AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO EM ACADEMIAS DE MUNICÍPIOS DO CENTRO-SUL DO PARANÁ



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2 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO EM ACADEMIAS DE MUNICÍPIOS DO CENTRO-SUL DO PARANÁ Nutrition assessment of gym s resistance trainers in central southern Paraná RESUMO SEHNEM, Rubia Camila 1 SOARES, Bruno Moreira 2 Objetivo: Avaliar os hábitos alimentares, a composição corporal e investigar o uso de suplementos nutricionais em praticantes de musculação da região Centro-Sul do Paraná. Métodos: Participaram do estudo 68 indivíduos de ambos os gêneros. As variáveis antropométricas aferidas foram peso corporal, estatura e dobras cutâneas. Para avaliação do consumo alimentar aplicou-se o diário alimentar habitual onde o pesquisado listava alimentos e quantidades consumidas rotineiramente. Também foram coletadas informações sobre o uso de suplementos nutricionais. Adotou-se, para análise das variáveis, a estatística descritiva, o test t de Student e a correlação linear de Pearson para a associação de dados antropométricos e dietéticos. Resultados: Quanto à classificação do percentual de gordura, 13 (41,9%) praticantes de musculação do gênero masculino apresentaram gordura corporal saudável, enquanto outras 15 (40,5%) mulheres estudadas mostraram sobrepeso pelo mesmo parâmetro. Verificou-se inadequações no consumo de energia e macronutrientes, com destaque para ingestão elevada de proteínas em 62 (91,2%) praticantes. Observou-se também baixa ingestão de vários micronutrientes, sobretudo o cálcio e ferro, onde 41 (60,3%) e 65 (95,6%) praticantes de musculação apresentaram ingestão inferior ao recomendado respectivamente, com valores críticos principalmente para a população feminina. Em relação aos suplementos nutricionais, 10 (14,7%) fazem uso, sendo citados especialmente suplementos de composição protéica. Considerações finais: Os praticantes de musculação do gênero feminino apresentaram maior percentual de gordura quando comparadas com o gênero masculino, bem como observou-se inadequações quanto ao consumo de energia, carboidratos, proteínas e micronutrientes em toda a população, ficando clara a necessidade da inserção do nutricionista no âmbito esportivo. Palavras-chave: composição corporal, consumo alimentar, musculação. ABSTRACT Objective: Evaluate dietary habits and body composition, and investigate nutritional supplements use by gym s resistance trainers in Central Southern Paraná. Methods: The study included 68 individuals of both genders. The anthropometric variables measured were body weight, height and skinfold thickness. For food intake assessment applied the usual food diary where the respondent listed foods and quantities consumed routinely. Information was also collected on the use of nutritional supplements. Was adopted to analyze the variables, descriptive statistics, the Student t test and Pearson linear correlation for the association of dietary and anthropometric data. Results: Fat percentage classification results showed that 13 1 Acadêmica do curso de Nutrição da Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO). 2 Nutricionista, Especialista em Nutrição Clínica. Docente do curso de Nutrição da UNICENTRO.

3 (41,9%) male trainers had body fat within recommendation, and 15 (40,5%) women trainers showed overweight. There were energy and macronutrients inadequacies, especially high protein intake, in 62 (91,2%) trainers. It was also observed micronutrients low intakes, especially calcium and iron, where 41 (60,3%) and 65 (95.6%) trainers showed recommended lower intake, with critical values especially for female population. For nutritional supplements use, 10 (14,7%) trainers reported using, especially for protein supplements. Conclusions: Female resistance trainers had a higher body fat percentage compared to males, and it was observed inadequacies in energy, carbohydrates, protein and micronutrients consumption for global population, showing the need of nutritionist s inclusion on sports area. Key-words: body composition, food composition, bodybuilding. INTRODUÇÃO A prática de exercícios físicos realizada periodicamente e de forma adequada, melhora a qualidade de vida principalmente quando associada a uma alimentação balanceada. A nutrição e atividade física têm uma importante relação, pois por meio de uma alimentação que proporcione um consumo adequado de todos os nutrientes pode-se melhorar a capacidade de rendimento orgânico. Assim como a ingestão de alimentos de forma equilibrada é fundamental para a formação, reparação e reconstituição dos tecidos corporais, conservando a integridade funcional e estrutural do organismo, deste modo, torna-se possível a prática de exercícios físicos regulares (1,2). Nesse contexto, os treinamentos com peso estão entre os métodos esportivos mais eficientes para modificar de forma favorável a composição corporal, tendo em vista que atualmente o padrão de corpo ideal é uma musculatura bem desenvolvida. Assim, a musculação vem se tornando praticada por uma considerável parcela da população, sendo definida como um método de treinamento esportivo, que visa o desenvolvimento muscular por meio de treinamento sistematizado (3,4,5,6,7). Diante disso, os praticantes de musculação tem buscado recursos que propiciem aprimorar a performance e desenvolver rapidamente a massa muscular, utilizando-se de vários meios para atingir esse objetivo como o uso de suplementos nutricionais, a administração de esteróides anabolizantes e a prática de padrões alimentares inadequados, especialmente com o excesso de proteína na dieta habitual na busca de um corpo que se encaixe dentro dos padrões contemporâneos de composição corporal (3,4,6,7,8).

4 Vale salientar, que o acompanhamento nutricional em academias de musculação ainda é escasso, porém alguns estudos revelam que dentre os praticantes de musculação observa-se claramente um consumo indiscriminado de suplementos nutricionais e outras substâncias com possível potencial ergogênico. Dessa forma, alguns comportamentos dietéticos errôneos adotados por vários praticantes de musculação, podem representar potenciais riscos a saúde e desempenho físico dos mesmos (6,9,10,11,12). Portanto, a avaliação nutricional é fundamental para elucidar a composição corporal e os hábitos alimentares destes indivíduos, bem como investigar o possível uso de auxílios ergogênicos dentro da prática de atividade física. Cabe destacar também, que o acompanhamento ou mesmo orientações nutricionais destinadas a esta população são de suma importância, a fim de garantir uma alimentação adequada e consequentemente minimizar possíveis agravos nutricionais e à saúde desses praticantes (13). Considerado a importância do tema, este trabalho teve por objetivo avaliar os hábitos alimentares, a composição corporal e investigar o uso de suplementos nutricionais em praticantes de musculação de academias na região Centro-Sul do Paraná. MÉTODOS Trata-se de um estudo do tipo transversal, onde a coleta de dados foi realizada em abril de 2011, em três academias da região Centro-Sul do Paraná, estando situadas uma academia no município de Palmital (Cidade 1) e outras duas no município de Pitanga (Cidade 2), caracterizando uma amostra de 68 indivíduos adultos praticantes de musculação de ambos os gêneros. Todos os pesquisados concordaram voluntariamente em participar do estudo através da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TCLE (Apêndice 1), autorizando a obtenção dos dados para a pesquisa. Foram excluídas pessoas com idade inferior a 20 anos e superior a 45 anos de idade, objetivando a redução da distinção da composição corporal de acordo com a idade e também as que não assinaram o TCLE e os indivíduos que não se enquadravam na categoria de praticantes de musculação com periodicidade mínima de dois treinamentos semanais.

5 A coleta de dados do presente trabalho iniciou-se somente após a aprovação do projeto de pesquisa pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Centro-Oeste (COMEP/UNICENTRO), através do Ofício nº. 122/2011 (Anexo 1). O estado nutricional dos praticantes de musculação foi avaliado através de medidas antropométricas, dados de consumo alimentar e informações em relação à utilização de auxílios ergogênicos nutricionais. A coleta de dados foi realizada nas academias dos municípios participantes (Cidade 1 e 2) antes da prática de qualquer atividade física e de acordo com o tempo disponível dos alunos, em uma sala separada, individualmente. As medidas antropométricas coletadas foram registradas em uma ficha específica (Apêndice 2) para avaliação da composição corporal dos indivíduos participantes. Os dados antropométricos de peso e estatura dos praticantes de musculação foram coletados de acordo com o preconizado pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional SISVAN (14). Para obtenção de peso foi utilizada uma balança portátil da marca Plenna, onde a pessoa encontrava-se com o mínimo de roupa possível, descalça e ereta. Para aferição de estatura, utilizou-se uma fita métrica inelástica fixada na parede em solo reto e firme, onde a pessoa ficou descalça, com os pés unidos, ereta e com o calcanhar junto a parede. Além desses, três dobras cutâneas foram avaliadas para as praticantes do gênero feminino (tricipital, coxa e supra-ilíaca) e outras três dobras para os praticantes do gênero masculino (peitoral, coxa e abdominal), todas aferidas com adipômetro científico Cescorf do lado direito do corpo, em triplicata, registrando-se o valor médio, seguindo as técnicas preconizadas por Harrison et al. (15). As medidas obtidas de peso e estatura foram utilizadas para o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC). O IMC foi calculado considerando-se a razão peso atual (kg) e o quadrado da estatura (m 2 ), dando-se o resultado em kg/m². Para diagnóstico do estado nutricional segundo o IMC, utilizou-se a recomendação para adultos ( 20 anos e < 60), proposto pela Organização Mundial da Saúde - OMS (16), classificou-se os pontos de corte de IMC menor que 18,5 como desnutrição; de 18,5 à 24,9 como eutrofia; de 25,0 à 29,9 como sobrepeso e acima de 30,0 como obesidade. Na avaliação do percentual de gordura das praticantes do gênero feminino a densidade corporal (DC) foi definida de acordo com o protocolo de Jackson, Pollock

6 e Ward (17) e nos indivíduos do gênero masculino, foi preconizado o protocolo baseado na densidade corporal segundo Jackson e Pollock (18), que levaram em consideração as dobras cutâneas aferidas. Ambos os protocolos foram empregados na fórmula de conversão à percentual de gordura, de acordo com a metodologia proposta por Siri et al. (19). A classificação do percentual de gordura corporal foi obtida através do padrão proposto por Lohman et al. (20) de acordo com o gênero dos avaliados, possuindo pontos de corte específicos para o gênero feminino e gênero masculino (Anexo 2). A avaliação do consumo alimentar foi obtida através do diário alimentar habitual (Apêndice 3), onde coletou-se dados como horários, alimentos e quantidades habitualmente consumidas. As informações obtidas no diário alimentar habitual foram convertidas em volumes (mililitros e gramas) ou medidas caseiras. Para os cálculos de micro e macronutrientes e análise dietética utilizou-se o software de avaliação nutricional DietWin Profissional 2008. Após a análise dietética, a ingestão energética e de alguns micronutrientes (ferro, cálcio, sódio e vitaminas A, D, E, C e B12) foram comparadas de acordo com o preconizado pelas Dietary References Intakes - DRI s (21,22), já os macronutrientes foram analisados de acordo com as recomendações segundo a FAO/OMS (23). Dados pessoais e sobre a utilização de suplementos nutricionais, foram obtidos através de questionário com questões específicas adaptado do estudo de Goston e Correia (24) realizado pelo pesquisador que foi treinado e em condições favoráveis ao participante (Apêndice 4). Para efeito de análise descritiva e estatística os praticantes de musculação foram divididos de acordo com gênero e a respectiva cidade onde praticava musculação. Para tabulação de dados e análise descritiva dos mesmos foi utilizado o programa Microsoft Excel de 2003. Já para análise estatística dos dados utilizouse o Programa Estatístico SPSS versão 17.0. Foi aplicado o teste t de Student para verificar possíveis diferenças entre os grupos (gênero e diferentes cidades), utilizando o intervalo de confiança de 95%. Foi realizada também a correlação de Pearson, com variáveis antropométricas e dietéticas sendo que o coeficiente de correlação r varia de -1.00 até +1.00, onde o valor -1.00 representa uma correlação negativa, enquanto que o valor +1.00 representa uma correlação positiva. O valor 0.00 representa a ausência de correlação. Fixou-se o nível de rejeição da hipótese de nulidade (p<0,05).

7 RESULTADOS E DISCUSSÃO O presente estudo identificou dados sobre as características antropométricas e dietéticas de 68 praticantes de musculação de academias de municípios da região centro-sul do Paraná. Foram avaliados indivíduos de ambos os gêneros, sendo que 37 (54,4%) eram mulheres. A faixa etária dos participantes do estudo incluía a idade mínima de 20 anos e máxima de 45 anos, sendo a média de 29 ± 7,6 anos de idade e mediana de 27 anos de idade. Dentre os indivíduos estudados, 46 (67,6%) eram da Cidade 2, onde 26 (56,5%) eram de uma academia e 20 (43,5%) eram de outra. Em relação ao peso corporal das mulheres obteve-se uma média de 60,0 ± 7,6kg, tendo como peso máximo 75kg e peso mínimo de 47,1kg e sendo a mediana 57,9kg. Já para os homens a média foi de 78,1 ± 12,1kg, apresentando o peso máximo de 110,1kg e peso mínimo de 62,8kg e uma mediana de 75,9kg. Quanto à aferição da estatura, observou-se uma média de 1,61 ± 0,05m para as praticantes do gênero feminino e de 1,75 ± 0,08m para os homens. Tabela 1. Classificação do estado nutricional dos praticantes de musculação segundo o Índice de Massa Corporal (IMC). Homens Mulheres Eutrofia Sobrepeso Obesidade Média DP Média DP n (%) n (%) n (%) Cidade 1 25,5 ± 2,3 22,9 ± 2,1 13 59,1 9 40,9 0 0 Cidade 2 25,5 ± 2,6 22,7 ± 2,6 30 65,2 15 32,6 1 2,2 População geral 25,5 ± 2,5 22,8 ± 2,4 43 63,2 24 35,4 1 1,5 Para o Índice de Massa Corporal avaliado, encontrou-se uma média geral de 24,1 ± 2,8kg/m². Constatou-se que 43 (63,2%) dos indivíduos avaliados da população geral encontravam-se em eutrofia e 24 (35,3%) em sobrepeso. Observouse também na divisão do grupo por cidades, que 9 (40,9%) dos praticantes da cidade 1 como 15 (32,6%) dos avaliados da cidade 2 estavam em sobrepeso e somente 1 (2,2%) em obesidade exclusivamente na cidade 2 (Tabela 1).

8 Entretanto, utilizar apenas o IMC como método de avaliação desses praticantes não é recomendado, já que este não revela a composição corporal diferenciando gordura e massa magra. Assim como, o sobrepeso relatado por esse indicador pode ser também indício de alta massa muscular (4,25). Dessa forma, outros métodos como, por exemplo, as dobras cutâneas são mais utilizadas quando se pretende estimar a densidade corporal e o percentual de gordura corporal, especialmente em indivíduos fisicamente ativos (4,26). Quanto ao percentual de gordura corporal (%CG) dos participantes verificouse uma média de 18,8 ± 7,3% para a população geral. As praticantes do gênero feminino obtiveram uma média de 23,5 ± 5,1% de gordura corporal e os homens de 13,1 ± 5,3%. Na divisão por cidades, as mulheres da Cidade 1 apresentaram uma média de 22,3 ± 4,3% de gordura corporal, enquanto as mulheres das academias da Cidade 2 mostraram uma média de 24,2 ± 5,4%. Já para os homens, a média verificada foi de 15,7 ± 4,7% para os praticantes estudados na Cidade 1 e 12,1 ± 5,2% para os participantes das academias da Cidade 2. Mallmann e Berleze (27) em estudo realizado com praticantes de atividade física de academias, obtiveram como resultado uma média de gordura corporal de 26,7% para ambos os gêneros, apresentando uma média acima do encontrado no presente artigo. Theodoro et al. (2) em seu estudo realizado com homens praticantes de musculação, encontrou uma média de 14,1% para o percentual de gordura corporal, resultado semelhante ao apresentado nesse estudo. Tabela 2. Avaliação do percentual de gordura corporal (%GC) nos praticantes de musculação de ambos os gêneros. Estado nutricional Homens Mulheres Geral n % n % n % Desnutrição 3 9,7 0 0 3 4,4 Baixo 2 6,4 0 0 2 2,9 Ideal 11 35,5 5 13,5 16 23,5 Saudável 13 41,9 14 37,8 27 39,7 Sobrepeso 2 6,4 15 40,5 17 25 Obeso 0 0 3 8,1 3 4,4 Total 31 100 37 100 68 100

9 Verificou-se ainda, que 15 (40,5%) das mulheres avaliadas mostraram sobrepeso através do percentual de gordura corporal, por outro lado, outras 14 (37,8%) apresentaram gordura corporal em parâmetros saudáveis. Em relação à população masculina, constatou-se que 13 (41,9%) dos pesquisados indicaram percentual saudável de gordura corporal e somente 2 (6,4%) avaliados se encontravam em sobrepeso através da avaliação por esse mesmo parâmetro (Tabela 2). Segundo Crozeta (5), a composição corporal das mulheres diferencia-se dos homens, pois possuem músculos de menor tamanho e peso e uma quantidade maior de tecido adiposo. Por esse motivo sugere-se que os homens possuem uma composição corporal mais favorável para a prática de atividade física do que as mulheres, como mostram os dados averiguados no presente estudo. Não houve relação estatisticamente significante entre o IMC observado no gênero masculino (r=0,97, p=>0,05) e gênero feminino (r=0,80, p=>0,05) dentre as cidades avaliadas, também não houve relação estatisticamente significante entre o percentual de gordura corporal verificado para os homens (r=0,07, p=>0,05) e mulheres (r=0,29, p=>0,05) nas cidades avaliadas. Assim, apenas sugere-se que parece não haver diferenças na composição corporal entre as cidades de acordo com esses métodos avaliados especificamente de forma isolada. Tabela 3. Correlações entre variáveis antropométricas (IMC e %GC) dos diversos grupos avaliados. IMC %GC (r) Homens Geral 0,63* Mulheres Geral 0,73* Homens Cidade 1 0,53* Mulheres Cidade 1 0,60* Homens Cidade 2 0,69* Mulheres Cidade 2 0,82* * Nível de significância (p 0,05) Entretanto, com a associação desses métodos, verificou-se que a correlação entre o IMC e o percentual de gordura corporal (%GC) dos indivíduos

10 estudados foi positiva e estatisticamente significativa para todos os grupos, ou seja, quanto maior o valor do IMC maior o percentual de gordura corporal observado, resultado contrário ao esperado para os praticantes de musculação estudados, especialmente aos homens que tendem a possuir uma alta massa muscular. Observou-se também, uma correlação expressivamente maior entre as mulheres, se comparado com os homens, corroborando com os dados encontrados no percentual de gordura corporal, onde as mulheres mostraram um perfil de composição corporal com maiores inadequações relacionadas ao excesso de massa gorda. Vale ressaltar ainda que as mulheres da Cidade 2 apresentaram uma correlação fortemente positiva (r=0,82, p= 0,05), sendo a maior correlação observada entre todos os grupos (Tabela 3). De acordo com o dia alimentar habitual avaliado, obteve-se uma média da ingestão energética de 1646,6 ± 760,5kcal, sendo o mínimo e o máximo encontrados de 549kcal e 4329kcal, respectivamente. Quanto às necessidades energéticas, observou-se a média de 2414,6 ± 389,9kcal, um mínimo de 1825kcal e máximo de 3390kcal. Tabela 4. Avaliação da ingestão energética e de macronutrientes de acordo com as recomendações preconizadas. Abaixo Adequado Acima Média DP n % n % n % Energia (Kcal*) 1647,0 ± 760,5 58 85,3 5 7,3 5 7,3 Carboidrato (%) 54,6 ± 8,03 26 38,2 42 61,8 0 0 Proteína (%) 22,1 ± 5,93 0 0 6 8,8 62 91,2 Lipídio (%) 23,2 ± 7,69 8 11,8 51 75 9 13,2 * ingestão energética e de macronutrientes obtidas pelo dia alimentar habitual. Quanto ao consumo energético, constatou-se (tabela 4) uma expressiva inadequação na quantidade energética consumida, onde 58 (85,3%) participantes ingeriam calorias abaixo do recomendado, o que pode levar em longo prazo a sérios prejuízos à saúde dos praticantes de musculação e diminuição do rendimento na própria prática esportiva (6).

11 Em relação ao consumo protéico em percentual, verificou-se (tabela 4) dados preocupantes, pois 62 (91,2%) indivíduos apresentaram uma ingestão protéica acima do recomendado. Oliveira et al. (6) em estudo também com praticantes de musculação, encontrou um percentual médio de consumo protéico de 23,7%, semelhante ao encontrado no presente estudo. Segundo Lambert et al. (28) um consumo aumentado de proteína reduz a perda de massa magra em relação ao consumo adequado de proteína (cerca de 15% do consumo energético) durante a restrição energética e também ajuda na redução da gordura corporal. Também, a Sociedade Brasileira de Medicina Esportiva - SBME (29) sugere que a elevação do consumo protéico além dos níveis recomendados não leva a um aumento adicional de massa muscular, podendo trazer inclusive problemas a saúde, levando a sobrecarga de alguns órgãos vitais, especialmente do sistema renal. Para Aoki (30), uma baixa ingestão da mesma poderá acarretar redução da massa magra e assim comprometer a capacidade de gerar força, sendo que a ingestão protéica adequada é essencial, pois auxilia na manutenção da massa muscular, e quando associada ao treinamento de força pode promover hipertrofia, assim como o ganho de força. Já no consumo de carboidratos, constatou-se (tabela 4) dados inversos a ingestão de proteínas, porém também críticos para a prática de atividade física, onde 26 (38,2%) avaliados mostraram ingestão insuficiente de carboidratos na alimentação habitual. Somente para o consumo de lipídios, a grande maioria dos avaliados, 51 (75%), revelaram uma ingestão dentro dos parâmetros adequados. O baixo consumo de carboidratos, leva a uma maior depleção do glicogênio muscular especialmente durante o exercício físico, assim se torna, ainda mais importante à preocupação com a sua ingestão correta, já que um de seus objetivos é manter um efeito ergogênico necessário para as atividades esportivas. Entretanto, nota-se baixa adesão dos atletas e praticantes de atividade física ao seu consumo na quantidade adequada, o que acaba por prejudicar a saúde e consequentemente os resultados do desempenho físico (29).

12 Tabela 5. Avaliação da ingestão de micronutrientes da população geral. Nutriente IG* Abaixo Adequado Acima Média DP n % n % n % Ferro (mg) 11,1 ± 5,8 41 60,3 4 5,9 23 33,8 Cálcio (mg) 426,9 ± 301,4 65 95,6 1 1,5 2 2,9 Sódio (mg) 1756,4 ± 1094,4 33 48,5 7 10,3 28 41,2 Vitamina D (mcg) 0,5 ± 1,0 66 97 2 2,9 0 0 Vitamina A (mcg) 432,7 ± 611,1 59 86,8 2 2,9 7 10,3 Vitamina C (mg) 74,6 ± 82,9 44 64,7 1 1,5 23 33,8 Vitamina E (mg) 8,5 ± 6,8 56 82,3 4 5,9 8 11,8 Vitamina B12 (mcg) 3,6 ± 2,5 22 32,3 5 7,3 41 60,3 IG* - ingestão dos micronutrientes em relação à alimentação habitual analisada. Na tabela 5, pode-se visualizar a média de ingestão de alguns micronutrientes (vitaminas e minerais) avaliados do grupo total pesquisado. Observou-se grande inadequação nas quantidades ingeridas para todos os micronutrientes, com destaque para a vitamina D e o cálcio, onde 66 (97%) e 65 (95,6%) participantes, respectivamente, ingerem esses nutrientes abaixo da recomendação. Apenas a vitamina B12 apresentou uma maior percentual de ingestão acima do recomendado, (60,3%). A rotina de exercícios pode aumentar a perda de micronutrientes, sendo necessária uma demanda aumentada na ingestão desses micronutrientes para a construção, reparação e manutenção de massa magra em indivíduos fisicamente ativos (31). Tabela 6. Comparação da ingestão de micronutrientes em relação aos gêneros. Homens N=31 Mulheres N=37 p Média DP Média DP

13 Ferro (mg) 13,3±6,5 9,2±4,4 0,003** Cálcio (mg) 513,5±365,6 354,4±213,8 0,029* Sódio (mg) 2338,4±1131,6 1268,8±791,1 <0,001** Vitamina D (mcg) 0,38±0,99 0,66±1,09 0,29 Vitamina A (mcg) 394,3±629,9 464,9±601,5 0,64 Vitamina C (mg) 69,2±95,3 79,1±72,1 0,63 Vitamina E (mg) 10,6±7,8 6,8±5,4 0,01** Vitamina B12 (mcg) 4,3±2,9 3,0±2,1 0,04* * Nível de significância (p 0,05) ** Nível de significância (p 0,01) Verificou-se no presente estudo, que as mulheres possuem um déficit da ingestão de micronutrientes expressivamente maior que os homens, apresentando diferença significativa em grande parte dos micronutrientes estudados, com destaque para o cálcio (p=<0,029), vitamina E (p=<0,01) e vitamina B12 (p=0,04) (Tabela 6). Já o ferro, que também apresenta menor quantidade na dieta das mulheres (p=0,003), pode causar prejuízos na produção de energia e na recuperação dos praticantes de musculação (4), principalmente para as mulheres, que já apresentam uma perda desse nutriente periódica através da menstruação. Johann e Berleze (32) em seu estudo também constatou que a maioria dos frequentadores de academias apresentaram inadequação de alguns micronutrientes especialmente as vitaminas A, C e E, pois como é sabido são importantes antioxidantes, indispensáveis aos praticantes de atividade física, incluindo a musculação. Deve-se dar atenção ao consumo de vitamina B12, sendo que os alimentos protéicos são fontes dessa vitamina, deixando claro que o consumo elevado observado se deve ao alto consumo de alimentos protéicos entre os indivíduos. Corroborando com o presente estudo, Oliveira et al. (6) também constataram que a maioria dos pesquisados, ou seja, 72,7%, consumia vitamina B12 acima do recomendado. Em relação ao consumo de água, 17 (25%) dos indivíduos relataram consumir de 5 a 6 copos por dia, enquanto apenas 5 (7,3%) consomem menos que um copo diariamente. A média de água consumida entre os participantes foi de 1200ml.

14 Segundo Damilano (4), um consumo de 1200ml de água é observado geralmente em indivíduos sedentários, podendo aumentar de cinco a seis vezes esse nível de ingestão em indivíduos fisicamente ativos, contradizendo os resultados encontrados no presente estudo. Esse quadro observado é altamente prejudicial no contexto de hidratação que é fundamental aos praticantes de atividade física para fins de saúde e desempenho esportivo. Analisando o consumo diário de colesterol, 34 (50%) dos indivíduos consomem colesterol acima do recomendado, obtendo uma média para a população geral de 246,2 ± 162,3mg, estando acima do recomendado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) (33), que preconiza um consumo menor ou igual a 200mg ao dia. Mallmann e Berleze (27) mostraram em seu trabalho que 32,4% dos praticantes de exercício físico estudados consumiam colesterol acima do recomendado, dados semelhante ao averiguado no presente estudo. O consumo diário de fibras também foi analisado, onde constatou-se uma média de 17,5 ± 7,9g, sendo que a média consumida entre as mulheres foi de 17,3 ± 8,7g e de 17,9 ± 6,9g pelos homens, sendo que o recomendado pela SBC (33) é de 20 a 30g diariamente. Contudo, deve-se atentar para a limitação que existe no cálculo das quantidades ingeridas, já que este foi realizado através de software específico, podendo esses valores serem super ou subestimados. Pode-se também relatar que mesmo com o possível erro do programa, provavelmente os praticantes de musculação não atingiriam as recomendações, pois a maioria dos avaliados não apresentou um adequado consumo de frutas, hortaliças e cereais integrais, caracterizados no inquérito dietético realizado. Em se tratando do consumo de suplementos nutricionais, verificou-se na população geral que 10 (14,7%) dos indivíduos relataram utilizar pelo menos um tipo de suplemento, onde os mais utilizados são os suplementos protéicos, sendo que foram citados 8 (80%) tipos diferentes de suplementos. Cabe salientar que na divisão por gêneros, observou-se um maior consumo de ergogênicos nutricionais entre os praticantes do gênero masculino (19,4%) em relação a população feminina (Gráfico 1). Ressalta-se ainda que 5 (50%) desses indivíduos fazem uso de somente um tipo de suplemento alimentar, 1 (10%) utiliza dois tipos de suplementos concomitantemente, 2 (20%) associam três tipos e outros 2 (20%) associam o uso de quatro suplementos diferentes.

15 100% 90% 80,6% 89,2% 85,3% 80% 70% 60% 50% 40% Sem suplementação Com suplementação 30% 20% 19,4% 10,8% 14,7% 10% 0% Homens (n=31) Mulheres (n=37) Geral (n=68) Gráfico 1. Avaliação do uso de suplementos nutricionais nos praticantes de musculação das academias avaliadas. Johann e Berleze (32) em pesquisa com frequentadores de academia, verificaram que 40% dos participantes consomem apenas um tipo de suplemento, 24% utilizam dois tipos, 16% três tipos e 12% quatro tipos de suplementos concomitantemente, valores próximos aos encontrados no presente estudo. Entre os indivíduos avaliados, além dos suplementos protéicos citados, observou-se o uso de creatina, glutamina, suplementos energéticos e queimadores de gordura. Grande parcela desses indivíduos, totalizando 8 (80%) praticantes, consome suplementos alimentares com o objetivo de ganho de massa muscular. Somente um indivíduo (10%) iniciou a utilização de suplementos por orientação de um nutricionista, sendo que 3 (30%) obtiveram indicação por personal trainner e também 3 (30%) iniciaram o uso por iniciativa própria. De acordo com o preconizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) (34), a suplementação da dieta é recomendada apenas em situações específicas, onde os alimentos especialmente formulados são utilizados para auxiliar os atletas a atender suas necessidades nutricionais específicas e auxiliar no desempenho do exercício, lembrando que os indivíduos desse estudo não se encaixam como atletas e sim apenas como praticantes de atividade física.

16 A suplementação indiscriminada de nutrientes pode ser tóxica por causar desequilíbrios no organismo, representando um grave risco à saúde e constituindo um problema grave de saúde pública entre os freqüentadores de academias de ginástica (9,10,11,12). Comparou-se também algumas das principais características dietéticas e antropométricas entre os participantes que utilizavam suplementos nutricionais e os que não utilizavam (Tabela 7). Tabela 7. Características dietéticas e antropométricas dos praticantes de musculação usuário e não usuário de suplementos nutricionais. Suplemento (NÃO) N=58 Suplemento (SIM) N=10 p Média DP Média DP IMC (kg/m²) Gordura corporal (%) Energia (kcal) Proteína (g/kg) Carboidrato (g/kg) Lipídio (g/kg) 24,08±2,8 19,0±7,4 1645,1±772 1,26±0,64 3,38±1,72 0,64±0,44 23,9±2,7 17,5±7,03 1655,1±728,6 1,68±0,82 3,04±1,3 0,63±0,26 0,85 0,55 0,97 0,07 0,54 0,94 * Nível de significância (p 0,05) Constatou-se que nenhum dado antropométrico ou dietético apresentou resultado significativo estatisticamente na comparação entre os grupos dos indivíduos suplementados e não suplementados, porém deve-se ressaltar que o consumo em gramas de proteína por quilo de peso, apresentou valores que caracterizam uma tendência estatística (p=0,07) (Tabela 7). Assim sugere-se uma ingestão protéica expressivamente aumentada naqueles indivíduos que fazem uso de suplementos, mesmo caracterizando um número pequeno de avaliados que se utiliza de tais ergogênicos nutricionais. Entretanto, observou-se uma ingestão aumentada de proteína em toda a população, decorrente da dieta habitual dos indivíduos avaliados, independentemente do uso ou não de suplementos nutricionais.

17 Cabe salientar, que um consumo elevado de proteínas pode acarretar vários problemas orgânicos, especialmente levar a uma sobrecarga renal (25), motivo pelo qual deve se dar ampla atenção ao consumo adequado de proteínas na dieta, bem como através da suplementação alimentar. Assim, mesmo com a grande preocupação na busca de uma alimentação ideal e composição corporal adequadas ao tipo de treino com fins de rendimento esportivos ou mesmo à questões estéticas, é fácil encontrar indivíduos com pouco conhecimento, onde a presença de hábitos alimentares inadequados e a influência da mídia levam os indivíduos a utilizarem suplementos nutricionais e adotarem um comportamento alimentar inadequado para atingirem seus objetivos (9,10,11,12). Nesse sentido, destaca-se a importância da orientação nutricional pelo profissional nutricionista, principalmente com essa população, evitando assim maiores danos à saúde desses indivíduos, garantindo dessa forma, uma alimentação mais equilibrada, o uso racional de suplementos nutricionais e consequentemente um melhor perfil de composição corporal, trazendo inúmeros benefícios à saúde e também quanto à prática esportiva realizada (6). CONSIDERAÇÕES FINAIS De acordo com os resultados obtidos no presente trabalho, observou-se de uma maneira geral que a grande maioria dos indivíduos avaliados mostrou valores de IMC e percentual de gordura corporal dentro de níveis aceitáveis para a prática de atividade física e saúde. Entretanto cabe destacar que os praticantes de musculação do gênero masculino apresentam um perfil de composição corporal muito mais favorável quando comparado às mulheres. Em relação ao consumo alimentar, notou-se hábitos alimentares errôneos na população estudada, indicando possíveis riscos à saúde em longo prazo, e até mesmo um possível efeito adverso ao esperado, ou seja, diminuição no rendimento atlético. Observou-se também de forma universal o consumo insuficiente de energia e carboidratos e o excesso de ingestão protéica oriunda tanto da alimentação convencional como da utilização de auxílios ergogênicos nutricionais. Verificou-se também um déficit na ingestão da maioria dos micronutrientes avaliados, principalmente a vitamina D, cálcio e o ferro que são essenciais para o perfeito funcionamento orgânico principalmente as praticantes do gênero feminino que

18 mostraram um panorama de inadequação muito mais preocupante quando comparado ao gênero masculino. Com base nos resultados obtidos, ressalta-se a importância e a necessidade da inserção do profissional nutricionista capacitado em dar suporte a este tipo de indivíduo, no contexto do seu treinamento, diminuindo práticas alimentares inadequadas, a fim de otimizar a composição corporal e consequentemente minimizar possíveis riscos à saúde desta população, especialmente ao gênero feminino que apresentou riscos nutricionais mais pronunciados. Finalmente, sugere-se a necessidade de mais trabalhos que possam caracterizar o perfil nutricional de praticantes de musculação em diferentes populações e em ambos os gêneros, para que assim possa-se chegar a um consenso quanto à composição corporal adequada e às necessidades energéticas e de nutrientes específicos a esta prática esportiva. REFERÊNCIAS 1. Pereira, JMO, Cabral, P. Avaliação dos conhecimentos básicos sobre nutrição dos praticantes de musculação em uma academia da cidade de Recife. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva 2007; 1(1); p. 40-47 São Paulo 2. Theodoro, H, Ricalde, SR, Amaro, FS. Avaliação Nutricional e Autopercepção Corporal de Praticantes de Musculação em Academias de Caxias do Sul RS. Rev Bras Med Esporte 2009; 15(4) 3. Iriart, JAB, Andrade, TM. Musculação, uso de esteróides anabolizantes e percepção de risco entre jovens fisiculturistas de um bairro popular de Salvador, Bahia, Brasil. Cad. Saúde Pública 2002; 18 (5), p. 1379-1387 4. Damilano, LPR Avaliação do consumo alimentar de praticantes de musculação em uma academia de Santa Maria RS. Santa Maria, RS, 2006 5. Crozeta, C, Oliveira, GK. Análise do perfil alimentar de mulheres com sobrepeso, praticantes de treinamento de força em academias de Curitiba-PR. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva 2009; 3(17); p. 432-441 São Paulo 6. Oliveira et al. Avaliação nutricional de praticantes de musculação com objetivo de hipertrofia muscular do município de Cascavel, PR. Colloquium Vitae 2009; 1(1); p. 44-52

19 7. Quintiliano, EL, Martins, JCL. Consumo de suplemento alimentar por homens praticantes de musculação, nas academias centrais do município de Guarapuava, PR. Revista Polidisciplinar Eletrônica da Faculdade Guairacá 2009; 2; p. 03-13 8. Jesus, EV, Silva, MDB. Suplemento alimentar como recurso ergogênico por praticantes de musculação em academias. ANAIS do III Encontro de Educação Física e Áreas Afins, 2008 9. Cruz, JB et al. Combate ao uso de anabolizantes em academias de ginástica. I Encontro Unificado de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFCG 2005. Campina Grande, PB 10. Miarka, B. et al. Características da suplementação alimentar por amostra representativa de acadêmicos da área de Educação Física. Movimento e Percepção, Espírito Santo do Pinhal 2007; 8(11) São Paulo 11. Gomes, GS et al. Caracterização do consumo de suplementos nutricionais em praticantes de atividade física em academias. Medicina (Ribeirão Preto) 2008; 41(3), p. 327-31 12. Hirschbruch, MD, Fisberg, M, Mochizuki, L. Consumo de Suplementos por Jovens Frequentadores de Academias de Ginástica em São Paulo. Rev Bras Med Esporte 2008; 14(6) 13. Duarte, ACG. Avaliação nutricional: aspectos clínicos e laboratoriais. São Paulo: Atheneu, 2007 14. Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN). Vigilância alimentar e nutricional SISVAN: orientação básica para a coleta, o processamento, a análise de dados e a informação em serviços de saúde. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2004 15. Harrison GG, Buskirk ER, Carter JEL, Johnston FE, Lohman TG, Pollock ML, et al. Skinfold thicknesses and measurements technique. In: Lohman TG, Roche AF, Martorell R, editors. Anthropometric standardizing reference manual. Champaign (Illinois): Human Kinetics Books 1991; p.55-80 16. OMS - Organização Mundial da Saúde. Obesity. Preventing and managing the global epidemic. Genebra, 1997 17. Jackson, AS, Pollock, ML, Ward A. Generalized equations for predicting body density of women. Med and Sci in Sports and Exerc 1980; 12; p. 175-182 18. Jackson, AS, Pollock, ML. Generalized equations for predicting body density of men. Br J Nutr 1978; 40; p.497-504

20 19. Siri WE. Body composition from fluid spaces and density: analysis of methods. In: Brozek JE, Henschel A. Technique for measuring body composition. Washington, National academy of Science 1961; p. 223-244 20. Lohman, TG. Advances in body composition assessment. Human Kinetics Publishers, Champaing, IL, 1992 21. DRI - Institute of Medicine/ Food and Nutrition Board. Dietary references intakes fos energy, carbohydrate, fiber, fat, fatty acids, cholesterol, protein and aminoacids (macronutrients). Washington, National Academy Press, 2002 22. DRI - Institute of Medicine/ Food and Nutrition Board. Dietary References Intakes: applications in dietary planning. Washington, National Academy Press, 2003 23. Irz, X, Shankar, B, Srinivasan, C.S. Dietary recommendations in the report of a joint WHO FAO. Expert consultation on diet, nutrition and the prevention of chronic disease. WHO Technical Report Series: 916. Geneva. 2003 24. Goston, JL, Correia, MITD. Prevalência do uso de suplementos nutricionais entre praticantes de atividade física em academias de belo horizonte: fatores associados. [Dissertação]. Belo Horizonte. Universidade Federal de Minas Gerais - Faculdade de Farmácia, 2008 25. McArdle, WD, Katch, FI, Katch, VL. Fisiologia do exercício: Energia, Nutrição e Desempenho Humano. 5ª ed. Guanabara Koogan: Rio de Janeiro, 2003 26. Hirschbruch, MD, Carvalho, JR. Nutrição esportiva: uma visão prática. 1ª ed brasileira. Manole: Barueri (SP), 2002 27. Mallmann, JA, Berleze KJ. Perfil dietético e antropométrico de adultos praticantes de exercícios físicos em academias do município de Lajeado-RS que não estão em reeducação alimentar. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva 2010; 4(21); p. 231-241 São Paulo. 28. Lambert CP; Frank LL; Evans WJ. Macronutrient considerations for the sport of bodybuilding. Sports Med 2004; 34(5); p. 317-27 29. Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte - SBME. Rev Bra Med Esporte 2009; 15(3) 30. Aoki, MS, et al. Proteínas. In: Aoki, MS. Fisiologia, treinamento e nutrição aplicados ao futebol. Fountoura. Jundiaí, SP, 2002 31. American College of Sports Medicine - ACSM. Position of the American Dietetic Association, Dietitians of Canada, and the American College of Sports Medicine: Nutrition and Athletic Performance. J Am Diet Assoc 2009; 109; p. 509-527

21 32. Johann J, Berleze KJ. Estado nutricional e perfil antropométrico de frequentadores de academias de ginástica, usuários ou não de suplementos de cinco municípios do interior do Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva 2010; 4(21); p. 197-208 São Paulo 33. Sociedade Brasileira de Cardiologia - SBC. IV diretriz brasileira sobre dislipidemias e diretriz de prevenção da aterosclerose do departamento de aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. V.88. Suplemento 1. 2007. p. 1-19 34. Agência Nacional de Vigilância Sanitária ANVISA. Resolução nº 18, de 27 de abril de 2010. Diário Oficial da União; 2010

ANEXOS 22

Anexo 1 23

24 Anexo 2 Classificação da percentual de gordura corporal proposta por Lohman et al. (1991). Mulheres Quadro 1 - Critério de classificação do estado nutricional utilizado a partir da % GC, proposto por Lohman (1991), em percentual (%). Classificação de % GC, segundo Lohman (1991) % GC Diagnóstico Nutricional < 8 Desnutrição 8 a 11,99 Baixo 12 a 17,99 Ideal 18 a 23,99 Saudável 24 a 29,99 Sobrepeso > 30 Obeso Lohman TG, Roche AF e Martorell R. Antropometric standarzation reference manual.abridged, 1991. Homens Quadro 2. Critério de classificação do estado nutricional utilizado a partir da %GC, proposto por Lohman (1991), em percentual (%). Classificação de % GC, segundo Lohman (1991) % GC Diagnóstico Nutricional < 5 Desnutrição 5 a 7,99 Baixo 8 a 13,99 Ideal 14 a 19,99 Saudável 20 a 25 Sobrepeso > 25 Obeso Lohman TG, Roche AF e Martorell R. Antropometric standarzation reference manual.abridged, 1991.

APÊNDICES 25

26 Apêndice 1 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Você está sendo convidado (a) a participar de um estudo intitulado AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE INDIVÍDUOS PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO EM ACADEMIAS DE MUNICÍPIOS DO CENTRO-SUL DO PARANÁ. É através das pesquisas que ocorrem os avanços importantes em todas as áreas, e com isso, sua participação é fundamental. Essa pesquisa tem por objetivo avaliar o estado nutricional de adultos praticantes de musculação em academias de municípios do centro-sul do Paraná. Se você deseja participar da pesquisa os procedimentos que serão realizados são: Coleta de dados como peso, altura e dobras cutâneas, que serão obtidos com o auxílio de uma balança, de uma fita métrica inelástica e de um adipômetro; Preenchimento de um questionário socioeconômico e demográfico, a fim de descobrir possíveis influências desse no estado nutricional; Análise de ingestão alimentar feita através de um diário alimentar habitual Verificação de uso de suplementos nutricionais e esteróides anabolizantes, utilizandose um questionário específico com questões de múltipla escolha. Não existem riscos na coleta de dados, visto que não haverá nenhuma intervenção, porém você poderá sentir algum desconforto ao ter que ficar descalço para a pesagem e para aferição da altura, ou quando for utilizado o adipômetro para medir as dobras cutâneas. O pesquisador responsável pelo estudo Bruno Moreira Soares (nutricionista, CRN8 4302) poderá ser contatado pelos telefones (042) 84173505 e (042) 9964 1927, de segunda a sexta-feira no período das 17:00h as 20:00h, para esclarecer eventuais dúvidas a respeito desta pesquisa. A sua participação neste estudo é voluntária e muito importante, porém se você não quiser mais fazer parte da pesquisa poderá retirar o consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo, e isso não causará nenhum prejuízo a você. As informações do estudo são confidenciais e serão mantidas em sigilo a identificação e as informações relacionadas à privacidade de cada participante, caso o estudo seja publicado cientificamente. Os participantes do estudo não receberão qualquer valor em dinheiro. Todas as despesas necessárias para a realização do estudo não são de sua responsabilidade. Eu,, RG nº li o texto acima e compreendi a natureza e objetivo do estudo do qual fui convidado a participar. A explicação que recebi menciona os riscos e benefícios do estudo. Eu entendi que sou livre para interromper a minha participação no estudo a qualquer momento sem justificar a decisão e sem que esta decisão traga prejuízos. Eu concordo voluntariamente em participar deste estudo. Participante do estudo Bruno Moreira Soares Pesquisador Responsável Rubia Camila Sehnem Acadêmica de Nutrição - UNICENTRO Guarapuava, de 2011.

27 Apêndice 2 Planilha de Avaliação Antropométrica Data avaliação: / / Nome: Gênero: ( ) Masculino ( ) Feminino Data de Nascimento: / / Peso (kg): IMC (kg/m 2 ): Altura (m): Classificação do IMC: Dobras cutâneas (mm): Dobras cutâneas (mm) Dobra tricipital (F) Dobra supra-ilíaca (F) Dobra abdominal (M) Dobra coxa (M e F) Dobra peitoral (M) Medidas em mm 1ª 2ª 3ª X (média) Somatório das dobras: % GC: Classificação da %GC:

28 Apêndice 3 Diário Alimentar Habitual Refeição/ Local Horário Alimento Quantidade (Medidas) Gramas Obs: Ingestão hídrica diária:

29 Apêndice 4 Questionário específico adaptado de Goston e Correia (2008) Academia: Município: 1. Idade: 2. Gênero: ( ) F ( ) M 3. Consumo de água diário: ( ) menos de um copo ( ) 1 a 2 ( ) 3 a 4 ( ) 5 a 6 ( ) 7 a 8 ( ) mais que 8 4. Utilizou ou utiliza fármacos e/ou drogas como recurso ergogênico? ( ) Sim Qual: ( ) Não 5. Faz uso de suplementos alimentares ou anabolizantes? ( ) Sim ( ) Não 6. Indicar qual foi utilizada: ( ) Ricos em Proteínas ( ) Shakes para substituir refeições ( ) Creatina ( ) Ricos em Carboidratos ( ) Naturais e Fitoterápicos ( ) Beta-Hidroxi Beta-Metilbutirato (HMB) ( ) Ácido Linoleico Conjugado (CLA) ( ) Aminoácidos ramificados (BCAA) ( ) Queimadores de gordura ( ) Glutamina ( ) Hipercalóricos ou Compensadores ( ) Bebidas Isotônicas ( ) Outros aminoácidos (líquido ou em cápsula) ( ) Anabolizantes ( ) Vitaminas e Minerais ( ) Uso suplementos mas não sei o que é ou não me lembro. ( ) Outros. Especifique: 7. Qual a razão da utilização de suplementos alimentares? ( ) Perda de peso, queima de gordura corporal ( ) Substituir refeições ( ) Ganho de massa muscular, força ( ) Melhorar a performance ( ) Repor nutrientes e energia, evitar fraqueza ( ) Prevenir doenças futuras ( ) Reduzir o stress ( ) Não sei ( ) Para suprir deficiências alimentares/ compensar uma dieta inadequada ( ) Outros motivos: 8. Quem lhe indicou o uso de suplementos alimentares? ( ) Iniciativa própria (auto prescrição) ( ) Nutricionista ( ) Um amigo(a) ( ) Farmacêutico

30 ( ) O vendedor da loja de suplementos ( ) Médico ( ) Propagandas (TV, rádio, revistas, outros meios de comunicação) ( ) Professor de Educação Física ou Personal Trainner ( ) Outro(s)