Raquel Taís Breunig 2

Documentos relacionados
Matriz de Referência de matemática 9º ano do ensino fundamental

número racional. apresentados na forma decimal. comparar ou ordenar números números racionais

Legenda 0 à 25% de Acertos Baixo De 26 à 50% de Acertos Intermediário De 51 à 75% de Acertos Adequado De 76 à 100% de Acertos Avançado

5º ano do Ensino Fundamental 1º BIMESTRE EIXO: NÚMEROS E OPERAÇÕES

Competência Objeto de aprendizagem Habilidade

MATEMÁTICA DESCRITORES BIM4/2017

Eduardo. Competência Objeto de aprendizagem Habilidade

Competência Objeto de aprendizagem Habilidade

PLANEJAMENTO Disciplina: Matemática Série: 6º Ano Ensino: Fundamental II Prof(a).: Jeane

Matem tica INTRODU ÌO

MATEMÁTICA 5º ANO UNIDADE 1. 1 NÚMEROS, PROBLEMAS E SOLUÇÕES Sistema de numeração Operações com números grandes

ESCOLA E B 2,3/S MIGUEL LEITÃO DE ANDRADA - AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE PEDRÓGÃO GRANDE DEPARTAMENTO DAS CIÊNCIAS EXATAS 2015/2016

PLANO CURRICULAR DISCIPLINAR. Matemática 5º Ano

MATEMÁTICA 6º ANO A/B. Números e cálculo. Geometria

MATEMÁTICA - 2º ANO. Novo programa de matemática Objetivos específicos

MATEMÁTICA PLANEJAMENTO 4º BIMESTRE º B - 11 Anos

AGRUPAMENTO de ESCOLAS Nº1 de SANTIAGO do CACÉM Ano Letivo 2013/2014 PLANIFICAÇÃO ANUAL

AGRUPAMENTO de ESCOLAS Nº1 de SANTIAGO do CACÉM Ano Letivo 2013/2014 PLANIFICAÇÃO ANUAL

ESCALA DE PROFICIÊNCIA DE MATEMÁTICA 5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

MATEMÁTICA 5º ANO 1º BIMESTRE EIXO CONTEÚDO HABILIDADE ABORDAGEM

Segue, abaixo, o Roteiro de Estudo para a Verificação Global 2 (VG2), que acontecerá no dia 03 de abril de º Olímpico Matemática I

3ª Matemática. Identificar lados e ângulos em figuras planas. Identificar ângulo reto, maior que o reto e menor que o reto em figuras planas.

à situação. à situação.

PADRÕES DE DESEMPENHO ESTUDANTIL. O que são Padrões de Desempenho? ABAIXO DO BÁSICO Até 150 pontos. BÁSICO De 150 até 200 pontos

Planejamento Anual OBJETIVO GERAL

Departamento de Matemática e Ciências Experimentais PLANO DE ESTUDO MATEMÁTICA 2015/2016 5º Ano de escolaridade

araribá matemática Quadro de conteúdos e objetivos Quadro de conteúdos e objetivos Unidade 1 Números inteiros adição e subtração

PLANEJAMENTO ANUAL / TRIMESTRAL 2014 Conteúdos Habilidades Avaliação

TEMA I: Interagindo com os números e funções

MATRIZ DE REFERÊNCIA - SPAECE MATEMÁTICA 5 o ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL TEMAS E SEUS DESCRITORES

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DR. VIEIRA DE CARVALHO DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA E CIÊNCIAS EXPERIMENTAIS MATEMÁTICA PLANIFICAÇÃO ANUAL 7.

Planejamento Anual. Componente Curricular: Matemática Ano: 7º ano Ano Letivo: Professor(s): Eni e Patrícia

MATEMÁTICA 3º ANO. Novo programa de matemática Objetivos específicos. Currículo Paulo VI. Números naturais. Relações numéricas Múltiplos e divisores

PROGRAMAÇÃO DA 3ª ETAPA 5º ANO MONIQUE MATEMÁTICA CONTEÚDOS:

MATRIZ DE REFERÊNCIA DE MATEMÁTICA - SADEAM 3 ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

4º. ano 1º. VOLUME. Projeto Pedagógico de Matemática 1. AS OPERAÇÕES E AS HABILIDADES DE CALCULAR MENTALMENTE. Números e operações.

1ª Ana e Eduardo. Competência Objeto de aprendizagem Habilidade

3ª Eduardo e Ana. Competência Objeto de aprendizagem Habilidade

Descritores de Matemática 4ª série (5º ano)

Competência Objeto de aprendizagem Habilidade

PLANEJAMENTO ANUAL / TRIMESTRAL 2013 Conteúdos Habilidades Avaliação

Disciplina: Matemática. Período: I. Professor (a): Maria Aparecida Holanda Veloso e Liliane Cristina de Oliveira Vieira

Matemática. Sumários

AGRUPAMENTO de ESCOLAS de SANTIAGO do CACÉM Ano Letivo 2015/2016 PLANIFICAÇÃO ANUAL. Documento(s) Orientador(es): Programa e Metas de Aprendizagem

Programação anual. 6 º.a n o. Sistemas de numeração Sequência dos números naturais Ideias associadas às operações fundamentais Expressões numéricas

Plano Curricular de Matemática 4.º Ano - Ano Letivo 2016/2017

PLANIFICAÇÃO ANUAL DA DISCIPLINA DE MATEMÁTICA - 2.º ano. Proposta Hypatiamat. Ano letivo 2017/2018

1º período ( 16 de Setembro a 17 de Dezembro) 38 blocos = 76 aulas

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DR. VIEIRA DE CARVALHO

Matriz de Referência de Matemática* SAEPI Temas e seus Descritores 5º ano do Ensino Fundamental

Matemática PROFESSOR: Francisco Monteiro OBJETIVO GERAL

TÓPICOS DA MATRIZ DE REFERÊNCIA DE LÍNGUA PORTUGUESA ENSINO FUNDAMENTAL ( DE ACORDO COM SAEB)

PLANO DE ENSINO Disciplina: Matemática 8º ano Professor(a): Gracivane Pessoa

Matriz de Referência da área de Matemática Ensino Fundamental

MATEMÁTICA 5º ANO COLEÇÃO INTERAGIR E CRESCER

MATRIZES DE REFERÊNCIA COMPETÊNCIAS E HABILIDADES QUE SERÃO AVALIADAS: ENSINO FUNDAMENTAL I ANOS INICIAIS

ANEXO I UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE UNIVILLE COLÉGIO DA UNIVILLE PLANEJAMENTO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

MATEMÁTICA 1º ANO Objetivo Geral CONTEÚDOS: OBJETIVOS

Documento curricular. 2º Trimestre

Competências e Habilidades - Concurso de Bolsas 2015/2016. Ensino Médio e Fundamental. Ensino Fundamental (6º Ano )

PLANO DE ENSINO Disciplina: Matemática 8º ano Professor(a): Gracivane Pessoa. Competências Habilidades Conteúdos. I Etapa

MATEMÁTICA PLANEJAMENTO 2º BIMESTRE º B - 11 Anos

VISÃO GERAL DA DISCIPLINA

MATRIZ DE REFERÊNCIA PARA AVALIAÇÃO DO SARESP MATEMÁTICA 4ª SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL (EM FORMATO DE LISTA)

MATEMÁTICA DESCRITORES BIM3/2017

APOSTILA DE APOIO PEDAGÓGICO 9º ANO

LUZIANE ROSA ANALISTA PEDAGÓGICA AGOS/2011. A essência do conhecimento consiste em aplicá-lo, uma vez possuído. Confúcio

ESCOLA BÁSICA INTEGRADA DE ANGRA DO HEROÍSMO. Plano da Unidade

Análise dos descritores da APR II 4ª série/5º ano Matemática

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS ANSELMO DE ANDRADE

AGRUPAMENTO de ESCOLAS Nº1 de SANTIAGO do CACÉM Ano Letivo 2013/2014 PLANIFICAÇÃO ANUAL. Documento(s) Orientador(es): Programa

DESCRITORES BIM2/2017

2º ANO Reconhecer e utilizar características do sistema de numeração decimal, tais como agrupamentos e trocas na base 10 e princípio do valor posicion

MATRIZ DE REFERÊNCIA PARA AVALIAÇÃO EM MATEMÁTICA 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL SISTEMA PERMANENTE DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA DO CEARÁ SPAECE

7º Ano. Planificação Matemática 2014/2015. Escola Básica Integrada de Fragoso 7º Ano

6º ano 1 o TRIMESTRE

1º período. Conhecer os algarismos que compõem o SND (0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9). Diferenciar algarismos e números.

MATEMÁTICA 4º ANO 1º BIMESTRE EIXO CONTEÚDO HABILIDADE ABORDAGEM

3ª Igor/ Eduardo. Competência Objeto de aprendizagem Habilidade

32 Matemática. Programação anual de conteúdos

Aulas Previstas. Objectivos Conteúdos Estratégias/Actividades Recursos Avaliação

ESCOLA BÁSICA INTEGRADA DE ANGRA DO HEROÍSMO Plano da Unidade

Matemática 3º Ciclo. Planificação Anual 7.º ano. N.º de aulas. Objectivos 1.º PERÍODO. Ano Lectivo 2009/2010. Apresentação 1. Teste Diagnóstico 2

MATEMÁTICA PLANEJAMENTO 3º BIMESTRE º B - 11 Anos

MATEMÁTICA 4º ANO. Novo programa de matemática Objetivos específicos. Ler e representar números, pelo menos até ao milhão.

Plano Curricular de Matemática 5ºAno - 2º Ciclo

AGRUPAMENTO de ESCOLAS de PEDRÓGÃO GRANDE CONSELHO de DOCENTES Planificação Trimestral - 1.º Ano /2016 Matemática 2.º Período 52 dias letivos

Domínio Números e Operações Subdomínio Adição e subtração de números racionais não negativos. Metas/Objetivos Conceitos/Conteúdos Aulas previstas

5. Objetivo geral (prever a contribuição da disciplina em termos de conhecimento, habilidades e atitudes para a formação do aluno)

ATIVIDADES ESTRATÉGIAS. Ler e representar números até ao milhão.

DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA INFORMÁTICA DISCIPLINA:

PLANIFICAÇÃO ANUAL DE MATEMÁTICA - 7º ANO

OBJETIVOS E CONTEÚDOS

PLANO DE ESTUDOS DE MATEMÁTICA - 5.º ANO PERFIL DO ALUNO

MATEMÁTICA - 8.º Ano. Ana Soares ) Catarina Coimbra

DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA INFORMÁTICA DISCIPLINA: Matemática (7º Ano) METAS CURRICULARES/CONTEÚDOS... 1º Período

PROPOSTA DE SISTEMA DE AVALIAÇÃO DO CONSED E POSSIBILIDADES DE COOPERAÇÃO COM O GOVERNO FEDERAL

DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA E INFORMÁTICA DISCIPLINA: Matemática (8º Ano) METAS CURRICULARES/CONTEÚDOS ANO LETIVO 2017/

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS ANSELMO DE ANDRADE

Matem tica INTRODU ÌO

Transcrição:

FORMAÇÃO CONTINUADA DE UM GRUPO DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA: ANÁLISE DE PLANEJAMENTOS DE ENSINO A PARTIR DA BNCC 1 CONTINUED TRAINING OF A GROUP OF MATH TEACHERS: ANALYSIS OF TEACHING PLANNING FROM BNCC Raquel Taís Breunig 2 1 Trabalho realizado a partir do Projeto de Formação Continuada da Área de Matemática com professores da rede estadual de ensino 2 Mestre em Educação nas Ciências; Membro do Grupo de Estudo em Educação Matemática? GEEM; Professora do Departamento de Ciências Exatas e Engenharias/UNIJUÍ; Professora de Matemática de Escola Pública Estadual; Assessora Pedagógica de Matemática/36 CRE; raqueltaisb@yahoo.com.br INTRODUÇÃO A formação continuada de professores é condição dos docentes sobre suas práticas e sobre a aprendizagem dos alunos. Conforme Ponte (1994, p. 1) O professor hoje é visto como um elemento-chave do processo de ensino-aprendizagem. Isto justifica a importância da contínua formação do professor de Matemática. Outro fato que torna a formação continuada importante são os resultados de avaliações externas que apresentam fragilidade nos processos de ensinar e aprender Matemática. Cabe salientar que neste momento aguardam-se os resultados do SAERS Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Rio Grande do Sul. Neste ano têm-se as propostas de reforma do Ensino Médio (EM) que propõe o aumento da carga horária para o ensino da Matemática nas escolas. Esta modificação coloca-nos a pensar sobre os processos de ensinar e aprender Matemática, de forma a torná-los mais significativos. Para tanto, é necessário investirmos na formação continuada dos professores que estão frente a esta nova realidade, e que precisam de fato, atingir as expectativas destas propostas e qualificar o ensino, para que assim estas mudanças tenham significado na aprendizagem dos alunos. Documentos oficiais nacionais, estaduais e por fim, a Base Nacional Comum Curricular BNCC, (BRASIL, 2016 e 2017), enfatizam a importância do conhecimento matemático para que o aluno se torne uma pessoa crítica, reflexiva, desenvolva o raciocínio lógico e que saiba solucionar situações-problema. Para tanto, é necessário que o aluno apreenda os conceitos matemáticos de forma significativa. Conforme Selbach (2010, p. 40) cabe aos professores atuais [...] envolver o aluno de maneira direta e objetiva como agente de seu processo de formação e estudar Matemática é atividade de ampla significação. É importante que o professor estabeleça relações entre o que se aprende e o que se vive, que ele reflita e discuta sobre sua prática, pois estes processos estão em constante transformação destacando-se para isto a importância da formação continuada e do repensar do Currículo, Planos de Estudo e Planejamentos de ensino.

A 3ª versão da BNCC (BRASIL, 2017) enfatiza que o professor, em suas aulas, utilize diferentes metodologias de ensino, recursos didáticos e materiais, a fim de promover [...] a apreensão de significados dos objetos matemáticos (BRASIL, 2017, p. 254). Além disto, é importante o professor conhecer como ocorre o processo de construção dos conceitos, ou seja, de que maneira estes vão se constituindo ao longo do ensino, para que seja possível organizar os planejamentos de ensino de acordo com as necessidades do aluno e o que ele é capaz de aprender. Portanto, para que o aluno aprenda e atribua significado aos conceitos matemáticos é necessário perpassarmos por um longo processo, no qual o professor é um dos atores principais. E neste processo se destacam a formação continuada do professor e as atividades de extensão, que perpassam ações de reflexão quanto à sua prática, estudos teóricos, e investigações em relação aos saberes matemáticos constituídos, aos conteúdos de ensino e questões pedagógicas. Sob esta perspectiva propõem-se nesta produção, realizar uma análise de planejamentos de ensino organizados por professores da rede estadual de ensino, considerando a proposta da BNCC (BRASIL, 2017), para os anos finais do Ensino Fundamental (EF), 6º ao 9º ano. Estes planejamentos de ensino foram organizados a partir de uma atividade proposta aos professores, no desenvolvimento de uma atividade de extensão de formação continuada da área de matemática organizada por uma das CRE do Rio Grande do Sul, que ocorreu no ano de 2016. METODOLOGIA Esta análise parte de uma atividade organizada na formação continuada de professores de matemática proposta pela 36 CRE, organizada em encontros presenciais e à distância, com o intuito de facilitar a participação por parte dos professores, considerando que vários possuem extensa carga horária de trabalho e também a grande distância existente entre parte das cidades e a cidade em que se localiza a CRE, local em que se realizam os encontros presenciais. O objetivo do projeto de formação continuada é oportunizar a eles momentos de estudos, oficinas práticas e reflexões sobre o ensino e aprendizagem das diferentes áreas do conhecimento e níveis de ensino, bem como interações com a universidade a partir de ações de extensão, com o intuito de qualificar o processo de ensino e, consequentemente, a aprendizagem dos alunos. No ano de 2016, foi organizado 10 módulos de formação, aliando o estudo da BNCC, estudos teóricos, reflexões e atividades práticas, considerando o ensino de Matemática do 6º ano do EF ao 3º Ano do EM. Neste registro é enfatizada a atividade proposta no encontro presencial, Módulo III, que ocorreu no dia 1 de julho, no qual foi feita uma sistematização referente o estudo da BNCC e os planos de estudo da escola. Discutimos a importância da contextualização e da interdisciplinaridade como metodologias de ensino. Esta discussão foi feita com o intuito de desafiar os professores, em grupos, a elaborar um planejamento de ensino que abrangesse um dos anos finais do EF ou do EM, utilizando a contextualização e a interdisciplinaridade como metodologia de ensino e também utilizando como base as propostas da BNCC e uma das unidades temáticas. Estes planejamentos foram socializados no Fórum 3 Socialização dos Planejamentos.

Foram compartilhados 11 planejamentos, contemplando 8 para os Anos Finais do EF e 3 para o EM. Como até o momento está disponível a 3ª versão da BNCC apenas do EF, será feita apenas a análise dos 8 planejamentos para os Anos Finais do EF, considerando quais os objetos de conhecimento e as habilidades que o professor estará proporcionando aos alunos a partir de suas propostas. RESULTADOS E DISCUSSÃO Considerando a BNCC (BRASIL, 2017), foram analisados os planejamentos de ensino compartilhados pelos professores no Módulo III, Fórum 3, nos quais foram consideradas as discussões acerca das metodologias de ensino e suas contribuições para a aprendizagem dos conceitos matemáticos dos alunos. Os planejamentos a serem analisados contemplam os anos finais do EF. Para o 6º Ano foram organizados 3 planejamentos de ensino, que contemplam as unidades temáticas Números, Grandezas e Medidas e Geometria. Dois planejamentos foram organizados para o 7º Ano, destacando as unidades temáticas, Números e Grandezas e Medidas. O 8º Ano foi contemplado em 2 planejamentos, enfatizando as unidades Geometria e Grandezas e Medidas. Um planejamento de ensino foi organizado pelo professor para todos os Anos, considerando a unidade temática Números. Este foi organizado a partir da verificação do professor quanto à dificuldade dos alunos em relação às operações com números decimais em situações do cotidiano relacionadas a operações monetárias. O professor propôs a simulação de um mercado em sala de aula, com diferentes embalagens de produtos comercializados, a fim retomar as quatro operações com números decimais. Neste planejamento são contempladas habilidades inerentes à unidade temática Números, enfatizando o objeto de conhecimento das operações de adição, subtração, multiplicação e divisão de números decimais, que inicia no 6º Ano, na qual o aluno precisa desenvolver a habilidade de Comparar, ordenar, ler e escrever números naturais e números racionais em sua representação decimal, fazendo uso da reta numérica (BRASIL, 2017, p. 257). Esta habilidade é potencializada no 7º Ano, na qual seria necessário que o aluno estivesse apto a comparar, ordenar, utilizar a multiplicação e a divisão, resolver e elaborar problemas em diferentes contextos, considerando os números racionais (BRASIL, 2017). Os planejamentos organizados para o 6º Ano envolvem um projeto organizado por um professor de Matemática e um de Arte, contempla o estudo das cores e formas geométricas presentes no ambiente escolar. O professor de Matemática enfatizou o reconhecimento das formas geométricas, suas características e a divisão das figuras, a partir das cores primárias, em triângulos, enfatizando o estudo de frações e a composição do hexágono por triângulos. O segundo planejamento para o 6º Ano envolve o ensino da área do quadrado e do retângulo a partir de uma investigação matemática. O terceiro planejamento, a partir de uma investigação matemática, contempla os conceitos de multiplicações, medidas de superfícies, unidades de área, formas geométricas, números quadrados, potências e ângulos. Nestes planejamentos são enfatizadas as unidades temáticas Números, Geometria e Grandezas e Medidas.

Quanto à Geometria, ao final dos Anos Iniciais do EF o aluno precisa reconhecer que o hexágono é composto por triângulos, o estudo das frações e seu significado como parte ou todo, equivalências, comparação, adição e subtração é contemplado no 6º Ano. A partir do planejamento dos professores o aluno desenvolverá parte da habilidade de Compreender, comparar e ordenar frações associadas às ideias de partes de inteiros e resultado de divisão, identificando frações equivalentes (BRASIL, 2017, p. 257). Os professores também estarão possibilitando o desenvolvimento de habilidades inerentes às unidades temáticas de Geometria e Grandezas e Medidas. As habilidades perpassam a identificação das características dos quadriláteros, considerando a classificação em relação às medidas dos lados e dos ângulos, construir figuras planas semelhantes em situações de ampliação e de redução com o uso de malhas quadriculadas (BRASIL, 2017). Considerando a unidade temática de Grandezas e Medidas, os alunos são instigados a desenvolver habilidades relacionadas à resolução e elaboração de problemas que envolvem as grandezas de comprimento e área. Os 2 planejamentos organizados para o 7º Ano envolvem o conceito de proporção, unidades de medidas e figuras geométricas a partir de plantas baixas e, operações com números inteiros a partir do desenvolvimento de um jogo. A partir destes planejamentos os alunos desenvolvem habilidades inerentes às unidades temáticas de Números, Grandezas e Medidas e Geometria, considerando a construção de figuras semelhantes em situações de ampliação e de redução, utilização de instrumentos como réguas e esquadros, interpretar, descrever e desenhar plantas baixas simples. Além disto, o aluno é instigado a Resolver e elaborar problemas que envolvam medidas de grandezas inseridos em contextos oriundos de situações cotidianas [...] (BRASIL, 2017, p. 263). Quanto à unidade de Números o aluno é capaz de realizar operações de adição e subtração com números inteiros em diferentes situações e problemas. Os dois planejamentos que abrangem o 8º Ano destacam as noções de coordenadas no plano a partir do jogo de xadrez e, os conceitos de ângulos, triângulos e quadriláteros, perímetro e área de figuras planas, ponto, reta e plano, a partir do Tangram. Considerando a BNCC (BRASIL, 2017) estes planejamentos possibilitam o desenvolvimento de habilidades relacionadas à Geometria e Grandezas e Medidas, considerando as propriedades de quadriláteros por meio da identificação da congruência de triângulos, construções geométricas considerando os ângulos de 30º, 45º, 60º e 90º e polígonos regulares. Além disto, resolver e elaborar problemas que envolvam medidas de área de figuras geométricas a partir das expressões de cálculo de área. Cabe ressaltar que as noções de coordenadas no plano são enfatizadas na BNCC (BRASIL, 2017) desde o 6º Ano, na qual o aluno deve associar pares ordenados de números a pontos do plano cartesiano do 1º quadrante. CONSIDERAÇÕES FINAIS Verificou-se que nestes planejamentos de ensino analisados houve maior ênfase às unidades temáticas de Números, Grandezas e Medidas e Geometria, bem como, a existência de retomadas de habilidades anteriores ao ano evidenciado no planejamento. Este fato possibilita identificar a existência de lacunas na apropriação de conceitos matemáticos por parte dos alunos no decorrer dos Anos Finais do EF. Isto marca a necessidade do professor realizar [...] uma leitura (vertical) de cada unidade temática, do 6º ao 9º ano, com a finalidade de identificar como foi estabelecida a

progressão das habilidades (BRASIL, 2017, p. 254). Enfatiza-se a necessidade do professor planejar suas práticas de ensino e refletir sobre elas. Aliado a isto, conforme Melo (2005) é necessário o professor estar em uma formação continuada e permanente, buscando integrar teoria e prática, e realizar a troca de saberes e experiências, possibilitando a ampliação dos saberes profissionais. Além disso, percebe-se a importância da interação entre universidade e escola a partir de atividades de extensão, voltadas ao ensino e aprendizagem de matemática, pois possibilitam a qualificação do processo de formação continuada do professor e, consequentemente, a aprendizagem dos alunos. Palavras-chave: Formação Continuada de Professores; Educação Matemática; Planejamento de Ensino. BNCC. Keywords: Continuing Teacher Training; Mathematical Education; Teaching Planning; BNCC. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: proposta preliminar. Segunda versão. Brasília: MEC, 2016. Disponível em: < http://historiadabncc.mec.gov.br/documentos/bncc-2versao.revista.pdf>. Acesso em: 11 jun. 2017. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: proposta preliminar. Terceira versão. Brasília: MEC, 2017. Disponível em: < http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/bncc_publicacao.pdf>. Acesso em: 11 jun. 2017. MELO, Gilberto Francisco Alves de. Saberes docentes de professores de matemática em um contexto de inovação curricular. In: FIORENTINI, Dario; NACARATO, Adair Mendes. Cultura, formação e desenvolvimento profissional de professores que ensinam matemática: investigando e teorizando a partir da prática. São Paulo: Musa Editora, 2005. p. 33-48. PONTE, João Pedro da. O desenvolvimento profissional do professor de matemática. Revista Educação e Matemática, n. 31, p. 9-12 e 20, 1994. Disponível em: < http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/jponte/artigos-por-temas.htm#formacao e desenvolvimento profissional>. Acesso em: 11 jun. 2017. SELBACH, Simone. Matemática e didática. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.