transcrição:

RELATÓRIO DE PESQUISA EDUCAÇÃO FÍSICA NAS ESCOLAS PÚBLICAS BRASILEIRAS Cliente: Instituto Ayrton Senna Job 11/1634 Fevereiro 2012 1

1. APRESENTAÇÃO DO IBOPE Ao longo de 70 anos, o IBOPE tornou-se uma das maiores e mais completas empresas de informações sobre o mercado brasileiro e latino-americano. O Grupo IBOPE atua na realização de pesquisas sobre os mais variados temas, como mídia, opinião pública, política, consumo, comportamento, internet, mercado, marca e propaganda, procurando sempre subsidiar seus clientes com informações relevantes que os ajudem a tomar decisões. O IBOPE é uma multinacional brasileira de capital privado, que está entre as maiores empresas de pesquisa do mundo, como atesta o ranking norte-americano Honomichl Top 25 Global Research Organizations. Atualmente é composto por quatro grandes empresas: IBOPE Media, IBOPE Inteligência, IBOPE Educação e IBOPE Ambiental. A primeira dedica-se à medição de audiência de meios de comunicação, monitoramento publicitário e Target Group Index. Já o IBOPE Inteligência foi criado em 2007 a partir da convergência das operações de quatro áreas de negócios (IBOPE Opinião, IBOPE Solution, IBOPE Inteligência e MQI) e é especialista na geração e análise de informações de mercado e opinião pública. O IBOPE Educação é uma empresa de capacitação profissional especializada no trato de informações de mercado, que visa contribuir com as empresas e os profissionais para elevar a qualificação do processo de tomada de decisões. Já o IBOPE Ambiental atua no setor de meio ambiente com serviços voltados para o desenvolvimento sustentável e para o controle do aquecimento global. Falando especificamente sobre o IBOPE Inteligência, responsável pelo atendimento de governos, ONGs, órgãos públicos e privados, seu objetivo é contribuir para que os clientes tenham conhecimento e compreensão adequados da sociedade e dos mercados onde atuam, auxiliando na tomada de decisões táticas, na elaboração de estratégias e nos processos de inovação das empresas. O IBOPE Inteligência provê pesquisas qualitativas e quantitativas ad hoc (por encomenda), além de elaborar relatórios setoriais, diagnósticos e estratégicos e de prestar consultoria para diversos segmentos de mercado e da administração pública. Durante o ano de 2010, o IBOPE Inteligência realizou cerca de 1 milhão e 500 mil entrevistas. Dessas 793 mil são referentes a projetos específicos sobre as eleições e 709 mil relacionadas ao mercado e opinião pública. No que se refere aos resultados das pesquisas de intenção de voto em 2010, o IBOPE Inteligência apontou corretamente o resultado de 98% das candidaturas ao governo no primeiro turno das eleições e de 95% ao Senado. Aliado ao pioneirismo, inovação e prestígio, o IBOPE Inteligência expressa sua credibilidade, ética e idoneidade por meio de práticas que regulam a atividade de pesquisa no Brasil e no mundo. As pesquisas do IBOPE Inteligência atendem ao código de autorregulação e de ética da Associação Mundial de Profissionais de Pesquisa, a ESOMAR The World Association of Research Professionals -, e 2

também ao código de ética da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP). O IBOPE Inteligência foi o primeiro instituto de pesquisa do Brasil a ter seus procedimentos em conformidade com a norma internacional de qualidade em Pesquisa de Mercado e Opinião da ISO 20.252 e a norma internacional de Gestão de Qualidade ISO 9001. Além disso, o IBOPE é membro da WIN, uma associação que reúne as maiores empresas independentes de Pesquisa de Mercado do mundo. É uma plataforma global para intercâmbio de negócios internacionais entre mais de 55 países, presentes em todos os continentes. Oferece expertise de mercado, conhecimento regional e uma vasta relação de produtos, serviços e metodologias em qualquer parte do mundo, permitindo a realização de projetos de pesquisa internacionais e a entrega de soluções globais. O IBOPE Inteligência dispõe das seguintes áreas: Estatística, Operações, Processamento de dados e Tecnologia da Informação. Os trabalhos de campo, recrutamento e processamento são realizados com apoio desta estrutura interna e/ou através de parceiros, em todo território nacional. 2. OBJETIVOS DA PESQUISA O Instituto Ayrton Senna está redesenhando o seu Programa de Educação pelo Esporte de forma a ser aplicável também nas redes de ensino público. O objetivo do programa é a integração da educação física ao conjunto de disciplinas da educação básica. Com este foco, o objetivo do estudo é de mapear o ensino de educação física nas escolas públicas brasileiras, do ponto de vista dos professores da disciplina, mas também dos diretores/ vice diretores, de modo a permitir o levantamento de informações sobre o cenário do ensino de educação física no Brasil. 3. METODOLOGIA A metodologia utilizada para a realização do presente estudo foi quantitativa, tendo como técnica de coleta de dados entrevistas telefônicas, com o auxilio do sistema CATI (Computer Assisted Telephone Interview) - entrevistas telefônicas realizadas com apoio de um questionário eletrônico, em que as respostas são digitadas pelo entrevistador e encaminhadas diretamente a um banco de dados. O público alvo da pesquisa foram diretores e professores das escolas públicas brasileiras de ensino fundamental e médio, e que possuíam telefone. O IBOPE Inteligência, em conjunto com o Instituto Ayrton Senna, elaborou um questionário para cada perfil de entrevistado (diretor/ vice diretor e professor). Para o primeiro perfil foram estruturadas 17 questões e para o segundo 28. A aplicação de ambos os questionário levou, em média, 38 minutos. Foram realizadas 458 entrevistas e o período de campo foi de 20 de outubro a 24 de novembro de 2011. 3

4. AMOSTRA A amostra do presente estudo foi primeiramente estratificada por região geográfica (Norte + Centro-Oeste, Nordeste, Sudeste, Sul), nível de ensino (Fundamental, Médio, Fundamental + Médio) e dependência administrativa (municipal e estadual). Para cada estrato resultante do cruzamento dessas variáveis, foi estabelecido um número de escolas que deveriam ser entrevistadas. Tal distribuição foi desproporcional, de forma que fosse possível realizar a leitura dos dados das seguintes variáveis de cruzamento do estudo: região geográfica, dependência administrativa e nível de ensino. Caso fosse utilizada uma alocação proporcional da amostra, alguns estratos ficariam com poucas escolas, o que dificultaria a análise por conta das maiores margens de erro resultantes. Nesses casos, fez-se necessária a realização de entrevistas em um número maior de escolas (sobrerepresentação), o que produziu uma amostra desproporcional e, consequentemente, menores margens de erro. A alocação da amostra se deu da seguinte maneira: primeiramente todas as escolas do universo foram distribuídas nos estratos pré-definidos, de modo que fosse possível, a partir dessa distribuição, definir qual deveria ser a alocação proporcional das 450 entrevistas. Em seguida, nos estratos com maiores margens de erro resultantes da alocação proporcional, foi distribuída parte das entrevistas dos estratos maiores, sempre controlando o erro resultante desta realocação, bem como os fatores de ponderação que deveriam ser utilizados para que fosse recomposta a distribuição proporcional ao universo (tanto nos estratos de origem, quanto naqueles aos quais foram destinadas as entrevistas). Portanto, devido a essa desproporção, foi necessária a aplicação de um fator de ponderação depois de realizado o trabalho de campo. Para a variável situação do setor censitário (urbano ou rural), a distribuição da amostra foi proporcional, não tendo sido necessário, portanto, a aplicação do fator de ponderação. A amostra foi assim distribuída: 4

REGIÃO NORDESTE SUDESTE SUL NORTE + CENTRO- OESTE BRASIL SITUAÇÃO DO SETOR CENSITÁRIO URBANO RURAL URBANO RURAL URBANO RURAL URBANO RURAL URBANO RURAL DEPEND. ADM. ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO MÉDIO ENSINO FUNDAMENTAL + MÉDIO TOTAL Municipal 33 0 0 33 Estadual 11 26 18 55 Municipal 50 0 1 51 Estadual 1 9 1 11 95 35 20 150 Municipal 40 0 1 41 Estadual 7 14 23 44 Municipal 12 0 0 12 Estadual 1 1 1 3 60 15 25 100 Municipal 28 0 0 28 Estadual 12 9 27 48 Municipal 15 0 0 15 Estadual 5 1 3 9 60 10 30 100 Municipal 14 0 0 14 Estadual 13 16 24 53 Municipal 21 1 0 22 Estadual 2 3 6 11 50 20 30 100 Municipal 115 0 1 116 Estadual 43 65 92 200 Municipal 98 1 1 100 Estadual 9 14 11 34 TOTAL 265 80 105 450 A amostra de escolas foi probabilística, selecionada através do método PPT (Probabilidade Proporcional ao Tamanho), com base no número de matrículas do Censo Escolar 2010. Este método consiste na ordenação de todas as escolas públicas brasileiras de acordo com o número de matrículas, e na seleção dos estabelecimentos de ensino através de saltos sistemáticos na listagem, de forma que escolas de todos os tamanhos estivessem presentes na amostra. A vantagem desse método de seleção é que ele garante uma maior representatividade de escolas de diferentes tamanhos, o que poderia não ocorrer caso fosse realizado um sorteio aleatório simples. Neste caso, todas as escolas teriam a mesma probabilidade de serem selecionadas e, portanto, poderiam ter entrado na amostra mais estabelecimentos de um determinado tamanho do que de outro. Em cada escola sorteada, foram realizadas as duas entrevistas previstas, uma com o diretor da escola (em casos de impossibilidade de contato com o diretor foi entrevistado o vice diretor), e outra com o professor de educação física. A margem de erro prevista para a pesquisa foi de 5 pontos percentuais, considerando um nível de confiança de 95%. 5

5. SUMÁRIO EXECUTIVO 70% das escolas têm espaços destinados à prática de educação física em suas instalações, sendo que: nas áreas rurais, essa proporção cai para 50%; no nordeste, para 49%. As aulas de educação física dividem espaço com outras atividades, tais como contraturno e aulas vagas. Metade das escolas tem quadra coberta e muitas delas têm uma série de equipamentos para a prática de atividades físicas em geral. Mesmo sem espaço destinado às aulas, a maior parte dos professores dão aulas de educação física na própria escola. O uso de espaços comunitários para a realização das aulas tem maior importância nas escolas municipais, nas áreas rurais e no nordeste. Também no nordeste e nas áreas rurais, verifica-se uma maior proporção de escolas em que as aulas são dadas para turmas compostas por alunos de séries diferentes. No conjunto das escolas, essa proporção é de apenas 15%. A maior parte dos professores entrevistados é formada em educação física, o que ocorre em menor proporção apenas no nordeste, em escolas municipais e em áreas rurais. Assim como em outros estudos com professores, a maior parte dos entrevistados nesta pesquisa participou de alguma atividade de formação continuada nos últimos 2 anos, sendo que a metodologia de esporte educacional esteve presente na formação continuada de aproximadamente 50% deles. A carga horária dos professores de Educação Física (35 horas por semana) é alta, comparada à de professores de português e matemática, cuja carga horária média é de 40 horas semanais (Fonte: TIC Educação 2010. CGI). Além das horas de aula, o professor de educação física dedica em média: 4 horas para planejamento; 3 horas para avaliação; 3 horas para reuniões pedagógicas. As aulas de educação física são compostas por atividades diversificadas, ligadas tanto à questão do desempenho esportivo, quanto à preparação física em um sentido mais amplo. Em mais da metade das escolas, a disciplina educação física não reprova os alunos. Os principais métodos de avaliação estão ligados ao desempenho físico dos alunos. A maior parte dos professores entrevistados atua em apenas 1 dos níveis de ensino, o que permite maior especialização em áreas diferentes da educação física. Metade dos professores declara que realizam atividades fora do horário da aula, o que ocorre menos em áreas rurais, escolas municipais e no nordeste. A realização ou não dessas atividades não está ligada à carga horária do professor. Professores e diretores concordam que a educação física é importante para o desempenho escolar deles, mas a percepção da importância relativa da educação física diante das outras disciplinas é diferente entre os dois atores o diretor declara que a importância é a mesma, enquanto 1/5 dos professores declaram que isso não ocorre. O diretor também superestima o papel do coordenador pedagógico no acompanhamento do desempenho dos professores de educação física. 6

6. ANÁLISE DOS RESULTADOS Perfil da amostra Na amostra deste estudo, 80% dos diretores entrevistados eram mulheres e apenas 20% eram homens, enquanto que entre os professores as proporções entre os dois sexos ficaram semelhantes (47% homens e 53% mulheres). A idade média dos entrevistados, para ambos os perfis, foi de 44 anos. No entanto, entre os professores a maioria tinha entre 30 e 39 anos, enquanto que a maioria dos diretores tinha 40 a 49 anos. Gráfico 1. Idade de professores de educação física e diretores Percentual sobre total de respondentes da amostra 50 35 19 23 27 23 8 0 4 11 18 a 24 anos 25 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos 50 anos ou mais Professor Diretor Infraestrutura e realidade escolar As perguntas referentes à infraestrutura da escola para a realização das aulas de educação física foram aplicadas tanto para diretores quanto para professores. No total das escolas pesquisadas, 70% têm espaços destinados à prática de educação física em suas instalações. No entanto, essa proporção cai para 64% nas escolas municipais, para 50% nas áreas rurais e para 49% na região Nordeste. Por outro lado, 85% e 89% das escolas do Sudeste e Sul, respectivamente, possuem um espaço destinado a essas aulas. Essa tendência de resultados desiguais entre regiões do país e áreas urbanas e rurais se mantém em diversas outras questões do estudo, como poderá ser visto a diante. Nas escolas que em existe um espaço destino às aulas de educação física, esse também é utilizado em outros períodos, como mostra o gráfico abaixo (Gráfico 2). 7

Gráfico 2. Outros períodos de uso do espaço de educação física Percentual sobre total de escolas com espaço destinado às aulas de educação física No recreio Nos finais de semana Nas aulas vagas No contraturno 64 63 59 57 NS/NR 3 Índice de multiplicidade: 2,5 Destaca-se, neste cenário, o uso intensivo do espaço da aula de educação física para além do horário de aulas, como aos finais de semana (63%) e no contraturno (57%). Em 91% das escolas pesquisadas, os professores realizam as aulas na própria escola, enquanto que 18% as realizam em espaços comunitários (Gráfico 3). O uso deste tipo de espaço tem maior importância na região Nordeste (34%), nas áreas rurais (29%) e nas escolas municipais (21%). Por outro lado, os espaços comunitários são usados por apenas 5% das escolas do Sudeste. Essa diferença pode indicar que, em regiões menos urbanizadas, os equipamentos urbanos de esporte e lazer são utilizados para diversos fins, inclusive para atender às escolas públicas. Gráfico 3. Local de realização das aulas de educação física Percentual sobre total da amostra Na própria escola 91 Em espaços comunitários 18 Em clubes 2 Em outros espaços 8 No que diz respeito aos equipamentos de uso em aula, a grande maioria das escolas pesquisadas possui itens básicos como bolas de futebol (87%), cordas (81%), traves (71%), redes (67%), entre outros. Em contrapartida, 55% das escolas têm quadra poliesportiva e apenas 38% das escolas pesquisadas possuem quadra coberta. 8

Nas escolas pesquisadas, em média são oferecidas 3 aulas de educação física por semana para o Ensino Fundamental I e Ensino Médio, e 4 aulas para o Fundamental II. Em 87% dos estabelecimentos de ensino a divisão do programa de educação física é feita por ano, enquanto que em 13% é feita por ciclos de duração de mais de um ano. A média de alunos por turma de educação física é de 30 alunos e elas são, na grande maioria dos casos estudados, compostas apenas por alunos da mesma série (85%). Porém, quando analisadas as escolas do Nordeste e das áreas rurais a proporção de turmas mistas fica acima da média: 25% e 22%, respectivamente. Em contrapartida, apenas 3% das escolas da região Sul possuem turmas de educação física compostas por alunos de séries diferentes (Gráfico 4). Gráfico 4. Composição das turmas de educação física Por localização e região geográfica Percentual sobre total da amostra TOTAL Urbano Rural Norte+Centro Oeste Nordeste Sudeste Sul 78 75 85 82 88 93 97 Apenas por alunos da mesma série Por alunos de séries diferentes 15 12 22 18 25 7 3 Perfil do professor de educação física A média de anos de atuação dos professores na área de educação física é de 11 anos. A maioria dos entrevistados é concursada (66%), enquanto 28% possuem contrato temporário com a Secretaria de Educação e 6% têm vínculo em regime CLT. A maior parte dos professores entrevistados é formada em educação física (83%), sendo que 44% dos entrevistados também possuem pós-graduação (Gráfico 5 e 6). Destaca-se que o índice de professores com a titulação de pós-graduação sobe para 69% quando considerados apenas os professores da região Sul, onde também 94% dos entrevistados são formados especificamente em educação física. 9

Em contrapartida, é na região Nordeste e na área rural que se concentram os professores com menor qualificação: dos 6% de professores que completaram apenas o Ensino Médio, 82% estão na área rural e 74% no Nordeste. Além disso, é nessas regiões onde há menor proporção de professores formado em educação física: 59% na área rural e 62% no Nordeste, frente à média de 83%. Gráfico 5. Nível de escolaridade dos professores de educação física Percentual sobre total de professores da amostra Ensino Médio Ensino Superior Licenciatura Ensino Superior Bacharelado Magistério Superior Pós-graduação - Especialização Mestrado 6 7 2 3 36 44 Doutorado 0 Gráfico 6. Área de formação superior dos professores de educação física Percentual sobre total de professores que completaram o ensino superior Educação Física 83 Pedagogia 13 Dança 4 Gestão Escolar 4 Outros 13 Índice de multiplicidade: 1,16 Quando perguntado ao diretor se na escola há professor especialista de educação física, 77% responderam que sim. No entanto, esse cenário varia de acordo com a região do país, localização e dependência administrativa, como pode ser observado na tabela abaixo (Tabela 1). 10

Tabela 1. Presença de professor especialista na escola segundo localização, dependência administrativa e região geográfica Percentual sobre o total da amostra Localização Dependência Administrativa Região Geográfica Na escola há professor especialista? Total Urbano Rural Municipal Estadual NE SE Sul Norte + CO Base (458) (324) (134) (217) (241) (152) (103) (102) (101) Sim 77 89 56 70 91 62 90 91 80 Não 23 11 44 30 9 38 10 9 20 Dos professores que possuem diploma de curso superior, 78% declararam que tiveram acesso à metodologia de esporte educacional durante a graduação, sendo que essa proporção chegou a 92% na região Sul do país. Já entre aqueles que participaram de atividades de formação continuada nos últimos dois anos (78% dos professores), 59% declararam que essas atividades abordavam em seu conteúdo a metodologia de esporte educacional (Gráfico 7). Gráfico 7. Acesso à metodologia de esporte educacional Percentual sobre total de professores que completaram o ensino superior Percentual sobre total de professores que realizaram atividades de formação continuada 12 78 Sim 41 Sim Não 59 Não Também foi perguntado aos professores como eles avaliam os seus conhecimentos sobre os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) de Educação Física: 61% declararam que os conhecem o suficiente, 21% que conhecem muito e 18% que conhecem pouco. A proporção daqueles que têm pouco conhecimento aumenta para 25% para os entrevistados da região Nordeste e 28% para os que atuam na área rural. Além do conhecimento, foi questionado o quanto o planejamento de ensino dos professores estava baseado nestes parâmetros: 66% declaram que está bastante baseado, e 34% que está um pouco baseado. Vale ressaltar que essas duas questões podem refletir uma posição defensiva do professor, subestimando aqueles 11

que conhecem pouco ou nada dos PCNs de Educação Física, e sobreestimando aqueles que de fato se baseiam nesses para elaborar seus planejamentos de ensino. A prática de ensino do professor A maioria dos professores entrevistados trabalha apenas no Ensino Fundamental: 69%, sendo que 20% atuam simultaneamente nos Ensinos Fundamental I e II, e o restante trabalha exclusivamente em um dos níveis, o que possibilita uma maior especialização do professor com as especificidades das diferentes fases de desenvolvimento e aprendizagem dos alunos. Por outro lado, 26% dos professores trabalham ao mesmo tempo com o Ensino Fundamental e Médio, sendo a maioria (15%) com o Fundamental II e Médio. A carga horária média dos professores de educação física é de 35 horas por semana, o que pode ser considerado uma carga horária alta, comparada à de professores de português e matemática, cuja carga horária média é de 40 horas semanais (Fonte: TIC Educação 2010. CGI). Nesta jornada de trabalho semanal, além das horas de aula, o professor de educação física dedica em média 4,5 horas para planejamento das aulas, 3 horas para a avaliação da aula e/ou do desenvolvimento dos alunos e 3 horas em reuniões pedagógicas. Além dessas tarefas semanais, 48% dos professores afirmaram que desenvolvem atividades para os alunos fora do horário de aula e 25% disseram que já desenvolveram, mas não as realizam mais. Destaca-se, no entanto, que 27% dos professores entrevistados nunca desenvolveram tais atividades, sendo que essa proporção aumenta entre os professores da área rural (32%), das escolas municipais (31%) e na região Sudeste (32%). Durante o período de 50 minutos de aula, os professores usam, em média, 7 minutos para mobilizar e organizar os alunos, 6 minutos para explicar o que vai acontecer na aula, 29 minutos em atividades de educação física propriamente ditas, 4 minutos em ações disciplinares e 4 minutos com atividades burocráticas, como preenchimento de lista de presença (Gráfico 8). A partir desses dados, verifica-se que muito do tempo de aula é gasto com outras atividades que não educacionais: no total são 21 minutos, quase o mesmo tempo utilizado em média para as atividades de educação física. Esse pode ser um indicador de que a aula não está sendo planejada pelo professor de forma a otimizar os 50 minutos disponíveis. 12

Gráfico 8. Distribuição do tempo de aula Percentual sobre total da amostra Mobilizar e organizar os alunos Explicação do que vai acontecer na aula As atividades de educação física propriamente ditas Ações disciplinares Tarefas burocráticas As aulas de educação física são compostas em sua grande maioria por atividades diversificadas, ligadas tanto a jogos competitivos, quanto à preparação física em atividades cooperativas, com pode ser observado na tabela abaixo (Tabela 2): Tabela 2. Atividades praticadas em aula e atividade mais frequente Percentual sobre o total da amostra Atividades praticadas* Atividade mais frequente Atividades em grupo (dupla, time, toda a turma) 98 24 Brincadeiras (queimada, pega-pega, esconde-esconde etc,) 94 26 Atividades que misturam meninos e meninas 91 11 Jogos competitivos 86 18 Atividades individuais 80 0 Atividades livres (sem intervenção do professor) 75 1 Jogos cooperativos 73 14 Levar as turmas para participarem de campeonatos e/ou Olimpíadas Estudantis 66 3 Práticas esportivas alternativas, como capoeira, dança, artes marciais, esportes radicais, etc 50 3 *Índice de multiplicidade: 7,13 13

Destaca-se que 75% dos professores declararam que realizam atividades livres sem a sua intervenção, o que também pode ser um indício de falta de planejamento das aulas, além da falta de equipamento e de preparo específico do professor. Além disso, as altas porcentagens de brincadeiras e jogos competitivos corroboram outro resultado: 47% dos professores declararam que os alunos têm interesse apenas em jogos competitivos. Quando perguntados sobre o envolvimento dos alunos com a aula, 76% dos professores declararam que estes demonstram interesse em participar das atividades propostas. No entanto, 41% disseram que alguns alunos faltam às aulas e 11% acreditam que os mesmos teriam mais interesse na aula de educação física se as atividades propostas fossem mais diversificadas. Frente a essas situações de não envolvimento, faltas e conflitos em aula, foi perguntado a ambos os entrevistados quais são as medidas geralmente tomadas pelo professor (Tabela 3 e 4). Para a primeira situação (o não envolvimento dos alunos), a medida mais citada por ambos os entrevistados é estimular o aluno através do envolvimento dele nas atividades de aula e na solução do problema (79% dos professores, e 68% dos diretores). Em segundo lugar entre os professores está chamar a atenção (50%), e entre os diretores o encaminhamento do aluno para a direção (59%). Já para as faltas, as medidas mais citadas diferem entre os dois perfis: entre os professores, 51% declaram que estimulam os alunos e buscam acompanhamento dos pais; já entre os diretores as medidas mais citadas foram o encaminhamento do aluno para a direção da escola (66%) e a busca de acompanhamento com os pais (58%). Para a resolução de conflitos em aula, destacam-se entre os professores as medidas de chamar a atenção do aluno (68%) e encaminhamento para a direção (61%); entre os diretores, o encaminhamento para a direção (75%) e chamar a atenção (54%). A partir desses dados, pode-se constatar que, na opinião dos diretores, as medidas que envolvem a participação da direção aparecem como mais importantes e até anteriormente a ações que os professores poderiam ter tomado já em aula. 14

Tabela 3. Medidas tomadas pelo professor Percentual sobre o total de professores da amostra Estimula o aluno através do envolvimento dele nas atividades de aula e na solução do problema Não Faltas Conflitos envolvimento 79 51 57 Chama a atenção 50 44 68 Envolve os demais alunos da turma na solução 42 31 39 Busca acompanhamento com os pais do aluno 38 51 44 Encaminha o aluno para a direção da escola 23 49 61 Dá advertência 15 11 29 Outra medida 5 3 3 Não interfere 1 4 1 Índice de Multiplicidade 2,54 2,50 3,04 Tabela 4. Medidas tomadas pelo professor versão diretor Percentual sobre o total de diretores da amostra Não envolvimento Faltas Conflitos Estimula o aluno através do envolvimento dele 68 51 48 nas atividades de aula e na solução do problema Encaminha o aluno para a direção da escola 59 66 75 Busca acompanhamento com os pais do 56 58 54 aluno Chama a atenção 53 43 63 Envolver os demais alunos da turma na 42 31 37 solução Dá advertência 23 16 30 Não interfere 2 4 0 Índice de Multiplicidade 3,08 2,74 3,16 Em mais da metade das escolas (56%) a disciplina de educação física não reprova os alunos, sendo que essa proporção aumenta para 69% na região Sudeste e 62% nas escolas municipais. Os principais métodos de avaliação estão ligados ao desempenho físico dos alunos (78%) e a provas de cooperação em grupo (71%). No entanto, há também um alto índice de escolas que utilizam trabalhos teóricos ou provas e testes escritos para a avaliação do aluno: 66% e 59%, respectivamente. Nas entrevistas foram abordadas questões sobre o ensino de educação física sob diferentes aspectos, utilizando escalas de concordância (concorda, nem concorda, nem discorda e discorda) e importância (muito importante, importante, um pouco importante e nada importante). Com relação à importância da educação física para o aluno, ambos professores e diretores concordaram que essa disciplina é tão importante quanto as outras na 15

vida escolar do estudante (98% e 97% de concordância, respectivamente). Além disso, ambos acreditam que a educação física pode ajudar a melhorar o desempenho escolar dos alunos nas demais disciplinas (98% e 97% de concordância, respectivamente). Já sobre o papel da educação física no contexto escolar, a opinião dos dois perfis começa a apresentar diferenças. Por mais que ambos concordem em proporções semelhantes que, na escola, a elaboração do projeto pedagógico tem a participação dos professores de educação física (85% dos professores e 87% dos diretores), eles divergem sobre o tratamento que é dado à disciplina. Enquanto 87% dos diretores acreditam que a educação física é tratada com a mesma importância, 71% dos professores declararam o mesmo, sendo que 21% deles discordaram dessa afirmação. Além disso, 78% dos diretores concordaram com a afirmação de que o coordenador pedagógico da escola acompanha as aulas e dá feedbacks sobre o seu desempenho. Já entre os professores essa proporção chegou a 64%, enquanto 21% discordaram da afirmação, quase o dobro do valor encontrado entre os diretores (12%). Por mais que alguns professores discordem do papel de avaliação do coordenador pedagógico, este fica em segundo lugar entre aqueles com quem o professor pode contar como apoio. Em primeiro lugar está o diretor e em terceiro professores de outras disciplinas (Gráfico 9). Gráfico 9. Apoio que o professor de educação física conta na escola Percentual sobre o total da amostra Diretor da escola 91 Coordenador pedagógico da escola Professores da escola, mas de outras disciplinas Equipe de coordenação da área de educação física da Secretaria da Educação Outros professores de educação física 52 57 74 80 Centros de pesquisa nas universidades 12 NS/NR 3 Índice de multiplicidade: 3,75 Chama a atenção o fato de que outros professores de educação física ficaram apenas na quinta posição em termos de apoio. Provavelmente isso se dá porque muitas das escolas contam com apenas um professor de educação física, o que explica seu isolamento em relação aos pares e faz com que ele precise procurar o apoio de outros atores fora do âmbito da disciplina. 16

Sobre os objetivos da educação física em geral apresentados aos diretores e professores, ambos disseram, quase unanimemente, que a prática de atividade física na escola tem a função de desenvolver o aluno como um cidadão, mas também com hábitos saudáveis. Outra função da educação física seria contribuir para a aprendizagem das outras disciplinas. Apesar da unanimidade, verificam-se importâncias diferentes entre os dois perfis para os seguintes objetivos: satisfazer as expectativas dos pais e da comunidade (98% dos diretores e 90% dos professores); preparar os alunos para o mercado de trabalho (98% dos diretores e 90% dos professores); assegurar um bom resultado do aluno em testes de desempenho (99% dos diretores e 83% dos professores). Note-se que a identificação de talentos esportivos é importante para 97% dos diretores, mas para apenas 74% dos professores. Nesse sentido, por ser o professor o ator mais envolvido no dia-a-dia dos alunos, constatamos que esta identificação não está entre os objetivos mais importantes da educação física nas escolas públicas brasileiras. Por último, foi avaliada a satisfação dos professores em trabalhar com o ensino de educação física. Numa escala de 0 a 10, 74% atribuíram notas entre 8 e 10, e apenas 2% deram nota entre 0 e 4. A nota média de satisfação dos professores foi, portanto, de 8,2. Secretaria de Educação Sobre o papel da Secretaria de Educação, foram realizadas perguntas para professores e diretores, a fim de capturar o conhecimento e percepção sobre os apoios e parcerias oferecidos pela instituição. A forma de apoio oferecida pela Secretaria mais citada pelos professores foi referente à organização de olimpíadas e jogos estudantis (71%), sendo que esse número sobe para 84% para os professores que atuam nas escolas de Ensino fundamental + médio. Destaca-se que 81% das escolas participam dessas competições, sendo que essa participação aumenta para 94% nas escolas de Ensino médio. O segundo apoio oferecido pela Secretaria de Educação mais citado foi a disponibilização de materiais (64%), apresentando porcentagens significativamente mais altos para a região Sudeste (81%) e Sul (74%). Atividades de formação continuada são citadas por 59% dos entrevistados, com destaque para a região Sul (70%). A definição de diretrizes curriculares foi citada por 59% dos professores, proporção que sobe para 67% para professores de escolas estaduais e para 69% naquelas que oferecem o Ensino fundamental e médio. Por último, 58% dos entrevistados declararam que a Secretaria oferece reuniões de planejamento e 47% infraestrutura (indicador que aumenta para 58% nas escolas da região Sul e 63% do Sudeste) (Gráfico 10). 17

Gráfico 10. Apoios oferecidos pela Secretaria de Educação Percentual sobre o total da amostra Organização de olimpíadas e jogos estudantis Disponibilização de material Atividades de formação continuada Definição das diretrizes curriculares Reuniões de planejamento 71 64 59 59 58 Infraestrutura 47 NS/NR 7 Índice de multiplicidade: 3,87 Aos diretores foi questionado se eles sabiam se a Secretaria de Educação a qual estão subordinados desenvolve parcerias entre a escola e ONGs, clubes, associações, universidades ou empresas. Dos entrevistados, 48% disseram que sabiam dessas parcerias e citaram no que elas consistiam (Gráfico 11). Os conteúdos das parcerias mais citados foram: 76% formação continuada dos professores, 75% apoio técnico e 65% disponibilização de materiais esportivos. Gráfico 11. Parcerias desenvolvidas pela Secretaria de Educação Percentual sobre diretores que responderam que sabiam que a Secretaria desenvolve parcerias Formação continuada dos professores Apoio técnico 76 75 Disponibilização de materiais esportivos Oportunidades de carreira no esporte para os alunos Disponibilização de recursos financeiros 46 44 65 Índice de multiplicidade: 3,07 18