Cristãos e Muçulmanos

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Transcrição:

Cristãos e Muçulmanos Localização no Espaço na Península Ibérica Pág. 130-167 O Islão surge na Arábia, expandindo-se depois por todo o Médio Oriente e Norte de África. N.C. Anos d.c. Localização no Tempo O Islão surge nos inícios do séc. VII (entre 630 até à atualidade) mantendo-se ainda hoje, como uma das maiores religiões do planeta 200 400 600 800 1000 1200 1400 Muçulmanos Origens do Islão Nos inícios séc. VII surgiu na Arábia, uma nova religião monoteísta, fundada por Maomé o Islamismo. 476: Fim do Império Romano do Ocidente 1

Cinco Pilares da Fé Muçulmana A crença em Alá e em Maomé o seu profeta (religião monoteísta); Oração obrigatória, 5 vezes ao dia; Esmola a favor dos mais pobres; O Jejum no Ramadão Peregrinação a Meca pelo menos uma vez na vida; Expansão do Islão Maomé e os seus sucessores (os Califas) expandiram o território e o Islamismo por um vasto império, desde a Índia à Península Ibérica, passando pelo Norte de África. Estas regras, foram reunidas num livro sagrado o Corão ou Alcorão. então os cristãos e os muçulmanos partilharam o território da Península Ibérica por cerca de 700 anos! Quem diria O Islão na Península Ibérica Em 711 os muçulmanos invadiram a Península Ibérica, comandados por Tarik. Os cristãos tiveram que se refugiar nas Astúrias. 2

Cristãos e Muçulmanos Apesar de ter havido muitas lutas entre cristãos e muçulmanos, eles também conviveram pacificamente. Os muçulmanos aceitaram que os cristãos vivessem nas suas terras e estes, os moçárabes, adoptaram alguns costumes árabes. Moçárabes: populações cristãs que mantiveram a sua religião, sob o domínio muçulmano Mas há mais! Azulejos hispano-mouriscos O que mais gostei de saber é que todos os dias usamos palavras de origem árabe. Jóia, bandeja, carpete, xarope, jarra, tarefa, alvoroço Álcool, algodão, guitarra, javali, marfim, alambique, elixir Sabias que os números, ou algarismos, que utilizamos são de origem indiana, trazidos pelos Muçulmanos? Xerife, oxalá, sorvete Bairro, macaco Olá Gargalhada, piscina Aldeia, tambor 3

Aletria Almôndegas Limão, laranja, romã, damasco, beringela, lima, melancia, tâmara, toranja, cenoura, alface estes foram alguns frutos e legumes introduzidos pelos árabes na Península. Arroz doce Eis alguns doces e pratos que comemos em Portugal de origem árabe! E não te esqueças das técnicas de irrigação e dos instrumentos de navegação que herdámos dos árabes. Picota Astrolábio Nora Bússola A Reconquista Cristã No norte da Península, os cristãos mantiveram um pequeno território as Astúrias. A partir daí e, com auxílio da Europa Feudal, iniciaram a Reconquista Cristã. Reconquista cristã é por isso: O processo de recuperação do território peninsular pelos cristãos; A expansão da Europa Feudal para novos territórios, através dos «filhos segundos». 4

Avanços e Recuos Formação do Reino de Portucale Podes consultar os Mapas na pág. 130 e 138 do manual Localização no Tempo 1089: Chegada à Anos d.c. Península de Cavaleiros Franceses 1249: Conquista definitiva do Algarve 1000 1050 1100 1150 1200 1250 1300 1350 1143: Tratado de Zamora Reino Portucale 1297: Tratado de Alcanises Crise entre os Reinos Cristãos Em 1086, uma nova vaga de invasores muçulmanos - os Almorávidas empurrou as fronteiras dos reinos cristãos para norte do rio Mondego. Afonso VI, Rei de Leão e Castela, pediu auxilio ao Papa e à Europa. 5

Crise entre os Reinos Cristãos Chegaram então vários cavaleiros francos. Destacamos Raimundo e o seu primo Anri (Henrique) da Borgonha. Estes, destacaram-se em combate, e em 1096, o Rei de Leão e Castela, concedeu-lhes várias honras e feudos. Constituição do Condado Raimundo casa-se com a filha do Rei D.Urraca e recebe o condado da Galiza; Anri, casa-se com D.Tareja (D.Teresa, filha ilegítima de Afonso VI) e recebe o Condado de Portucale (situado entre o Rio Minho e o Rio Mondego). 1096 A Política de D. Anrique D. Anri desenvolveu a seguinte política: Alargar o território para sul, conquistando terras aos mouros, auxiliado pela combativa nobreza portucalense; Cumprir ao mínimo as suas obrigações como Vassalo do Rei como era hábito com a nobreza francesa. Política de D. Tareja Com a morte de D. Anri (em 1112) D. Tareja continuou a mesma política enquanto D. Alfonso Anriques (D. Afonso Henriques) era menor mas desta vez apoiando-se na poderosa nobreza galega, o que criou problemas com a nobreza portucalense. 6

D. Alfonso Anriques A nobreza portucalense receosa de perder direitos, apoiou o filho do Conde. Em 1128, as forças de D. Alfonso Anriques, derrotam as forças de D. Tareja na Batalha de S. Mamede (perto de Guimarães) e D. Alfonso Anriques torna-se Conde. Política de D. Afonso Henriques Como Conde, D. Alfonso Anriques Procura alargar os seus territórios para sul, conquistando terras aos mouros, destacando-se a Batalha de Ourique em 1139, passando a designar-se Rei; Tornar-se autónomo de Leão e Castela, o que vai acontecer em 1143, com o Tratado de Zamora a reconhecer a Independência de Portugal. Selo Real de D. Afonso Henriques As Conquistas A Construção do Reino Uma vez independente, D. Alfonso Anriques: Para além do alargamento do território para sul sempre à custa dos Mouros; Procurou o reconhecimento da independência junto da Santa Fé (Papa), o que aconteceu em 1179 com a Bula Manifestis Probatum. 7

A Definição do Território Após a morte de D. Alfonso Anriques, os seus sucessores, vão: Povoar e defender o território, com o auxilio das Ordens Militares Religiosas; Reconhecer direitos às populações locais as Cartas de Foral e os Concelhos. Carta de Foral A Definição do Território Alargar o território para sul, o que termina em 1249, com a conquista definitiva do Algarve por D. Afonso III; Definição das fronteiras do reino, ficando as actuais estabelecidas em 1297 com o Tratado de Alcanises. A Primeira Dinastia - Afonsina Nome Cognome D. Afonso Henriques (1125-1185) O Conquistador D. Sancho I (1185-1211) O Povoador D. Afonso II (1211-1223) O Gordo D. Sancho II (1223-1248) O Capelo D. Afonso III (1248-1279) O Bolonhês D. Dinis (1279-1325) O Lavrador D. Afonso IV (1325-1357) O Bravo D. Pedro I (1357-1367) O Justiceiro D. Fernando I (1367-1383) O Formoso 8